Por Marcelo Zero, no site Brasil-247:
“Nenhuma polegada para o Leste”.
Foi o que prometeu o então Secretário de Estado dos EUA, James Baker, a Mikhail Gorbachev, na reunião de 9 de fevereiro de 1990 para tratar da reunificação da Alemanha.
Com efeito, em troca da aceitação da unificação da Alemanha por parte da então União Soviética, os EUA prometeram a Gorbachev que a OTAN não se expandiria nem uma polegada para o Leste e permaneceria nos limites da Europa Ocidental.
Posteriormente, os EUA tentaram desmentir essa promessa, mas documentos oficiais do Departamento de Estado, desclassificados em 2017, comprovam que ela foi feita.
Na realidade, os documentos oficiais revelam que a promessa foi feita não uma, mas três vezes, na reunião com Gorbachev, de 9 de fevereiro de 1990.
domingo, 16 de janeiro de 2022
Bolsonaro, Lula e o quadro no início de 2018
Por Renato Rovai, na revista Fórum:
Em janeiro de 2018, em pesquisa Datafolha, Lula tinha 37% das intenções de voto, Bolsonaro 16%, Alckmin 7% e Ciro 7%.
Os outros candidatos que estavam na simulação tinham todos juntos 15%. Lula não ganhava no primeiro turno, mas liderava de forma folgada.
Era um cenário muito parecido com o atual, que é ainda um pouco mais favorável a Lula.
Na primeira pesquisa do ano feita presencialmente (mesmo método usado pelo Datafolha) pela Quaest, Lula lidera com 45%, Bolsonaro teve 23%, Sergio Moro 9%, Ciro Gomes 5%, João Doria 3% e Simone Tebet 1%.
O que os números mostram? Que em janeiro de 2018, pouco antes de ser preso e já sendo vítima de um massacre midiático-judicial, Lula era favoritíssimo a vencer aquela eleição.
Mais uma baixa na cultura brasileira
Por Elizabeth Lorenzotti, no Jornal GGN:
Faz alguns dias ando pasma com mais um feito de Doria Jr.
Ele fechou o maravilhoso parque gráfico da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, demitiu apenas lá 154 pessoas, e não sei quantas mais no total.
A Editora da Imesp foi decepada e conta com apenas duas funcionárias sobreviventes.
As livrarias foram desativadas e a Editora da USP, que também utilizava o parque gráfico, não tenho ideia de como vai se virar.
Quando você aciona o site, cai no Diário Oficial e aparece o recado: “Imprensa Oficial agora é Prodesp”.
Faz alguns dias ando pasma com mais um feito de Doria Jr.
Ele fechou o maravilhoso parque gráfico da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, demitiu apenas lá 154 pessoas, e não sei quantas mais no total.
A Editora da Imesp foi decepada e conta com apenas duas funcionárias sobreviventes.
As livrarias foram desativadas e a Editora da USP, que também utilizava o parque gráfico, não tenho ideia de como vai se virar.
Quando você aciona o site, cai no Diário Oficial e aparece o recado: “Imprensa Oficial agora é Prodesp”.
A chaga do fascismo
Charge: Asier Sanz |
A mídia hegemônica induz os protagonistas das redes sociais a comprar a ideia de que há uma luz no fim do túnel, sinalizado por pesquisas de intenção de voto que apontam a derrota do atual presidente nas eleições deste ano.
Mas, mesmo que isso ocorra, estaremos muito longe de uma restauração da ordem democrática e de um avanço real na pauta das urgências sociais, econômicas, políticas e culturais.
Em quatro anos de desgoverno, a milícia fascista respaldada por parte das Forças Armadas terá deixado o Estado em petição de miséria e a sociedade envenenada.
O fascismo não pode ser tratado como um incidente histórico e esse tem sido o erro principal das forças progressistas, que em graus variados se aproximam dos ideais civilizatórios.
Atacar Sergio Moro é uma boa estratégia?
Por Carol Proner
As últimas pesquisas mostram que Sérgio Moro não convence. Mesmo com padrinhos influentes na mídia, que o sustentam há anos, como se vê agora na sua enésima capa da Veja, o ex-juiz não decola e frustra os planos da terceira via.
Como tal, opinam alguns, mereceria ser ignorado. No campo jurídico esse impasse do cômputo político também aparece, de que críticas podem evidenciá-lo e, ao fim, beneficiá-lo de forma inversa.
O dilema se instalou no meio jurídico após Moro, via twitter, recusar um convite do grupo Prerrogativas para um debate a respeito da Lava Jato.
As últimas pesquisas mostram que Sérgio Moro não convence. Mesmo com padrinhos influentes na mídia, que o sustentam há anos, como se vê agora na sua enésima capa da Veja, o ex-juiz não decola e frustra os planos da terceira via.
