segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Partido União Brasil já nasce fraturado!

Charge: Maringoni
Por Altamiro Borges


Por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou nesta terça-feira (8) a criação do União Brasil – partido que nasce da fusão do PSL e DEM. A nova sigla se jacta de que terá a maior bancada na Câmara Federal, com 81 deputados – 55 oriundos do ex-bolsonarista Partido Social Liberal e 26 do Democratas. Ela também terá sete senadores – dois do PSL e cinco do DEM –, três governadores (Goiás, Mato Grosso e Rondônia), 552 prefeituras e 129 deputados estaduais. Mas a alegria do novo antro de direita deve durar pouco. Em março, uns 30 parlamentares já devem deixar a legenda bichada!

Conforme registra o site da CNN-Brasil, com a fusão aprovada no TSE “o União Brasil terá acesso a R$ 1 bilhão de fundo eleitoral. Mas o número de parlamentares pode mudar entre março e abril. Na ocasião irá ocorrer a ‘janela partidária’, que acontece seis meses antes das eleições, em que os políticos terão 30 dias para mudar de partido sem perder o mandato atual”. Muitos deputados bolsonaristas do PSL deverão se filiar ao PL, o partido do “Centrão” que adotou o fascista Jair Bolsonaro. Outros irão para outras siglas com mais consistência eleitoral.

Tamanho do novo partido ainda é um incógnita

Já o site Metrópoles enfatiza que “o tamanho real do novo partido ainda é uma incógnita, assim como seu futuro político. Os dirigentes do União Brasil, que será presidido por Luciano Bivar, já flertaram com o pré-candidato à Presidência Sergio Moro, hoje no Podemos, mas também avaliam entrar na eleição deste ano sem candidato ao cargo mais importante da administração federal. Há, nos quadros da nova legenda, de apoiadores do ex-presidente Lula (PT) a aliados de Bolsonaro (PL). O secretário-geral da nova legenda será o atual presidente do DEM, ex-prefeito de Salvador ACM Neto”.

O site UOL, por sua vez, informa que o União Brasil também está negociando a criação de uma federação partidária. “O deputado federal Luciano Bivar, presidente nacional do partido oriundo da fusão entre PSL e DEM, afirmou que conversas com o MDB para uma eventual federação partidária estão bem adiantadas. ‘Já está bem avançado... O MDB já está consultando as suas bases. Assim como União Brasil. Não chegou a esse estágio com outros partidos. Mas União Brasil e MDB, por si só, já darão uma grande força e uma representatividade significativa no novo Congresso Nacional’, afirmou”.

"Nasce gigante, mas perderá gordura"

A reportagem também registra que “a bancada do União Brasil deverá ser reduzida no início de março, com a abertura da janela para troca de partido dos parlamentares. Capitaneada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), que confirmou que se filiará ao PL, a ala bolsonarista que estava no PSL deverá deixar a sigla, como fez o presidente no final de 2019”. No mesmo rumo, a Folha afirma que “União Brasil nasce gigante, mas perderá gordura e tem que definir rumo nacional”.

De acordo com a matéria, “além de uma anunciada saída em bloco de bolsonaristas e de outros parlamentares, o novo partido ainda está em busca de um rumo na eleição presidencial, o que incluem variadas opções. De uma inicial e difícil negociação com Sergio Moro (Podemos) à tentativa de federação com o MDB de Simone Tebet (difícil) ou com o PSDB de João Doria (improvável), a trajetória inicial desse partido passa até pelo lançamento da candidatura presidencial de Bivar – que não é para valer, mas apenas para forçar melhor colocação em algumas das chapas à sucessão de Bolsonaro (PL)”.

PFL cresceu com fascista e DEM é oriundo da ditadura

“Com as saídas e algumas possíveis entradas, tanto políticos do DEM como do PSL estimam que a União Brasil chegará ao fim da janela do troca-troca partidário, em abril, com uma bancada entre 50 e 60 deputados, ou seja, similar à atual do PSL. Apesar do provável esvaziamento, a União Brasil terá dois triunfos preciosos na eleição de outubro, a maior verba pública de campanha e o maior espaço na propaganda dos candidatos. Esses dois ativos são calculados, na maior parte, pelo tamanho que PSL e DEM saíram das urnas em 2018 e independem do troca-troca que ocorrerá no mês que vem”.

A Folha ainda relembra seus leitores que “o PSL foi um partido nanico por cerca de 25 anos, desde a sua fundação, em 1994, até 2018, quando abrigou a surpreendente eleição de Bolsonaro para a presidência. Já o DEM é uma das principais siglas da política brasileira, sendo oriunda da Arena, o partido de sustentação do regime militar. Teve seus tempos áureos nos anos 1980 e 1990, quando sob o nome de PFL (Partido da Frente Liberal) chegou a ter a maior bancada da Câmara e a presidir as duas Casas do Congresso, além de ter a vice-presidência da República. Com a chegada do PT ao poder, em 2003, o partido trilhou o caminho da oposição e acabou entrando em declínio. Em 2007, na tentativa de se renovar, trocou o comando e mudou o nome para DEM. Em 2014, chegou ao fundo do poço, tendo eleito apenas 21 deputados federais”.

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