sábado, 22 de outubro de 2011

Crianças palestinas torturadas em Israel

Por Arturo Hartmann, no sítio Opera Mundi:

Apesar de a legislação de Israel proibir a prisão de crianças e adolescentes, o país é alvo de constantes denúncias de organizações – palestinas e israelenses –, que acusam o exército de deter centenas de jovens. Em agosto de 2011, havia aproximadamente 201 crianças palestinas presas, incluindo 40 com menos de 16 anos nas prisões de Ofer, Meggido e Rimonim, de acordo com a Addameer (Organização de Apoio a Prisioneiros Palestinos).

A maior parte dessas crianças é julgada nas Cortes Juvenis Israelenses nos Territórios Ocupados da Palestina, principalmente pelo crime de arremesso de pedras, forma de resistência comum entre os palestinos. As cortes, que completam dois anos em novembro, foram criadas por uma Ordem Militar pelo Comandante Militar dos Territórios Palestinos Ocupados (tPo). Elas surgiram após criticas de movimentos israelenses com o tratamento dado a menores de idade pela Justiça Militar de Israel. Antes, os jovens eram tratados como adultos.

Organizações que analisam questões legais nos tPo publicaram nos meses de julho e agosto relatórios de balanço dos quase dois anos de atuação dessas Cortes. As conclusões são as piores possíveis. Relatório do DCI-Palestine (Defende for Children International) informa que, por ano, cerca de 700 crianças da Cisjordânia são processadas nas cortes militares israelenses depois de presas, interrogadas e detidas. “A estimativa de 2000 para cá é que cerca de 7.500 crianças foram detidas e processadas”, concluiu a entidade.

O crime mais comum é o arremesso de pedras. “Não vamos fingir que não é nada. Se uma pessoa estiver dirigindo a 80 quilômetros por hora em uma estrada e receber uma pedra no vidro dianteiro, pode sofrer um acidente e machucar-se. Mas é um crime político, não no sentido criminal civil. Uma das coisas que fazemos no relatório é diferenciar as pedras e os coquetéis molotov em soldados e colonos, pois isso não é feito em Tel Aviv ou em Haifa, é feito em ruas da Cisjordânia”, disse a advogada Neomi Lalo, do No Legal Frontiers (NLF), organização de advogados criada em 2009 para analisar o trabalho das cortes.

A ONG israelense B´tselem foi atrás de dados do distrito policial da Samaria e da Judeia (como o governo define a Cisjordânia). De 2005 a 2010, foram registrados entre 2,1 mil e três mil casos de lançamento de pedras. O Escritório Oficial do Exército de Israel registrou entre 3,6 mil e 4,3 mil episódios de violência contra civis (colonos), forças de segurança (presença militar nos tPo) e contra o muro que isola os palestinos na Cisjordânoa.

“O B´tselem tentou determinar o número de pessoas feridas pelo lançamento de pedras nestes anos. Todas as agências do governo israelense contatadas responderam que não tinham os dados pedidos”, informou a ONG. Os números fornecidos pelo exército incluem 835 menores processados na Justiça Militar por atirar pedras. Destes, 34 tinham 12 ou 13 anos; 255, 14 ou 15 e 546 tinham 16 ou 17 – a ONG ignorou um antiga lei que definia a maioridade acima dos 16 e incluiu dados de crianças com 16 e 17.

Laila Alawawde, dona de loja de roupas, ligada à Cooperativa das Mulheres de Hebron, contou que o filho passou pela corte. “Os israelenses o acusaram de atirar pedras. Ele ficou dois meses e dois dias preso, quando tinha apenas 15 anos. Ele saiu para comprar pão e estava no lugar errado na hora errada”, lamentou. “Na última sessão da corte, por haver tantos jornalistas, eles disseram ao meu filho: ‘Como responsável pela prisão, tenho o direito de matar três palestinos. Se abrir a boca, você será um desses três’”, denunciou.