Como tal, opinam alguns, mereceria ser ignorado. No campo jurídico esse impasse do cômputo político também aparece, de que críticas podem evidenciá-lo e, ao fim, beneficiá-lo de forma inversa.
O dilema se instalou no meio jurídico após Moro, via twitter, recusar um convite do grupo Prerrogativas para um debate a respeito da Lava Jato.
A recusa reavivou uma enxurrada de mensagens e artigos do grupo lembrando da conduta do ex-juiz na chefia da operação farsesca que abalou o curso natural da democracia brasileira.
É difícil esperar que juristas moderem suas críticas porque levamos anos dizendo a mesma coisa e é exasperante que o ex-juiz que feriu gravemente os interesses brasileiros tenha o descaramento de se candidatar.
É difícil esperar que juristas moderem suas críticas porque levamos anos dizendo a mesma coisa e é exasperante que o ex-juiz que feriu gravemente os interesses brasileiros tenha o descaramento de se candidatar.
sábado, 15 de janeiro de 2022
sexta-feira, 14 de janeiro de 2022
A guerra virtual contra o esgoto bolsonarista
Montagem: Mídia Ninja |
Para entender como as coisas funcionam no Brasil, basta imaginar situações hipotéticas de sinal invertido envolvendo o PT.
Vamos supor que as reportagens da jornalista Patrícia Campos Melo, do jornal Folha de São Paulo, em 2018, contendo fartas denúncias e riqueza de provas sobre uma máquina de calúnias, injúrias e difamações, com financiamento criminoso de empresários, não se referissem à campanha de Bolsonaro, mas sim à de Haddad?
Alguém tem dúvida de que a chapa Haddad-Manuela seria cassada, quem sabe ainda durante a campanha, ou logo em seguida, e caso vencesse, seria impedida de tomar posse?
A revogação da reforma trabalhista
Pedro Sánchez e Lula. Foto: Ricardo Stuckert |
Um tuíte do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – com não mais que 29 palavras e 200 caracteres – despertou o primeiro frenesi das elites brasileiras em relação aos temas que serão debatidos neste ano eleitoral. Ao compartilhar em suas redes sociais, em 4 de janeiro, uma notícia a respeito da “revogação” da reforma trabalhista pelo governo espanhol, Lula agregou este breve comentário: “É importante que os brasileiros acompanhem de perto o que está acontecendo na Reforma Trabalhista da Espanha, onde o presidente Pedro Sanchez está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores”.
Quem fará o discurso da esquerda?
Por Roberto Amaral, em seu blog:
A burguesia aqui operante, desapartada dos interesses do país, vem garantindo o império de sua ordem, nada obstante a periódica troca nominal de governantes que promove e a sucessão de partidos políticos conservadores que no mais das vezes se confundem na mesmice de programas (escritos por mera exigência legal) e na prática comum de vícios, dentre os quais aflora o descompromisso com o que quer que mesmo de longe sugira um projeto nacional, a cuja carência debitamos grande parte de nossas mazelas. O poder pelo poder – a ocupação das sinecuras e os “negócios de Estado”– é o fim e a justificativa do concurso partidário, elevado aos píncaros da biltraria pelo Centrão, conglomerado de reacionários e negocistas de que se vale a classe dominante para manietar o Congresso e, por seu intermédio, impedir reformas e impor retrocessos políticos. Mediante esse controle, custeado pela ingerência do poder econômico nas eleições, asfixia os eventuais governos populares (sempre um episódio fora da curva), impondo-lhes a rendição, como ocorreu com o golpe de Estado parlamentar que sequestrou o mandato de Dilma Rousseff.
A burguesia aqui operante, desapartada dos interesses do país, vem garantindo o império de sua ordem, nada obstante a periódica troca nominal de governantes que promove e a sucessão de partidos políticos conservadores que no mais das vezes se confundem na mesmice de programas (escritos por mera exigência legal) e na prática comum de vícios, dentre os quais aflora o descompromisso com o que quer que mesmo de longe sugira um projeto nacional, a cuja carência debitamos grande parte de nossas mazelas. O poder pelo poder – a ocupação das sinecuras e os “negócios de Estado”– é o fim e a justificativa do concurso partidário, elevado aos píncaros da biltraria pelo Centrão, conglomerado de reacionários e negocistas de que se vale a classe dominante para manietar o Congresso e, por seu intermédio, impedir reformas e impor retrocessos políticos. Mediante esse controle, custeado pela ingerência do poder econômico nas eleições, asfixia os eventuais governos populares (sempre um episódio fora da curva), impondo-lhes a rendição, como ocorreu com o golpe de Estado parlamentar que sequestrou o mandato de Dilma Rousseff.
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