Inaugurado no sul do Brasil, em Porto Alegre, o Fórum Social Mundial retorna às terras nativas na sua nona edição, desta vez no norte do país, em plena região Amazônica, em Belém do Pará. De 27 de janeiro a 1 de fevereiro, cerca de 120 mil lutadores sociais do mundo inteiro participarão de centenas de debates, assembléias, marchas e protestos, num fervilhante caldeirão de luta de idéias e de manifestações dos que acreditam que “um outro mundo é possível”.
Desde a sua primeira edição, em 2001, o mundo passou por intensas mudanças. O capitalismo, vendido como “fim da história”, afunda numa grave crise. O socialismo, que os apologistas do capital consideravam “morto”, ressurge como perspectiva. O imperialismo estadunidense, que se considerava imbatível, entrou em forte declínio. A resistência dos povos ganhou força, seja na insurgência no Iraque ou nas vitórias progressistas na América Latina. O mundo hoje, com seus ziguezagues e armadilhas, não vive mais a “paz de cemitério” do pensamento único neoliberal.
Contribuições e avanços sensíveis
Com suas limitações e dilemas, o Fórum Social Mundial deu sua contribuição nesta alteração da correlação de forças. Ele ajudou a amplificar as críticas ao neoliberalismo, a denunciar a política imperialista dos EUA, com suas guerras e seus tratados neocoloniais, a desmascarar a ditadura midiática. Além de reforçar a resistência dos povos, ele contribuiu na busca de alternativas. A cada edição, o Fórum Social Mundial também enfrentou seus próprios equívocos, como o que tentava separar a luta social da luta política, excluindo partidos e governantes progressistas.
Como observa Ricardo Abreu, o Alemão, dirigente nacional do PCdoB, ocorreram importantes avanços desde a nascimento do fórum. “O evento está mais aberto à participação das fundações vinculadas aos partidos políticos. Diminuiu o preconceito que havia em relação às organizações partidárias e aos movimentos sociais ‘tradicionais’. Além disso, nas primeiras edições era vetada a presença de chefes de Estado, numa negação à luta pelo poder político. Isto agora não acontece mais”. Ele lembra que Lula, Chávez, Morales e Lugo serão destaques nesta nona edição.
Os novos desafios do fórum
Na sua nona edição, novos desafios se impõem ao FSM. Além de abordar as várias iniciativas atomizadas, todas com sua importância, ele necessita concentrar as energias nos temas centrais, totalizantes, que ajudem na unificação da resistência mundial e na busca de alternativa à barbárie capitalista. O enfrentamento à grave crise do capitalismo, evitando que seu ônus seja jogado nas costas dos trabalhadores; a luta contra a guerra imperialista, seja a patrocinada pelos sionistas em Gaza ou pelos ianques no Iraque e Afeganistão; a jornada contra a devastação e pela soberania da Amazônia, entre outros temas, poderão alavancar e dar novo realce ao Fórum Social Mundial.
Para o sociólogo Emir Sader, a nona edição do fórum, “significativamente realizada na América Latina, elo mais fraco da cadeia neoliberal, tem a possibilidade de superar os descompassos e de redefinir sua esfera de atuação – tanto em relação a restabelecer as relações entre a esfera social e a política, única forma de disputar uma nova hegemonia e de lutar realmente pela construção de ‘outro mundo possível’, como na luta contra as guerras imperiais... É o momento da construção de alternativas concretas ao neoliberalismo a nível mundial, regional e local. É a oportunidade do fórum se reciclar e se colocar à altura do maior desafio colocado à esquerda neste novo século”.
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Operação-Serra e a demissão de Nassif
É bom ficar esperto. Está em curso uma ardilosa orquestração na mídia de blindagem do tucano José Serra, governador de São Paulo e candidato do bloco neoliberal-conservador à sucessão do presidente Lula em 2010. A mais nova vítima da “operação-Serra” é o jornalista Luis Nassif, que teve seu contrato de trabalho suspenso na semana passada pela TV Cultura, emissora controlada pelo governo de São Paulo. Numa entrevista exclusiva à jornalista Priscila Lobregatte, do Portal Vermelho, Nassif não vacilou em fazer o alerta: “2010 já começou, este é o ponto”.
O abrupto rompimento do seu contrato não teve qualquer explicação. E nem podia. Afinal, por suas posições críticas e independentes, ele é um dos mais respeitados colunista da mídia, já tendo recebido vários prêmios. No último prêmio Comunique-se, ele foi um dos três jornalistas da TV Cultura indicados para a categoria televisão. O motivo, então, não foi profissional. Nassif insinua que sua demissão se deve à proximidade da sucessão presidencial. “A maluquice das eleições de 2006 voltou antecipadamente”, afirma, referindo-se à brutal manipulação no pleito passado.
Silenciando as opiniões críticas
Ele lembra que recentemente criticou a publicidade da Sabesp, empresa paulista de água. “Como pode uma empresa com atuação estadual patrocinar eventos de televisão no Brasil inteiro?”. Este e outros comentários críticos, atestando que a campanha presidencial de Serra é ostensiva e usa recursos públicos, devem ter irritado o truculento governador. Para Nassif, há indícios de que a ordem para sua demissão veio de cima. “O Paulo Markun [presidente da Fundação Anchieta, a mantenedora da TV Cultura] não tomaria sozinho essa decisão... Se em dezembro ele acertava ampliar minha participação, é evidente que a mudança de orientação se deve a outros fatos”.
A suspensão do contrato de Nassif é um fato grave. Mostra a total falta de independência de uma emissora que deveria ser pública e que hoje serve abertamente ao projeto presidencial de Serra. Mas não é um fato isolado. Além de manietar a TV Cultura, o governador tucano conta hoje com o apoio ostensivo da maioria das emissoras privadas e dos jornalões e revistas do país, fechando o cerco midiático para sua campanha. Está em curso uma operação de limpeza nas redações para aplainar a sua decolagem eleitoral, evitando críticas a sua administração e bajulando o tucano.
Demissão na CBN e clima de medo
Em outubro passado, a Rede Globo demitiu o jornalista Sidney Rezende da rádio CBN. Segundo Rodrigo Viana, que deixou a emissora por discordar das suas manipulações na sucessão de 2006, “Sidney era tido por colegas e ouvintes como jornalista que exercia a sua independência... Na sua demissão se percebem os preparativos para a cobertura das eleições de 2010. O ‘moto-serra’ dos tucanos vai passar sobre várias cabeças do jornalismo global. Na CBN, conheço um outro âncora (não darei nome porque ele me pediu sigilo) que teve a sua cabeça pedida pelo governador”.
Após estranhar outro facão recente, de Luiz Carlos Braga da sucursal de Brasília, Rodrigo afirma que o clima na Rede Globo “lembra muito a operação-2006. Há dois anos, às vésperas da eleição presidencial, ela se livrou do comentarista Franklin Martins porque este não fechava com a linha oficial de ‘sentar a pancada’ em Lula e dar uma ‘mãozinha’ aos tucanos. Depois, foram limados outros jornalistas que se indispuseram com a emissora na cobertura das eleições (entre eles, eu, Luiz Carlos Azenha, Carlos Dornelles e o editor de política Marco Aurélio Mello)”.
A generosidade da mídia privada
Rodrigo Viana, que há muito tempo trabalha em veículos privados, garante que presidenciável tucano conta com o total apoio dos barões da mídia. Ali Kamel, diretor-executivo de jornalismo da TV Globo – também apelidado por quem o conhece bem de Ratzinger ou “senhor das trevas” –, não permite que saia uma linha sobre o atual governador paulista sem o seu aval prévio. A mesma rigorosa orientação é imposta pela famíglia Frias, que mantém sólidas e sinistras relações com o tucano-mor desde os tempos em que este foi editorialista da Folha de S.Paulo.
Este conluio explica a generosidade da mídia hegemônica até nos casos mais chocantes – como na “guerra das polícias” no ano passado, quando ela simplesmente isentou o governador paulista de qualquer culpa, ou na desastrosa operação policial do seqüestro e morte de Eloá Pimentel, em Santo André. Ainda segundo Rodrigo Viana, que conhece os bastidores da mídia, “a ordem era proteger o governador. Conversei com três colegas que trabalham na TV Globo de São Paulo e que pedem anonimato. A orientação aos editores era botar no ar trechos imensos da entrevista chapa-branca com o Serra”, na qual ele culpou as centrais sindicais pela greve na Polícia Civil.
Coberturas parciais e manipuladas
A “operação-Serra” também fica patente na forma como a mídia trata as obras do governo Lula, sempre tão vigilante, e na total omissão diante dos descalabros da administração paulista. Na semana passada, Folha e Estadão fizeram rasgados elogios às obras do Rodoanel, sem publicar uma crítica ao seu monumental atraso e altos custos. Já as TVs nada falaram sobre a interrupção da concessão das rodovias Ayrton Senna e Marechal Rondon devido às falcatruas nas licitações, ou da suspensão, pelo TCE, das obras na Marginal do Tietê porque o edital estava irregular.
Também é impressionante a bondade da mídia venal diante das graves denúncias do Ministério Público, que investiga quatro contratos no valor de R$ 1 bilhão da Siemens com o governo paulista para construção de três linhas do Metrô. Há suspeitas de superfaturamento e de que a multinacional alemã teria subornado políticos do PSDB. As apurações começaram no rastro de outro inquérito, o que investiga a multinacional francesa Alstom, que teria dado propina para obter contratos com estatais paulistas nos últimos 14 anos de reinado tucano em São Paulo.
Censura chega ao ciberespaço
Sem trabalho na TV Cultura, Luiz Nassif afirma que agora se dedicará ao seu blog, apostando na internet como arma de democratização da informação. Mas também neste campo a fúria de Serra já se faz sentir. Recentemente, a Justiça mandou tirar do ar o blog “Flit paralisante”, postado pelo delegado da polícia civil Roberto Conde Guerra. O delegado é famoso por suas críticas à política de segurança do tucanato, sendo fonte alternativa de jornalistas. Durante a greve da categoria, ele usou seu blog para convocar protestos e teve 130 mil acessos. Agora, foi censurado pelo “moto-serra”. A mídia, que sempre ataca o “autoritarismo” do governo Lula, não alardeou esta censura.
A demissão de Nassif até agora não indignou os jornalistas – alguns que tiveram papel de relevo na luta contra a ditadura e que hoje parecem dóceis serviçais das empresas, preocupados apenas com suas carreiras. Também não houve reação das entidades da categoria – o que é lamentável. Paulo Henrique Amorin, outra vítima de perseguição dos “amigos de Serra” quando foi retirado do ar, sem aviso prévio, do Portal IG, protestou solitariamente. “A TV Cultura de Serrágio (vem do pedágio mais alto do Brasil) não agüentava a independência de Nassif”, escreveu no seu blog.
O abrupto rompimento do seu contrato não teve qualquer explicação. E nem podia. Afinal, por suas posições críticas e independentes, ele é um dos mais respeitados colunista da mídia, já tendo recebido vários prêmios. No último prêmio Comunique-se, ele foi um dos três jornalistas da TV Cultura indicados para a categoria televisão. O motivo, então, não foi profissional. Nassif insinua que sua demissão se deve à proximidade da sucessão presidencial. “A maluquice das eleições de 2006 voltou antecipadamente”, afirma, referindo-se à brutal manipulação no pleito passado.
Silenciando as opiniões críticas
Ele lembra que recentemente criticou a publicidade da Sabesp, empresa paulista de água. “Como pode uma empresa com atuação estadual patrocinar eventos de televisão no Brasil inteiro?”. Este e outros comentários críticos, atestando que a campanha presidencial de Serra é ostensiva e usa recursos públicos, devem ter irritado o truculento governador. Para Nassif, há indícios de que a ordem para sua demissão veio de cima. “O Paulo Markun [presidente da Fundação Anchieta, a mantenedora da TV Cultura] não tomaria sozinho essa decisão... Se em dezembro ele acertava ampliar minha participação, é evidente que a mudança de orientação se deve a outros fatos”.
A suspensão do contrato de Nassif é um fato grave. Mostra a total falta de independência de uma emissora que deveria ser pública e que hoje serve abertamente ao projeto presidencial de Serra. Mas não é um fato isolado. Além de manietar a TV Cultura, o governador tucano conta hoje com o apoio ostensivo da maioria das emissoras privadas e dos jornalões e revistas do país, fechando o cerco midiático para sua campanha. Está em curso uma operação de limpeza nas redações para aplainar a sua decolagem eleitoral, evitando críticas a sua administração e bajulando o tucano.
Demissão na CBN e clima de medo
Em outubro passado, a Rede Globo demitiu o jornalista Sidney Rezende da rádio CBN. Segundo Rodrigo Viana, que deixou a emissora por discordar das suas manipulações na sucessão de 2006, “Sidney era tido por colegas e ouvintes como jornalista que exercia a sua independência... Na sua demissão se percebem os preparativos para a cobertura das eleições de 2010. O ‘moto-serra’ dos tucanos vai passar sobre várias cabeças do jornalismo global. Na CBN, conheço um outro âncora (não darei nome porque ele me pediu sigilo) que teve a sua cabeça pedida pelo governador”.
Após estranhar outro facão recente, de Luiz Carlos Braga da sucursal de Brasília, Rodrigo afirma que o clima na Rede Globo “lembra muito a operação-2006. Há dois anos, às vésperas da eleição presidencial, ela se livrou do comentarista Franklin Martins porque este não fechava com a linha oficial de ‘sentar a pancada’ em Lula e dar uma ‘mãozinha’ aos tucanos. Depois, foram limados outros jornalistas que se indispuseram com a emissora na cobertura das eleições (entre eles, eu, Luiz Carlos Azenha, Carlos Dornelles e o editor de política Marco Aurélio Mello)”.
A generosidade da mídia privada
Rodrigo Viana, que há muito tempo trabalha em veículos privados, garante que presidenciável tucano conta com o total apoio dos barões da mídia. Ali Kamel, diretor-executivo de jornalismo da TV Globo – também apelidado por quem o conhece bem de Ratzinger ou “senhor das trevas” –, não permite que saia uma linha sobre o atual governador paulista sem o seu aval prévio. A mesma rigorosa orientação é imposta pela famíglia Frias, que mantém sólidas e sinistras relações com o tucano-mor desde os tempos em que este foi editorialista da Folha de S.Paulo.
Este conluio explica a generosidade da mídia hegemônica até nos casos mais chocantes – como na “guerra das polícias” no ano passado, quando ela simplesmente isentou o governador paulista de qualquer culpa, ou na desastrosa operação policial do seqüestro e morte de Eloá Pimentel, em Santo André. Ainda segundo Rodrigo Viana, que conhece os bastidores da mídia, “a ordem era proteger o governador. Conversei com três colegas que trabalham na TV Globo de São Paulo e que pedem anonimato. A orientação aos editores era botar no ar trechos imensos da entrevista chapa-branca com o Serra”, na qual ele culpou as centrais sindicais pela greve na Polícia Civil.
Coberturas parciais e manipuladas
A “operação-Serra” também fica patente na forma como a mídia trata as obras do governo Lula, sempre tão vigilante, e na total omissão diante dos descalabros da administração paulista. Na semana passada, Folha e Estadão fizeram rasgados elogios às obras do Rodoanel, sem publicar uma crítica ao seu monumental atraso e altos custos. Já as TVs nada falaram sobre a interrupção da concessão das rodovias Ayrton Senna e Marechal Rondon devido às falcatruas nas licitações, ou da suspensão, pelo TCE, das obras na Marginal do Tietê porque o edital estava irregular.