Maus tratos

O relatório do B´tselem entrevistou 50 menores. Destes jovens, 30 disseram que foram retirados de suas casas no meio da noite e que seus pais não puderam acompanhá-los. Mais de 20 disseram que não puderam dormir, ir ao banheiro ou comer enquanto esperavam pelo interrogatório. Dezenove reclamaram de violências verbais e físicas durante o interrogatório na estação de polícia. Mais especificamente, cinco reclamaram de violência verbal, citando ameaças de ferimentos físicos, prisão prolongada e cancelamento da permissão de trabalho do pai em Israel – uma eficiente forma de controle, também utilizada para inibir manifestações políticas de adultos. Aqueles que foram submetidos a violência física “forneceram descrições sérias de tapas, surras, chutes e aplicações de pressão em várias partes do corpo”.

O jornal britânico The Independent publicou uma matéria no final de agosto em que revela cenas do interrogatório de uma criança. Leia a descrição da repórter: “o menino, pequeno e frágil, está lutando para manter-se acordado. Sua cabeça pende para o lado, até que toca seu peito. ‘Levante a cabeça! Levante!’, grita um de seus interrogadores, dando-lhe um tapa. (...) Durante as quase seis horas de vídeo, Islam Tamimi, de 14 anos, cansado e com medo, é gradualmente quebrado até o ponto em que incrimina homens de sua vila e lhes oferece contos fantásticos que sabe que querem ouvir”.

Sahar Francis é diretora da Addameer, uma ONG palestina de Apoio a Prisioneiros dentro da Cisjordânia. Ela enxerga a prática de usar crianças como uma forma de perseguição política. “Com tortura e ameaças de torturas, os soldadosw facilmente conseguem confissões contra líderes ou ativistas da resistência ao Muro, à demolição de casas e à expansão dos assentamentos. E, no sistema legal israelense, conseguir uma confissão depois de tortura ou outros expedientes não a anula automaticamente. Esta é uma forma fácil de acusar ativistas e mandá-los para a cadeia”, explicou.

Neomi Lalo tem uma opinião pessoal a respeito dos motivos que levaram, após 42 anos desde 1967, à criação de cortes para crianças: “Depois da Operação Chumbo Fundido (bombardeio israelense sobre Gaza em 2009 que matou mais de 1,3 mil palestinos), houve muita pressão para levar Israel às Cortes Internacionais. Assim, Israel pode dizer: ‘mas, veja, nós fizemos as Cortes Juvenis’. O problema é que há uma Corte Juvenil, mas não há uma lei juvenil que possa ser aplicada.”

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

João Dias não apresenta provas à PF

Por Pedro Peduzzi e Roberta Lopes, na Agência Brasil:

A Polícia Federal informa que até agora não recebeu do policial militar João Dias Ferreira, autor de denúncias sobre a existência de um esquema de corrupção no Ministério do Esporte, nenhum documento ou gravação que possa resultar em prova material para embasar as investigações sobre o caso que envolve o ministro da pasta, Orlando Silva.

A informação foi confirmada hoje (21) pela Agência Brasil no Departamento de Polícia Federal, no Instituto Nacional de Criminalística e nas superintendências da PF no Distrito Federal e em São Paulo.

Ao deixar a Superintendência da Polícia Federal no DF, onde prestou depoimento por mais de sete horas na quarta-feira (19), João Dias disse ter entregue “alguns materiais, algumas provas, algumas degravações e alguns documentos fraudados emitidos pelo ministério”. Além disso, ele prometeu entregar novos documentos e áudios na segunda-feira (24).

Em matéria publicada pela revista Veja, o militar denunciou um esquema de corrupção no Programa Segundo Tempo, que repassa recursos para incentivar a prática de esportes entre crianças de baixa renda. Segundo a publicação, o próprio ministro recebeu dinheiro desviado do programa, em troca da liberação de recursos para uma organização não governamental.

Governo e mídia chegam ao impasse

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Era inevitável e, como tudo que é inevitável, aconteceu: finalmente o governo Dilma Rousseff e a mídia, sem maior concurso da oposição, chegaram a um impasse. Diferentemente do que aconteceu com os ministros que foram derrubados nestes dez meses do novo governo, porém, o ministro Orlando Silva parece cheio de gás para enfrentar as acusações assacadas contra si.

João Dias: fonte da Veja é assassino?

