Por Altamiro Borges
Durante o governo Dilma Rousseff, o terrorismo midiático obrava curiosos títulos: “Aumenta a renda do trabalhador, mas ela vai despencar”; “Brasil deixa o Mapa da Fome, mas a tendência é de piora”; “Desemprego está estável, mas tende a crescer.” A tônica era o pessimismo dos “urubólogos” de plantão. Agora, com o covil golpista de Michel Temer, a situação se inverteu. A mídia venal esbanja otimismo e os títulos são animadores. “O Brasil terá ao menos 2,5 milhões de ‘novos pobres’ até o fim do ano”, mas a situação deve melhorar; “Comércio fechou 108,7 mil lojas e cortou 182 mil vagas”, mas a tendência é de retomada das vendas.
Prova desta mudança de linha editorial – sabe-se lá a que preço em publicidade – foi dada nesta semana por dois jornalões do país, O Globo e Estadão. Em reportagem assinada por Renata Mariz, o diário da famiglia Marinho informou na segunda-feira (13): “Estudo inédito do Banco Mundial aponta que o número de pessoas vivendo na pobreza no Brasil aumentará entre 2,5 milhões e 3,6 milhões até o fim deste ano. Denominados de ‘novos pobres’ pela instituição internacional, porque estavam acima da linha da pobreza em 2015 e já caíram ou cairão abaixo dela neste ano, eles são na maioria adultos jovens, de áreas urbanas, com escolaridade média e que foram expulsos do mercado de trabalho formal pelo desemprego”.
Judas Temer nem é citado
Ainda de acordo com a reportagem, “se quiser estancar o crescimento da pobreza extrema aos níveis de 2015, base mais atual de dados oficiais sobre renda, o governo terá que aumentar o orçamento do Bolsa Família este ano para R$ 30,4 bilhões no cenário econômico mais otimista e para R$ 31 bilhões no quadro mais pessimista, aponta relatório do Banco Mundial. Para 2017, o programa de transferência de renda tem R$ 29,8 bilhões garantidos... Se o programa não aumentar, aponta o Banco Mundial, a proporção de brasileiros em situação de miséria subirá para 4,2% este ano no cenário otimista e para 4,6% no pessimista. Caso a cobertura seja ampliada, a taxa terá um leve crescimento para 3,5% e 3,6%, nos dois quadros econômicos traçados”.
O texto, porém, não faz qualquer crítica à política econômica do covil golpista – que tem elevado o desemprego e cortado verbas nas áreas sociais, inclusive para o programa Bolsa Família. O nome do Judas Michel Temer sequer é citado. Já em outros artigos do jornal O Globo, vários “especialistas do mercado” – nome fictício dos porta-vozes do capital rentista – reconhecem que a situação está ruim, mas juram que ela vai melhorar. Eles citam a queda da inflação – que é consequência da própria recessão – e garantem que o “deus-mercado” está mais confiante nos rumos do Brasil. Os dados sobre os 2,5 milhões de “novos pobres” não importam!
Pior ano da história do varejo
Na mesma segunda-feira, o Estadão publicou que o comércio fechou 108,7 mil lojas e cortou 182 mil vagas no ano passado. Segundo a reportagem, assinada por Márcia de Chiara, “2016 foi o pior ano da história do varejo, com números recordes de fechamento de lojas, demissões e retração de vendas, mostra estudo da Confederação Nacional do Comércio, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados... O ano superou os resultados negativos de 2015 tanto na quantidade de lojas desativadas como em vagas fechadas. Em dois anos, o comércio encolheu em mais de 200 mil lojas e quase 360 mil empregos diretos”.
