segunda-feira, 26 de julho de 2021

Um olho no golpe, outro no Borba Gato

Os retrocessos da reforma trabalhista

China desafia hegemonia dos EUA

Centrão manda e Bolsonaro obedece

Thomas Piketty está errado sobre a China?

Como reverter a reprimarização da economia

Capitalismo digital e a proteção de dados

General de Bolsonaro ou do partido militar?

A privatização dos Correios na Argentina

domingo, 25 de julho de 2021

Os ganhos dos generais Pazuello e Braga Netto

Por Altamiro Borges


Os generais não têm do que reclamar do "capetão", mesmo perdendo alguns ministérios (de 10 para sete desde o início do laranjal) ou sendo humilhados (“fui atropelado por um trem”, choramingou o defenestrado Luiz Eduardo Ramos). A instituição perde credibilidade, mas os altos oficiais estão bem de vida. Eduardo Pazuello, por exemplo, “recebeu R$ 88,5 mil em diárias extras do Ministério da Saúde em 2020”, relata a jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.

Segundo a notinha publicada na quinta-feira (22), o ex-ministro da Saúde recebeu esse valor em diárias e ajuda de custo – que são pagas aos servidores que se deslocam em viagens de trabalho. Os ganhos estão nos documentos enviados à CPI do Genocídio no Senado. "Pazuello ficou por dez meses no Ministério da Saúde. Recebeu, portanto, uma média de R$ 8,8 mil mensais de diárias, engrossando seus vencimentos no cargo".

Bolsonaro pagará R$ 15 milhões por racismo?

Por Altamiro Borges

O “capetão” sempre foi racista e nunca foi punido. Agora, porém, está na mira. Nesta quinta-feira (22), Ministério Público Federal (MPF) e Defensoria Pública da União (DPU) entraram com uma ação civil contra Jair Bolsonaro por mais uma de suas incontáveis diarreias verborrágicas preconceituosas. Os órgãos pedem uma “reparação” no valor de R$ 15 milhões. A tendência é de que o pedido seja derrotado, mas ele serve ao menos para incomodar o fascista no poder.

Em 8 de julho, o “presidente-cagão” afirmou, aos risos, que o cabelo crespo de um apoiador era “um criador de baratas” e provocou: "Você não pode tomar ivermectina, vai matar todos seus piolhos". A fala de cunho racista foi obrada diante de seus seguidores panacas no "chiqueirinho" montado no Palácio da Alvorada, em Brasília.

Fascismo avança e censura em Juiz de Fora

Foto: Jéssica Pereira/Tribuna de Minas
Por Altamiro Borges

Jair Bolsonaro está mais frágil, mas a fascistização segue em curso em todos os poros da sociedade. Na semana passada, o juiz Alexandre do Valle Thomaz, da 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias Municipais da Comarca de Juiz de Fora, atendeu ao pedido de um vereador-policial e censurou uma mostra artística na cidade mineira.

Em sua decisão liminar (provisória), o juizeco determinou que os painéis fotográficos da exposição “Democracia em Disputa” fossem retirados da fachada do Centro Cultural Bernardo Mascarenhas. Ele se curvou ao vereadorzinho Sargento Mello Casal (PTB-MG), que moveu uma ação contra a Fundação Cultural Alfredo Ferreira Lage (Funalfa), gerida pela prefeitura de Juiz de Fora.

Fascistas atacam Manuela, Boulos e Gleisi

Blefe que Braga Netto não consegue desmentir

Por Moisés Mendes, no Diário do Centro do Mundo:


Braga Netto mandou o recado do golpe a Arthur Lira, para que Lira passasse o aviso do golpe adiante.

Se não fosse assim, não teria sentido mandar o recado.

Era preciso que muitos deputados e senadores ficassem sabendo da ameaça, e não só os membros da comissão especial que examina a proposta de emenda do voto impresso na Câmara.

Como muitos receberam o aviso e era sabido que alguém iria vazar a ameaça, não há agora como negá-la. A nota de Braga Netto em que diz que não disse nada a Lira também acaba não dizendo nada.

A notícia da ameaça (se não tiver voto impresso, não tem eleição) saiu no Estadão.

