sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

O "vale tudo" entre moristas e bolsonaristas

Por Fernando Brito, em seu blog:

Os leitores deste blog sabem da minha aversão por “tretas” de internet.

Mas não é possível ignorá-las quando revelam o estado de desespero de forças importantes do jogo político.

A troca de ofensas entre Carluxo e o ex-coordenador da campanha bolsonarista de 2018 no Nordeste (e agora da de Sergio Moro), Julien Lemos, travada na base onde “corno” e “falta de testosterona” são “argumentos” da discussão político-eleitoral são evidência do estado deplorável das candidaturas que defendem.

Diante do fiasco do seu desempenho, bolsonaristas e moristas só sabem reagir com mais fanatismo, como dois Jim Jones fundamentalistas e negacionistas da politica.

Malafaia e a implosão da bancada evangélica

Por Plinio Teodoro, na revista Fórum:

Uma das principais bases de sustentação do governo Jair Bolsonaro (PL) na Câmara, a bancada evangélica está estremecida com a briga entre dois dos principais bajuladores do presidente no meio: Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, e Samuel Ferreira, que comanda a Assembleia de Deus no Brás – Ministério de Madureira.

A briga começou quando Ferreira anunciou que faria campanha para manter o deputado Cezinha De Madureira (PSC-SP), vice-líder do governo no Congresso, no comando da bancada durante culto pela posse de André Mendonça no Supremo Tribunal Federal (STF).

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Mundo-3: os novos ventos na América Latina

Derrubada (1960), Portinari



Por Altamiro Borges

A luta de classes segue movendo o mundo. Na geopolítica internacional, há importantes mudanças em curso. Os EUA já não mandam e desmandam como antes. A potência imperialista está enfiada em uma crise econômica sem precedentes, perdendo o papel de liderança no planeta. A sua hegemonia nas armas, no front militar, também sofre abalos, como ficou evidenciado após 20 anos de ocupação criminosa no Afeganistão.

A degradação acelerada do império explica, inclusive, o trágico governo do fascista Donald Trump – um ser patético e grotesco –, o que só aumentou o isolamento dos EUA no mundo. A tentativa frustrada de manter o poder, com a violenta invasão em janeiro passado do Capitólio – o congresso ianque – confirmou o grau de degradação dessa nação apodrecida.

Mundo-2: neofascismo e ultraneoliberalismo

Descoberta da terra (1941), Portinari
Por Altamiro Borges


Nessa nova fase regressiva e destrutiva do capitalismo, que concentra a riqueza e faz explodir a miséria, há uma combinação perversa entre o ultraneoliberalismo na economia, o fascismo na política e o obscurantismo nos valores e nos direitos humanos. Ocorre um processo de fascistização no mundo.

O neoliberalismo aguçou as contradições do sistema, o que ampliou suas deformações e depravações, como aumento da violência urbana e do drama da imigração. Ele também fragilizou as instituições democráticas do Estado, travou as mudanças mais progressistas na sociedade e fragmentou a capacidade de resistência dos trabalhadores.

Mundo-1: pandemia, desigualdade e resistência

Família (1935), Portinari
Por Altamiro Borges

O mundo do trabalho vive o pior dos mundos. A pandemia da Covid-19 só agravou o cenário de desigualdades sociais, desemprego, queda de renda, regressão trabalhista, desalento e falta de perspectivas – principalmente entre os mais jovens. A crise do capitalismo, que é prolongada, estrutural e sistêmica, ganhou contornos ainda mais trágicos com o novo coronavírus.

Por outro lado, a pandemia acelerou o processo de mudança na geopolítica mundial, com o declínio relativo dos EUA e a ascensão de novas nações, com destaque para a China. A humilhação do império no Afeganistão, após 20 anos de ocupação criminosa e gastos de dois trilhões de dólares, é a prova mais recente dessa mutação do quadro internacional.

A vitimização bolsonarista perdeu o encanto?

Carestia, inflação e o poder do "mercado"

A invasão do Capitólio e o futuro de Trump

Um dos países mais desiguais do mundo

O mundo em 2022: estabilidade ou conflitos?

Brasil entra o novo ano cheio de esperança

Jogo de cena da hospitalização de Bolsonaro

Bolsonaro, racismo ambiental e as enchentes

Os "programas sociais" de quem odeia pobre

Charge: Nando Motta
Por Bepe Damasco, em seu blog:


Sem ser capaz de produzir uma única ideia original sobre programas sociais que contribuam para melhorar minimamente a vida das pessoas mais pobres, Bolsonaro tem se limitado a copiar, não sem antes maquiar, desvirtuar e deformar, políticas vitoriosas dos governos do PT.

