domingo, 21 de novembro de 2021

O silêncio dos grandes meios sobre Lula

Lula em Madri. Foto: Ricardo Stuckert
Por Roberto Amaral, em seu blog:


Toda sociedade que se preza (como EUA, Rússia, China e Cuba) tem sua própria visão de mundo, de que decorre a projeção e defesa de seus interesses; são países detentores daquilo que alguns chamam de “caráter nacional”, uma autoidentidade definidora do papel que a nação soberana decide desempenhar no jogo dos blocos econômicos e militares. São países que possuem pauta própria, atores históricos assistidos por classes dominantes servidoras da sociedade e do projeto de país. Não é o caso brasileiro, como se vê. Nossas chamadas elites são forâneas e alienadas, descomprometidas com a construção de um projeto de país, reprodutoras dos valores e dos interesses da potência hegemônica. Falta-lhes tudo, mas falta-lhes principalmente o sentido de pertencimento a uma ordem comum. Não se identificam com o país, muito menos com seu povo. Essa elite aculturada nos governa em todos os campos da atividade humana: nos negócios, na política, nos partidos, num congresso desfibrado à mercê do centrão, num judiciário paquidérmico e classista, numa academia que não enxerga um palmo adiante do nariz, insensível ao Brasil real que tenta sobreviver do lado de fora de seus muros.

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sábado, 20 de novembro de 2021

Os protestos contra o touro dourado da Bolsa

Foto: Tiago Queiroz
Por Altamiro Borges

O “Touro de Ouro” inaugurado na terça-feira (16) em frente à Bolsa de Valores (B3), no centro de São Paulo, está sendo encarado como expressão da ganância dos abutres financeiros e uma provocação num país em que 19,1 milhões passam fome e 116,8 milhões sofrem de insuficiência alimentar. Exatamente por isso, ele tem sido alvo de protestos constantes.

Na manhã de quarta-feira, lutadores sociais se reuniram para colar na peça cartazes onde se lê “fome”. Segundo Tabata Luz, integrante dos movimentos Fogo no Pavio e Raiz da Liberdade, o ato “foi um recado direto ao governo Bolsonaro e a toda a elite brasileira que sustenta o presidente... Não foi muito difícil pensar o quão simbólico seria deixar uma marca do Brasil nesse touro. E, infelizmente, a marca do Brasil hoje é a fome”.

Bia Kicis será investigada por racismo

Ilustração: Ribs
Por Altamiro Borges

O ministro Ricardo Lewandowiski, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou nesta semana o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para a abertura de inquérito contra a deputada Bia Kicis (PSL-DF) por racismo. Em setembro, a fanática bolsonarista usou a internet para atacar o processo seletivo do Magazine Luiza reservado a profissionais negros.

Na postagem em suas redes sociais, a parlamentar afirmou sarcasticamente que os ex-ministros Sergio Moro (Justiça) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde) – hoje considerados “traidores” pelos fiéis capachos do presidente da República – estariam desempregados e se pintariam de preto para fingir que são negros e conseguir uma vaga no programa.

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sexta-feira, 19 de novembro de 2021

Olavo de Carvalho corre para os EUA

As redes globais de extrema-direita 2.0

Charge: Lafa
Por Steven Forti, no site Outras Palavras:

Os que continuam pensando que a nova ultradireita é um fenômeno nacional ou limitado a apenas alguns países estão muito enganados. Vale a pena esclarecer mais uma vez: a extrema direita 2.0 é uma grande família global com laços transatlânticos e uma infinidade de think tanks, fundações, institutos e associações que, nas últimas duas décadas, foram tecendo uma densa rede que promove uma agenda compartilhada, além de movimentar grandes somas de dinheiro.

De Washington a Budapeste, de Moscou a Bruxelas, de Brasília a Lisboa, de Roma a Paris, de Madrid a Lima, de Varsóvia a Liubliana. Existe uma espécie de Internacional reacionária que reúne a nata das formações do conservadorismo radical e do ultradireitismo em escala global.