Também é impressionante a bondade da mídia venal diante das graves denúncias do Ministério Público, que investiga quatro contratos no valor de R$ 1 bilhão da Siemens com o governo paulista para construção de três linhas do Metrô. Há suspeitas de superfaturamento e de que a multinacional alemã teria subornado políticos do PSDB. As apurações começaram no rastro de outro inquérito, o que investiga a multinacional francesa Alstom, que teria dado propina para obter contratos com estatais paulistas nos últimos 14 anos de reinado tucano em São Paulo.
Censura chega ao ciberespaço
Sem trabalho na TV Cultura, Luiz Nassif afirma que agora se dedicará ao seu blog, apostando na internet como arma de democratização da informação. Mas também neste campo a fúria de Serra já se faz sentir. Recentemente, a Justiça mandou tirar do ar o blog “Flit paralisante”, postado pelo delegado da polícia civil Roberto Conde Guerra. O delegado é famoso por suas críticas à política de segurança do tucanato, sendo fonte alternativa de jornalistas. Durante a greve da categoria, ele usou seu blog para convocar protestos e teve 130 mil acessos. Agora, foi censurado pelo “moto-serra”. A mídia, que sempre ataca o “autoritarismo” do governo Lula, não alardeou esta censura.
A demissão de Nassif até agora não indignou os jornalistas – alguns que tiveram papel de relevo na luta contra a ditadura e que hoje parecem dóceis serviçais das empresas, preocupados apenas com suas carreiras. Também não houve reação das entidades da categoria – o que é lamentável. Paulo Henrique Amorin, outra vítima de perseguição dos “amigos de Serra” quando foi retirado do ar, sem aviso prévio, do Portal IG, protestou solitariamente. “A TV Cultura de Serrágio (vem do pedágio mais alto do Brasil) não agüentava a independência de Nassif”, escreveu no seu blog.
terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Demissões na GM e subsídios estatais
Na semana passada, a General Motors comunicou à direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) a demissão de 744 operários contratados por tempo determinado. Poucos dias antes, ela já havia dispensado 58 temporários. O facão na GM criou forte temor nas bases sindicais e no governo Lula. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, acusou a multinacional estadunidense de se aproveitar da crise mundial para demitir brasileiros e anunciou que qualquer novo subsídio à empresa será condicionado a cláusulas rigorosas de manutenção dos empregos.
A bronca do ministro é plenamente justificada – por isso gerou raivosa gritaria dos empresários e de sua mídia. Afinal, as montadoras de automóveis auferiram lucros recordes nos últimos anos e ainda mamaram nas tetas do governo, com empréstimos e redução de tributos. Agora, diante da grave crise capitalista mundial, elas jogam o seu ônus nas costas do trabalhador e chantageiam o governo para obter mais vantagens. Apesar do discurso falacioso da “responsabilidade social”, as multinacionais não têm qualquer compromisso com a sociedade nem com o Brasil.
Lucro recorde e socorro à matriz
Em novembro último, o jornal empresarial DCI publicou uma nota que revela toda a ganância e a desfaçatez desta multinacional. “O alto desempenho do setor automobilístico até setembro deve garantir a General Motors do Brasil o melhor ano de sua história, mesmo com a revisão negativa do faturamento, que deve ficar em US$ 9,5 bilhões ante a previsão de US$ 11 bilhões, com 575 mil unidades vendidas, um crescimento de 15% sobre 2007. Com isso, ela aumentará seus lucros e, conseqüentemente, o socorro à matriz que passa por dificuldades nos EUA”, relatou o artigo, que já dava uma pista sobre a atual sacanagem da empresa estadunidense – a remessa de lucros.
“Se o nosso lucro aumenta, o valor repassado à matriz naturalmente aumenta”, justificou Jaime Ardilla, presidente da GM brasileira. Animado, ele ainda se jactou dos novos investimentos da empresa no país, apesar da crise já ter estourado nos EUA. Seria mantida “a construção de uma nova fábrica de motores em Joinville (SC), a ampliação da capacidade de produção [maior intensidade do trabalho] nas unidades de São Caetano e São José dos Campos e a conclusão de um centro de engenharia e design, que juntos somam US$ 1,5 bilhão de investimentos”. Ardilla também elogiou os governos federal e paulista, que liberaram R$ 8 bilhões em linhas de crédito.
A estratégia perversa das montadoras
A notinha do DCI ajuda a desmascarar a estratégia da poderosa multinacional: elevar a remessa de lucros para matriz falida nos EUA, transferir parte da produção para regiões onde o valor da força de trabalho é menor, intensificar a produção nas unidades já existentes e, ainda, chantagear governos para assaltar os cofres públicos. Na fase da bonança, as multinacionais pressionam pela desregulamentação, numa orgia de lucros e transferência de riquezas. Na fase da crise, elas usam a ameaça de falências e demissões para exigir mais subsídios e isenções. Elas nunca perdem.
Após transferir os lucros obtidos na produção para a especulação financeira, atolando-se na crise, as dez maiores montadoras de automóveis do mundo já demitiram 35 mil operários. Para se safar do colapso, elas agora chantageiam os governos. Nos EUA, o governo já desembolsou US$ 17,4 bilhões para salvar a GM e a Chrysler. O Canadá seguiu o exemplo e doou mais US$ 3,3 bilhões. Já na Europa, a alemã Opel, braço da GM, foi a primeira montadora a pedir socorro, seguida pela Volkswagen. O “estado mínimo”, tão decantado pelos neoliberais, agora é a salvação do capital.
Redução de impostos e créditos
No caso brasileiro, a mamata se repete. Após superarem todas as estimativas de lucro até outubro passado, as montadoras começaram a dar sinais de retração nas vendas. De imediato, avançaram sobre as tetas do Estado. Como chantagem, elas anunciaram férias coletivas e programas de demissões voluntárias. Depois, começaram a aplicar o facão, sem dó nem piedade. O terrorismo, como sempre, teve sucesso. Além de liberarem R$ 8 bilhões ao setor, os governos Lula e Serra estudam ampliar os incentivos fiscais já existentes, reduzindo o ICMS estadual e o IPI federal.
Já em agosto passado, temendo os efeitos da crise mundial, o presidente Lula baixou o decreto nº 6.556 ampliando o uso do crédito do Imposto sobre a Produção Industrial (IPI) para compensar outros tributos num período posterior. Por sua vez, o governador José Serra elevou os benefícios fiscais às montadoras, concedendo R$ 6,8 bilhões em subsídios – mais da metade dos R$ 11,8 bilhões de investimentos programados pelas multinacionais no Estado. Através do chamado Pró-Veículo, elas poderão usar os créditos fiscais para pagar fornecedoras e reduzir impostos.
Unidade e luta contra as demissões
Está certo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ao afirmar que porá fim a esta mamata e exigirá compensação das montadoras para qualquer outro tipo de socorro. Estão certos os metalúrgicos de São José dos Campos, que realizaram uma paralisação de protesto na GM, exigem a redução da jornada de trabalho sem perda salarial e pressionam o governo por medidas mais duras contra as multinacionais. “Não dá para aceitar que o governo Lula dê bilhões de reais às montadoras e deixe os trabalhadores pagarem pela crise com demissões. Mais do que palavras, precisamos de ações do governo federal”, explicou Luiz Carlos Prates, o Mancha, secretário-geral do sindicato.
Na luta contra as demissões, será necessária muita unidade e luta. Qualquer sectarismo cobrará o preço do isolamento; qualquer omissão terá efeito reverso – hoje a GM de São José dos Campos, amanhã a Volkswagen de São Bernardo do Campo ou a GM de São Caetano do Sul. No combate à ganância e à chantagem das multinacionais, a disputa entre as centrais deve ficar à margem. Respeitando as leituras distintas sobre o caráter do atual governo, é preciso pressioná-lo para que ele endureça com as montadoras, no rumo proposto pelo ministro Lupi – não por acaso alvo de raivosa campanha do capital e da mídia para derrubá-lo. Nada de socorro aos abutres capitalistas.
A bronca do ministro é plenamente justificada – por isso gerou raivosa gritaria dos empresários e de sua mídia. Afinal, as montadoras de automóveis auferiram lucros recordes nos últimos anos e ainda mamaram nas tetas do governo, com empréstimos e redução de tributos. Agora, diante da grave crise capitalista mundial, elas jogam o seu ônus nas costas do trabalhador e chantageiam o governo para obter mais vantagens. Apesar do discurso falacioso da “responsabilidade social”, as multinacionais não têm qualquer compromisso com a sociedade nem com o Brasil.
Lucro recorde e socorro à matriz
Em novembro último, o jornal empresarial DCI publicou uma nota que revela toda a ganância e a desfaçatez desta multinacional. “O alto desempenho do setor automobilístico até setembro deve garantir a General Motors do Brasil o melhor ano de sua história, mesmo com a revisão negativa do faturamento, que deve ficar em US$ 9,5 bilhões ante a previsão de US$ 11 bilhões, com 575 mil unidades vendidas, um crescimento de 15% sobre 2007. Com isso, ela aumentará seus lucros e, conseqüentemente, o socorro à matriz que passa por dificuldades nos EUA”, relatou o artigo, que já dava uma pista sobre a atual sacanagem da empresa estadunidense – a remessa de lucros.
“Se o nosso lucro aumenta, o valor repassado à matriz naturalmente aumenta”, justificou Jaime Ardilla, presidente da GM brasileira. Animado, ele ainda se jactou dos novos investimentos da empresa no país, apesar da crise já ter estourado nos EUA. Seria mantida “a construção de uma nova fábrica de motores em Joinville (SC), a ampliação da capacidade de produção [maior intensidade do trabalho] nas unidades de São Caetano e São José dos Campos e a conclusão de um centro de engenharia e design, que juntos somam US$ 1,5 bilhão de investimentos”. Ardilla também elogiou os governos federal e paulista, que liberaram R$ 8 bilhões em linhas de crédito.
A estratégia perversa das montadoras
A notinha do DCI ajuda a desmascarar a estratégia da poderosa multinacional: elevar a remessa de lucros para matriz falida nos EUA, transferir parte da produção para regiões onde o valor da força de trabalho é menor, intensificar a produção nas unidades já existentes e, ainda, chantagear governos para assaltar os cofres públicos. Na fase da bonança, as multinacionais pressionam pela desregulamentação, numa orgia de lucros e transferência de riquezas. Na fase da crise, elas usam a ameaça de falências e demissões para exigir mais subsídios e isenções. Elas nunca perdem.
Após transferir os lucros obtidos na produção para a especulação financeira, atolando-se na crise, as dez maiores montadoras de automóveis do mundo já demitiram 35 mil operários. Para se safar do colapso, elas agora chantageiam os governos. Nos EUA, o governo já desembolsou US$ 17,4 bilhões para salvar a GM e a Chrysler. O Canadá seguiu o exemplo e doou mais US$ 3,3 bilhões. Já na Europa, a alemã Opel, braço da GM, foi a primeira montadora a pedir socorro, seguida pela Volkswagen. O “estado mínimo”, tão decantado pelos neoliberais, agora é a salvação do capital.
Redução de impostos e créditos
No caso brasileiro, a mamata se repete. Após superarem todas as estimativas de lucro até outubro passado, as montadoras começaram a dar sinais de retração nas vendas. De imediato, avançaram sobre as tetas do Estado. Como chantagem, elas anunciaram férias coletivas e programas de demissões voluntárias. Depois, começaram a aplicar o facão, sem dó nem piedade. O terrorismo, como sempre, teve sucesso. Além de liberarem R$ 8 bilhões ao setor, os governos Lula e Serra estudam ampliar os incentivos fiscais já existentes, reduzindo o ICMS estadual e o IPI federal.
Já em agosto passado, temendo os efeitos da crise mundial, o presidente Lula baixou o decreto nº 6.556 ampliando o uso do crédito do Imposto sobre a Produção Industrial (IPI) para compensar outros tributos num período posterior. Por sua vez, o governador José Serra elevou os benefícios fiscais às montadoras, concedendo R$ 6,8 bilhões em subsídios – mais da metade dos R$ 11,8 bilhões de investimentos programados pelas multinacionais no Estado. Através do chamado Pró-Veículo, elas poderão usar os créditos fiscais para pagar fornecedoras e reduzir impostos.
Unidade e luta contra as demissões
Está certo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, ao afirmar que porá fim a esta mamata e exigirá compensação das montadoras para qualquer outro tipo de socorro. Estão certos os metalúrgicos de São José dos Campos, que realizaram uma paralisação de protesto na GM, exigem a redução da jornada de trabalho sem perda salarial e pressionam o governo por medidas mais duras contra as multinacionais. “Não dá para aceitar que o governo Lula dê bilhões de reais às montadoras e deixe os trabalhadores pagarem pela crise com demissões. Mais do que palavras, precisamos de ações do governo federal”, explicou Luiz Carlos Prates, o Mancha, secretário-geral do sindicato.
Na luta contra as demissões, será necessária muita unidade e luta. Qualquer sectarismo cobrará o preço do isolamento; qualquer omissão terá efeito reverso – hoje a GM de São José dos Campos, amanhã a Volkswagen de São Bernardo do Campo ou a GM de São Caetano do Sul. No combate à ganância e à chantagem das multinacionais, a disputa entre as centrais deve ficar à margem. Respeitando as leituras distintas sobre o caráter do atual governo, é preciso pressioná-lo para que ele endureça com as montadoras, no rumo proposto pelo ministro Lupi – não por acaso alvo de raivosa campanha do capital e da mídia para derrubá-lo. Nada de socorro aos abutres capitalistas.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Empresários e mídia detonam Lupi
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, é o novo alvo dos poderosos empresários e de sua mídia. Quase todo dia, âncoras da televisão, como Carlos Nascimento, o tucano enrustido da SBT, Boris Casoy, o ex-militante do Comando de Caça aos Comunistas hoje hospedado na TV Bandeirantes, para não falar do casal global do Jornal Nacional, procuram desqualificá-lo. Diante de suas justas críticas às empresas, que se aproveitam da crise mundial para demitir trabalhadores, a campanha contra o ministro se intensificou. A intenção evidente é derrubá-lo ou, no mínimo, domesticá-lo.
Segundo fontes seguras, a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), liderada por Paulo Skaf – bastante ativo no uso dos recursos do Sesi/Senai para a sua futura campanha eleitoral – já teria pedido a cabeça do trabalhista ao presidente Lula. A campanha de desgaste parece orquestrada. Nesta semana, Luis Carlos Mendonça de Barros, economista-chefe da Quest Investimentos e ex-ministro de FHC, escreveu artigo na Folha de S.Paulo, intitulado “O governo precisa ter juízo”, acusando Lupi de atiçar “o confronto com empresas”, o que pode causar “resultados desastrosos” na economia. Na sua lógica, o capital seria racional e bonzinho; já o ministro seria um tresloucado.
Tucano se diverte com a crise
Numa linguagem rancorosa, típica dos tucanos enxotados do poder, o atual rentista disse que foi “muito divertido” ver os ministros do governo Lula anunciando o corte de 600 mil empregos no ano passado. “Gaguejando, [Lupi] disse que os empresários são os verdadeiros responsáveis pelas demissões e reviveu a marolinha de Lula na imagem da ‘espuma’. Seguia o padrão petista de sempre arranjar, fora do governo, um responsável pelos problemas”, atacou o tucano.
Mendonção, como era chamado no reinado de FHC, até se soma aos que lutam pela redução da taxa de juros, mas acha que o governo Lula deve promover outros ajustes na economia. Adepto do neoliberalismo, o ex-ministro talvez pretenda jogar o ônus da crise do capitalismo nas costas dos trabalhadores, com novas ondas de demissões e novas medidas de precarizaçao do trabalho. Como cupincha de FHC, ainda carrega a culpa pelo desmonte e privatização do Estado brasileiro e pelos recordes seguidos de desemprego no país. Ele deveria ser mais comedido em sua língua.
