Encerrou-se a votação da eleição presidencial da Venezuela. Sem surpresas quanto ao resultado final, Nicolás Maduro venceu a disputa. Surpresa houve na margem apertada de votos entre ele e o segundo colocado, Henrique Capriles. Perto de 2%. O oposicionista pediu recontagem dos votos, que teve a concordância de Maduro. Natural, pela pouca diferença. Mas não dá para falar em ilegitimidade, como afirma o queridinho de Washington.
Mesmo que o resultado eleitoral se desse por um voto seria legítimo. A “ditadura” chavista permite que a oposição dispute eleições, vença, se for o caso; permite que todos os jornais da Venezuela sejam de oposição e que Capriles, atual nome da direita daquele país, não saia da TV.
Já a “democracia” estadunidense permite que as pessoas se organizem fora dos partidos Republicano e Democrata, mas não que disputem a eleição presidencial, mesmo que estejam inscritos para isso. Na última eleição em 2012, havia mais 141 candidatos à Casa Branca entre independentes e partidos menores.
E para quem acha que isso é invenção chavista-lulopetista-castrista, clique aqui e leia matéria do G1, da “poderosa”.
O conceito de democracia na terra do Tio Sam é usado como modelo para o mundo, mas eles mesmos não a aplicam. Toda a eleição é privada, num jogo de apenas duas faces. Enquanto na Venezuela existem mais de trinta partidos com atuação e liberdade real de disputar suas eleições. “As eleições na Venezuela são mais livres do mundo”, afirmou Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA entre 1977 e 1981. Ele coordena uma instituição de monitoramento de eleições ao redor do mundo há mais de uma década, o Carter Center. Leia mais aqui
O interesse na eleição venezuelana se deve ao fato de aquele país ser o maior produtor de petróleo do planeta e essa riqueza, a partir de Hugo Chávez, não ser fonte de riqueza das elites e sim, melhoria de vida do povo. Foi a Venezuela de Chávez quem mais reduziu a pobreza nos últimos anos.
Capriles e a oposição na Venezuela irão tentar a todo custo desestabilizar sua democracia. Ela, a oposição, até tem o direito de pedir recontagem dos votos, mas não deslegitimar um processo em que eles participaram livremente. O gene golpista da direita latino-americana ferve nas veias dos oposicionistas que já tentaram um golpe de Estado em 2002. Outro golpe não seria novidade.
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