sexta-feira, 25 de junho de 2021

Sete potências e um destino

Reprodução do Facebook
Por José Luís Fiori, no site Outras Palavras:


A China permanece sendo uma “civilização”
que finge ser um Estado-nação […]
e que nunca produziu temática religiosa
de espécie alguma, no sentido ocidental.
Os chineses jamais geraram um mito da criação cósmica
e seu universo foi criado pelos próprios chineses.

Henry Kissinger,. Sobre a China

O espetáculo foi montado de forma meticulosa, em cenários magníficos, e com uma coreografia tecnicamente perfeita. Primeiro foi o encontro bilateral entre Joe Biden e Boris Johnson, os líderes das duas grandes potências que estiveram no centro do poder mundial nos últimos 300 anos. A assinatura de uma nova Carta Atlântica foi a forma simbólica de reafirmar a prioridade da aliança anglo-americana frente aos demais membros do G7 e seus quatro convidados, que se reuniram nos dias 11 e 12 de junho numa praia da Cornuália, sul da Inglaterra, como um ritual de retorno dos Estados Unidos à liderança da “comunidade ocidental”, depois dos anos isolacionistas de Donald Trump. Em seguida, os sete governantes voltaram a se encontrar em Bruxelas, na reunião de cúpula da OTAN encarregada de redefinir a estratégia da organização militar euro-americana para as próximas décadas do século XXI. E ali mesmo, na capital da Bélgica, o presidente americano reuniu-se com os 27 membros da União Europeia pela primeira vez desde o Brexit e, portanto, sem a presença da Grã-Bretanha. Por fim, para coroar esse verdadeiro tour de force de Joe Biden em território europeu, o novo presidente dos Estados Unidos teve um encontro cinematográfico com Vladimir Putin num palácio do século XVIII, no meio de um bosque de pinheiros, às margens do Lago Leman, em Genebra, Suíça.

A ocupação das terras da usina Cambahyba

“Ocupamos as terras da Cambahyba para exigir justiça
para Cícero Guedes”.
 FotoPablo Vergara
Do site do MST:


Há 25 anos o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) marca sua trajetória no Rio de Janeiro com a ocupação de terras das fazendas da falida usina Capelinha, em Conceição de Macabu. A ocupação se deu em resposta ao latifúndio improdutivo e ao massacre do Eldorado dos Carajás, onde 21 Sem Terras foram assassinados pelo governo do estado (PSDB) no Pará em abril de 1996. No ano seguinte o MST - RJ se consolidou com a ocupação da usina São João em Campos dos Goytacazes (RJ) dando origem ao assentamento Zumbi dos Palmares, onde mais de 500 famílias conquistaram sua terra para viver e produzir alimentos.

Dois exemplos a serem seguidos

Por João Guilherme Vargas Netto


Nos tempos anteriores à internet e à pandemia costumava-se dizer que uma imagem valia mais que mil palavras.

Esta métrica pode também ser aplicada hoje, porque um exemplo vale bem mais que muitas pregações.

Refiro-me a exemplos positivos que, embora pequenos em seus efeitos imediatos, têm uma enorme importância ao abrirem caminho para práticas equivalentes com iniciativas a serem reproduzidas.

Há dois exemplos atuais que ilustram bem estas cogitações.

Em São Paulo, o governo do Estado, criou um novo Vale Gás com auxílios emergenciais de 300 reais em três parcelas mensais para as famílias necessitadas poderem enfrentar a carestia dos botijões.

É um paliativo que ajuda os mais pobres a enfrentarem a queda e o coice da inflação de alimentos e o escorchante aumento do combustível para cozinhá-los.

O erro de Bolsonaro com os irmãos Miranda

Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:


Ricardo Salles caiu, mas agora não queremos saber detalhes da queda de Salles. Não é a prioridade num dia tão cheio.

O que precisamos saber é do caso da Precisa e tentar entender por que Bolsonaro cometeu uma barbeiragem que um assessor de Odorico Paraguaçu não cometeria.

Precisamos saber tudo sobre a empresa envolvida na compra da Covaxin, a vacina de US$ 15, com chip de ouro.

Ricardo Salles será pisoteado pela boiada que ajudou a juntar e a defender, como aconteceu com todos os que se aproximaram de Bolsonaro e caíram em desgraça, ou quase todos.

Salles talvez não tenha a sorte de um Abraham Weintraub, arredado para Washington com salário de mais de R$ 100 mil.

E se Bolsonaro não fosse corrupto?

Por Jair de Souza


Quem nunca se deparou com alguém que, ao ouvir críticas ao governo de Jair Bolsonaro, recorresse à seguinte argumentação: “Tudo bem, mas ele acabou com a corrupção”?

É certo que, a esta altura, não deve haver dúvidas para mais ninguém (nem mesmo para os bolsonaristas) de que o governo Bolsonaro é um dos mais corruptos da história de nossa República.

Os observadores mais atentos já associavam Jair Bolsonaro e seus filhos à corrupção muito antes de ele chegar à presidência: suas rachadinhas extraídas dos funcionários; seus vínculos com as milícias fluminenses; suas inúmeras propriedades imóveis adquiridas sem rendimentos legais que as pudessem justificar; entre outras coisas.

Ódio e amor nas redes sociais

Por Frei Betto, em seu site:


“Diga-me em que nicho da internet se encontra e direi se vou odiá-lo.” Se alguém frequenta uma tribo de Whatsapp ou Twitter de defesa dos direitos humanos e conecta outro de bolsonaristas, será inevitavelmente agredido, ofendido, ou sumariamente excluído dos contatos. E vice-versa.

Como afirma o doutor em Ciências da Comunicação, Moisés Sbardelotto, “não basta gostar ou desgostar de algo: é preciso também desgostar daqueles que gostam daquilo de que não gosto. A raiva e o rancor se digitalizam e permeiam sites e redes sociais digitais mediante expressões de intolerância, indiferença, desinformação, negacionismo, difamação, discriminação, preconceito, xenofobia. O ódio, assim, ganha forma de bits e pixels, principalmente pela ação dos chamados haters, os odiadores, aqueles que amam odiar.”

A direita pode “matar” Bolsonaro a tempo?

Por Fernando Brito, em seu blog:


Lula ter maioria nas intenções de voto em pesquisas não é surpresa.

Mas a grande imprensa estar dando o destaque que dá ao favoritismo do ex-presidente é algo que para a esquerda sempre pobre das atenções da mídia faz levantar a desconfiança desta esmola farta: será que ainda contam com tempo e condições para “matar” Bolsonaro eleitoralmente e fazer surgir do pescoço da Górgona um Pégaso imaculado para ser seu candidato em 2022?

Muita gente boa pensa nisso e não deixo de reconhecer razões na matreirice de um conservadorismo cascudo como o nosso, que não admite partilha e menos ainda a entrega do poder.

Há, entretanto, alguns obstáculos neste caminho, tanto é que a tal “3ª via” continua, faltando 16 meses para a eleição, de calças curtas.

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Saída de Salles é derrota do bolsonarismo

Editorial do site Vermelho:

A queda do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deve ter pouco impacto na agenda ministerial ou mesmo na imagem internacional do País. De seu sucessor, o ruralista Joaquim Alvaro Pereira Leite, não convém esperar guinadas de nenhum tipo nas diretrizes do ministério. Partidário da mesma agenda predatória que fez de Salles o pior de todos os titulares do Meio Ambiente no Brasil, Joaquim Alvaro há de ser um outro “antiministro”.

Bolsonaro no foco da CPI

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:


Rifando Ricardo Salles, ministro para lá de carbonizado, Bolsonaro não conseguirá segurar a repercussão do maior escândalo de corrupção de seu governo, o Covaxingate.

Ele agora é alvo claro e brilhante da CPI da Covid, e ainda que não possa legalmente ser investigado pela comissão do Senado, poderá ser responsabilizado no relatório final.