Ainda de acordo com a matéria, “o desânimo do varejo é visível nas ruas de comércio sofisticado e popular. É grande o número de lojas fechadas com placas de aluga-se. ‘O que chama a atenção é que as placas de aluga-se não eram comuns nos Jardins’, diz Jamile Ribeiro, coordenadora de marketing da Associação de Lojistas dos Jardins, reduto de lojas de luxo da capital paulista. A situação não é diferente nas ruas do Bom Retiro, bairro paulistano que reúne lojas de confecção. ‘Nos últimos dois anos, 10% das lojas fecharam por causa da crise’, observa a secretária executiva da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Bom Retiro, Kelly Lopes”.
Acorda "midiota"!
“O estudo da CNC mostra que de dez segmentos do varejo analisados, todos fecharam mais lojas do que abriram no ano passado. Depois dos hipermercados e supermercados, as lojas de artigos de vestuário e calçados foram as que mais sofreram com a crise. Em 2016, 20,5 mil fecharam as portas no País, descontadas as inaugurações. A Lojas Marisa, por exemplo, fechou cinco lojas em 2016 e abriu uma. A direção da rede, que tem hoje quase 400 lojas, diz que avalia neste ano se vale a pena manter a operação de 20 pontos de venda. Setores movidos a crédito, como revendas de automóveis, móveis e eletrônicos diminuíram o número de pontos de venda. A Via Varejo, dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, por exemplo, fechou 23 lojas de janeiro de 2015 a setembro de 2016”.
Mas após apresentar vários dados sobre a grave crise no comércio, o Estadão faz questão de explicitar seu otimismo com o futuro. Ouvindo os tais especialistas de mercado, o jornal garante que “o varejo em 2016 bateu no fundo do poço e dificilmente neste ano vai repetir números tão negativos. A tendência para 2017 é de estabilização dos números de lojas, de empregados e do faturamento”. Nada como a torcida militante pelo êxito do covil golpista de Michel Temer. Por razões políticas e econômicas – as milionárias verbas em publicidade –, a mídia mercenária alterou seu humor. “Está ruim, mas vai melhorar”! Só mesmo um tacanho “midiota” para acreditar nestas bravatas!
Durante o governo Dilma Rousseff, o terrorismo midiático obrava curiosos títulos: “Aumenta a renda do trabalhador, mas ela vai despencar”; “Brasil deixa o Mapa da Fome, mas a tendência é de piora”; “Desemprego está estável, mas tende a crescer.” A tônica era o pessimismo dos “urubólogos” de plantão. Agora, com o covil golpista de Michel Temer, a situação se inverteu. A mídia venal esbanja otimismo e os títulos são animadores. “O Brasil terá ao menos 2,5 milhões de ‘novos pobres’ até o fim do ano”, mas a situação deve melhorar; “Comércio fechou 108,7 mil lojas e cortou 182 mil vagas”, mas a tendência é de retomada das vendas.
Prova desta mudança de linha editorial – sabe-se lá a que preço em publicidade – foi dada nesta semana por dois jornalões do país, O Globo e Estadão. Em reportagem assinada por Renata Mariz, o diário da famiglia Marinho informou na segunda-feira (13): “Estudo inédito do Banco Mundial aponta que o número de pessoas vivendo na pobreza no Brasil aumentará entre 2,5 milhões e 3,6 milhões até o fim deste ano. Denominados de ‘novos pobres’ pela instituição internacional, porque estavam acima da linha da pobreza em 2015 e já caíram ou cairão abaixo dela neste ano, eles são na maioria adultos jovens, de áreas urbanas, com escolaridade média e que foram expulsos do mercado de trabalho formal pelo desemprego”.
Judas Temer nem é citado
Ainda de acordo com a reportagem, “se quiser estancar o crescimento da pobreza extrema aos níveis de 2015, base mais atual de dados oficiais sobre renda, o governo terá que aumentar o orçamento do Bolsa Família este ano para R$ 30,4 bilhões no cenário econômico mais otimista e para R$ 31 bilhões no quadro mais pessimista, aponta relatório do Banco Mundial. Para 2017, o programa de transferência de renda tem R$ 29,8 bilhões garantidos... Se o programa não aumentar, aponta o Banco Mundial, a proporção de brasileiros em situação de miséria subirá para 4,2% este ano no cenário otimista e para 4,6% no pessimista. Caso a cobertura seja ampliada, a taxa terá um leve crescimento para 3,5% e 3,6%, nos dois quadros econômicos traçados”.
