Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Covardia e cinismo são marcas registradas do governo Temer.
Isso se expressa claramente na questão das verbas publicitárias.
Hoje, o tema voltou à cena com a notícia (velha) de que as verbas de sites de esquerda foram suprimidas, e repassadas aos suspeitos de sempre.
A Folha deu.
O que mais incomoda, pelo farisaísmo, é descrever os sites como “petistas”.
Isso se chama canalhice.
A própria Folha, dias atrás, citou o DCM por conta de uma entrevista que fizemos com Ciro Gomes. Fomos classificados corretamente: “um site esquerdista”.
É exatamente o que somos. Apoiamos Luciana Genro em 2014, elegemos Jean Wyllys o Político de 2015, e nossas páginas estão abertas ao que julgamos haver de melhor no pensamento de esquerda. Apoiamos também as controvertidas Jornadas de 2013, que acabaram destruindo o sistema político putrefato que vigorava ali, tão bem refletido numa foto em que Lula aparecia ao lado de Maluf.
Petistas, nós?
Nossa missão, publicada no site, é contribuir por um Brasil igualitário, escandinavo, sem os abismos de opulência e miséria que nos caracterizam e nos rebaixam.
Nascemos longe do PT, crescemos longe do PT e nos estabelecemos como um dos maiores sites de notícias longe do PT.
Temos enormes diferenças com o PT, mas reconhecemos os resultados extraordinários de suas políticas sociais.
Para o leitor não familiarizado com as verbas publicitárias do governo: ao longo dos tempos, elas se transformaram numa vaca leiteira para as grandes companhias de mídia. O órgão federal que cuida disso é a Secom.
É seguro dizer que sem elas as empresas não sobreviveriam, não ao menos como são.
A Globo, para ficar no caso mais escandaloso, leva 600 milhões de reais por ano. Ao longo dos anos, num milagre, as audiências da Globo despencaram, mas as receitas publicitárias avançaram. Posso garantir: só no Brasil.
O DCM, já tendo se tornado uma referência jornalística nacional, apresentou-se enfim à Secom.
Era minha crença, e ainda é que, que antes de pleitearmos verbas, privadas ou oficiais, tínhamos que ser um site com larga audiência e repercussão. Saímos do nada e, graças a uma adesão fulminante de leitores, chegamos a 20 milhões de acessos mês e cerca de 4 milhões de visitantes únicos.
A luta para sermos recebidos na Secom foi épica. Tudo ali gira em torno da mídia plutocrática. Longas esperas, nãos, este tipo de coisa.
Aos poucos, pela força da natureza que era e é o DCM, começaram a pingar gotas. Literalmente gotas: tudo que a Secom nos destinou, em cerca de dois anos, girou em torno de 1 milhão de reais.
Nunca tivemos em mente comprar gravatas italianas com as verbas. Somos brutalmente frugais. Nosso objeto era simplesmente ter recursos para melhorar o DCM.
Encontramos uma jornalista brilhante na Suécia, um posto vital para mostrar à sociedade que não estamos condenados a ser um campeão de iniquidade.
Mas como pagá-la?
Mal começamos a publicar seus textos, tivemos que interrompê-los pela decisão de Temer de suprimir contratos - isto é de extrema gravidade - que já tinham sido firmados.
Romper contratos em vigência é típico de regimes de exceção. Na sua Carta aos Brasileiros, de 2002, Lula foi forçado a garantir os contratos que herdara de FHC. Todos eles.
É tão infame a posição de Temer que você pode perguntar, socraticamente: se os sites a favor do PT não devem receber recursos, que dizer das empresas a favor do PSDB?
Teria sido mais decente, mais digno, mais veraz se Temer dissesse: estou tirando as verbas de sites contra o meu governo.
Esta é a verdade.
Mas então ele deixaria claro que já não vivemos numa democracia - mas num regime que persegue meios de comunicação que não o apoiam.
Isso se expressa claramente na questão das verbas publicitárias.
Hoje, o tema voltou à cena com a notícia (velha) de que as verbas de sites de esquerda foram suprimidas, e repassadas aos suspeitos de sempre.
A Folha deu.
O que mais incomoda, pelo farisaísmo, é descrever os sites como “petistas”.
Isso se chama canalhice.
A própria Folha, dias atrás, citou o DCM por conta de uma entrevista que fizemos com Ciro Gomes. Fomos classificados corretamente: “um site esquerdista”.
É exatamente o que somos. Apoiamos Luciana Genro em 2014, elegemos Jean Wyllys o Político de 2015, e nossas páginas estão abertas ao que julgamos haver de melhor no pensamento de esquerda. Apoiamos também as controvertidas Jornadas de 2013, que acabaram destruindo o sistema político putrefato que vigorava ali, tão bem refletido numa foto em que Lula aparecia ao lado de Maluf.
Petistas, nós?
Nossa missão, publicada no site, é contribuir por um Brasil igualitário, escandinavo, sem os abismos de opulência e miséria que nos caracterizam e nos rebaixam.
Nascemos longe do PT, crescemos longe do PT e nos estabelecemos como um dos maiores sites de notícias longe do PT.
Temos enormes diferenças com o PT, mas reconhecemos os resultados extraordinários de suas políticas sociais.
Para o leitor não familiarizado com as verbas publicitárias do governo: ao longo dos tempos, elas se transformaram numa vaca leiteira para as grandes companhias de mídia. O órgão federal que cuida disso é a Secom.
É seguro dizer que sem elas as empresas não sobreviveriam, não ao menos como são.
A Globo, para ficar no caso mais escandaloso, leva 600 milhões de reais por ano. Ao longo dos anos, num milagre, as audiências da Globo despencaram, mas as receitas publicitárias avançaram. Posso garantir: só no Brasil.
O DCM, já tendo se tornado uma referência jornalística nacional, apresentou-se enfim à Secom.
Era minha crença, e ainda é que, que antes de pleitearmos verbas, privadas ou oficiais, tínhamos que ser um site com larga audiência e repercussão. Saímos do nada e, graças a uma adesão fulminante de leitores, chegamos a 20 milhões de acessos mês e cerca de 4 milhões de visitantes únicos.
A luta para sermos recebidos na Secom foi épica. Tudo ali gira em torno da mídia plutocrática. Longas esperas, nãos, este tipo de coisa.
Aos poucos, pela força da natureza que era e é o DCM, começaram a pingar gotas. Literalmente gotas: tudo que a Secom nos destinou, em cerca de dois anos, girou em torno de 1 milhão de reais.
Nunca tivemos em mente comprar gravatas italianas com as verbas. Somos brutalmente frugais. Nosso objeto era simplesmente ter recursos para melhorar o DCM.
Encontramos uma jornalista brilhante na Suécia, um posto vital para mostrar à sociedade que não estamos condenados a ser um campeão de iniquidade.
Mas como pagá-la?
Mal começamos a publicar seus textos, tivemos que interrompê-los pela decisão de Temer de suprimir contratos - isto é de extrema gravidade - que já tinham sido firmados.
Romper contratos em vigência é típico de regimes de exceção. Na sua Carta aos Brasileiros, de 2002, Lula foi forçado a garantir os contratos que herdara de FHC. Todos eles.
É tão infame a posição de Temer que você pode perguntar, socraticamente: se os sites a favor do PT não devem receber recursos, que dizer das empresas a favor do PSDB?
Teria sido mais decente, mais digno, mais veraz se Temer dissesse: estou tirando as verbas de sites contra o meu governo.
Esta é a verdade.
Mas então ele deixaria claro que já não vivemos numa democracia - mas num regime que persegue meios de comunicação que não o apoiam.
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