Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:
Enterradas as esperanças no futebol, após a queda da Seleção Canarinho diante do canário-belga, chegou a vez de o brasileiro entrar em campo para tentar organizar a própria cabeça e avaliar Michel Temer diante do retumbante fracasso do governo dele, nascido de um golpe do qual participou.
A eleição para a Presidência da República está próxima, a menos de 90 dias. Apontam as pesquisas para uma fuga do eleitor, ou da política, que, em pouco menos de um ano, manteve praticamente no mesmo ponto a corrida pelos resultados. Vive-se no campo de futebol e na economia há um marasmo incômodo.
Até agora, parte dos 140 milhões de eleitores deixou um buraco nas respostas das pesquisas. Em outubro de 2017, respondeu-se à pergunta sobre o voto espontâneo. Os pesquisadores colheram o seguinte resultado: a soma dos que disseram não saber, ou então não responderam, alcançou 23%. Brancos e nulos atingiram 30%
A sondagem mais recente do Ibope, no fim de junho, aponta um número ainda maior sobre a decisão incômoda dos eleitores. A resposta à pergunta espontânea, sem que sejam apresentados os nomes dos candidatos, foi maior do que há um ano. Brancos e nulos alcançam 39% e o não sabe e não respondeu foi a 25%. Somados, chegam a 63%.
Repulsa à política, repulsa ao candidato. A pesquisa do Ibope medida pela resposta estimulada (tabela) deixa clara a rejeição aos políticos. Parte da pesquisa, incluindo somente os candidatos mais competitivos, são eles os mais rejeitados.
Lula, depois de quatro eleições e dois governos, preparado para mais um, embora improvável, em 2018, melhorou a imagem diante dos eleitores. Com 31% de rejeição entra em confronto com Jair Bolsonaro, com 32%. Marina Silva e Ciro Gomes são rejeitados por 18% dos eleitores. Ambos vêm de duas disputas presidenciais malsucedidas.
Caso a história terminasse aqui, a sociedade estaria diante de um impasse. Ainda não se falou da abstenção, sempre uma possível decisão do eleitor. A abstenção, embora ameaçadora, é protegida pelos votos colhidos na boca da urna, hoje eletrônica. O desânimo da sociedade ainda não chegou a esse ponto.
Mas é preciso aguardar o possível impacto do fiasco da Seleção na Copa do Mundo. A ele se somam a previsão da queda do PIB, o aumento dos juros, o aumento do custo de vida e do desemprego, entre outros fatores. São preciosas oferendas de Temer à sociedade.
Enterradas as esperanças no futebol, após a queda da Seleção Canarinho diante do canário-belga, chegou a vez de o brasileiro entrar em campo para tentar organizar a própria cabeça e avaliar Michel Temer diante do retumbante fracasso do governo dele, nascido de um golpe do qual participou.
A eleição para a Presidência da República está próxima, a menos de 90 dias. Apontam as pesquisas para uma fuga do eleitor, ou da política, que, em pouco menos de um ano, manteve praticamente no mesmo ponto a corrida pelos resultados. Vive-se no campo de futebol e na economia há um marasmo incômodo.
Até agora, parte dos 140 milhões de eleitores deixou um buraco nas respostas das pesquisas. Em outubro de 2017, respondeu-se à pergunta sobre o voto espontâneo. Os pesquisadores colheram o seguinte resultado: a soma dos que disseram não saber, ou então não responderam, alcançou 23%. Brancos e nulos atingiram 30%
A sondagem mais recente do Ibope, no fim de junho, aponta um número ainda maior sobre a decisão incômoda dos eleitores. A resposta à pergunta espontânea, sem que sejam apresentados os nomes dos candidatos, foi maior do que há um ano. Brancos e nulos alcançam 39% e o não sabe e não respondeu foi a 25%. Somados, chegam a 63%.
Repulsa à política, repulsa ao candidato. A pesquisa do Ibope medida pela resposta estimulada (tabela) deixa clara a rejeição aos políticos. Parte da pesquisa, incluindo somente os candidatos mais competitivos, são eles os mais rejeitados.
Lula, depois de quatro eleições e dois governos, preparado para mais um, embora improvável, em 2018, melhorou a imagem diante dos eleitores. Com 31% de rejeição entra em confronto com Jair Bolsonaro, com 32%. Marina Silva e Ciro Gomes são rejeitados por 18% dos eleitores. Ambos vêm de duas disputas presidenciais malsucedidas.
Caso a história terminasse aqui, a sociedade estaria diante de um impasse. Ainda não se falou da abstenção, sempre uma possível decisão do eleitor. A abstenção, embora ameaçadora, é protegida pelos votos colhidos na boca da urna, hoje eletrônica. O desânimo da sociedade ainda não chegou a esse ponto.
Mas é preciso aguardar o possível impacto do fiasco da Seleção na Copa do Mundo. A ele se somam a previsão da queda do PIB, o aumento dos juros, o aumento do custo de vida e do desemprego, entre outros fatores. São preciosas oferendas de Temer à sociedade.
1 comentários:
Qualquer projeção das eleições que despreze o dado que deveria ter a maior consideração, que é precisamente a tendência desta eleição ter um gigantesco número de votos nulos, votos brancos e abstenções, afastar-se-á dos resultados reais para muito além da chamada margem de erro dos levantamentos probabilísticos. Já comentei que esse quadro é francamente favorável aos interesses dos golpistas. Podemos, inclusive, afirmar que os estrategistas da direita procederam conscientemente para produzir esse resultado através de meticulosa e articulada campanha midiática de desqualificação da política (todo político é ladrão,desonesto e corrupto é mensagem permanente da programação de rádio e televisão, ainda assistida por milhões de brasileiros, precisamente os que mais precisam de políticas públicas de saúde, educação, etc). E mais: do ponto de vista das eleições proporcionais, esses números negativos são muito piores e, portanto, mais favoráveis ainda aos desígnios dos partidos de direita, principalmente para os candidatos capazes de mobilizar grande número de eleitores, como os vigaristas que cinicamente se dizem evangélicos. Sem a constituição de uma Frente Ampla, tendo como núcleo as Frentes Brasil Popular e Brasil Sem Medo, capaz de intervir vigorosamente nos locsis de trabalho e moradia dos trabalhadores e do povo, a direita ganhará as eleições proporcionais com grande facilidade, podendo, com um pouco mais de dificuldade, vencer também as eleições majoritárias, entre elas, a presidencial, e essa última com um fascista psicopata.
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