sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Perdeu, Mussolini de araque!

Por Manuel Domingos Neto

Cedinho, topei com meu velho amigo Zé Afonso na fila do pão. Arqueado e triste, disse que esse país não tinha jeito.

Afonso sempre achou que o problema nacional fosse a corrupção. Brasília seria um antro de meliantes. Parlamentares e juízes, nem se fale, todos ladrões. Daí apostar na necessidade de um corajoso que botasse todos na cadeia. Bolsonaro, era mal educado e até podia ser corno, mas, coragem o homem tinha, acreditara o inocente Afonso.

Na volta para casa, encontrei Toinho da Carlota estacionando sua moto possante. Toinho gosta de lustrá-la. Malha todo santo dia e veste camiseta apertada. Respondeu à contragosto meu cumprimento habitual. Havia retirado o adesivo verde-amarelo do “Brasil acima de tudo”. É protegido do Arquimedes, um médico que, dizem, ganha mais dinheiro vendendo reprodutores bovinos e equinos do que atendendo clientes. Duas coisas Arquimedes nunca perde: missa aos domingos e oportunidade de comprar imóveis a preço abaixo do mercado.

O trabalho e a luta dos jornalistas

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Nem golpe, nem impeachment

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quinta-feira, 9 de setembro de 2021

O caminho sem volta do golpismo bolsonarista

Bolsonaro: impeachment ou vira pato manco

Sobre as manifestações de 7 de setembro

Por Flávio Aguiar, no site A terra é redonda:


A única vez em que as esquerdas brasileiras interromperam a trajetória de um golpe de estado já em marcha foi defendendo a Legalidade, há 60 anos atrás

Desde logo vou dizendo que observei o 7 de setembro com meu óculo de alcance, a 12 horas de voo (pelo menos) do aeroporto de Guarulhos, que é onde normalmente aterrizo quando vou ao Brasil. É mais fácil, portanto, observar o tamanho da floresta do que os detalhes de cada árvore, arbusto e clareira.

Feita a ressalva, vamos lá.

Olhando a floresta toda, antes, durante e agora no day after do 7 de setembro, levando em conta as manifestações pró e contra Bolsonaro, os debates oficiais, oficiosos, as reações que pude observar em sites e grupos a que tenho acesso, fico com a sensação de que o jogo do 7 de setembro terminou num empate técnico.

7 de setembro acabou ou recém começou?

Por Jeferson Miola, em seu blog:


Na assembleia geral de bandidos de 17 de abril de 2016 presidida pelo bandido Eduardo Cunha, como um jornalista português se referiu à sessão do impeachment fraudulento da Dilma, Bolsonaro dedicou seu voto ao facínora e torturador Brilhante Ustra, “o terror de Dilma Rousseff”. Em outra circunstância, ele também definiu critérios para mulheres que “merecem” ser estupradas.

Bolsonaro também criticou a ditadura por não ter assassinado mais de 30 mil opositores e disse que o governo militar que hoje preside não veio para construir algo, “mas viemos para desconstruir muita coisa”.

A hora e a vez do impeachment de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:


As declarações de Jair Bolsonaro nos atos golpistas realizados em Brasília e São Paulo, na terça-feira (7), não deixam mais dúvida: somente o impeachment do presidente pode impedir, a esta altura, que ele continue a cometer reiterados crimes contra o Estado Democrático de Direito e o povo brasileiro.

Antes de tudo, é preciso ressaltar que os novos ataques de Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ocorrem em meio a uma das piores crises na história do Brasil. “Como pode um presidente ignorar os mortos pela pandemia, os desempregados, os famintos?”, questionou a presidenta do PCdoB e vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB). “Mostra total desconexão com a vida real da população. O povo quer vacina, comida e emprego.”

Quem paga o Trovão?

Por Fernando Brito, em seu blog:


A descoberta de que o incitador de golpes que atende pelo apelido de “Zé Trovão” está há dias no México, na companhia de outro acusado de ações golpistas, Oswaldo Eustáquio, levanta algumas questões interessantes.

A primeira é a de que, evidentemente, há alguém “bancando” os promotores destas tentativas de lançar o país em aventuras.

Passagem de ida e volta (os México exige), hotel, passaporte, uma ajuda de custo para os frijoles e tacos, uma sobra para deixar bem garantida a família, tudo isso depende de ligações político empresariais, algo que também desperta curiosidade sobre quem paga pelos caminhões carregados, estacionados em Brasília ou bloqueando as estradas, uma vez que a categoria alega apenas sobreviver com fretes deficitários.

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