Noblat, adorador do deus-mercado
No mesmo diapasão, o jornalista Ricardo Noblat, no seu blog no site da Globo, também atacou o ministro, esquecendo-se de sua condição de classe, de instável empregado da famíglia Marinho. Adorador do deus-mercado, afirmou que “o ministro Lupi quer acabar com o capitalismo... No capitalismo, as empresas demitem e contratam a seu gosto. Não devem satisfação aos governos... Lupi está empenhado numa guerrilha verbal contra as empresas atingidas pela ‘marolinha’ que começaram a demitir. Defende que o governo puna de alguma forma... Lupi é um dos políticos mais deslumbrados com o fato de ser ministro. Imagina que é levado a sério”.
Bem que o veterano jornalista Argemiro Ferreira já havia alertado para as mudanças de posições do badalado colunista global. Ele lembra que “o blog de Ricardo Noblat teve sucesso ao nascer independente, depois dele deixar o Correio Braziliense e ser cooptado pelo portal do Estadão e, depois, por O Globo. Hoje o vínculo explícito (coluna no jornal e tudo) nega a independência, como escancararam sua adesão à campanha anti-Lula em 2006 e no caso Gilmar Mendes/Daniel Dantas”. Ao atacar com tanta veemência o ministro Carlos Lupi, Noblat dá inestimável ajuda à ofensiva do capital para lançar nas costas dos trabalhadores todo o ônus da atual crise capitalista.
Segundo fontes seguras, a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), liderada por Paulo Skaf – bastante ativo no uso dos recursos do Sesi/Senai para a sua futura campanha eleitoral – já teria pedido a cabeça do trabalhista ao presidente Lula. A campanha de desgaste parece orquestrada. Nesta semana, Luis Carlos Mendonça de Barros, economista-chefe da Quest Investimentos e ex-ministro de FHC, escreveu artigo na Folha de S.Paulo, intitulado “O governo precisa ter juízo”, acusando Lupi de atiçar “o confronto com empresas”, o que pode causar “resultados desastrosos” na economia. Na sua lógica, o capital seria racional e bonzinho; já o ministro seria um tresloucado.
Tucano se diverte com a crise
Numa linguagem rancorosa, típica dos tucanos enxotados do poder, o atual rentista disse que foi “muito divertido” ver os ministros do governo Lula anunciando o corte de 600 mil empregos no ano passado. “Gaguejando, [Lupi] disse que os empresários são os verdadeiros responsáveis pelas demissões e reviveu a marolinha de Lula na imagem da ‘espuma’. Seguia o padrão petista de sempre arranjar, fora do governo, um responsável pelos problemas”, atacou o tucano.
Mendonção, como era chamado no reinado de FHC, até se soma aos que lutam pela redução da taxa de juros, mas acha que o governo Lula deve promover outros ajustes na economia. Adepto do neoliberalismo, o ex-ministro talvez pretenda jogar o ônus da crise do capitalismo nas costas dos trabalhadores, com novas ondas de demissões e novas medidas de precarizaçao do trabalho. Como cupincha de FHC, ainda carrega a culpa pelo desmonte e privatização do Estado brasileiro e pelos recordes seguidos de desemprego no país. Ele deveria ser mais comedido em sua língua.
Noblat, adorador do deus-mercado
No mesmo diapasão, o jornalista Ricardo Noblat, no seu blog no site da Globo, também atacou o ministro, esquecendo-se de sua condição de classe, de instável empregado da famíglia Marinho. Adorador do deus-mercado, afirmou que “o ministro Lupi quer acabar com o capitalismo... No capitalismo, as empresas demitem e contratam a seu gosto. Não devem satisfação aos governos... Lupi está empenhado numa guerrilha verbal contra as empresas atingidas pela ‘marolinha’ que começaram a demitir. Defende que o governo puna de alguma forma... Lupi é um dos políticos mais deslumbrados com o fato de ser ministro. Imagina que é levado a sério”.
Bem que o veterano jornalista Argemiro Ferreira já havia alertado para as mudanças de posições do badalado colunista global. Ele lembra que “o blog de Ricardo Noblat teve sucesso ao nascer independente, depois dele deixar o Correio Braziliense e ser cooptado pelo portal do Estadão e, depois, por O Globo. Hoje o vínculo explícito (coluna no jornal e tudo) nega a independência, como escancararam sua adesão à campanha anti-Lula em 2006 e no caso Gilmar Mendes/Daniel Dantas”. Ao atacar com tanta veemência o ministro Carlos Lupi, Noblat dá inestimável ajuda à ofensiva do capital para lançar nas costas dos trabalhadores todo o ônus da atual crise capitalista.
sábado, 17 de janeiro de 2009
Dedicado a Robert Kurz
Disidentes
Los abruptos
pueden ser violentos
tozudos
y hasta sectarios
pero los
exabruptos
son siempre
resentidos.
Mario Benedetti
Los abruptos
pueden ser violentos
tozudos
y hasta sectarios
pero los
exabruptos
son siempre
resentidos.
Mario Benedetti
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
EUA bancam o terrorismo de Israel
O jornal Folha de S.Paulo reproduziu nesta semana, sem chamada de capa ou qualquer destaque, um elucidativo artigo da agência Reuters. Ele informava que “os EUA estão contratando um navio mercantil para levar centenas de toneladas de armas da Grécia a Israel ainda neste mês” de janeiro. Entre outros “materiais perigosos”, estariam novos tipos de explosivos e detonadores. Ainda segundo a agência de notícias, “o pedido de envio foi feito em 31 de dezembro” (o genocídio na Faixa de Gaza começou no dia 27), e o serviço sujo, quase clandestino, seria feito por uma transportadora privada alemã.
O Pentágono negou o envio, mas “um comando da Marinha americana confirmou que o carregamento de 325 contêineres de seis metros cada deve ser levado em duas viagens do porto grego de Ashdod, que fica a 38 quilômetros da Faixa de Gaza”. O armamento saiu do porto de Sunny Point, na Carolina do Norte e “os documentos estipulam que a embarcação deve ser capaz de ‘carregar 5,8 milhões de libras (2,6 milhões de quilos) de peso de explosivo líquido’”. A notícia, sem alarde na mídia, veio à tona no mesmo dia em que a inoperante ONU criticou Israel por “crimes de guerra” na agressão em Gaza.
US$ 84,9 bilhões em financiamento
Além de vetar qualquer resolução da ONU contrária ao terrorismo de Estado de Israel, os EUA ainda bancam seu belicismo genocida. Isto não é de hoje. Há décadas que Israel é a cabeça de ponte do imperialismo para suas ambições geopolíticas e econômicas no Oriente Médio – uma região rica em petróleo e nevrálgica na “contenção das potências rivais”, como a China e Rússia. No passado, quando alguns países da região tentaram romper a dependência colonial, os sionistas serviram de aríete aos EUA. Quem paga exige retorno. O imperialismo financia os sionistas e garante seus interesses na região.
O jornalista Argemiro Ferreira, autor do livro “O império contra-ataca”, prova em seu blog que os EUA financiam o terrorismo sionista. “Nos últimos 60 anos, transferiu-se à responsabilidade do contribuinte americano o ônus de sustentar o estado de Israel e sua devastadora máquina de guerra. Dados conservadores do Washington Report sobre o período de 1947-1997 são assustadores. Benefícios recebidos por Israel: em concessões e empréstimos, US$ 74,1 bilhões; outras, US$ 9,05 bilhões; juros de pagamentos adiantados, US$ 1,65 bilhão. Total: US$ 84,9 bilhões (14,6 mil dólares por israelense)”.
O poderoso lobby sionista
Para ele e outros jornalistas de renome, esta relação promíscua e assassina entre EUA e Israel também decorre da influência do lobby sionista nos bastidores da política ianque. “A opção do apoio a Israel, adotada pelos governantes dos EUA desde Harry Truman, resulta menos da tendência geral da população do que do trabalho liderado pelo milionário lobby israelense – o American Israel Public Affairs Commitee (Aipac) De quatro em quatro anos, todo candidato presidencial submete-se no Aipac ao ritual de purificação e declara seu apoio formal a Israel”, afirma Argemiro Ferreira, que posta em seu blog uma foto do presidente eleito Barack Obama em recente visita ao Aipac.
O renomado intelectual James Petras também compartilha desta visão. Ele lembra que a Aipac tem 100 mil filiados e 150 lobistas, que atuam em tempo integral nos corredores da Casa Branca e do Congresso. “Mais de 20 deputados e uma dúzia de senadores são sionistas, que apóiam automaticamente as políticas de Israel e pressionam por mais financiamento e armamento dos EUA para sua máquina militar... A Aipac tem pessoas em posições chaves no Tesouro, no Comércio e no Conselho de Segurança Nacional, funcionários no Pentágono e conselheiros no topo sobre assuntos do Oriente Médio”.
A “cobertura ideológica” da mídia
Petras observa, ainda, que a influência israelense se estende além dos poderes públicos. “A maioria da indústria do cinema, dos jornais e da mídia eletrônica é de propriedade ou é influenciada por magnatas judeu-sionistas”. Na fase que precedeu a invasão de Gaza, a mídia venal reforçou a campanha de que Israel é vítima e de que o Hamas é terrorista. Segundo Petras, o lobby sionista “criou a cobertura ideológica para a ‘guerra total’ de Israel” – curiosamente, esta foi a manchete da principal revista ianque no Brasil, a Veja.
Após afirmar que o New York Times e o Washington Post são controlados por notórios sionistas, Petras também revela um fato familiar aos brasileiros. Lembra que “escritores, jornalistas e editores estadunidenses louvam e defendem a ‘guerra total’ de Israel sem identificar sua antiga filiação e identificação com organizações sionistas”. Ali Kamel diretor-executivo de jornalismo da TV Globo, deve ter copiado esta fórmula ao enviar como correspondente à Faixa de Gaza a jornalista Renata Malkes, uma antiga sionista.
O Pentágono negou o envio, mas “um comando da Marinha americana confirmou que o carregamento de 325 contêineres de seis metros cada deve ser levado em duas viagens do porto grego de Ashdod, que fica a 38 quilômetros da Faixa de Gaza”. O armamento saiu do porto de Sunny Point, na Carolina do Norte e “os documentos estipulam que a embarcação deve ser capaz de ‘carregar 5,8 milhões de libras (2,6 milhões de quilos) de peso de explosivo líquido’”. A notícia, sem alarde na mídia, veio à tona no mesmo dia em que a inoperante ONU criticou Israel por “crimes de guerra” na agressão em Gaza.
US$ 84,9 bilhões em financiamento
Além de vetar qualquer resolução da ONU contrária ao terrorismo de Estado de Israel, os EUA ainda bancam seu belicismo genocida. Isto não é de hoje. Há décadas que Israel é a cabeça de ponte do imperialismo para suas ambições geopolíticas e econômicas no Oriente Médio – uma região rica em petróleo e nevrálgica na “contenção das potências rivais”, como a China e Rússia. No passado, quando alguns países da região tentaram romper a dependência colonial, os sionistas serviram de aríete aos EUA. Quem paga exige retorno. O imperialismo financia os sionistas e garante seus interesses na região.
O jornalista Argemiro Ferreira, autor do livro “O império contra-ataca”, prova em seu blog que os EUA financiam o terrorismo sionista. “Nos últimos 60 anos, transferiu-se à responsabilidade do contribuinte americano o ônus de sustentar o estado de Israel e sua devastadora máquina de guerra. Dados conservadores do Washington Report sobre o período de 1947-1997 são assustadores. Benefícios recebidos por Israel: em concessões e empréstimos, US$ 74,1 bilhões; outras, US$ 9,05 bilhões; juros de pagamentos adiantados, US$ 1,65 bilhão. Total: US$ 84,9 bilhões (14,6 mil dólares por israelense)”.
O poderoso lobby sionista
Para ele e outros jornalistas de renome, esta relação promíscua e assassina entre EUA e Israel também decorre da influência do lobby sionista nos bastidores da política ianque. “A opção do apoio a Israel, adotada pelos governantes dos EUA desde Harry Truman, resulta menos da tendência geral da população do que do trabalho liderado pelo milionário lobby israelense – o American Israel Public Affairs Commitee (Aipac) De quatro em quatro anos, todo candidato presidencial submete-se no Aipac ao ritual de purificação e declara seu apoio formal a Israel”, afirma Argemiro Ferreira, que posta em seu blog uma foto do presidente eleito Barack Obama em recente visita ao Aipac.
O renomado intelectual James Petras também compartilha desta visão. Ele lembra que a Aipac tem 100 mil filiados e 150 lobistas, que atuam em tempo integral nos corredores da Casa Branca e do Congresso. “Mais de 20 deputados e uma dúzia de senadores são sionistas, que apóiam automaticamente as políticas de Israel e pressionam por mais financiamento e armamento dos EUA para sua máquina militar... A Aipac tem pessoas em posições chaves no Tesouro, no Comércio e no Conselho de Segurança Nacional, funcionários no Pentágono e conselheiros no topo sobre assuntos do Oriente Médio”.
A “cobertura ideológica” da mídia
Petras observa, ainda, que a influência israelense se estende além dos poderes públicos. “A maioria da indústria do cinema, dos jornais e da mídia eletrônica é de propriedade ou é influenciada por magnatas judeu-sionistas”. Na fase que precedeu a invasão de Gaza, a mídia venal reforçou a campanha de que Israel é vítima e de que o Hamas é terrorista. Segundo Petras, o lobby sionista “criou a cobertura ideológica para a ‘guerra total’ de Israel” – curiosamente, esta foi a manchete da principal revista ianque no Brasil, a Veja.
Após afirmar que o New York Times e o Washington Post são controlados por notórios sionistas, Petras também revela um fato familiar aos brasileiros. Lembra que “escritores, jornalistas e editores estadunidenses louvam e defendem a ‘guerra total’ de Israel sem identificar sua antiga filiação e identificação com organizações sionistas”. Ali Kamel diretor-executivo de jornalismo da TV Globo, deve ter copiado esta fórmula ao enviar como correspondente à Faixa de Gaza a jornalista Renata Malkes, uma antiga sionista.
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Repórter da Globo é do exército de Israel?
Uma informação bombástica circula na globosfera: a jornalista Renata Malkes, correspondente da Globo News e do jornal O Globo em Gaza, seria uma sionista militante. A denúncia foi feita pelo blog Cloaca, que monitora as práticas do “jornalismo esgoto”. Ele vasculhou e descobriu alguns textos da repórter da Globo, postados no seu blog pessoal Balagan – que, curiosamente, já foi deletado. No topo da página, a imagem de um palestino, associado à figura de um terrorista, e a chamada: “Não lhes dê um estado”. Os textos revelam o mais abjeto preconceito racista.
Entre outras sandices, Malkes escreveu: “Parece piada! Eles querem criar um Estado Palestino independente e ainda entupir Israel com seus milhares de refugiados mortos de fome. Faça-me o favor”. Noutra postagem, considera “patética” até uma declaração de FHC favorável à criação do Estado Palestino. “Tupiniquim tem mais é que cuidar de dengue”. Ele também ataca o MST, que enviara uma delegação de solidariedade à região, e ridiculariza a Venezuela por ser “amiga dos brimos”. Vários artigos tratam os árabes e os palestinos como “burros” e “mentirosos”.