O golpe nosso de cada eleição

Por Roberto Amaral

A ciência política clássica atribui aos golpes de Estado três características definidoras: (i) intervenção militar, (ii) ação rápida e (iii) certa margem de surpresa (Bobbio et alli. Dicionário de política). Nesse sentido também tratadistas brasileiros como Paulo Bonavides (Ciência política, 1972). Desses elementos, porém, os golpes se desvencilham na contemporaneidade, e o Brasil, nesse sentido, fornece farta matéria prima para análise. Os golpes, por exemplo, não observam mais o caráter surpresa – são, até, longamente preparados mediante campanhas políticas e ideológicas de massa, protagonizadas pelos meios de comunicação em suas variadas modalidades; nem muito menos se cingem, do ponto de vista operativo, ao assalto ao poder (na forma de putsch), ou à ação repentina. 

Primeiro aniversário de uma grande vitória

Greve dos trabalhadores da Renault
Foto: Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba
Por João Guilherme Vargas Netto


Por coincidência meus dois últimos textos, este e o anterior, dizem respeito a datas no mês de julho.

Rememorei os quatro anos de vigência da destrutiva deforma trabalhista e agora comemoro o primeiro aniversário da vitoriosa greve dos metalúrgicos da Renault, no Paraná.

No dia 21 de julho, em plena pandemia, a empresa demitiu de maneira arbitrária e abusiva 747 trabalhadores, muitos dos quais doentes ou afastados.

A reação dos demitidos foi imediata e o sindicato dos metalúrgicos da Grande Curitiba encampou esta resistência e os conduziu na luta.

Duelo de Bolsonaro com Alexandre de Moraes

Por Moisés Mendes, no site Brasil-247:


Alguns episódios nem tão recentes ajudam a entender como Alexandre de Moraes se transformou na figura com poder institucional que mais afronta e atemoriza Bolsonaro e o entorno que o protege, incluindo os militares.

No dia 19 de junho de 2020, uma sexta-feira, os jornalões divulgaram com certa candura essa informação.

Três ministros de Bolsonaro bateram na porta da casa do ministro Alexandre de Moraes em São Paulo.

Os jornais informaram que os quatro trataram, entre outros assuntos, de um processo sobre a indenização da União à indústria sucroalcooleira por perdas com os preços controlados do setor.

As Forças Armadas e o Centrão

Por Gilberto Maringoni, no Diário do Centro do Mundo:


Escrevi há pouco um post dando conta da entrada do Centrão no núcleo do governo, ação que desaloja as Forças Armadas dos principais espaços decisórios da administração federal.

Com isso, julgo ter fracassado a tentativa de se constituir um governo militar e estaria fora da agenda a possibilidade de um golpe até a realização das eleições de 2022.

Dois amigos me procuraram, argumentando que a análise seria precipitada e que eu não teria levado em consideração o papel do Centrão como expressão política da maior parte do PIB, vale dizer, da Faria Lima. São observações procedentes e vou tentar refletir sobre elas.

Bolsonaro e o "salve-me quem puder"

Por Fernando Brito, em seu blog:

Jair Bolsonaro, ao perceber que seu poder de fascínio sobre uma massa desorganizada e despolitizada da classe média – que vê o “salvador da Pátria” mostrar que, neste quesito, está mais para Belo Antônio de botequim, que precisa culpar o mundo inteiro e suas conspirações pelo seu fracasso – partiu para o “fazemos qualquer negócio” que lhe assegure manter o queixo fora d’água, às espera de um milagre.

Seu projeto é apenas o que o leve à eleições em condições de ser o único capaz de enfrentar o fantasma – que agita todo o tempo – da volta de Lula ao governo.

Candidato pede bênção a comandante militar

Por Jeferson Miola, em seu blog:


Candidato à presidência da República disputa o direito de exercer, por meio da soberania popular, o comando do país – dentro, claro, das normas legais e constitucionais.

A Constituição definiu que o/a Presidente da República é o comandante supremo das Forças Armadas – artigos 8 [inciso XIII] e 142.

Tanto é assim que os constituintes de 1988 atribuíram ao/à Presidente civil, e a ninguém mais, muito menos ao ministro da Defesa ou a qualquer militar, a palavra final sobre qual oficial de patente mais antiga assume o comando do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Se Presidente da República manda em subordinado, e não o contrário; então seria esdrúxulo um potencial Presidente da República pedir bênção a um futuro subordinado que poderá, inclusive, ser “demitido” [mandado vestir o pijama] por ele/a mesmo/a, Presidente.