O texto, porém, não faz qualquer crítica à política econômica do covil golpista – que tem elevado o desemprego e cortado verbas nas áreas sociais, inclusive para o programa Bolsa Família. O nome do Judas Michel Temer sequer é citado. Já em outros artigos do jornal O Globo, vários “especialistas do mercado” – nome fictício dos porta-vozes do capital rentista – reconhecem que a situação está ruim, mas juram que ela vai melhorar. Eles citam a queda da inflação – que é consequência da própria recessão – e garantem que o “deus-mercado” está mais confiante nos rumos do Brasil. Os dados sobre os 2,5 milhões de “novos pobres” não importam!
Pior ano da história do varejo
Na mesma segunda-feira, o Estadão publicou que o comércio fechou 108,7 mil lojas e cortou 182 mil vagas no ano passado. Segundo a reportagem, assinada por Márcia de Chiara, “2016 foi o pior ano da história do varejo, com números recordes de fechamento de lojas, demissões e retração de vendas, mostra estudo da Confederação Nacional do Comércio, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados... O ano superou os resultados negativos de 2015 tanto na quantidade de lojas desativadas como em vagas fechadas. Em dois anos, o comércio encolheu em mais de 200 mil lojas e quase 360 mil empregos diretos”.
Ainda de acordo com a matéria, “o desânimo do varejo é visível nas ruas de comércio sofisticado e popular. É grande o número de lojas fechadas com placas de aluga-se. ‘O que chama a atenção é que as placas de aluga-se não eram comuns nos Jardins’, diz Jamile Ribeiro, coordenadora de marketing da Associação de Lojistas dos Jardins, reduto de lojas de luxo da capital paulista. A situação não é diferente nas ruas do Bom Retiro, bairro paulistano que reúne lojas de confecção. ‘Nos últimos dois anos, 10% das lojas fecharam por causa da crise’, observa a secretária executiva da Câmara dos Dirigentes Lojistas do Bom Retiro, Kelly Lopes”.
Acorda "midiota"!
“O estudo da CNC mostra que de dez segmentos do varejo analisados, todos fecharam mais lojas do que abriram no ano passado. Depois dos hipermercados e supermercados, as lojas de artigos de vestuário e calçados foram as que mais sofreram com a crise. Em 2016, 20,5 mil fecharam as portas no País, descontadas as inaugurações. A Lojas Marisa, por exemplo, fechou cinco lojas em 2016 e abriu uma. A direção da rede, que tem hoje quase 400 lojas, diz que avalia neste ano se vale a pena manter a operação de 20 pontos de venda. Setores movidos a crédito, como revendas de automóveis, móveis e eletrônicos diminuíram o número de pontos de venda. A Via Varejo, dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, por exemplo, fechou 23 lojas de janeiro de 2015 a setembro de 2016”.
Mas após apresentar vários dados sobre a grave crise no comércio, o Estadão faz questão de explicitar seu otimismo com o futuro. Ouvindo os tais especialistas de mercado, o jornal garante que “o varejo em 2016 bateu no fundo do poço e dificilmente neste ano vai repetir números tão negativos. A tendência para 2017 é de estabilização dos números de lojas, de empregados e do faturamento”. Nada como a torcida militante pelo êxito do covil golpista de Michel Temer. Por razões políticas e econômicas – as milionárias verbas em publicidade –, a mídia mercenária alterou seu humor. “Está ruim, mas vai melhorar”! Só mesmo um tacanho “midiota” para acreditar nestas bravatas!
0 comentários:
Postar um comentário