O “sonho” de ingressar no exército
O Balagan cumpriu um papel tão pernicioso que recebeu do jornal israelense Yediot Aharonot o epíteto de “warblog” por sua “excelência na propaganda sionista”. Cloaca também traz a tona outras duas histórias sinistras da atual jornalista da TV Globo. Numa de suas postagens, ela se mostra exultante com a possibilidade de realizar o seu “sonho” de ingressar no Exército de Israel – mas não há registros oficiais sobre o seu recrutamento. Cloaca revela ainda que a repórter foi presa por autoridades libanesas, em julho de 2007, por “falsidade ideológica e espionagem”.
Com dupla cidadania, israelense e brasileira, ela teria ingressado no Líbano de maneira ilegal, sendo alvo de “perseguição” do Hezbollah. No seu próprio blog, ela se vangloria da peripécia e por ter sido citada em inúmeros veículos, como o jornal Daily Star, a TV Al Jazeera e em várias emissoras israelenses. “Foi uma jornada longa e posso dizer que a mais difícil dos meus nove anos como jornalista. Mentir sobre a origem, evitar detalhes de vida em conversas informais e enganar pessoas que me ajudaram tanto foram tarefas terríveis”, confessa a repórter.
“Vergonha de determinadas posições”
Alvejada em cheio pelas denúncias, a jornalista logo postou um esclarecimento público no seu blog, “O outro lado da Terra Santa”, também hospedado nas páginas da Rede Globo. Segundo garantiu, ela nunca pertenceu ao Exército de Israel. “Ao chegar a Israel, tive sim vontade de ingressar nas Forças Armadas para compreender melhor o funcionamento desta complexa máquina de guerra”, mas desistiu. Com relação ao Balagan, explicou que o deletou, em meados de 2007, “por motivos de segurança”. Quando ao seu conteúdo, afirma que eram “textos escritos num espaço pessoal, entre os anos 2001 e 2006... antes de atuar como repórter de O Globo”.
Ela deixa implícito que teria se arrependido das coisas que escreveu no seu antigo blog. “Quem pensa muda... Sempre admiti ter vergonha de determinadas posições que tive no passado. A vivência diária do conflito me fez abrir os olhos e ampliar minha percepção acerca dos fatos e do significado do sentimento de humanismo... Eu fazia parte desse mesmo grupo de pessoas que vêem a realidade com olhos maniqueístas e reagem com intensidade brutal... Por sorte, aprendi em seis anos de vivência aqui que a realidade do conflito israelo-palestino não é preta e branca”.
O maquiavélico Ali Kamel
Diante do exposto, a magoada Malkes diz que tem “sido vítima constante deste tipo de ataques. Quando trabalhei como produtora de uma tevê israelense, acusaram-se de ‘trabalhar no governo israelense’”. Na sequência, em 2007, um após o ataque israelense ao Hezbollah, “mais uma vez fui difamada, já que os mesmos grupos acusaram-me de ter sido presa no Líbano por falsidade ideológica. Nunca trabalhei no governo de Israel, tampouco servi no exército israelense ou mesmo fui presa no Líbano”, jura a repórter.
Dadas as explicações, o mais crédulo dos humanos ainda achará muito estranho que a direção da TV Globo tenha enviado como correspondente da carnificina em Gaza uma jornalista com esta sinistra trajetória. É evidente que o maquiavélico diretor-executivo de jornalismo da emissora, Ali Kamel, batizado de Ratzinger pelos jornalistas que o conhecem, sabia deste passado militante e que ele interferiria na cobertura do atual genocídio. Uma repórter com este histórico sionista estaria talhada para manipular a cobertura da maior emissora privada de televisão do Brasil.
Entre outras sandices, Malkes escreveu: “Parece piada! Eles querem criar um Estado Palestino independente e ainda entupir Israel com seus milhares de refugiados mortos de fome. Faça-me o favor”. Noutra postagem, considera “patética” até uma declaração de FHC favorável à criação do Estado Palestino. “Tupiniquim tem mais é que cuidar de dengue”. Ele também ataca o MST, que enviara uma delegação de solidariedade à região, e ridiculariza a Venezuela por ser “amiga dos brimos”. Vários artigos tratam os árabes e os palestinos como “burros” e “mentirosos”.
O “sonho” de ingressar no exército
O Balagan cumpriu um papel tão pernicioso que recebeu do jornal israelense Yediot Aharonot o epíteto de “warblog” por sua “excelência na propaganda sionista”. Cloaca também traz a tona outras duas histórias sinistras da atual jornalista da TV Globo. Numa de suas postagens, ela se mostra exultante com a possibilidade de realizar o seu “sonho” de ingressar no Exército de Israel – mas não há registros oficiais sobre o seu recrutamento. Cloaca revela ainda que a repórter foi presa por autoridades libanesas, em julho de 2007, por “falsidade ideológica e espionagem”.
Com dupla cidadania, israelense e brasileira, ela teria ingressado no Líbano de maneira ilegal, sendo alvo de “perseguição” do Hezbollah. No seu próprio blog, ela se vangloria da peripécia e por ter sido citada em inúmeros veículos, como o jornal Daily Star, a TV Al Jazeera e em várias emissoras israelenses. “Foi uma jornada longa e posso dizer que a mais difícil dos meus nove anos como jornalista. Mentir sobre a origem, evitar detalhes de vida em conversas informais e enganar pessoas que me ajudaram tanto foram tarefas terríveis”, confessa a repórter.
“Vergonha de determinadas posições”
Alvejada em cheio pelas denúncias, a jornalista logo postou um esclarecimento público no seu blog, “O outro lado da Terra Santa”, também hospedado nas páginas da Rede Globo. Segundo garantiu, ela nunca pertenceu ao Exército de Israel. “Ao chegar a Israel, tive sim vontade de ingressar nas Forças Armadas para compreender melhor o funcionamento desta complexa máquina de guerra”, mas desistiu. Com relação ao Balagan, explicou que o deletou, em meados de 2007, “por motivos de segurança”. Quando ao seu conteúdo, afirma que eram “textos escritos num espaço pessoal, entre os anos 2001 e 2006... antes de atuar como repórter de O Globo”.
Ela deixa implícito que teria se arrependido das coisas que escreveu no seu antigo blog. “Quem pensa muda... Sempre admiti ter vergonha de determinadas posições que tive no passado. A vivência diária do conflito me fez abrir os olhos e ampliar minha percepção acerca dos fatos e do significado do sentimento de humanismo... Eu fazia parte desse mesmo grupo de pessoas que vêem a realidade com olhos maniqueístas e reagem com intensidade brutal... Por sorte, aprendi em seis anos de vivência aqui que a realidade do conflito israelo-palestino não é preta e branca”.
O maquiavélico Ali Kamel
Diante do exposto, a magoada Malkes diz que tem “sido vítima constante deste tipo de ataques. Quando trabalhei como produtora de uma tevê israelense, acusaram-se de ‘trabalhar no governo israelense’”. Na sequência, em 2007, um após o ataque israelense ao Hezbollah, “mais uma vez fui difamada, já que os mesmos grupos acusaram-me de ter sido presa no Líbano por falsidade ideológica. Nunca trabalhei no governo de Israel, tampouco servi no exército israelense ou mesmo fui presa no Líbano”, jura a repórter.
Dadas as explicações, o mais crédulo dos humanos ainda achará muito estranho que a direção da TV Globo tenha enviado como correspondente da carnificina em Gaza uma jornalista com esta sinistra trajetória. É evidente que o maquiavélico diretor-executivo de jornalismo da emissora, Ali Kamel, batizado de Ratzinger pelos jornalistas que o conhecem, sabia deste passado militante e que ele interferiria na cobertura do atual genocídio. Uma repórter com este histórico sionista estaria talhada para manipular a cobertura da maior emissora privada de televisão do Brasil.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Lampreia, o “ridículo” ex-chanceler de FHC
O diplomata de carreira Luiz Felipe Lampreia, ex-ministro das Relações Exteriores do governo FHC de 1995 a 2001, deixou de lado qualquer diplomacia – se é que algum dia teve – para atacar duramente o atual ministro Celso Amorim. O motivo da bronca, que deve ter agradado o regime sionista de Israel, foi a viagem do representante do presidente Lula ao Oriente Médio na tentativa de contribuir para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. No seu blog, não por acaso postado no site do jornal O Globo, o ativo tucano destilou veneno. Com diz o ditado, a inveja é uma... desgraça!
“No seu afã de protagonismo, o ministro Amorim iniciou um périplo no Oriente Médio que beira o ridículo”, esbravejou Lampreia. Como sua mentalidade servil às potenciais imperialistas, ele avalia que o Brasil não tem nenhum papel a jogar no tabuleiro internacional. Para ele, Amorim “deve estar incomodando os líderes políticos da região com seus pedidos de audiência quando eles têm outras prioridades. Ele nada pode acrescentar aos esforços de paz que a França e o Egito desenvolvem. Deve ser vista com suspeita pelos líderes israelenses pelas posições que assumir. Seguramente não é considerado pelos americanos como um fator relevante na questão. Enfim, as peripécias do ministro são uma inutilidade que só pode trazer desgaste à diplomacia brasileira”.
Um notório entreguista
De Jerusalém, onde se encontrou com representantes do governo israelense, após se reunir com o presidente sírio Bashar Assad, Amorim deu o troco de forma diplomática. Sem citar nomes, ele classificou as críticas como sintoma da baixa autoestima de alguns brasileiros. “No futebol, nós superamos essa síndrome. Na política e no comércio internacional, ainda não”. Para ele, o Brasil deve ter um papel protagonista no cenário mundial. “Não tenho ilusões de que estamos aqui para resolver um problema que ninguém resolveu. Mas fazemos parte de um conjunto de esforços da comunidade internacional. A comunidade internacional não pode ser só EUA e União Européia”.
Uma postura bem diferente da adotada por Lampreia quando exerceu a mesmo cargo no governo entreguista de FHC. Na época, o ex-chanceler foi um dos mais ativos defensores da política de “alinhamento automático” com os EUA. Com inúmeros atos, ele tentou pavimentar “o caminho” para viabilizar o tratado neocolonial imposto pelo imperialismo, a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Também propôs a concessão da base militar de Alcântara, no Maranhão, para os EUA. Quem quiser conhecer melhor este triste período da diplomacia brasileira basta ler o livro “As relações perigosas Brasil/Estados Unidos”, de Luiz Alberto Moniz Bandeira.
Um direitista militante
Luiz Felipe Lampreia tenta se travestir de diplomata, mas é um direitista militante e um tucano de carteirinha. Para conhecer suas opiniões, basta passar os olhos no seu blog no site da Globo. No atual genocídio em Gaza, ele adota a mesma posição da carniceira Condoleezza Rice e dos sionistas, vendendo a imagem de Israel como vítima e dos palestinos como terroristas. Ataca o Hamas, que “prossegue em seu tom belicoso, anunciando que seguirá na luta. Para os radicais palestinos, o hasteamento de sua bandeira verde no último prédio de pé em Gaza representaria uma grande vitória política”. Ele até defende o cessar-fogo, mas sob os escombros de Gaza.
Já no que se refere à América Latina, um dos principais alvos de suas críticas a atual política do governo Lula, Lampreia explicita que não tem nada de diplomata. Prega maior endurecimento nas relações com os “parceiros truculentos”, atacando o presidente Rafael Correa, do Equador; agride Hugo Chávez – chamando-o de coronel e não de presidente –, criticando “os seus gastos ineficientes” e defendendo “uma mudança radical em sua política econômica”. O ódio ao líder bolivariano é tanto que ele condenou a aprovação da Câmara Federal do ingresso da Venezuela no Mercosul. “Esperemos que o Senado mantenha sua oposição a esta decisão desastrosa”.
Serviçal dos EUA e de Uribe
O ex-chanceler de FHC também adora desqualificar Cuba. “A revolução cubana fez 50 anos e os oligarcas de Havana celebraram muito. Mas o povo está cada vez mais miserável”, atacou num de seus últimos textos. Em outra, rancoroso, disse que foi destratado numa viagem à ilha. “Cuba é glorificada por alguns ingênuos (e outros não tanto). Mas continua sendo, desde os tempos do paredón, uma ditadura feroz, com um partido único, um chatíssimo jornal único, muitos presos políticos e o cerceamento das liberdades”, escreveu num linguajar típico dos agentes da CIA.
Para Lampreia, o governo Lula erra ao investir no avanço das relações políticas e econômicas no continente. Por isso, ele atacou de maneira hidrófoba a Cúpula da America Latina, realizada em dezembro na Bahia. “Os resultados foram nulos”, esbravejou. A razão, segundo o defensor do “alinhamento automático” com os EUA, foi “a retórica antiamericana extravagante dos Chávez e Morales da vida, no momento em que vai assumir o presidente Barack Obama, de quem muito se espera universalmente... Com radicais ideológicos não há muito espaço para a racionalidade”.
Ao mesmo tempo em que ataca Venezuela, Cuba, Bolívia e Equador – e, com inveja, o ministro Celso Amorim –, o ex-chanceler de FHC prioriza as suas “ligações” com os EUA e o presidente narcoterrorista Álvaro Uribe. Há poucos dias, o ministro de Relações Exteriores da Colômbia, Jaime Bermúdez, anunciou que Felipe Lampreia fará parte de uma missão especial encarregada de melhorar a imagem desde país – conhecido como o recordista mundial em assassinados de sindicalistas, pelos escândalos de corrupção nos altos escalões de governo e pela existência de milícias paramilitares envolvidas no trafico de cocaína. Belas companhias a de Lampreia!
“No seu afã de protagonismo, o ministro Amorim iniciou um périplo no Oriente Médio que beira o ridículo”, esbravejou Lampreia. Como sua mentalidade servil às potenciais imperialistas, ele avalia que o Brasil não tem nenhum papel a jogar no tabuleiro internacional. Para ele, Amorim “deve estar incomodando os líderes políticos da região com seus pedidos de audiência quando eles têm outras prioridades. Ele nada pode acrescentar aos esforços de paz que a França e o Egito desenvolvem. Deve ser vista com suspeita pelos líderes israelenses pelas posições que assumir. Seguramente não é considerado pelos americanos como um fator relevante na questão. Enfim, as peripécias do ministro são uma inutilidade que só pode trazer desgaste à diplomacia brasileira”.
Um notório entreguista
De Jerusalém, onde se encontrou com representantes do governo israelense, após se reunir com o presidente sírio Bashar Assad, Amorim deu o troco de forma diplomática. Sem citar nomes, ele classificou as críticas como sintoma da baixa autoestima de alguns brasileiros. “No futebol, nós superamos essa síndrome. Na política e no comércio internacional, ainda não”. Para ele, o Brasil deve ter um papel protagonista no cenário mundial. “Não tenho ilusões de que estamos aqui para resolver um problema que ninguém resolveu. Mas fazemos parte de um conjunto de esforços da comunidade internacional. A comunidade internacional não pode ser só EUA e União Européia”.
Uma postura bem diferente da adotada por Lampreia quando exerceu a mesmo cargo no governo entreguista de FHC. Na época, o ex-chanceler foi um dos mais ativos defensores da política de “alinhamento automático” com os EUA. Com inúmeros atos, ele tentou pavimentar “o caminho” para viabilizar o tratado neocolonial imposto pelo imperialismo, a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Também propôs a concessão da base militar de Alcântara, no Maranhão, para os EUA. Quem quiser conhecer melhor este triste período da diplomacia brasileira basta ler o livro “As relações perigosas Brasil/Estados Unidos”, de Luiz Alberto Moniz Bandeira.
