Por Altamiro Borges
Nesta quarta-feira (15), o Grupo Abril, que edita várias revistas – entre elas, a asquerosa Veja –, ingressou com um pedido de recuperação judicial. A solicitação é quase um atestado de falência. Caso não consiga novos empréstimos para refinanciar as suas dívidas bilionárias – que já somam R$ 1,6 bilhão –, a empresa pode fechar. Na semana passada, mais de 800 profissionais foram demitidos. Em entrevista ao site da própria revista Exame, que pertence ao grupo, Marcos Haaland, novo presidente executivo da empresa, tentou explicar a situação dramática decorrente da crise econômica que afunda o país após o assalto ao poder da quadrilha de Michel Temer – apoiado pela Veja –, da explosão da internet, da perda de credibilidade das suas publicações e da vexatória incompetência administrativa dos três herdeiros de Roberto Civita.
Segundo o executivo, sócio da consultoria ianque Alvarez & Marsal que assumiu a gestão do Grupo Abril em julho passado, a situação da empresa é grave. “O modelo de negócio das empresas de comunicação impressa sofreu uma queda expressiva das receitas de publicidade e daquelas provenientes das vendas de assinaturas e de venda em bancas. Alguns números mostram como foi rápida e dramática a mudança de situação. Do total de investimentos em publicidade das grandes empresas em 2010, uma fatia de 8,4% era dirigida para revistas. Essa participação caiu para 3% em 2017. O número de pontos de venda de mídia impressa, como as bancas, diminuiu de 24 mil para 15 mil de 2014 a 2017. A circulação de revistas, no mesmo período, baixou de 444 milhões de exemplares por ano para 217 milhões. E a venda de assinaturas recuou 60%, de 90 milhões para 38 milhões, enquanto a venda de exemplares avulsos se reduziu quase a um terço do que foi: de 173 milhões para 63 milhões”.
Diante desse quadro dramático, Marcos Haaland confirma que “na Abril Comunicações, a receita total caiu de 1,4 bilhão de reais há quatro anos para 1 bilhão no ano passado, uma queda causada principalmente pela redução da publicidade... Com os resultados ruins já há algum tempo, o nível de endividamento da empresa ficou elevado. O patrimônio líquido se tornou negativo, e operacionalmente passou a consumir o caixa. Esse déficit de caixa tem sido coberto com aportes dos acionistas e represamento de pagamentos a fornecedores, uma situação que não é sustentável. Mas, o que é muito importante, tivemos um evento que precipitou a entrada com o pedido da recuperação judicial: de uma forma abrupta, os bancos decidiram restringir o acesso da Abril a capital de giro”.
Sobre o valor do rombo, ele confirma que “é da ordem de 1,6 bilhão de reais o total das dívidas submetidas à recuperação judicial, que é um mecanismo legal que suspende durante um tempo a execução de dívidas e, com isso, dá um fôlego para a empresa buscar meios de se recuperar financeiramente”. Sem papas na língua, ele ainda confirma que outras medidas duras poderão ser adotadas nas próximas semanas no Grupo Abril, que mantém 16 revistas e sites; uma gráfica, a maior da América Latina, a Dinap – a distribuidora de publicações do grupo e de outras empresas, atendendo a mais de 30 editoras; e a Total Express, distribuidora de encomendas que entrega 750 milhões de itens por ano, por meio de 600 rotas semanais aéreas e terrestres.
“Foram demitidas cerca de 800 pessoas, somando os cortes de todas as empresas, e foram feitas outras reduções de despesas operacionais... Fizemos os cortes para atingir o ponto de equilíbrio e, obviamente, para buscar a recuperação e um superávit operacional. Os cortes envolvem não só a redução de pessoal mas também de despesa. Como isso ocorreu faz pouco tempo, ainda temos de aguardar o fechamento de um mês para comprovar que atingimos o equilíbrio. Mas, o nosso foco é – com essas ações e outras medidas que vão ser tomadas de melhoria de receita, ganho de eficiência e redução de despesas não relacionadas a pessoal – que num curto prazo a Abril atinja um superávit operacional. A reestruturação continua porque a empresa está passando por um momento de readequação e esse não é um fato isolado da Abril”.
Ou seja: novas demissões poderão ocorrer nos próximos meses e até a extinção da revista Veja, algo inimaginável até algum tempo atrás, não está descartada. Lamentável para centenas de trabalhadores, inclusive para alguns jornalistas que insistem em chamar o patrão de companheiro e que muitas vezes são mais realistas do que o rei!
