sábado, 2 de março de 2019

A teleguiada de Moro e o velório de Arthur

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Que ninguém pense que foi por bondade que a juíza teleguiada por Moro permitiu que Lula saísse da prisão para velar o netinho de 7 anos recém-falecido. Moro e Bolsonaro queriam impedir Lula de velar a criança, mas a juíza Carolina Lebbos foi OBRIGADA a deixar que o ex-presidente exercesse seu direito constitucional.

Deveria haver um limite para o nível de selvageria que alguém pode manifestar publicamente. Um dos filhos pilantras de Bolsonaro não hesitou em ir ao Twitter verbalizar a vontade do pai o do comparsa Sergio Moro de impedirem o ex-presidente encarcerado de exercer seu direito constitucional de deixar a prisão para velar um parente próximo recém-falecido.

Segundo matéria do jornal O Estado de São Paulo, especialistas em Direito Constitucional e Penal afirmam que o ex-presidente Lula tem direito de sair para ir ao velório do neto. Em janeiro, porém, apesar de ter direito Lula não conseguiu ir ao enterro do irmão Genival Inácio da Silva, o ‘Vavá’. A poucos minutos do fim do velório, uma liminar do ministro Dias Toffoli, do STF, autorizou a ida, mas não a tempo de que o ex-presidente pudesse comparecer.



Em janeiro, Carolina Lebbos, juíza da Vara de Execuções Penais de Curitiba, foi quem negou o pedido dos advogados do ex-presidente para que pudesse velar o irmão falecido. A ela cabe decidir se Lula pode ou não exercer esse direito legal, ainda que, sendo um direito, seu exercício deveria ser líquido e certo.



Segundo especialista consultado pelo Blog da Cidadania, agora tudo mudou. Como Dias Toffoli, do Supremo, concedeu liminar (tardia) permitindo a Lula que participasse do enterro do irmão falecido, essa decisão criou uma jurisprudência que teve que ser seguida pela juíza Carolina Lebbos ao decidir se Lula poderia ou não velar o neto.



Porém, a pressão de Moro e de Bolsonaro sobre Carolina Lebbos foi muito forte. E, segundo matéria do UOL, advogada que tem um cliente preso na Lava Jato afirmou que essa juíza “Pede muito a bênção do Moro”. Na verdade, ela ficou famosa por atender todas as ordens de Moro quanto à execução penal de Lula

Apesar da pressão de Moro, porém, Carolina Lebbos foi OBRIGADA a permitir que o ex-presidente velasse o neto. Não foi bondade alguma. Ela apenas não teve outra opção devido à decisão de Toffoli de permitir que o ex-presidente velasse o irmão morto. Se a decisão de Toffoli veio tarde na morte de Vavá, ao menos serviu na morte do neto Arthur.

Confira a matéria em vídeo [aqui].

1 comentários:

O democrata disse...

Quero ver todo esses fascistas num tribunal, a semelhança de Nuremberg.