A aposta envolve alto risco político. Bolsonaro pode estar por tabela fortalecendo ainda mais no imaginário popular a ideia de que o PT prioriza em seus governos o investimento na inclusão social, o que é reconhecido até por adversários do partido.

É aquela história: entre o original e o arremedo de imitação, a tendência do eleitorado é abraçar a primeira opção.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Um ano decisivo para o Brasil

Editorial do site Vermelho:


A virada de ano foi marcada por um sentimento de esperança para o povo brasileiro. Mesmo diante da crise explosiva pela qual o País passa, a chegada de 2022 nos faz iniciar a contagem regressiva: estamos no ano das eleições presidenciais que podem decretar o fim do governo Jair Bolsonaro. Primeiro e segundo turno estão marcados, respectivamente, para 2 e 30 de outubro. Se o pior presidente na História do Brasil não cair antes por vias como o impeachment ou a renúncia – hipóteses mais improváveis a esta altura –, poderá ser expelido do cargo, enfim, pelo voto.

Um ano marcado pela destruição ambiental

Futebol-empresa: capitalismo chega no futebol

Por Marcos Dantas

É comum, nas semanas finais de um ano ou iniciais do seguinte, o noticiário futebolístico ser ocupado por negociações de compra ou venda de jogadores, renovação de contratos, contratação de técnicos. Nesta virada de 2021 para 2022, o noticiário futebolístico foi invadido por um novo tipo de negociação: a compra de times inteiros por algum investidor. O ex-jogador Ronaldo "Fenômeno" comprou o Cruzeiro de Minas Gerais. Um cidadão estadunidense de nome John Textor está comprando o Botafogo do Rio de Janeiro. O Vasco da Gama, também do Rio, estaria à "venda". Toda essa movimentação tem por trás uma lei que pode transformar totalmente a atual estrutura político-econômica do futebol brasileiro: a lei 14.193/2021 que criou a "sociedade anônima do futebol" (SAF).

Direito trabalhista e reação da plutocracia

Por Leonardo Attuch, no site Brasil-247:

A possível aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Geraldo Alckmin criou a falsa percepção de que um provável governo Lula-3 seria um período de conciliação e confraternização nacional, em que o bode do fascismo seria retirado da sala, mantendo-se todas as políticas neoliberais implantadas após o golpe de estado de 2016 e que fracassaram de maneira incontestável.

Bastou um elogio de Lula à revogação pelo governo espanhol de uma reforma trabalhista também fracassada por lá para que a plutocracia brasileira começasse a se movimentar. Lula disse apenas que os brasileiros devem olhar para a Espanha, sinalizando que é possível travar uma discussão madura sobre políticas públicas que não trouxeram os resultados prometidos:

A polarização política na América Latina

Arte do blog Cultura y Resistencia
Por José Reinaldo Carvalho, no blog Resistência


Há dois aspectos salientes na conjuntura política latino-americana neste início de ano.

1) Em 2021 houve um acúmulo de lutas políticas e sociais, o que enriquece a experiência dos povos e forças políticas progressistas. Não farei aqui um inventário dessas múltiplas lutas, mas assinalar duas campanhas populares que se destacaram pela força da mobilização, o caráter de massas, a combatividade e o elevado grau de politização. Uma delas foi a jornada de lutas dos colombianos nos meses de abril e maio, um verdadeiro levante popular de mais de 50 dias, duramente reprimido pelo governo de extrema direita de Iván Duque. Apesar de toda a brutalidade das forças policiais, o movimento conquistou vitórias políticas, entre as quais a tramitação no Congresso Nacional de um caderno de reivindicações de direitos humanos, civis e sociais, que se constituirão nas linhas programáticas da luta política das forças de esquerda em 2022.

Orçamento secreto no governo Bolsonaro

Charge: Zé Dassilva
Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:


O orçamento público é o instrumento que os governos usam para planejar e estabelecer as prioridades de gastos do Estado. Um pressuposto da legitimidade do orçamento público, além de sua destinação, está na clareza e na transparência, que são duas condições indispensáveis para que haja controle social e a sociedade seja ao mesmo tempo a protagonista e a beneficiária efetiva dos recursos arrecadados compulsoriamente de todos. O segredo na arrecadação de receitas, na efetivação de despesas e na destinação de recursos financeiros é incompatível com a forma republicana e o regime democrático de governo. Assim, nem a elaboração do orçamento público nem a execução podem ser secretas.