domingo, 8 de fevereiro de 2015

O segredo do caixa 2 de FHC

Da revista CartaCapital:

A morte, no domingo 1°, do ex-ministro e ex-senador José Eduardo Andrade Vieira, aos 76 anos, por causa de uma parada cardíaca, mantém na penumbra alguns episódios importantes da política e da economia na década de 1990.

Em 2000, o titular da Agricultura entre 1995 e 1996 revelou detalhes do caixa de campanha de Fernando Henrique, alimentado com significativo volume de aportes em espécie feitos por empresas e indivíduos para driblar a identificação dos doadores à Justiça Eleitoral.

O ex-presidente acompanhava minuciosamente a arrecadação e cerca de 100 milhões de reais nunca apareceram na contabilidade oficial da campanha, declarou Andrade Vieira ao Ministério Público.

Ele participou ativamente do esquema de arrecadação e isso, provavelmente, aumentou o seu ressentimento em relação a FHC quando o Banco Central, em 1997, liquidou o Bamerindus, uma das maiores instituições financeiras do País, controlado por sua família. Atribuiu a intervenção do BC às preocupações do tucano em relação às suas ambições políticas.

Em 1994, o ex-banqueiro tentou lançar-se candidato à Presidência, nas eleições vencidas por FHC. O Bamerindus, desmembrado pelo BC, foi adquirido parcialmente pelo HSBC.

O negócio, facilitado pela intervenção, foi ruim para a família Andrade Vieira, controladora da instituição, e não pareceu bom para Brasil. Em 2008, o lucro das operações locais do HSBC, devidamente remetido à matriz, foi o quarto maior no mundo, atrás de Hong Kong, China e Reino Unido.

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