Um direitista militante
Luiz Felipe Lampreia tenta se travestir de diplomata, mas é um direitista militante e um tucano de carteirinha. Para conhecer suas opiniões, basta passar os olhos no seu blog no site da Globo. No atual genocídio em Gaza, ele adota a mesma posição da carniceira Condoleezza Rice e dos sionistas, vendendo a imagem de Israel como vítima e dos palestinos como terroristas. Ataca o Hamas, que “prossegue em seu tom belicoso, anunciando que seguirá na luta. Para os radicais palestinos, o hasteamento de sua bandeira verde no último prédio de pé em Gaza representaria uma grande vitória política”. Ele até defende o cessar-fogo, mas sob os escombros de Gaza.
Já no que se refere à América Latina, um dos principais alvos de suas críticas a atual política do governo Lula, Lampreia explicita que não tem nada de diplomata. Prega maior endurecimento nas relações com os “parceiros truculentos”, atacando o presidente Rafael Correa, do Equador; agride Hugo Chávez – chamando-o de coronel e não de presidente –, criticando “os seus gastos ineficientes” e defendendo “uma mudança radical em sua política econômica”. O ódio ao líder bolivariano é tanto que ele condenou a aprovação da Câmara Federal do ingresso da Venezuela no Mercosul. “Esperemos que o Senado mantenha sua oposição a esta decisão desastrosa”.
Serviçal dos EUA e de Uribe
O ex-chanceler de FHC também adora desqualificar Cuba. “A revolução cubana fez 50 anos e os oligarcas de Havana celebraram muito. Mas o povo está cada vez mais miserável”, atacou num de seus últimos textos. Em outra, rancoroso, disse que foi destratado numa viagem à ilha. “Cuba é glorificada por alguns ingênuos (e outros não tanto). Mas continua sendo, desde os tempos do paredón, uma ditadura feroz, com um partido único, um chatíssimo jornal único, muitos presos políticos e o cerceamento das liberdades”, escreveu num linguajar típico dos agentes da CIA.
Para Lampreia, o governo Lula erra ao investir no avanço das relações políticas e econômicas no continente. Por isso, ele atacou de maneira hidrófoba a Cúpula da America Latina, realizada em dezembro na Bahia. “Os resultados foram nulos”, esbravejou. A razão, segundo o defensor do “alinhamento automático” com os EUA, foi “a retórica antiamericana extravagante dos Chávez e Morales da vida, no momento em que vai assumir o presidente Barack Obama, de quem muito se espera universalmente... Com radicais ideológicos não há muito espaço para a racionalidade”.
Ao mesmo tempo em que ataca Venezuela, Cuba, Bolívia e Equador – e, com inveja, o ministro Celso Amorim –, o ex-chanceler de FHC prioriza as suas “ligações” com os EUA e o presidente narcoterrorista Álvaro Uribe. Há poucos dias, o ministro de Relações Exteriores da Colômbia, Jaime Bermúdez, anunciou que Felipe Lampreia fará parte de uma missão especial encarregada de melhorar a imagem desde país – conhecido como o recordista mundial em assassinados de sindicalistas, pelos escândalos de corrupção nos altos escalões de governo e pela existência de milícias paramilitares envolvidas no trafico de cocaína. Belas companhias a de Lampreia!
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Quem são os terroristas em Gaza?
“A ofensiva de Israel na Faixa de Gaza é terrorismo de Estado. Quando há um atentado contra Israel, é um ato terrorista. Mas quando uma ação do exercito israelense provoca a morte de civis palestinos, é uma ‘reação de defesa’? Isso é terrorismo de Estado, me desculpem”.
Marco Aurélio Garcia, assessor especial do presidente Lula.
A incisiva declaração de um dos principais assessores do governo brasileiro gerou forte gritaria de parte da comunidade israelense no Brasil. Até o ministro de “assuntos sociais” de Israel, Isaac Herzog, retrucou em tom presunçoso: “As pessoas deveriam ler mais para conhecer a história”. Colunistas da mídia, que não negam seus préstimos, também esbravejaram. O jornalista Carlos Brickmann tentou desqualificar o assessor especial do presidente e propôs que ele fosse “enviado para a França, onde estão os trotskistas que, há 40 anos, influenciaram a sua cabeça stalinista”.
A corajosa declaração incomodou tanto porque Marco Aurélio Garcia colocou o dedo na ferida, desmascarando uma das principais peças de propaganda dos sionistas e da sua mídia servil. Na prática, boa parte da imprensa mundial e nativa tenta fixar a imagem de que os palestinos sãos os terroristas. Israel seria apenas vítima indefesa de atentados e agressões. Na “guerra” em curso, a mídia inclusive difundiu a mentira de que Israel foi atacado primeiro em dezembro passado e de que o Hamas rompeu o cessar-fogo ao lançar foguetes contra cidades fronteiriças. Puro engodo!
“Mãos sujas de sangue”
O jornalista inglês Robert Fisk, um dos maiores especialistas em Oriente Médio, já comprovou que foi Israel quem rompeu primeiro o tênue acordo de paz. Além de promover um cerco brutal aos 1,5 milhão de palestinos que superlotam a Gaza, vetando a entrada de alimentos e remédios para isolar o Hamas, que democraticamente venceu as eleições no território em janeiro de 2006, o exercito sionista ainda assassinou militantes deste movimento. “O cessar-fogo foi rompido por Israel, primeiro em 4 de novembro, quando bombardeou e matou seis palestinos em Gaza; e depois, em 17 de novembro, quando outra vez bombardeou e matou mais quatro palestinos”.
Para o veterano correspondente de guerra, que já presenciou várias outras atrocidades de Israel, a cumplicidade de governos e da mídia com essas mentiras é vergonhosa. Referindo à matança de crianças e civis inocentes, ele desabafa. “O que surpreende é que tantos líderes ocidentais, tantos presidentes e primeiros-ministros e tantos editores e jornalistas tenham acreditado nas mesmas velhas mentiras... Todos os presidentes e primeiros-ministros que repetiram a mesma mentira, como pretexto para não impor o cessar-fogo, têm as mãos sujas de sangue da carnificina”.
Operação “chumbo fundido”
Um estudo acalentado do intelectual Michel Chossudovsky demonstra que essa ação terrorista de Israel já estava planejada há tempos. Os foguetes artesanais do Hamas, que nos últimos sete anos causaram 17 mortes – enquanto a alta tecnologia militar israelense-ianque produziu milhares de mortes –, serviram apenas como pretexto. “Os bombardeios aéreos e a presente invasão de Gaza pela forças terrestres israelenses têm que ser analisados num contexto histórico. A operação ‘Chumbo Fundido’ (Cast Lead) é uma missão cuidadosamente planejada que, por sua vez, faz parte da estratégia militar e do serviço secreto formulada pela primeira vez em 2001”.
Segundo revelou o jornal israelense Haaretz, “fontes do establishment disseram que o ministro da Defesa, Ehud Barak, deu instruções às forças militares israelenses para se prepararem para a operação há mais de seis meses, na altura em que Israel negociava o acordo de cessar-fogo com Hamas”. Em 8 de dezembro passado, num mau agouro, o vice-secretário de Estado dos EUA, o carniceiro John Negroponte – o que mesmo que organizou os esquadrões da morte na América Central – reuniu-se em Tel Aviv com Meir Dagan, diretor do serviço secreto sionista (Mossad). O genocídio, que até agora gerou quase mil mortes – entre elas, mais de 250 crianças –, já estava em acelerado curso e nada teve a ver com os ataques imprecisos do Hamas.
“Desastre humanitário planejado”
Na opinião de Chossudovsky, a “operação chumbo fundido” não tem como meta maior atingir os alvos militares do Hamas. “Ela pretende, deliberadamente, provocar baixas civis. Trata-se de um ‘desastre humanitário planejado’ em Gaza. O objetivo de longo prazo, conforme formulado pelos militares israelenses, é a expulsão dos palestinos de suas terras”. Visaria “aterrorizar a população civil, garantido a máxima destruição de propriedades e de recursos culturais... A vida diária dos palestinos deveria se tornar insuportável. Eles seriam cercados nas cidades e aldeias, impedidos de exercer a sua atividade econômica normal, afastados dos locais de trabalho, das escolas e dos hospitais. Isso encorajaria a emigração e enfraqueceria a resistência a futuras expulsões”.
A operação também é conhecida como “plano Dagan”, numa referência ao nome do atual chefe da Mossad. General da reserva, Dagan elaborou o plano expansionista durante a campanha que elegeu o direitista Ariel Sharon como primeiro-ministro, em fevereiro de 2001. Ele já previa que a ação “provocará a morte de centenas de israelenses e de milhares de palestinos”, propunha o desmembramento de Gaza e o estímulo à divisão entre as forças palestinas – entre o Fatah e o Hamas. Nomeado diretor do Mossad por Sharon, em agosto de 2002, Dagan foi reconduzido ao cargo por Ehud Olmert e ficou com as mãos livres para desencadear o atual genocídio.
As primeiras bombas sionistas
Segundo Chossudovsky, ainda fazia parte do plano “chumbo fundido” a construção do Muro do Apartheid e o assassinato do líder palestino Yasser Arafat, morto em novembro de 2004. Quando primeiro-ministro, Ehud Barak, que hoje concorre novamente ao cargo, declarou à imprensa que “Arafat é uma séria ameaça à segurança e o prejuízo que pode resultar do seu desaparecimento é menor do que o prejuízo causado por sua existência”. Com a vitória eleitoral do Hamas em Gaza, a fase final do plano foi acionada e previa: “invasão do território com cerca de 30 mil soldados israelenses e a missão claramente definida de destruir a infra-estrutura, de arrebatar o armamento atualmente na posse das forças palestinas e de expulsar e matar seus dirigentes militares”.
A revelação dos detalhes da “operação chumbo fundido”, que a mídia quase não cita, evidencia que são os verdadeiros terroristas. Este projeto macabro desmistifica a idéia de que Israel é uma vítima inocente, que apenas “protege seus cidadãos num ato de legítima defesa” – como garante o cínico ministro Isaac Herzog. A parte mais lúcida da comunidade judaica deveria fustigar a sua consciência diante destes fatos e atos. Pode ajudar nesta reflexão a lembrança de que os sionistas nunca foram pacifistas inocentes. Em muitos aspectos, eles lembram os nazistas e a tragédia do Holocausto. Já adotaram o terrorismo no passado e hoje exercem o terrorismo de Estado.
Basta recordar, como fez o site Resistir, que “as bombas em cafés foram usadas pelos sionistas pela primeira vez na Palestina em 17 de março de 1937, em Jaffa; bombas em automóveis foram usadas primeiro pelos sionistas de 20 de agosto a 26 de setembro de 1937; bombas em mercados foram usadas primeiro pelos sionistas em 6 de julho de 1938, em Haifa; bombas em hotéis foram usadas primeiro pelos sionistas em 22 de julho de 1946, em Jerusalém; bombas em embaixadas estrangeiras foram usadas primeiro pelos sionistas em 01 de outubro de 1946, em Roma; cartas bombas foram usadas primeiro pelos sionistas em junho de 1947 no Reino Unido”.
Marco Aurélio Garcia, assessor especial do presidente Lula.
A incisiva declaração de um dos principais assessores do governo brasileiro gerou forte gritaria de parte da comunidade israelense no Brasil. Até o ministro de “assuntos sociais” de Israel, Isaac Herzog, retrucou em tom presunçoso: “As pessoas deveriam ler mais para conhecer a história”. Colunistas da mídia, que não negam seus préstimos, também esbravejaram. O jornalista Carlos Brickmann tentou desqualificar o assessor especial do presidente e propôs que ele fosse “enviado para a França, onde estão os trotskistas que, há 40 anos, influenciaram a sua cabeça stalinista”.
A corajosa declaração incomodou tanto porque Marco Aurélio Garcia colocou o dedo na ferida, desmascarando uma das principais peças de propaganda dos sionistas e da sua mídia servil. Na prática, boa parte da imprensa mundial e nativa tenta fixar a imagem de que os palestinos sãos os terroristas. Israel seria apenas vítima indefesa de atentados e agressões. Na “guerra” em curso, a mídia inclusive difundiu a mentira de que Israel foi atacado primeiro em dezembro passado e de que o Hamas rompeu o cessar-fogo ao lançar foguetes contra cidades fronteiriças. Puro engodo!
“Mãos sujas de sangue”
O jornalista inglês Robert Fisk, um dos maiores especialistas em Oriente Médio, já comprovou que foi Israel quem rompeu primeiro o tênue acordo de paz. Além de promover um cerco brutal aos 1,5 milhão de palestinos que superlotam a Gaza, vetando a entrada de alimentos e remédios para isolar o Hamas, que democraticamente venceu as eleições no território em janeiro de 2006, o exercito sionista ainda assassinou militantes deste movimento. “O cessar-fogo foi rompido por Israel, primeiro em 4 de novembro, quando bombardeou e matou seis palestinos em Gaza; e depois, em 17 de novembro, quando outra vez bombardeou e matou mais quatro palestinos”.
Para o veterano correspondente de guerra, que já presenciou várias outras atrocidades de Israel, a cumplicidade de governos e da mídia com essas mentiras é vergonhosa. Referindo à matança de crianças e civis inocentes, ele desabafa. “O que surpreende é que tantos líderes ocidentais, tantos presidentes e primeiros-ministros e tantos editores e jornalistas tenham acreditado nas mesmas velhas mentiras... Todos os presidentes e primeiros-ministros que repetiram a mesma mentira, como pretexto para não impor o cessar-fogo, têm as mãos sujas de sangue da carnificina”.
Operação “chumbo fundido”
Um estudo acalentado do intelectual Michel Chossudovsky demonstra que essa ação terrorista de Israel já estava planejada há tempos. Os foguetes artesanais do Hamas, que nos últimos sete anos causaram 17 mortes – enquanto a alta tecnologia militar israelense-ianque produziu milhares de mortes –, serviram apenas como pretexto. “Os bombardeios aéreos e a presente invasão de Gaza pela forças terrestres israelenses têm que ser analisados num contexto histórico. A operação ‘Chumbo Fundido’ (Cast Lead) é uma missão cuidadosamente planejada que, por sua vez, faz parte da estratégia militar e do serviço secreto formulada pela primeira vez em 2001”.
Segundo revelou o jornal israelense Haaretz, “fontes do establishment disseram que o ministro da Defesa, Ehud Barak, deu instruções às forças militares israelenses para se prepararem para a operação há mais de seis meses, na altura em que Israel negociava o acordo de cessar-fogo com Hamas”. Em 8 de dezembro passado, num mau agouro, o vice-secretário de Estado dos EUA, o carniceiro John Negroponte – o que mesmo que organizou os esquadrões da morte na América Central – reuniu-se em Tel Aviv com Meir Dagan, diretor do serviço secreto sionista (Mossad). O genocídio, que até agora gerou quase mil mortes – entre elas, mais de 250 crianças –, já estava em acelerado curso e nada teve a ver com os ataques imprecisos do Hamas.
“Desastre humanitário planejado”
Na opinião de Chossudovsky, a “operação chumbo fundido” não tem como meta maior atingir os alvos militares do Hamas. “Ela pretende, deliberadamente, provocar baixas civis. Trata-se de um ‘desastre humanitário planejado’ em Gaza. O objetivo de longo prazo, conforme formulado pelos militares israelenses, é a expulsão dos palestinos de suas terras”. Visaria “aterrorizar a população civil, garantido a máxima destruição de propriedades e de recursos culturais... A vida diária dos palestinos deveria se tornar insuportável. Eles seriam cercados nas cidades e aldeias, impedidos de exercer a sua atividade econômica normal, afastados dos locais de trabalho, das escolas e dos hospitais. Isso encorajaria a emigração e enfraqueceria a resistência a futuras expulsões”.