Por Altamiro Borges

A revista Veja e seus “calunistas” amestrados, com o seu jornalismo de esgoto, podem ter entrado em outra fria. No episódio da tentativa de invasão do apartamento do dirigente petista José Dirceu num hotel de Brasília, a ação mafiosa foi desbaratada e virou caso de Polícia, que concluiu seu inquérito. O ex-ministro já anunciou que processará a revista e o repórter criminoso.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Arthur Virgílio ataca o PCdoB e Dilma

Por Altamiro Borges

No artigo “A casa está caindo”, publicado hoje (20), o ex-senador tucano Arthur Virgílio, aquele que prometeu dar “uma surra” no presidente Lula e acabou levando uma surra dos eleitores amazonenses em outubro passado, revela quais são os reais interesses da oposição demotucana e da sua mídia na atual campanha de linchamento público do ministro Orlando Silva, dos Esportes.

PCdoB e o "tribunal de exceção" da Veja

Do sítio Vermelho:

Reunida nesta quinta-feira (21) em Brasília para analisar a ofensiva contra a organização e o ministro Orlando Silva, a Comissão Política do PCdoB aprovou e divulgou a seguinte nota:

Dando seguimento às investidas que buscam desestabilizar o exitoso governo da presidenta Dilma Rousseff, o campo político reacionário do país associado a veículos dos monopólios de comunicação realiza uma covarde campanha difamatória contra o ministro do Esporte, Orlando Silva. Espalham calúnias de um farsante, João Dias Ferreira, um indivíduo desqualificado, processado pelo Ministério Público Federal e que, inclusive, já foi preso por corrupção. Atacam, também, a honra do PCdoB com o objetivo de desacreditá-lo. Instauraram contra o ministro e o Partido uma espécie de “tribunal de exceção” que se arvora no direito de, em rito sumário e sem provas, julgar e condenar. Este expediente é uma agressão à democracia brasileira.

Propostas para uma nova comunicação

Por Pedro Martins, no sítio Outras Palavras:

Organizações da sociedade civil promoveram atos políticos em todo o país, nesta terça-feira (18), para marcar o Dia Mundial pela Democratização da Mídia, data institucionalizada no Canadá no ano 2000 por militantes contrários à concentração dos meios de comunicação.

Kadafi e a alegria mórbida do império

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Qualquer que seja a opinião sobre Muammar Khaddafi, ou sobre qualquer pessoa, é enojante ver uma pessoa ser covardemente assassinada, desarmada e ferida. O vídeo divulgado pelas tevês árabes o mostra vivo e cambaleante, sendo assassinado por um grupo armado. Não é um bom cartão de visitas para um movimento que se proclama democrático e defensor dos direitos humanos os quais afirmava que Khaddafi violava.

Serra e a corrupção descentralizada

Por Altamiro Borges

Isolado em seu próprio partido, o tucano José Serra não perde oportunidade para tentar aparecer. Ele encrenca com tudo e com todos. Na semana passada, bateu boca pelo twitter com o mineiro Aécio Neves, rejeitando a antecipação do debate sobre eleições presidenciais. Dias antes, ele também havia criticado a direção paulista do PSDB por não ter sido a estrela do seu programa de TV.

PCdoB unido na defesa de Orlando Silva

Por André Barrocal, no sítio Carta Maior:

O depoimento do ministro do Esporte, Orlando Silva, à Câmara dos Deputados nesta terça-feira (18), para se defender de denúncias, lotou o plenário da Comissão de Fiscalização e Controle. Mas não foi só o interesse jornalístico e da oposição ao governo que garantiu casa cheia. Unido em torno do correligionário como não se costuma ver em outras legendas com filiados embaraçados, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) arrastou sua burocracia, as bancadas – que não são grandes - de deputados e senadores e uma legião de assessores, no apoio ao ministro.

Duas linhas na ação derruba ministro

Por José Dirceu, em seu blog:

Ainda não surtiu efeito, mas os nossos jornalões e a oposição continuam sua campanha, a Operação Derruba Ministro, centrada no ministro do Esporte, Orlando Silva.