Nesta quarta-feira (15), o Grupo Abril, que edita várias revistas – entre elas, a asquerosa Veja –, ingressou com um pedido de recuperação judicial. A solicitação é quase um atestado de falência. Caso não consiga novos empréstimos para refinanciar as suas dívidas bilionárias – que já somam R$ 1,6 bilhão –, a empresa pode fechar. Na semana passada, mais de 800 profissionais foram demitidos. Em entrevista ao site da própria revista Exame, que pertence ao grupo, Marcos Haaland, novo presidente executivo da empresa, tentou explicar a situação dramática decorrente da crise econômica que afunda o país após o assalto ao poder da quadrilha de Michel Temer – apoiado pela Veja –, da explosão da internet, da perda de credibilidade das suas publicações e da vexatória incompetência administrativa dos três herdeiros de Roberto Civita.
Segundo o executivo, sócio da consultoria ianque Alvarez & Marsal que assumiu a gestão do Grupo Abril em julho passado, a situação da empresa é grave. “O modelo de negócio das empresas de comunicação impressa sofreu uma queda expressiva das receitas de publicidade e daquelas provenientes das vendas de assinaturas e de venda em bancas. Alguns números mostram como foi rápida e dramática a mudança de situação. Do total de investimentos em publicidade das grandes empresas em 2010, uma fatia de 8,4% era dirigida para revistas. Essa participação caiu para 3% em 2017. O número de pontos de venda de mídia impressa, como as bancas, diminuiu de 24 mil para 15 mil de 2014 a 2017. A circulação de revistas, no mesmo período, baixou de 444 milhões de exemplares por ano para 217 milhões. E a venda de assinaturas recuou 60%, de 90 milhões para 38 milhões, enquanto a venda de exemplares avulsos se reduziu quase a um terço do que foi: de 173 milhões para 63 milhões”.
Diante desse quadro dramático, Marcos Haaland confirma que “na Abril Comunicações, a receita total caiu de 1,4 bilhão de reais há quatro anos para 1 bilhão no ano passado, uma queda causada principalmente pela redução da publicidade... Com os resultados ruins já há algum tempo, o nível de endividamento da empresa ficou elevado. O patrimônio líquido se tornou negativo, e operacionalmente passou a consumir o caixa. Esse déficit de caixa tem sido coberto com aportes dos acionistas e represamento de pagamentos a fornecedores, uma situação que não é sustentável. Mas, o que é muito importante, tivemos um evento que precipitou a entrada com o pedido da recuperação judicial: de uma forma abrupta, os bancos decidiram restringir o acesso da Abril a capital de giro”.
Sobre o valor do rombo, ele confirma que “é da ordem de 1,6 bilhão de reais o total das dívidas submetidas à recuperação judicial, que é um mecanismo legal que suspende durante um tempo a execução de dívidas e, com isso, dá um fôlego para a empresa buscar meios de se recuperar financeiramente”. Sem papas na língua, ele ainda confirma que outras medidas duras poderão ser adotadas nas próximas semanas no Grupo Abril, que mantém 16 revistas e sites; uma gráfica, a maior da América Latina, a Dinap – a distribuidora de publicações do grupo e de outras empresas, atendendo a mais de 30 editoras; e a Total Express, distribuidora de encomendas que entrega 750 milhões de itens por ano, por meio de 600 rotas semanais aéreas e terrestres.
“Foram demitidas cerca de 800 pessoas, somando os cortes de todas as empresas, e foram feitas outras reduções de despesas operacionais... Fizemos os cortes para atingir o ponto de equilíbrio e, obviamente, para buscar a recuperação e um superávit operacional. Os cortes envolvem não só a redução de pessoal mas também de despesa. Como isso ocorreu faz pouco tempo, ainda temos de aguardar o fechamento de um mês para comprovar que atingimos o equilíbrio. Mas, o nosso foco é – com essas ações e outras medidas que vão ser tomadas de melhoria de receita, ganho de eficiência e redução de despesas não relacionadas a pessoal – que num curto prazo a Abril atinja um superávit operacional. A reestruturação continua porque a empresa está passando por um momento de readequação e esse não é um fato isolado da Abril”.
Ou seja: novas demissões poderão ocorrer nos próximos meses e até a extinção da revista Veja, algo inimaginável até algum tempo atrás, não está descartada. Lamentável para centenas de trabalhadores, inclusive para alguns jornalistas que insistem em chamar o patrão de companheiro e que muitas vezes são mais realistas do que o rei!
3 comentários:
A porcaria passará a se chamar Grupo Fechol...
Contribuíram para o golpe e seus principais anunciantes foram à lona.Satisfeitos?
Venderam mercadoria falsa,num mercado cujo maior capital é a credibilidade.
É a maldição dos que perseguem LULA.
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