A operação também é conhecida como “plano Dagan”, numa referência ao nome do atual chefe da Mossad. General da reserva, Dagan elaborou o plano expansionista durante a campanha que elegeu o direitista Ariel Sharon como primeiro-ministro, em fevereiro de 2001. Ele já previa que a ação “provocará a morte de centenas de israelenses e de milhares de palestinos”, propunha o desmembramento de Gaza e o estímulo à divisão entre as forças palestinas – entre o Fatah e o Hamas. Nomeado diretor do Mossad por Sharon, em agosto de 2002, Dagan foi reconduzido ao cargo por Ehud Olmert e ficou com as mãos livres para desencadear o atual genocídio.
As primeiras bombas sionistas
Segundo Chossudovsky, ainda fazia parte do plano “chumbo fundido” a construção do Muro do Apartheid e o assassinato do líder palestino Yasser Arafat, morto em novembro de 2004. Quando primeiro-ministro, Ehud Barak, que hoje concorre novamente ao cargo, declarou à imprensa que “Arafat é uma séria ameaça à segurança e o prejuízo que pode resultar do seu desaparecimento é menor do que o prejuízo causado por sua existência”. Com a vitória eleitoral do Hamas em Gaza, a fase final do plano foi acionada e previa: “invasão do território com cerca de 30 mil soldados israelenses e a missão claramente definida de destruir a infra-estrutura, de arrebatar o armamento atualmente na posse das forças palestinas e de expulsar e matar seus dirigentes militares”.
A revelação dos detalhes da “operação chumbo fundido”, que a mídia quase não cita, evidencia que são os verdadeiros terroristas. Este projeto macabro desmistifica a idéia de que Israel é uma vítima inocente, que apenas “protege seus cidadãos num ato de legítima defesa” – como garante o cínico ministro Isaac Herzog. A parte mais lúcida da comunidade judaica deveria fustigar a sua consciência diante destes fatos e atos. Pode ajudar nesta reflexão a lembrança de que os sionistas nunca foram pacifistas inocentes. Em muitos aspectos, eles lembram os nazistas e a tragédia do Holocausto. Já adotaram o terrorismo no passado e hoje exercem o terrorismo de Estado.
Basta recordar, como fez o site Resistir, que “as bombas em cafés foram usadas pelos sionistas pela primeira vez na Palestina em 17 de março de 1937, em Jaffa; bombas em automóveis foram usadas primeiro pelos sionistas de 20 de agosto a 26 de setembro de 1937; bombas em mercados foram usadas primeiro pelos sionistas em 6 de julho de 1938, em Haifa; bombas em hotéis foram usadas primeiro pelos sionistas em 22 de julho de 1946, em Jerusalém; bombas em embaixadas estrangeiras foram usadas primeiro pelos sionistas em 01 de outubro de 1946, em Roma; cartas bombas foram usadas primeiro pelos sionistas em junho de 1947 no Reino Unido”.
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
A militarização do Estado de Israel
Vários fatores explicam a sanha assassina dos sionistas contra os palestinos em Gaza, que já causou quase 800 mortos, entre eles, 257 crianças, segundo recente informe da conivente ONU. Há razões de natureza geopolítica, que confirmam que Israel é uma cabeça de ponte dos EUA no Oriente Médio, região rica em petróleo e nevrálgica no tabuleiro mundial. Há, ainda, causas mais conjunturais, ligadas às próximas eleições em Israel. Os dois mais visíveis carniceiros do atual genocídio – Ehuad Barak, ministro da Defesa, e Tzipi Livni, ministra das Relações Exteriores – disputam a cadeira de primeiro-ministro do país, distribuindo sangue na sua campanha eleitoral.
No impactante livro “A doutrina de choque. A ascensão do capitalismo de desastre”, a premiada jornalista Naomi Klein agrega mais um elemento decisivo para se entender a política agressiva e expansionista do Estado de Israel. Conforme ele demonstra, com inúmeros dados e análises, este país hoje é dominado por poderosas corporações belicistas. Estas empresas privadas lucram com a guerra e a fomentam. Mesmo quando o restante da economia israelense patina, paralisada pelos confrontos, a Bolsa de Valores de Tel Aviv aponta lucros recordes das multinacionais da morte. Para elas, as crianças palestinas mortas e feridas engrossam as taxas de lucro do “livre mercado”.
350 corporações de guerra
“As razões pelas quais a indústria israelense se coaduna ao desastre não são misteriosas. Anos antes que as empresas estadunidenses e européias se apoderassem do potencial de crescimento da segurança global, firmas de tecnologia israelenses construíram, de modo pioneiro, a sua indústria de segurança e continuam a dominar o setor até hoje. O Instituto Israelense de Exportação estima que Israel tenha 350 corporações dedicadas à venda de produtos para segurança nacional, sendo que trinta novas empresas desse tipo entraram no mercado em 2007”.
Segundo explica, essas empresas da guerra sabotam qualquer acordo de paz mais duradouro com os palestinos. No passado, setores das classes dominantes até apostaram numa solução negociada do conflito para evitar maiores transtornos na economia israelense. Shimon Peres, ministro das Relações Exteriores no início da década de 90 e hoje um presidente-carniceiro, naquela época até defendeu um armistício como “algo inevitável”. “Não estamos procurando uma paz de bandeiras. Estamos interessados numa paz de mercados”, confessou por ocasião da assinatura dos Acordos de Oslo, em 1994. Atualmente, porém, com o Estado de Israel totalmente dominado e financiado pelas multinacionais da morte, a busca da paz já não é mais “inevitável”. Muito pelo contrário!
Vitrine das empresas de armas
Para Naomi Klein, “a rápida expansão da economia de segurança de alta tecnologia criou enorme apetite dentro dos setores mais ricos e poderosos de Israel para abandonar a paz em troca da luta numa prolongada, e continuamente expansiva, Guerra ao Terror [senha cunhada pelo presidente-terrorista George W. Bush]”. O Estado investiu fartos recursos na militarização da economia “e encorajou a indústria de alta tecnologia a migrar dos segmentos de informação e comunicação para os de segurança e vigilância... Jovens soldados israelenses, que ganharam experiência em sistemas de rede e equipamentos de vigilância enquanto cumpriram o serviço militar obrigatório, transformaram suas descobertas em planos de empreendimentos, quando voltaram à vida civil”.
Com a eclosão da bolha pontocom, no início deste século, a próspera indústria de alta tecnologia de Israel foi “substituída pelo surto de expansão da segurança nacional. Era o casamento perfeito da inclinação autoritária do partido Likud com a aceitação radical da economia de Chicago” – o antro do neoliberalismo. Num curto espaço de tempo, o país se tornou numa vitrine das empresas de guerra. “Todos os anos, após 2002, Israel sediou pelo menos meia dúzia das principais conferências sobre segurança, destinadas a legisladores, chefes de polícia, delegados e CEOs de todo o mundo, como a ampliação anual de seu tamanho e escopo. Na medida em que o turismo tradicional declinou diante da insegurança, esse tipo de turismo surgiu para preencher a lacuna”.
A paz não seduz os abutres
Hoje, a economia israelense está totalmente militarizada. As exportações de produtos e serviços “contraterrorismo” aumentaram 15%, em 2006, e quase 20%, em 2007, totalizando 1,2 bilhão de dólares ao ano. “As exportações de defesa do país alcançaram a cifra recorde de 3,4 bilhões de dólares (comparados a 1,6 bilhão de dólares em 1992) e transformaram Israel no quarto maior comerciante de armas do mundo. O país tem mais ações de tecnologia listadas no índice Nasdaq – muitas delas relacionadas à segurança – do que qualquer outra nação estrangeira e possui mais patentes tecnológicas registradas nos EUA do que China e Índia juntas. Seu setor de tecnologia, em grande parte vinculado à segurança, agora representa cerca de 60% de todas as exportações”.
Numa economia deste tipo, a paz realmente não seduz a elite burguesa. Como afirmou um rico banqueiro israelense, Len Rosen, à revista Fortune, “a segurança importa mais do que a paz”. Os negócios desta indústria da morte crescem com o derramamento de sangue inocente. Empresas israelenses, como o Nice Systems (que monitora telefonemas), Comverse (produz as câmeras de vídeo Verint), SuperCom (fabrica cartões de identificação eletrônica), Check Point (faz barreiras preventivas) e Audubon, Golan, Magal e Elbit (firmas de segurança privada e treinamento), entre centenas de outras, não têm qualquer compromisso com a vida – ainda menos dos palestinos.
Excitados com a guerra em Gaza
Os “senhores das armas” lucram com guerras e tragédias. “Os preços das ações da Elbit e Magal mais do que dobraram desde 11 de setembro [atentado nos EUA], um desempenho que se tornou padrão para as companhias israelenses de segurança nacional. A Verint, apelidada de ‘vovó do segmento de vídeos de vigilância’, não era nada lucrativa antes do 11 de setembro, mas, entre 2002 e 2006, o preço de suas ações mais do que triplicou, graças ao surto de crescimento da arte de vigiar”. Em agosto de 2006, a sangrenta guerra contra o Líbano fez a Bolsa de Valores de Tel Aviv bater recorde. Após a vitória do Hamas nas eleições em Gaza, os abutres capitalistas viram a oportunidade de uma nova provocação belicista e a economia israelense cresceu 8%.
Um mês após o fim das agressões sionistas ao Hezbollah, a Bolsa de Nova Iorque promoveu uma conferência especial sobre investimentos em Israel. No Líbano, naquele momento, a atividade econômica estava paralisada; cerca de 140 fábricas ainda limpavam seus escombros. Mas, imune aos impactos da guerra, os empresários israelenses reunidos nos EUA estavam animados. “Israel se encontra aberto para os negócios, sempre aberto para os negócios”, exultou o embaixador Dan Gillermann. Como se nota, a guerra também é um ótimo negócio para os carniceiros sionistas.
No impactante livro “A doutrina de choque. A ascensão do capitalismo de desastre”, a premiada jornalista Naomi Klein agrega mais um elemento decisivo para se entender a política agressiva e expansionista do Estado de Israel. Conforme ele demonstra, com inúmeros dados e análises, este país hoje é dominado por poderosas corporações belicistas. Estas empresas privadas lucram com a guerra e a fomentam. Mesmo quando o restante da economia israelense patina, paralisada pelos confrontos, a Bolsa de Valores de Tel Aviv aponta lucros recordes das multinacionais da morte. Para elas, as crianças palestinas mortas e feridas engrossam as taxas de lucro do “livre mercado”.
350 corporações de guerra
“As razões pelas quais a indústria israelense se coaduna ao desastre não são misteriosas. Anos antes que as empresas estadunidenses e européias se apoderassem do potencial de crescimento da segurança global, firmas de tecnologia israelenses construíram, de modo pioneiro, a sua indústria de segurança e continuam a dominar o setor até hoje. O Instituto Israelense de Exportação estima que Israel tenha 350 corporações dedicadas à venda de produtos para segurança nacional, sendo que trinta novas empresas desse tipo entraram no mercado em 2007”.
Segundo explica, essas empresas da guerra sabotam qualquer acordo de paz mais duradouro com os palestinos. No passado, setores das classes dominantes até apostaram numa solução negociada do conflito para evitar maiores transtornos na economia israelense. Shimon Peres, ministro das Relações Exteriores no início da década de 90 e hoje um presidente-carniceiro, naquela época até defendeu um armistício como “algo inevitável”. “Não estamos procurando uma paz de bandeiras. Estamos interessados numa paz de mercados”, confessou por ocasião da assinatura dos Acordos de Oslo, em 1994. Atualmente, porém, com o Estado de Israel totalmente dominado e financiado pelas multinacionais da morte, a busca da paz já não é mais “inevitável”. Muito pelo contrário!
Vitrine das empresas de armas
Para Naomi Klein, “a rápida expansão da economia de segurança de alta tecnologia criou enorme apetite dentro dos setores mais ricos e poderosos de Israel para abandonar a paz em troca da luta numa prolongada, e continuamente expansiva, Guerra ao Terror [senha cunhada pelo presidente-terrorista George W. Bush]”. O Estado investiu fartos recursos na militarização da economia “e encorajou a indústria de alta tecnologia a migrar dos segmentos de informação e comunicação para os de segurança e vigilância... Jovens soldados israelenses, que ganharam experiência em sistemas de rede e equipamentos de vigilância enquanto cumpriram o serviço militar obrigatório, transformaram suas descobertas em planos de empreendimentos, quando voltaram à vida civil”.
Com a eclosão da bolha pontocom, no início deste século, a próspera indústria de alta tecnologia de Israel foi “substituída pelo surto de expansão da segurança nacional. Era o casamento perfeito da inclinação autoritária do partido Likud com a aceitação radical da economia de Chicago” – o antro do neoliberalismo. Num curto espaço de tempo, o país se tornou numa vitrine das empresas de guerra. “Todos os anos, após 2002, Israel sediou pelo menos meia dúzia das principais conferências sobre segurança, destinadas a legisladores, chefes de polícia, delegados e CEOs de todo o mundo, como a ampliação anual de seu tamanho e escopo. Na medida em que o turismo tradicional declinou diante da insegurança, esse tipo de turismo surgiu para preencher a lacuna”.
A paz não seduz os abutres
Hoje, a economia israelense está totalmente militarizada. As exportações de produtos e serviços “contraterrorismo” aumentaram 15%, em 2006, e quase 20%, em 2007, totalizando 1,2 bilhão de dólares ao ano. “As exportações de defesa do país alcançaram a cifra recorde de 3,4 bilhões de dólares (comparados a 1,6 bilhão de dólares em 1992) e transformaram Israel no quarto maior comerciante de armas do mundo. O país tem mais ações de tecnologia listadas no índice Nasdaq – muitas delas relacionadas à segurança – do que qualquer outra nação estrangeira e possui mais patentes tecnológicas registradas nos EUA do que China e Índia juntas. Seu setor de tecnologia, em grande parte vinculado à segurança, agora representa cerca de 60% de todas as exportações”.
Numa economia deste tipo, a paz realmente não seduz a elite burguesa. Como afirmou um rico banqueiro israelense, Len Rosen, à revista Fortune, “a segurança importa mais do que a paz”. Os negócios desta indústria da morte crescem com o derramamento de sangue inocente. Empresas israelenses, como o Nice Systems (que monitora telefonemas), Comverse (produz as câmeras de vídeo Verint), SuperCom (fabrica cartões de identificação eletrônica), Check Point (faz barreiras preventivas) e Audubon, Golan, Magal e Elbit (firmas de segurança privada e treinamento), entre centenas de outras, não têm qualquer compromisso com a vida – ainda menos dos palestinos.
Excitados com a guerra em Gaza
Os “senhores das armas” lucram com guerras e tragédias. “Os preços das ações da Elbit e Magal mais do que dobraram desde 11 de setembro [atentado nos EUA], um desempenho que se tornou padrão para as companhias israelenses de segurança nacional. A Verint, apelidada de ‘vovó do segmento de vídeos de vigilância’, não era nada lucrativa antes do 11 de setembro, mas, entre 2002 e 2006, o preço de suas ações mais do que triplicou, graças ao surto de crescimento da arte de vigiar”. Em agosto de 2006, a sangrenta guerra contra o Líbano fez a Bolsa de Valores de Tel Aviv bater recorde. Após a vitória do Hamas nas eleições em Gaza, os abutres capitalistas viram a oportunidade de uma nova provocação belicista e a economia israelense cresceu 8%.