Desenvolvem-na, agora, em duas linhas: uma é tentar, de todos os modos, envolver o PT e trazê-lo para o foco e para o centro da crise; a outra é difundir a versão mentirosa de que a presidenta Dilma Rousseff está retirando poderes do ministro Orlando Silva e de sua Pasta por causa das denúncias que envolvem o Ministério.

Sinais da crise externa se aprofundam

Por Guilherme Delgado, no Correio da Cidadania:

O recrudescimento e aprofundamento da crise financeira na zona do Euro, que a cada semana se revela mais ampla e potencialmente contaminante para além do limites da Grécia, significam desde logo um preâmbulo de estagnação econômica para toda a Europa. O que se discute atualmente é a necessidade de não aprofundar essa estagnação com as políticas econômicas em cogitação na Europa e nos Estados Unidos, umas e outras potencialmente capazes de se influenciar mutuamente e de repercutir nos rumos da economia mundial.

A tímida redução da taxa de juros

Da Rede Brasil Atual:

Conforme esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) reduziu pela segunda reunião seguida a taxa básica de juros, a Selic. O corte foi novamente de meio ponto percentual, para 11,5% ao ano. A decisão foi unânime e sem viés.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Globo e Veja protegem Bruno Covas

Por Altamiro Borges

Entre outras motivações obscuras, a campanha midiática de linchamento do ministro Orlando Silva tem servido para acobertar as sujeiras dos tucanos em São Paulo. Há três meses, o deputado estadual Roque Barbieri (PTB), da base de apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB), denunciou um esquema criminoso de venda de emendas parlamentares – um típico mensalão.

Ato em SP pela democratização da mídia

Do sítio do Centro Estudos Barão de Itararé:

Nesta terça-feira (18), a Avenida Paulista foi palco de uma manifestação que fez parte do Dia Mundial Pela Democratização da Comunicação. A Frente Paulista Pelo Direto à Comunicação e Liberdade de Expressão (Frentex) e diversos movimentos sociais, instituições, sindicatos e estudantes participaram do ato, que começou ao meio-dia.

Barbiere e João Dias: quem mente?

Por Altamiro Borges

O deputado estadual Roque Barbiere (PTB), da base de apoio do governador Geraldo Alckmin, reafirmou ontem (18) que possui provas concretas sobre o esquema de corrupção com emendas na Assembléia Legislativa de São Paulo. Segundo a sua assessoria, na próxima quinta-feira (27) ele irá depor no Conselho de Ética da Alesp. Roquinho, como é conhecido, ameaça dar nome aos bois.

Greve contra privatização de aeroportos

Por Vivian Fernandes, na Radioagência NP:

Contra a privatização do setor, os aeroportuários iniciam uma paralisação de 48h na madrugada desta quinta-feira (20), a partir da 0h. As ações acontecem em três aeroportos do país que serão privatizados. A categoria aponta que o processo terá inicio no próximo ano, com o leilão dos aeroportos de Cumbica, em Guarulhos (SP), de Viracopos, em Campinas (SP), e o de Brasília (DF). Os trabalhadores destes três locais participam da mobilização.

Orlando Silva e o escudo dos tucanos

Por Renato Rovai, na revista Fórum:

A reportagem produzida pela Veja na última semana é oca. Sem provas ela vai repetir a história dos dólares cubanos que teriam vindo para a campanha de Lula escondidos em caixas de uísque.

Ou talvez aquela do “Caraca, quem botou esse dinheiro aqui?”. Que levou o repórter da revista a ganhar um prêmio do Instituto Millenium para fazer um curso no país da Disneylândia.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Vejamente: um panfleto para agitar


* Folheto distribuído hoje na Avenida Paulista (SP) nas comemorações do Dia Mundial pela Democratização da Mídia.

"Civita avisa que derrubará Dilma"

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

No último domingo, o ator José de Abreu, esse simpaticíssimo sessentão paulista de Santa Rita do Passa Quatro, soltou uma nota no Twitter que, desde então, vem sendo objeto de curiosidade e de intensos debates na internet devido ao teor explosivo que encerra. Abaixo, a reprodução da nota do ator. Foi capturada em seu perfil naquela rede social: