Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:
Na madrugada do dia 24 de dezembro, a TV Cidade de Taubaté teve parte de seus equipamentos roubados e sua sede parcialmente incendiada. De acordo com o presidente do veículo comunitário Mario Jefferson Leite Mello, o prejuízo atinge a casa dos R$ 230 mil, entre equipamentos e estrutura.
“Às 7h30 do dia 24, encontramos o portão de nossa sede aberto e, ao entrarmos no local, notamos que muito material havia sido levado”, conta. “Assaltos acontecem, mas o que intriga é o fato de, mesmo com o êxito do assalto, nosso estúdio ter sido incendiado. Parece um recado bastante duro”.
Ele ressalta que uma semana antes do ocorrido o canal exibiu vídeos de campanha pela democratização da mídia e abordou temas espinhosos, como a regulação do setor e o autoritarismo das empresas de telecomunicações. A TV Cidade também tem em seu histórico produções bastante provocativas, como a documentação da ação policial de desocupação em Pinheirinho.
Apesar de considerar o incêndio um "ato simbólico", Mello evita apontar culpados ou mesmo decretar que a ação tenha sido premeditada e política. “Pode até se tratar da ação comum de uma quadrilha de assaltantes, já que outras duas produtoras audiovisuais foram vítimas de roubos recentes na região de Taubaté e Jacareí, mas fica no ar o por quê do incêndio".
De acordo Polícia Militar da cidade, os criminosos teriam invadido o local arrombando a porta principal e, durante a ação de retirada dos equipamentos, é possível que tenha ocorrido um curto circuito, provocando o incêndio. "Foi um 'cala a boca', na minha opinião".
Segundo Mello, o caso está sendo investigado pela Polícia Federal, já que boa parte do equipamento levado é fruto de um convênio com o Ministério da Cultura.
A previsão para a restauração do estúdio é de aproximadamente um mês, considerando que o assaltantes deixaram equipamentos importantes para trás. “Improvisamos um estúdio na sala de espera e temos recebido doações espontâneas de simpatizantes e empresas que se solidarizaram conosco”, relata. “Recebemos, inclusive, um conjunto de quatro câmeras de segurança”.
Além disso, eventos beneficentes estão sendo promovidos para arrecadar fundos e amenizar o prejuízo do canal. “Assim que a restauração estiver concluída, temos a ideia de organizar uma virada cultural para a comunidade, como forma de reafirmar que a TV pertence a ela”.
Um campo esquecido
Apesar de a Constituição Federal prever a complementaridade entre os sistemas de comunicação privado, público e comunitário, apenas os veículos comerciais beneficiam-se do vazio de regras para o setor. “No caso dos meios comunitários”, argumenta Mello, “o problema vai desde a falta de fomento por parte do governo até o fato de sequer sabermos quem somos, por definição”.
Presidente também da Frente Nacional pela Valorização das TVs do Campo Público (Frenavatec), ele diz que há um bom diálogo com o novo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, autor de um Projeto de Lei que permitiria a veiculação de publicidade em canais comunitários.
“A regulação deve dar condições para saibamos quem somos e, a partir disso, construirmos políticas públicas fortes para o setor”, defende Mello. “O Estado deve fomentar o campo público, e não é liberando linha de crédito apenas para veículos comerciais. Só assim podemos pensar em uma comunicação democrática”.
Nota de solidariedade
O Centro de Estudos Barão de Itararé se solidariza, por meio desta nota, à TV Cidade de Taubaté. O papel desempenhado pelos veículos do campo público é de fundamental importância para a construção de uma mídia mais democrática e, por isso, manifestamos nosso desejo de pronta restauração de sua estrutura e normalização de sua operação.
Na madrugada do dia 24 de dezembro, a TV Cidade de Taubaté teve parte de seus equipamentos roubados e sua sede parcialmente incendiada. De acordo com o presidente do veículo comunitário Mario Jefferson Leite Mello, o prejuízo atinge a casa dos R$ 230 mil, entre equipamentos e estrutura.
“Às 7h30 do dia 24, encontramos o portão de nossa sede aberto e, ao entrarmos no local, notamos que muito material havia sido levado”, conta. “Assaltos acontecem, mas o que intriga é o fato de, mesmo com o êxito do assalto, nosso estúdio ter sido incendiado. Parece um recado bastante duro”.
Ele ressalta que uma semana antes do ocorrido o canal exibiu vídeos de campanha pela democratização da mídia e abordou temas espinhosos, como a regulação do setor e o autoritarismo das empresas de telecomunicações. A TV Cidade também tem em seu histórico produções bastante provocativas, como a documentação da ação policial de desocupação em Pinheirinho.
Apesar de considerar o incêndio um "ato simbólico", Mello evita apontar culpados ou mesmo decretar que a ação tenha sido premeditada e política. “Pode até se tratar da ação comum de uma quadrilha de assaltantes, já que outras duas produtoras audiovisuais foram vítimas de roubos recentes na região de Taubaté e Jacareí, mas fica no ar o por quê do incêndio".
De acordo Polícia Militar da cidade, os criminosos teriam invadido o local arrombando a porta principal e, durante a ação de retirada dos equipamentos, é possível que tenha ocorrido um curto circuito, provocando o incêndio. "Foi um 'cala a boca', na minha opinião".
Segundo Mello, o caso está sendo investigado pela Polícia Federal, já que boa parte do equipamento levado é fruto de um convênio com o Ministério da Cultura.
A previsão para a restauração do estúdio é de aproximadamente um mês, considerando que o assaltantes deixaram equipamentos importantes para trás. “Improvisamos um estúdio na sala de espera e temos recebido doações espontâneas de simpatizantes e empresas que se solidarizaram conosco”, relata. “Recebemos, inclusive, um conjunto de quatro câmeras de segurança”.
Além disso, eventos beneficentes estão sendo promovidos para arrecadar fundos e amenizar o prejuízo do canal. “Assim que a restauração estiver concluída, temos a ideia de organizar uma virada cultural para a comunidade, como forma de reafirmar que a TV pertence a ela”.
Um campo esquecido
Apesar de a Constituição Federal prever a complementaridade entre os sistemas de comunicação privado, público e comunitário, apenas os veículos comerciais beneficiam-se do vazio de regras para o setor. “No caso dos meios comunitários”, argumenta Mello, “o problema vai desde a falta de fomento por parte do governo até o fato de sequer sabermos quem somos, por definição”.
Presidente também da Frente Nacional pela Valorização das TVs do Campo Público (Frenavatec), ele diz que há um bom diálogo com o novo ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, autor de um Projeto de Lei que permitiria a veiculação de publicidade em canais comunitários.
“A regulação deve dar condições para saibamos quem somos e, a partir disso, construirmos políticas públicas fortes para o setor”, defende Mello. “O Estado deve fomentar o campo público, e não é liberando linha de crédito apenas para veículos comerciais. Só assim podemos pensar em uma comunicação democrática”.
Nota de solidariedade
O Centro de Estudos Barão de Itararé se solidariza, por meio desta nota, à TV Cidade de Taubaté. O papel desempenhado pelos veículos do campo público é de fundamental importância para a construção de uma mídia mais democrática e, por isso, manifestamos nosso desejo de pronta restauração de sua estrutura e normalização de sua operação.
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