Um mês após o fim das agressões sionistas ao Hezbollah, a Bolsa de Nova Iorque promoveu uma conferência especial sobre investimentos em Israel. No Líbano, naquele momento, a atividade econômica estava paralisada; cerca de 140 fábricas ainda limpavam seus escombros. Mas, imune aos impactos da guerra, os empresários israelenses reunidos nos EUA estavam animados. “Israel se encontra aberto para os negócios, sempre aberto para os negócios”, exultou o embaixador Dan Gillermann. Como se nota, a guerra também é um ótimo negócio para os carniceiros sionistas.
sábado, 10 de janeiro de 2009
O alarme da queda da produção industrial
O IBGE divulgou nesta semana que produção industrial de novembro passado teve uma queda de 5,2% em relação ao mês anterior, que já havia se contraído em 2,8%. Foi a maior retração desde maio de 1995, no início do reinado de FHC, quando a produção despencou em 11,2%. Segundo o balanço oficial, a forte contração do final do ano atingiu 21 dos 27 ramos industriais pesquisados pelo instituto, o que indica que a crise capitalista mundial, detonada nos EUA, já produz os seus efeitos destrutivos em vários setores da economia nacional.
“Esta redução atingiu níveis recordes. O quadro de novembro mostra o aprofundamento da queda da produção industrial e o alargamento dos setores atingidos”, advertiu Silvio Sales, coordenador de pesquisa do setor de indústria do IBGE. Conforme relembra, em maio de 1995 a queda brusca foi puxada por um único setor, o de petróleo, em decorrência da greve dos petroleiros reprimida com mão de ferro por FHC. Agora, a retração atingiu vários setores e decorreu, basicamente, da escassez de crédito, devido à grave crise financeira mundial. Os setores mais dependentes de financiamento é que mais sentiram o baque – como o ramo automotivo, que despencou 22,6%.
Da “marola” ao tsunami
“A indústria acusou logo o golpe e os números mostram que os efeitos da crise são bem graves”, alerta Rogério de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), entidade que não se cansa de criticar a política ortodoxa de juros estratosféricos do Banco Central. Apesar das iniciativas do governo Lula para enfrentar a crise mundial, como a liberação do compulsório bancário para estimular o crédito, a falta de liquidez e as incertezas do mercado desregulado parecem já afetar com velocidade surpreendente a produção nacional.
Entre outras advertências, os números do IBGE atestam a política criminosa do BC, que mantém nas alturas a taxa de juros – num momento em que todos os bancos centrais do mundo reduzem ou até zeram suas taxas, como nos EUA. Diante da brusca queda da produção industrial será preciso ver se o presidente Lula terá coragem para seguir os conselhos do seu vice, José Alencar. Para ele, a redução da taxa Selic “não é assunto para técnicos, mas sim uma decisão política. É preciso dar ao Banco Central a ordem para que pratique taxas mais competitivas”. Do contrário, a crise mundial poderá ultrapassar rapidamente a fase da “marola” para virar um tsunami.
“Esta redução atingiu níveis recordes. O quadro de novembro mostra o aprofundamento da queda da produção industrial e o alargamento dos setores atingidos”, advertiu Silvio Sales, coordenador de pesquisa do setor de indústria do IBGE. Conforme relembra, em maio de 1995 a queda brusca foi puxada por um único setor, o de petróleo, em decorrência da greve dos petroleiros reprimida com mão de ferro por FHC. Agora, a retração atingiu vários setores e decorreu, basicamente, da escassez de crédito, devido à grave crise financeira mundial. Os setores mais dependentes de financiamento é que mais sentiram o baque – como o ramo automotivo, que despencou 22,6%.
Da “marola” ao tsunami
“A indústria acusou logo o golpe e os números mostram que os efeitos da crise são bem graves”, alerta Rogério de Souza, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), entidade que não se cansa de criticar a política ortodoxa de juros estratosféricos do Banco Central. Apesar das iniciativas do governo Lula para enfrentar a crise mundial, como a liberação do compulsório bancário para estimular o crédito, a falta de liquidez e as incertezas do mercado desregulado parecem já afetar com velocidade surpreendente a produção nacional.
Entre outras advertências, os números do IBGE atestam a política criminosa do BC, que mantém nas alturas a taxa de juros – num momento em que todos os bancos centrais do mundo reduzem ou até zeram suas taxas, como nos EUA. Diante da brusca queda da produção industrial será preciso ver se o presidente Lula terá coragem para seguir os conselhos do seu vice, José Alencar. Para ele, a redução da taxa Selic “não é assunto para técnicos, mas sim uma decisão política. É preciso dar ao Banco Central a ordem para que pratique taxas mais competitivas”. Do contrário, a crise mundial poderá ultrapassar rapidamente a fase da “marola” para virar um tsunami.
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Um relato da Bolívia revolucionária
“Bolívia nas ruas e urnas contra o imperialismo”, do jornalista Leonardo Wexell Severo, é um livro-reportagem indispensável para se entender os últimos acontecimentos que abalaram o país irmão – vitima da violência fascista das oligarquias, das conspirações do “império do mal” e das manipulações da mídia hegemônica. Ele cobre todos os episódios que agitaram esta nação no ano passado: desde as iniciativas separatistas da direita racista da chamada Meia Lua, passando pela consagradora vitória de Evo Morales no referendo de agosto, até a marcha de 20 de outubro em que 200 mil bolivianos comemoraram a convocação do referendo sobre a nova Constituição.
“A história é um carro alegre”
Com base em três viagens realizadas nos momentos de maior tensão e em várias entrevistas com autoridades e lideranças políticas, o autor, editor do jornal Hora do Povo e assessor de imprensa da CUT, demonstra que está em curso um processo com marcas revolucionárias na Bolívia, que lembra uma canção de Chico Buarque e Pablo Milanês: “A história em um carro alegre, cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue”. A ativa mobilização dos movimentos sociais, em especial dos indígenas, que compõem mais de 60% da população, foi o fator chave que barrou as investidas golpistas e separatistas da oligarquia e do império ianque.
Diferente de outros países da América Latina, que ingressaram na onda de vitórias eleitorais de governantes progressistas, mas que ainda esbarram no descenso das lutas sociais, a Bolívia hoje conta com intensa participação popular. A luta de classes vive uma fase de ascensão. “Nas ruas e nas urnas”, o povo defende os avanços conquistados com a vitória de Evo Morales nas eleições presidenciais em dezembro de 2005. No referendo revogatório de agosto, o “sim” à continuidade do seu mandato obteve 67,4% dos votos. Já os referendos “autonomistas” de Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando, ocorridos poucos antes, tiveram alta abstenção e revelaram as fragilidades da elite.
Carros com a suástica nazista
O povo está decidido a avançar nas suas conquistas. A nacionalização dos hidrocarbonetos, que estancou o saque do petróleo e gás – antes, 82% dos recursos ficavam com as empresas e apenas 18% iam para o Estado; agora é o inverso –, possibilitou investimentos nos programas sociais – como o que garante Renda Dignidade aos idosos. O país erradicará o analfabetismo ainda neste ano. Já a reforma agrária progride, inclusive em Santa Cruz, onde apenas 15 famílias detinham mais de 80% das terras. O autor mostra que estes avanços devem ser consolidados e ampliados com a nova Constituição, com vários artigos progressistas, que passará por referendo em janeiro.
A oligarquia resiste com violência a tais conquistas. Leonardo Severo não esconde a sua aversão às cenas de racismo e fascismo nos antros da direita. Bandos armados humilhando os indígenas, carros com a suástica nazista transitando livremente, pichações hediondas nos muros contra os “collas” (indígenas), destruição de prédios públicos. Ele também comprova a descarada atuação golpista da embaixada dos EUA, tendo à frente o embaixador separatista Philip Goldberg, que já foi expulso do país. E denuncia a postura da mídia local, controlada por poucas famílias. O livro é um valioso contraponto às abjetas manipulações da mídia boliviana, mundial e brasileira.
“A história é um carro alegre”
Com base em três viagens realizadas nos momentos de maior tensão e em várias entrevistas com autoridades e lideranças políticas, o autor, editor do jornal Hora do Povo e assessor de imprensa da CUT, demonstra que está em curso um processo com marcas revolucionárias na Bolívia, que lembra uma canção de Chico Buarque e Pablo Milanês: “A história em um carro alegre, cheio de um povo contente, que atropela indiferente todo aquele que a negue”. A ativa mobilização dos movimentos sociais, em especial dos indígenas, que compõem mais de 60% da população, foi o fator chave que barrou as investidas golpistas e separatistas da oligarquia e do império ianque.
Diferente de outros países da América Latina, que ingressaram na onda de vitórias eleitorais de governantes progressistas, mas que ainda esbarram no descenso das lutas sociais, a Bolívia hoje conta com intensa participação popular. A luta de classes vive uma fase de ascensão. “Nas ruas e nas urnas”, o povo defende os avanços conquistados com a vitória de Evo Morales nas eleições presidenciais em dezembro de 2005. No referendo revogatório de agosto, o “sim” à continuidade do seu mandato obteve 67,4% dos votos. Já os referendos “autonomistas” de Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando, ocorridos poucos antes, tiveram alta abstenção e revelaram as fragilidades da elite.
Carros com a suástica nazista
O povo está decidido a avançar nas suas conquistas. A nacionalização dos hidrocarbonetos, que estancou o saque do petróleo e gás – antes, 82% dos recursos ficavam com as empresas e apenas 18% iam para o Estado; agora é o inverso –, possibilitou investimentos nos programas sociais – como o que garante Renda Dignidade aos idosos. O país erradicará o analfabetismo ainda neste ano. Já a reforma agrária progride, inclusive em Santa Cruz, onde apenas 15 famílias detinham mais de 80% das terras. O autor mostra que estes avanços devem ser consolidados e ampliados com a nova Constituição, com vários artigos progressistas, que passará por referendo em janeiro.
A oligarquia resiste com violência a tais conquistas. Leonardo Severo não esconde a sua aversão às cenas de racismo e fascismo nos antros da direita. Bandos armados humilhando os indígenas, carros com a suástica nazista transitando livremente, pichações hediondas nos muros contra os “collas” (indígenas), destruição de prédios públicos. Ele também comprova a descarada atuação golpista da embaixada dos EUA, tendo à frente o embaixador separatista Philip Goldberg, que já foi expulso do país. E denuncia a postura da mídia local, controlada por poucas famílias. O livro é um valioso contraponto às abjetas manipulações da mídia boliviana, mundial e brasileira.
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
0729 - Boicote aos produtos de Israel
Durante a longa e heróica resistência ao apartheid, os lutadores anti-racistas da África do Sul contaram com uma inestimável solidariedade internacionalista. Além dos crescentes e massivos protestos de rua, um movimento mundial de boicote às multinacionais daquele país, que sempre lucraram com o segregacionismo, contribuiu decisivamente para isolar os racistas. Agora, diante da barbárie promovida por Israel na Faixa de Gaza, um apelo internacionalista semelhante ganha corpo. A idéia é não comprar produtos fabricados pelos sionistas, que hoje escondem o “made in Israel” para driblar a repulsa mundial, mas tem o código de barras iniciado com o número 0729.
Este movimento de solidariedade, que adquiriu velocidade pela rede da internet nos últimos dias, teve início nos meios universitários da Europa e dos EUA. Uma das promotoras deste boicote é Olícia Zemor, uma judia indignada com as políticas genocidas de Israel – o que confirma que o movimento não tem qualquer marca anti-semita e nem é contra o povo israelense, mas sim contra a política terrorista e expansionista do Estado e das classes dominantes daquele país. Segundo ela explicou, em Paris, “o boicote se tornará ainda mais abrangente e eficaz quando os consumidores memorizarem o código de identificação internacional dos produtos israelenses, o 0729”.
Produção em “terras roubadas”
“Os europeus, em particular, precisam saber que muitos dos produtos israelenses, beneficiando-se das tarifas preferenciais da UE, são fabricados nos territórios palestinos ilegalmente ocupados pelos colonos judeus, incluindo áreas ‘anexadas’ há pouco – e nisso é utilizada a água que Israel usurpa também, para não dizer rouba, dos palestinos”, advertiu a corajosa judia. Outro ativista da jornada de boicote, o escritor Maurice Rajsfus, de 74 anos, explicou os motivos da sua adesão:
“Há muitos cidadãos judeus, como eu, que não vivem no passado, com esta vontade de transferir o ódio para os outros, de fazer os palestinos pagarem pelos crimes nazistas. O melhor modo de não se esquecer do holocausto consiste em evitar que outros homens, mulheres e crianças sejam reprimidas, sob indiferença geral”. No âmbito universitário, o movimento já reúne 120 docentes europeus e estadunidenses, vários de origem judaica, que defendem a suspensão do intercambio com suas homólogas israelenses. No meio artístico, ele gerou o cancelamento de temporadas na Europa de companhias de dança e música israelense, enquanto congêneres européias decidiram não participar do próximo Festival de Israel. Também ocorrem protestos em ginásios de esporte.
Comércio já sente os efeitos
Segundo a imprensa européia, o boicote, deflagrado no meio universitário, já obteve o apoio de comerciantes e industriais e preocupa os empresários israelenses. Até agora, porém, nenhum país ocidental se declarou favorável ao movimento. Em abril passado, diante do bloqueio sionista à economia palestina, o Parlamento Europeu até discutiu sanções contra Israel, mas a proposta foi rejeitada pela Comissão Executiva da União Européia. Apesar disto, as exportações israelenses para o velho continente já caíram cerca de 20%, atingindo especialmente o comércio de armas.
Alguns fornecedores europeus também têm se recusado a vender várias peças de reposição para geladeiras e máquinas de lavar, “sob o pretexto que elas poderão servir à fabricação de mísseis”. Sob pressão, a Alemanha decidiu retardar o fornecimento de motores e caixas de câmbio para os tanques e carros de combate Merkava, utilizados pelo exército israelense. Já industriais gregos e holandeses suspenderam a venda de detergentes de cozinha, argumentando que tais produtos são “potencialmente armas químicas”. Empresários de origem palestina têm jogado papel decisivo na campanha, superando a passividade na defesa dos seus irmãos de Gaza e da Cisjordânia.
O papel ativo do sindicalismo
Além disso, o que é bastante sintomático sobre o papel que o proletariado pode jogar, estivadores noruegueses impediram recentemente a entrada no porto do Oslo de um cargueiro transportando mercadorias israelenses. Pouco depois, alguns dos principais sindicatos da Escócia, Dinamarca e Noruega conclamaram os trabalhadores a não comprar nos supermercados os produtos “made in Israel”, principalmente o das suas poderosas multinacionais. O movimento do boicote já tem sido divulgado nos protestos de rua na Europa organizados, entre outros, pelas centrais sindicais.
O Brasil, que infelizmente ainda não tem uma cultura de solidariedade internacionalista, bem que poderia aderir ao movimento mundial das redes pelo boicote aos produtos sionistas. As primeiras manifestações contra o genocídio em Gaza, embora tímidas, já pipocam pelo país, a partir do ato em São Paulo, que reuniu 600 pessoas e teve o apoio das entidades e igrejas árabes, dos partidos de esquerda (PCdoB, PT, PSOL, PSTU e PCB) e dos movimentos sociais. Outras manifestações contra o terrorismo de Israel já estão agendadas para esta semana. Seria uma ótima oportunidade para divulgar o número 0729, da campanha mundial de boicote aos produtos sionistas.
Este movimento de solidariedade, que adquiriu velocidade pela rede da internet nos últimos dias, teve início nos meios universitários da Europa e dos EUA. Uma das promotoras deste boicote é Olícia Zemor, uma judia indignada com as políticas genocidas de Israel – o que confirma que o movimento não tem qualquer marca anti-semita e nem é contra o povo israelense, mas sim contra a política terrorista e expansionista do Estado e das classes dominantes daquele país. Segundo ela explicou, em Paris, “o boicote se tornará ainda mais abrangente e eficaz quando os consumidores memorizarem o código de identificação internacional dos produtos israelenses, o 0729”.
