Por Cida Trajano, no sítio da CUT:
A grife espanhola Zara virou marca da escravidão em nosso país, após suas oficinas terceirizadas serem flagradas com o uso e abuso de trabalhadores em condições desumanas, submetidos a práticas coercitivas que remontam aos tempos do chicote e da senzala.
Surpreendida por equipes de fiscalização trabalhista, a multinacional aposta na impunidade, recusando-se até mesmo a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) na última quarta-feira. Aliás, compareceu na reunião após ser duplamente intimada, já que havia faltado a anterior.
Conforme o TAC, a Zara deveria investir R$ 20 milhões em ações de combate ao trabalho degradante, reduzir a absurda subcontratação dentro da cadeia produtiva e se responsabilizar pelas condições de trabalho nas confecções contratadas. Mas, segundo o diretor de “responsabilidade social” do grupo controlador da Zara, Félix Poza, não há nada que a multinacional possa fazer, pois as empresas picaretas que contrata para terceirizar o arrocho e a precarização, são “autônomas” e “apenas” prestam serviço sujo para esta e para outras marcas. Maior confissão de fé na impunidade, impossível, o que estampa que a tal “responsabilidade social” é mais uma das peças de ficção publicitárias no guarda roupa de imoralidades da grife.
Vale lembrar que nos termos propostos pelo Ministério Público do Trabalho ainda estava definido que a Zara estaria proibida de contratar mão de obra de operários estrangeiros em situação irregular e que teria a obrigação do comprimento integral da legislação trabalhista brasileira. Mesmo para o óbvio, a resposta foi negativa, uma vez mais.
O fato é que as equipes de fiscalização encontraram 51 pessoas (46 bolivianos) trabalhando para a Zara em condições análogas à escravidão no mês de junho na cidade de Americana, no interior paulista. Como a situação era a mais degradante possível, vamos resumir o escárnio a uma jornada média de 14 horas por dia, na qual recebiam o equivalente a R$ 0,20 por peça de roupa produzida para a grife. Nem bem havia se passado um mês, mais 14 bolivianos – todos trabalhando para a mesma Zara - foram encontrados em condições semelhantes, no centro da capital paulista.
Não é possível deixar esta multinacional se comportando como se estivesse na casa da mãe Joana. A postura mais do que negligente, de afronta à legislação social e trabalhista do país, bem como o comportamento irresponsável e criminoso em relação ao Estado e aos trabalhadores, merece punição. Exemplar e pra já. Do contrário, continuaremos tendo senhores como Félix Poza que, após sapatearam sobre a própria Constituição, dizem: E daí?
O governo e a Justiça com a palavra.
A grife espanhola Zara virou marca da escravidão em nosso país, após suas oficinas terceirizadas serem flagradas com o uso e abuso de trabalhadores em condições desumanas, submetidos a práticas coercitivas que remontam aos tempos do chicote e da senzala.
Surpreendida por equipes de fiscalização trabalhista, a multinacional aposta na impunidade, recusando-se até mesmo a assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho (MPT) na última quarta-feira. Aliás, compareceu na reunião após ser duplamente intimada, já que havia faltado a anterior.
Conforme o TAC, a Zara deveria investir R$ 20 milhões em ações de combate ao trabalho degradante, reduzir a absurda subcontratação dentro da cadeia produtiva e se responsabilizar pelas condições de trabalho nas confecções contratadas. Mas, segundo o diretor de “responsabilidade social” do grupo controlador da Zara, Félix Poza, não há nada que a multinacional possa fazer, pois as empresas picaretas que contrata para terceirizar o arrocho e a precarização, são “autônomas” e “apenas” prestam serviço sujo para esta e para outras marcas. Maior confissão de fé na impunidade, impossível, o que estampa que a tal “responsabilidade social” é mais uma das peças de ficção publicitárias no guarda roupa de imoralidades da grife.
Vale lembrar que nos termos propostos pelo Ministério Público do Trabalho ainda estava definido que a Zara estaria proibida de contratar mão de obra de operários estrangeiros em situação irregular e que teria a obrigação do comprimento integral da legislação trabalhista brasileira. Mesmo para o óbvio, a resposta foi negativa, uma vez mais.
O fato é que as equipes de fiscalização encontraram 51 pessoas (46 bolivianos) trabalhando para a Zara em condições análogas à escravidão no mês de junho na cidade de Americana, no interior paulista. Como a situação era a mais degradante possível, vamos resumir o escárnio a uma jornada média de 14 horas por dia, na qual recebiam o equivalente a R$ 0,20 por peça de roupa produzida para a grife. Nem bem havia se passado um mês, mais 14 bolivianos – todos trabalhando para a mesma Zara - foram encontrados em condições semelhantes, no centro da capital paulista.
Não é possível deixar esta multinacional se comportando como se estivesse na casa da mãe Joana. A postura mais do que negligente, de afronta à legislação social e trabalhista do país, bem como o comportamento irresponsável e criminoso em relação ao Estado e aos trabalhadores, merece punição. Exemplar e pra já. Do contrário, continuaremos tendo senhores como Félix Poza que, após sapatearam sobre a própria Constituição, dizem: E daí?
O governo e a Justiça com a palavra.
7 comentários:
É uma vergonha. A falta de valorização de trabalho e o descaso da empresa.
É uma vergonha. A falta de valorização de trabalho e o descaso da empresa.
O mínimo que se possa fazer, é mandar a Zara de volta à Espanha e bloquear todos os seus bens aqui no Brasil. Quem precisa de espanhóis por aqui, é preciso aumentar as oportunidades das brasileiras no mesmo seguimento.
Cadê as socialites daquele vídeo tão impregnadas de conhecimento profundo sobre as agruras do nosso País? Vamos chamá-las! Os frequentadores da marcha contra a corrupção, também deveriam ser convocados.
Ah! elas devem comprar os modelitos da Zara, bem como os da Daslú contrabandeados, quiçá uns DVDs piratinhas também.
Gostaria de ver essas lojas fechadas. Mas, talvez, os legisladores concordem com esse tipo de 'flexibilização' do trabalho.
E dos super e hipermercados, ninguem fala nada?
A empresa continua a todo vapor em pequenas cidades do interior do Maranhão e Pará onde as pessoas são menos esclarecida e a população acha normal atividades e relacionamento de trabalho degradante a fiscalização é inexistente por motivos óbvios.
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