Ele ia dizer “chimpanzé” (provavelmente pronunciaria errado, “chipanzé), mas se deteve para não evidenciar a conotação racista.
Mas, afinal, saiu “jacaré”.
“Lá no contrato da Pfizer está claro [que ela não se responsabiliza] por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema seu. Se nascer barba em mulher ou algum homem começar a falar fino, eles nada têm a ver com isso”.
Bom, claro, evitou o racismo, mas não o sexismo.
De onde tirou Jair Bolsonaro a ideia de que uma masculinização da mulher ou uma feminilização do homem seriam possíveis efeitos colaterais da vacina contra a Covid.
Simples: do seu plano de transformar a vacinação em mais uma guerra entre brasileiros, em mais uma ferramenta de expansão do ódio e da irracionalidade.
Não é simples grosseria ou burrice, é a semente de uma crença fanática, qual à do general caricato do Dr. Fantástico, o genial filme sobre a Guerra Fria de Stanley Kubrick, que dizia que a fluoretação da água era um plano comunista para esterilizar os norte-americanos.
Sua legião de fanáticos, na internet, promete “ucranizar” o Brasil, numa referência ao país onde os neonazistas tem o patrocínio do Governo para se armarem e instaurarem um clima de terror na ruas.
Usam um fermento eficiente: o fechamento das cidades, necessário diante de uma explosão de contágios e morte, é um pavor para milhões de trabalhadores e dezenas de milhares de pequenos comerciantes, todos agora cientes que que não haverá auxílio governamental.
Ninguém se iluda com a hipótese de que isso seja detido na Justiça: Bolsonaro tem razão em dizer que não pode ser obrigatória a vacina “que não vai ter para todo mundo”.
Pois é exatamente isso o que fará e anote aí que ele impedirá que a vacinação em São Paulo, com a vacina chinesa, alcance um grau de cobertura significativo.
A verdade é que não haverá vacina a tempo e em volume necessários, senão para uma “mis en scene” de vacinação, com direito a muita mídia, apenas para provar que a vacina não funciona, porque as mortes, que já estão em mil por dia, dobrarão ou triplicarão, como estamos vendo nos EUA, onde andavam pouco acima de 800 há um mês e meio e agora já têm média diária de 2,6 mil, com picos que se aproximam dos 4 mil óbitos diários.
Esse é o plano dos jacarés – qualquer referência à cor dos bichos não é mera coincidência, como não é o fato de serem animais de “sangue frio” – para abocanhar todo o poder, e o passo agora é ter controle absoluto do Legislativo.
Quem acreditar que eles ficarão imóveis não poderá se defender quando chegar a hora.
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