Por Bepe Damasco, em seu blog:
"A classe média é uma abominação política porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante." A declaração da filósofa Marilena Chauí, dada em maio de 2013, ecoa mais do nunca nos dias de hoje.
Vale a pena pinçar dois dos mantras prediletos dos que vão às ruas vociferar pelo fim do regime democrático : 1) "Vai pra Cuba", expressando um anticomunismo tosco e anacrônico, típicos de uma guerra fria que ficou para trás; 2) "O PT implantou o bolivarianismo no Brasil", buscando estabelecer uma conexão difusa e preconceituosa entre os governos petistas e a Venezuela.
Vamos imaginar, então, o seguinte: se fosse realizada uma pesquisa na Avenida Paulista, no dia 13 de março, sobre conhecimentos básicos a respeito de Cuba, aposto que a maioria esmagadora dos consultados seria reprovada com louvor.
Duvido que fossem capazes de responder sobre os efeitos nefastos do embargo econômico sofrido por Cuba, que já dura mais 50 anos, ou muito menos acerca das extraordinárias conquistas cubanas em saúde e educação.
Também é líquido e certo que os que inflam o peito para denunciar as mazelas e o viés antidemocrático do regime bolivariano não sabem dizer sequer quem foi Simon Bolívar. Como faltaram às aulas de história, desconhecem a saga do grande libertador da América espanhola.
Aliás, o grande ídolo da classe média atualmente, o juiz-vingador Sérgio Moro, além de se notabilizar por suas agressões à língua pátria, deu na semana passada eloquente demonstração de que precisa urgentemente se reciclar, folheando de vez em quando livros de história.
Ao defender o vazamento criminoso dos grampos da presidenta Dilma, o juiz de 1ª instância comparou o episódio ao rumoroso caso Watergate, que acabou por provocar a renúncia do presidente americano Richard Nixon, na década de 70.
Ora, excelência, qualquer jovem minimamente interessado em política internacional e história sabe que o presidente republicano caiu porque os repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, do Washington Post, conseguiram responsabilizá-lo pela colocação de grampos no escritório do Partido Democrata. Ou seja, justamente o oposto do caso da presidenta, que foi vítima de grampo ilegal.
Fico imaginando a perplexidade do numeroso estrato golpista e fascista da classe média brasileira diante da visita histórica do presidente da maior potência capitalista do planeta à Cuba, coroando o reatamento das relações diplomáticas entre os dois países. Deve ter doído fundo na alma totalitária dessa gente as imagens de Obama no Palácio da Revolução ou assistindo alegremente a um jogo de beisebol na companhia e Raul Castro.
Vou morrer sem entender os motivos pelos quais justamente uma grande parte dos endinheirados brasileiros, privilegiados que tiveram acesso aos melhores colégios e universidades, dão seguidas demonstrações de uma ignorância visceral. Esta aí um desafio e tanto para cientistas políticos, filósofos, educadores e estudiosos em geral.
"A classe média é uma abominação política porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante." A declaração da filósofa Marilena Chauí, dada em maio de 2013, ecoa mais do nunca nos dias de hoje.
Vale a pena pinçar dois dos mantras prediletos dos que vão às ruas vociferar pelo fim do regime democrático : 1) "Vai pra Cuba", expressando um anticomunismo tosco e anacrônico, típicos de uma guerra fria que ficou para trás; 2) "O PT implantou o bolivarianismo no Brasil", buscando estabelecer uma conexão difusa e preconceituosa entre os governos petistas e a Venezuela.
Vamos imaginar, então, o seguinte: se fosse realizada uma pesquisa na Avenida Paulista, no dia 13 de março, sobre conhecimentos básicos a respeito de Cuba, aposto que a maioria esmagadora dos consultados seria reprovada com louvor.
Duvido que fossem capazes de responder sobre os efeitos nefastos do embargo econômico sofrido por Cuba, que já dura mais 50 anos, ou muito menos acerca das extraordinárias conquistas cubanas em saúde e educação.
Também é líquido e certo que os que inflam o peito para denunciar as mazelas e o viés antidemocrático do regime bolivariano não sabem dizer sequer quem foi Simon Bolívar. Como faltaram às aulas de história, desconhecem a saga do grande libertador da América espanhola.
Aliás, o grande ídolo da classe média atualmente, o juiz-vingador Sérgio Moro, além de se notabilizar por suas agressões à língua pátria, deu na semana passada eloquente demonstração de que precisa urgentemente se reciclar, folheando de vez em quando livros de história.
Ao defender o vazamento criminoso dos grampos da presidenta Dilma, o juiz de 1ª instância comparou o episódio ao rumoroso caso Watergate, que acabou por provocar a renúncia do presidente americano Richard Nixon, na década de 70.
Ora, excelência, qualquer jovem minimamente interessado em política internacional e história sabe que o presidente republicano caiu porque os repórteres Bob Woodward e Carl Bernstein, do Washington Post, conseguiram responsabilizá-lo pela colocação de grampos no escritório do Partido Democrata. Ou seja, justamente o oposto do caso da presidenta, que foi vítima de grampo ilegal.
Fico imaginando a perplexidade do numeroso estrato golpista e fascista da classe média brasileira diante da visita histórica do presidente da maior potência capitalista do planeta à Cuba, coroando o reatamento das relações diplomáticas entre os dois países. Deve ter doído fundo na alma totalitária dessa gente as imagens de Obama no Palácio da Revolução ou assistindo alegremente a um jogo de beisebol na companhia e Raul Castro.
Vou morrer sem entender os motivos pelos quais justamente uma grande parte dos endinheirados brasileiros, privilegiados que tiveram acesso aos melhores colégios e universidades, dão seguidas demonstrações de uma ignorância visceral. Esta aí um desafio e tanto para cientistas políticos, filósofos, educadores e estudiosos em geral.
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