Foto do site do governo chinês/http://www.gov.cn/ |
As relações do Brasil com a República Popular da China vão muito bem, obrigado. Estariam muito melhores se tivessem seguido os planos assentados em governos passados, Mas, por nossa sorte, foram muito bem ajustadas e montadas sobre bases bem sólidas, de modo que não conseguiram ser destruídas, apesar das tentativas do atual governo brasileiro.
Em verdade, a parte brasileira tem buscado dar um conceito ideológico a essas relações, o que é um erro diplomático e falta de perspectiva histórica. Basta conferir a trajetória dessas relações desde a revolução socialista de 1949, liderada por Mao Tsé-Tung, que era uma grande novidade num período em que o mundo vivia a Guerra-Fria entre os Estados Unidos e o bloco da antiga União Soviética, que abarcava todo o Leste Europeu. A China Comunista corria por fora.
As relações entre os dois países foram estabelecidas em 1974, na gestão de Mao, com a abertura das embaixadas do Brasil em Pequim e da China em Brasília. Era plena ditadura militar, mas o Itamaraty havia colocado em prática a “Política Externa Independente”, que tirava proveito das relações polarizadas de então. Vale lembrar que o Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola (1975), após prolongada guerra de libertação contra Portugal, um tradicional aliado brasileiro de então.
Desde 2009, a China é o principal parceiro comercial do Brasil e tem sido uma das principais fontes de investimento externo no País. O relacionamento vai além da esfera bilateral: Brasil e China têm mantido diálogo também em mecanismos como BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), G20, OMC e BASIC (articulação entre Brasil, África do Sul, Índia e China na área do meio ambiente).
Em 1993, Brasil e China estabeleceram uma “Parceria Estratégica” e, em 2004, foi criada a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN). Em 2012, as relações foram elevadas ao nível de “Parceria Estratégica Global”. No mesmo ano, estabeleceu-se o Diálogo Estratégico Global (DEG) e firmou-se o Plano Decenal de Cooperação (2012-2021). Hoje, o Brasil tem consulados-gerais em Xangai, Cantão e Hong Kong e a China conta com esses escritórios diplomáticos no Rio de Janeiro, São Paulo e Recife.
A mais alta instância permanente de diálogo e cooperação bilateral, a COSBAN, é coopresidida pelos vice-presidentes do Brasil e da China. Sua quinta e mais recente reunião ocorreu em Pequim, em maio de 2019. As demais sessões plenárias ocorreram em Pequim (2006), Brasília (2012), Cantão (2013) e Brasília (2015).
Em julho de 2019, foi realizada, em Brasília, a 3ª edição do DEG, mecanismo estabelecido entre Ministros das Relações Exteriores para acompanhar a agenda bilateral e permitir o intercâmbio de opiniões sobre temas do contexto internacional. As reuniões anteriores do DEG haviam sido realizadas em Brasília (abril de 2014) e Pequim (junho de 2017).
Em 2019, ocorreram também a visita de Estado do Presidente brasileiro a Pequim (25 de outubro) e a visita do presidente Xi Jinping a Brasília (13-14 de novembro), no contexto da XI Cúpula do BRICS, bem como troca de visitas entre ministros e outras autoridades. A China é o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009. Em 2012, tornou-se o principal fornecedor de produtos importados pelo Brasil. Em 2019, o Brasil exportou para a China um total de US$ 62,8 bilhões e importou daquele país US$ 35,2 bilhões
A China figura, também, entre as principais fontes de investimento estrangeiro direto no Brasil, com crescente presença em setores de relevo da economia nacional. Destacam-se os investimentos nos setores de eletricidade e de extração de petróleo, bem como de transportes, telecomunicações, serviços financeiros e indústria.
A cooperação financeira tem-se intensificado ainda nos âmbitos bilateral e multilateral. Diversos bancos chineses atuam no Brasil, e o Banco do Brasil conta com agência em Xangai desde maio de 2014. Trata-se da primeira agência de um banco latino-americano na China.
Cabe destacar ainda a cooperação espacial. Em 1988, foi estabelecido o Programa CBERS (sigla em inglês para “Satélite de Recursos Terrestres Brasil-China”), para construção e lançamento de satélites – projeto pioneiro entre países em desenvolvimento no campo da alta tecnologia. Foram lançados, desde então, seis satélites (1999, 2003, 2007, 2013 e 2019)
É certo que, com o novo governo auriverde, os chineses pisaram no freio e reduziram pela metade os investimentos diretos no Brasil – um corte de cerca de 100 milhões de dólares. De todo jeito, apesar de provocações de governantes brasileiros, os chineses sabem engolir sapos e colocar seus interesses e primeiro lugar. Lá, o Coronavírus foi debelado com rapidez e o país caminha pra assumir o posto de maior potência mundial, vendendo produtos industrializados e comprando matérias-primas de países como o Brasil.
0 comentários:
Postar um comentário