Por Tadeu Porto, no blog Cafezinho:
O telecatch governista promovido pelo Presidente da República e um dos seus ministros mais fieis mostra que o Brasil chegou mesmo ao fundo do poço em matéria de política. O país virou uma nau à deriva completa, institucional e ideologicamente (militantes de todas as vertentes estão se pegando e não é daquele jeito legal do carnaval).
[Sem falar no clima de barbárie. Impossível deixar de citar que esse clima de “vale tudo” que estamos vivendo em Brasília inspira pessoas a assassinar adolescentes a troco de nada. Se for preto e pobre então (mais desumanizado) é batata.]
Enfim, voltando ao assunto: a Ética básica nas relações políticas vem sendo totalmente reformulada, principalmente com a criminalização do presidencialismo de coalizão e com o fim da Nova República. Isso não seria de todo ruim pois nosso Estado realmente é organizado, gerido e pensando para manter privilégios. Contudo, o amadorismo do novo governo (pra mim não é coincidência mas isso são outros 500) está aprofundando essa crise pois gerou um clima de desconfiança generalizada.
É público e notório que política, essa maneira que encontramos de medir conflitos individuais em prol do coletivo, sem confiança é impraticável. Arriscar a confiança interna de um governo é como um All In no Poker.
Vamos aos fatos: a trajetória do Bebianno é um pouco desconhecida. Mas analisando o que se tem de registro, parece que ele se apresentou para o mundo da política para ser capacho do Bolsonaro. Era um mero desconhecido até se aproximar do ídolo, daí pra frente, teve uma ascensão meteórica no campo institucional (PSL e Governo).
O clã Bolsonaro queimou em praça pública um fiel aliado e que tinha alta influência no passado recente do presidente. Até outro dia o cara tinha uma dos ministérios mais importantes. Eu não consigo imaginar outra coisa senão despreparo, honestamente.
Dá para imaginar que tal atitude não tem nem sustentação coerente no médio prazo. Para citar um exemplo apenas: o laranjal do Flávio – Bolsokid 01 – parece ser muito pior que do Bebianno. Só de ter a probabilidade de envolvimento com milícia dá elementos para que a pós-verdade (tão aliada do capitão) se vire contra ele.
E olha que não falei de Ricardo Salles (já condenado); Damares (acusada de tráfico infantil) e Lorenzoni (réu confesso daquilo que Bebianno supostamente fez).
Enquanto isso, a crise se aprofunda, devido ao amadorismo desse arremedo que chamam de governo e as instituições vão se esfacelando tentando – por boa ou má fé – ter mais protagonismo do que a cultura política estava acostumada. Há uma clara guerra de diversos interesses institucionais que, simplesmente, impedem que o Brasil funciona minimamente.
Colocaram irresponsáveis infantis na frente do país e deu nisso. Definitivamente, o Brasil não é para amadores.
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