Produção em “terras roubadas”
“Os europeus, em particular, precisam saber que muitos dos produtos israelenses, beneficiando-se das tarifas preferenciais da UE, são fabricados nos territórios palestinos ilegalmente ocupados pelos colonos judeus, incluindo áreas ‘anexadas’ há pouco – e nisso é utilizada a água que Israel usurpa também, para não dizer rouba, dos palestinos”, advertiu a corajosa judia. Outro ativista da jornada de boicote, o escritor Maurice Rajsfus, de 74 anos, explicou os motivos da sua adesão:
“Há muitos cidadãos judeus, como eu, que não vivem no passado, com esta vontade de transferir o ódio para os outros, de fazer os palestinos pagarem pelos crimes nazistas. O melhor modo de não se esquecer do holocausto consiste em evitar que outros homens, mulheres e crianças sejam reprimidas, sob indiferença geral”. No âmbito universitário, o movimento já reúne 120 docentes europeus e estadunidenses, vários de origem judaica, que defendem a suspensão do intercambio com suas homólogas israelenses. No meio artístico, ele gerou o cancelamento de temporadas na Europa de companhias de dança e música israelense, enquanto congêneres européias decidiram não participar do próximo Festival de Israel. Também ocorrem protestos em ginásios de esporte.
Comércio já sente os efeitos
Segundo a imprensa européia, o boicote, deflagrado no meio universitário, já obteve o apoio de comerciantes e industriais e preocupa os empresários israelenses. Até agora, porém, nenhum país ocidental se declarou favorável ao movimento. Em abril passado, diante do bloqueio sionista à economia palestina, o Parlamento Europeu até discutiu sanções contra Israel, mas a proposta foi rejeitada pela Comissão Executiva da União Européia. Apesar disto, as exportações israelenses para o velho continente já caíram cerca de 20%, atingindo especialmente o comércio de armas.
Alguns fornecedores europeus também têm se recusado a vender várias peças de reposição para geladeiras e máquinas de lavar, “sob o pretexto que elas poderão servir à fabricação de mísseis”. Sob pressão, a Alemanha decidiu retardar o fornecimento de motores e caixas de câmbio para os tanques e carros de combate Merkava, utilizados pelo exército israelense. Já industriais gregos e holandeses suspenderam a venda de detergentes de cozinha, argumentando que tais produtos são “potencialmente armas químicas”. Empresários de origem palestina têm jogado papel decisivo na campanha, superando a passividade na defesa dos seus irmãos de Gaza e da Cisjordânia.
O papel ativo do sindicalismo
Além disso, o que é bastante sintomático sobre o papel que o proletariado pode jogar, estivadores noruegueses impediram recentemente a entrada no porto do Oslo de um cargueiro transportando mercadorias israelenses. Pouco depois, alguns dos principais sindicatos da Escócia, Dinamarca e Noruega conclamaram os trabalhadores a não comprar nos supermercados os produtos “made in Israel”, principalmente o das suas poderosas multinacionais. O movimento do boicote já tem sido divulgado nos protestos de rua na Europa organizados, entre outros, pelas centrais sindicais.
O Brasil, que infelizmente ainda não tem uma cultura de solidariedade internacionalista, bem que poderia aderir ao movimento mundial das redes pelo boicote aos produtos sionistas. As primeiras manifestações contra o genocídio em Gaza, embora tímidas, já pipocam pelo país, a partir do ato em São Paulo, que reuniu 600 pessoas e teve o apoio das entidades e igrejas árabes, dos partidos de esquerda (PCdoB, PT, PSOL, PSTU e PCB) e dos movimentos sociais. Outras manifestações contra o terrorismo de Israel já estão agendadas para esta semana. Seria uma ótima oportunidade para divulgar o número 0729, da campanha mundial de boicote aos produtos sionistas.
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Veja justifica genocídio em Gaza
A revista Veja sempre defendeu abertamente o Estado terrorista de Israel e nunca escondeu o seu ódio à causa palestina. O fundador da Editora Abril, dona da publicação, Victor Civita, filho de judeus italianos, nasceu em Nova Iorque, em 1907. Mudou-se para o Brasil em 1949, trazendo na bagagem as tiras do Pato Donald, o primeiro título da editora. Montou seu império de comunicação e virou uma das principais referências da influente comunidade judaica no país, que lhe conferiu vários títulos honoríficos. Como representante do setor mais fundamentalista desta comunidade, a família Civita sempre usou os seus veículos para justificar os hediondos crimes sionistas.
A edição desta semana da Veja é mais uma peça publicitária desta campanha. Falta informação e sobram manipulações. Já na capa, com a manchete “A guerra total em Gaza” e a chamada “Israel ataca radicais em território palestino”, fica patente o propósito de confundir os incautos leitores. Na prática, a revista reproduz a versão do exército invasor e do imperialismo ianque, sintetizada nas cínicas declarações da secretária de Estado ianque, Condoleezza Rice: “Os EUA condenam os repetidos ataques contra Israel e consideram o Hamas responsável pelo fim do cessar-fogo”.
Defesa marota da “lógica tribal”
A longa matéria difunde a imagem de que Israel é vítima do terror – e não um estado terrorista fortemente armado, agressivo e expansionista. Com base nesta falsa premissa, a revista justifica os bombardeios e a matança de crianças e idosos inocentes, reforçando argumentos primitivos e bárbaros: “A lógica tribal tem regras simples: se você me ataca, eu ataco de volta. Se quiser me destruir, eu o destruo primeiro. Se eu puder, uso dez vezes mais violência. Ou cem. Ou mil”, inicia o texto belicoso. Numa visão simplista, a Veja aponta o Hamas como o único culpado pela atual carnificina em Gaza, relembrando os discursos hidrófobos de Bush da “guerra ao terror”.
Diante das críticas ao “uso desproporcional de força”, inclusive do governo Lula, o texto ainda insiste: “Na lógica tribal, a autodefesa é perfeitamente admissível e moralmente justificável, tanto que a maioria dos israelenses apoiou os ataques”. Vale lembrar que os alemães também apoiaram a ascensão do nazismo, os campos de concentração e o holocausto judeu. O artigo até critica os horrores da atual agressão, sempre procurando ofuscar as mentes. “Os alvos visaram à estrutura de poder do Hamas – a central do aparato de segurança, o quartel de polícia, depósitos de armas”. Mas, infelizmente, “bombardear cidades só pode ter resultados terríveis”.
No final, para aparecer um pouco mais civilizada e menos belicosa, a Veja até defende a solução negociada para a guerra visando “romper a lógica tribal”. Mas ela propõe a paz dos cemitérios. A negociação seria totalmente inviável por causa do Hamas. “A história e a natureza desse grupo são obstáculos tremendos [ao acordo de paz]... O Hamas descende das mesmas fontes que influenciaram a Al Qaeda de Osama Bin Laden”. A exemplo da mídia de Israel, militarmente controlada e censurada, e da mídia dos EUA, sob forte influência da comunidade judaica, a Veja é uma representante “honorífica” do sionismo assassino e da “limpeza étnica” na região.
O holocausto palestino
Enquanto isso, a crise humanitária na Faixa de Gaza ganha contornos dramáticos, que relembram o holocausto nazista e deveriam indignar todos os amantes da paz, inclusive judeus. Basta ler o balanço da ONU de um dia antes da invasão por terra das tropas israelenses. Até sábado passado, 436 palestinos já tinha sido mortos (agora são quase 600, incluindo mais de 100 crianças) e 2.300 estavam feridos. Segundo o relatório oficial, 1,5 milhão de pessoas que superlotam Gaza eram vítimas de um cenário apocalíptico:
- Um ataque aéreo israelense acontece a cada 20 minutos, em média. Os bombardeios se intensificam à noite;
- Os ataques israelenses já destruíram mais de 600 alvos, incluindo estradas, edifícios públicos, delegacias de polícia e parte da infra-estrutura;
- O sistema de saúde, já debilitado desde o início do bloqueio israelense há 18 meses, entrou em colapso;
- Cerca de 250.000 pessoas estão sem eletricidade. A única central elétrica da Faixa de Gaza foi fechada em 30 de dezembro pela sexta vez desde o início de novembro por falta de combustível;
- A água corrente é disponibilizada uma vez a cada cinco ou sete dias durante algumas horas;
- Quarenta milhões de litros de esgoto são lançados no Mar Mediterrâneo diariamente. Em alguns locais, o esgoto se acumula nas ruas depois que o sistema de saneamento foi danificado pelos bombardeios;
- O gás de cozinha e para calefação já não é encontrado no mercado;
- Cerca de 80% da população depende inteiramente da ajuda humanitária.
- Falta farinha, arroz, açúcar, laticínios e latas de conservas;
- Israel permite diariamente a entrada de 60 caminhões carregados com produtos de primeira necessidade. Este número ainda é inferior aos 475 veículos com ajuda humanitária que chegavam a Gaza antes de junho de 2007, quando o Hamas assumiu o controle do território;
- Os dutos do terminal de Nahal Oz pelos quais chegava todo o combustível importado estão fechados desde sábado passado;
- As escolas permanecem fechadas, mas muitas são utilizadas como abrigo por palestinos que fugiram de suas casas.
A edição desta semana da Veja é mais uma peça publicitária desta campanha. Falta informação e sobram manipulações. Já na capa, com a manchete “A guerra total em Gaza” e a chamada “Israel ataca radicais em território palestino”, fica patente o propósito de confundir os incautos leitores. Na prática, a revista reproduz a versão do exército invasor e do imperialismo ianque, sintetizada nas cínicas declarações da secretária de Estado ianque, Condoleezza Rice: “Os EUA condenam os repetidos ataques contra Israel e consideram o Hamas responsável pelo fim do cessar-fogo”.
Defesa marota da “lógica tribal”
A longa matéria difunde a imagem de que Israel é vítima do terror – e não um estado terrorista fortemente armado, agressivo e expansionista. Com base nesta falsa premissa, a revista justifica os bombardeios e a matança de crianças e idosos inocentes, reforçando argumentos primitivos e bárbaros: “A lógica tribal tem regras simples: se você me ataca, eu ataco de volta. Se quiser me destruir, eu o destruo primeiro. Se eu puder, uso dez vezes mais violência. Ou cem. Ou mil”, inicia o texto belicoso. Numa visão simplista, a Veja aponta o Hamas como o único culpado pela atual carnificina em Gaza, relembrando os discursos hidrófobos de Bush da “guerra ao terror”.
Diante das críticas ao “uso desproporcional de força”, inclusive do governo Lula, o texto ainda insiste: “Na lógica tribal, a autodefesa é perfeitamente admissível e moralmente justificável, tanto que a maioria dos israelenses apoiou os ataques”. Vale lembrar que os alemães também apoiaram a ascensão do nazismo, os campos de concentração e o holocausto judeu. O artigo até critica os horrores da atual agressão, sempre procurando ofuscar as mentes. “Os alvos visaram à estrutura de poder do Hamas – a central do aparato de segurança, o quartel de polícia, depósitos de armas”. Mas, infelizmente, “bombardear cidades só pode ter resultados terríveis”.
No final, para aparecer um pouco mais civilizada e menos belicosa, a Veja até defende a solução negociada para a guerra visando “romper a lógica tribal”. Mas ela propõe a paz dos cemitérios. A negociação seria totalmente inviável por causa do Hamas. “A história e a natureza desse grupo são obstáculos tremendos [ao acordo de paz]... O Hamas descende das mesmas fontes que influenciaram a Al Qaeda de Osama Bin Laden”. A exemplo da mídia de Israel, militarmente controlada e censurada, e da mídia dos EUA, sob forte influência da comunidade judaica, a Veja é uma representante “honorífica” do sionismo assassino e da “limpeza étnica” na região.
O holocausto palestino
Enquanto isso, a crise humanitária na Faixa de Gaza ganha contornos dramáticos, que relembram o holocausto nazista e deveriam indignar todos os amantes da paz, inclusive judeus. Basta ler o balanço da ONU de um dia antes da invasão por terra das tropas israelenses. Até sábado passado, 436 palestinos já tinha sido mortos (agora são quase 600, incluindo mais de 100 crianças) e 2.300 estavam feridos. Segundo o relatório oficial, 1,5 milhão de pessoas que superlotam Gaza eram vítimas de um cenário apocalíptico:
- Um ataque aéreo israelense acontece a cada 20 minutos, em média. Os bombardeios se intensificam à noite;
- Os ataques israelenses já destruíram mais de 600 alvos, incluindo estradas, edifícios públicos, delegacias de polícia e parte da infra-estrutura;
- O sistema de saúde, já debilitado desde o início do bloqueio israelense há 18 meses, entrou em colapso;
- Cerca de 250.000 pessoas estão sem eletricidade. A única central elétrica da Faixa de Gaza foi fechada em 30 de dezembro pela sexta vez desde o início de novembro por falta de combustível;
- A água corrente é disponibilizada uma vez a cada cinco ou sete dias durante algumas horas;
- Quarenta milhões de litros de esgoto são lançados no Mar Mediterrâneo diariamente. Em alguns locais, o esgoto se acumula nas ruas depois que o sistema de saneamento foi danificado pelos bombardeios;
- O gás de cozinha e para calefação já não é encontrado no mercado;
- Cerca de 80% da população depende inteiramente da ajuda humanitária.
- Falta farinha, arroz, açúcar, laticínios e latas de conservas;
- Israel permite diariamente a entrada de 60 caminhões carregados com produtos de primeira necessidade. Este número ainda é inferior aos 475 veículos com ajuda humanitária que chegavam a Gaza antes de junho de 2007, quando o Hamas assumiu o controle do território;
- Os dutos do terminal de Nahal Oz pelos quais chegava todo o combustível importado estão fechados desde sábado passado;
- As escolas permanecem fechadas, mas muitas são utilizadas como abrigo por palestinos que fugiram de suas casas.
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Ato de solidariedade ao povo palestino
Dia 2 de janeiro, 15h
MASP – Av. Paulista – São Paulo-SP
quinta-feira, 1 de janeiro de 2009
Homenagem aos 50 anos da Revolução Cubana
RESPONDE TU
NICOLÁS GUILLÉN (1902-1989)
Tradução de Gilfrancisco Santos
Tu, que partiste de Cuba,
responde tu,
onde acharás verde e verde,
azul e azul,
palma e palma sob o céu?
Responde tu.
Tu, que tua língua esqueceste,
responde tu,
e em língua estranha mastigas
o güel e o yu,
como viver podes mudo?
Responde tu.
Tu, que deixaste a terra,
responde tu,
onde teu pai repousa
sob uma cruz,
onde deixarás teus ossos?
Responde tu.
Ah infeliz, responde,
responde tu,
onde acharás verde e verde,
azul e azul,
palma e palma sob o céu?
Responde tu.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
A mídia e as eleições na Venezuela
Por Altamiro Borges
Na entrevista coletiva em que reconheceu os resultados das eleições e enalteceu a vitalidade da democracia na Venezuela, o presidente Hugo Chávez aproveitou para criticar a cobertura da rede estadunidense CNN. Lembrou que de apoiadora do golpe de abril de 2002, a emissora ianque se transformou no principal cabo eleitoral da oposição direitista no país, manipulando informações para desqualificar o governo venezuelano. A crítica de Chávez serve perfeitamente para analisar a cobertura da mídia brasileira das eleições deste domingo.
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