Ou num relatório parcial que pode ser votado no meio do caminho.

O pronunciamento ameaçador e autoritário do ministro Onyx Lorenzoni, ao lado de um investigado da CPI, o ex-secretário-executivo do ministério da Saúde na gestão Pazuello, também não serviu para atenuar o estrépito das revelações.

Pelo contrário, reforçou a ideia de um governo apavorado. Já na segunda-feira, no que pareceu uma reação às manifestações de sábado e ao avanço da CPI, Bolsonaro deu mostras de que anda com os nervos em frangalhos.

Keiko Fujimori tenta anular eleição no Peru

Clima tenso: Onyx Lorenzoni será preso?

Como os fascistas instauram o caos nas redes?

Inflação de Bolsonaro penaliza os mais pobres

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Vacina mais cara, atravessador suspeito!

O caminho para o impeachment de Bolsonaro

quarta-feira, 23 de junho de 2021

Ricardo Salles deixa o laranjal em chamas

Por Altamiro Borges


O agravamento da crise política parece que acelerou a fuga das ratazanas do governo. Nesta quarta-feira (23), o “rei das queimadas” Ricardo Salles pediu demissão do cargo de ministro da devastação ambiental de Jair Bolsonaro. O ricaço era alvo de inúmeras denúncias – inclusive de participar de um esquema de contrabando de madeira ilegal. Mas ele decidiu deixar o posto exatamente quando o laranjal bolsonariano está pegando fogo. Cortina de fumaça ou medo das labaredas?

Irmão da “Micheque” ganha cargo no Senado

Por Altamiro Borges

O site Metrópoles postou nesta terça-feira (22) que "Diego Torres Dourado, irmão de Michelle Bolsonaro, ganhou um cargo de confiança no Senado com salário de R$ 13,5 mil. A nomeação aconteceu no fim de março. Até então, o soldado da Aeronáutica de 33 anos possuía posto civil de confiança no Ministério da Defesa, no Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas".

O irmão da primeira-dama, também chamada carinhosamente de "Micheque Bolsonaro", era assistente técnico e recebia R$ 5,6 mil por mês. "No novo emprego, Diego Dourado passou a ser assistente parlamentar da 1ª Secretaria do Senado, hoje comandada pelo senador Irajá (PSD-TO)" – que, curiosamente, é filho da senadora Kátia Abreu (PP-TO).

“Beato Araújo” também fugirá para os EUA?

Por Altamiro Borges

Parece que mais um olavete vai fugir para os EUA. Depois do “ministro” Abraham Weintraub e do “blogueiro” Allan dos Santos, o ex-chanceler "Beato Araújo" – como era chamado entre os diplomatas – já teria arrumado suas malas. Nesta terça-feira (23), o Itamaraty oficializou a transferência de Maria Eduardo Seixas Corrêa, esposa do ex-ministro de Relações Exteriores, para o Consulado do Brasil em Hartford, em Connecticut. Ela deverá levar o maridão, que curte umas “férias” de 90 dias no laranjal bolsonariano, como acompanhante – mas não na condição de diplomata.

Ratinho afunda junto com Bolsonaro

Por Altamiro Borges


Ratinho é um dos maiores bajuladores do "capetão" Jair Bolsonaro na televisão brasileira – uma típica ratazana. Mas, pelo jeito, esse puxa-saquismo está afundando a sua audiência. Segundo informa Ricardo Feltrin em matéria postada no site UOL nesta segunda-feira (21), "Ratinho perde 1 em cada três telespectadores do SBT". E a situação só tem piorado nos últimos meses!

Segundo a coluna, "além de estar atravessando uma de suas piores fases no ibope desde que estreou no SBT, Ratinho ainda amarga uma fuga prolongada de público... Enfraquecido pela ausência de plateia, formato de programa que não se renova, brincadeiras bobas e a pecha de bolsonarista fanático são alguns dos prováveis motivos para a sangria de público e a desaprovação de boa parcela dos espectadores".