sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O encontro com Fidel Castro

Por Frei Betto, no site da Adital:

Há tempos Fidel não se manifestava. Como me disse em Havana um cubano, "é gritante o silêncio do Comandante”. Muitos supunham que ele se encontrava muito doente, talvez recolhido a um hospital, e com seu estado de saúde tratado como segredo de Estado.

Pouco antes de eu viajar para Cuba, em meados de janeiro, correu a notícia de que Fidel havia morrido. Pela milésima vez... Jornalistas me ligaram interessados em saber se eu recebera confirmação de meus amigos de Cuba.

Tributação dos ricos: debate interditado

Por Paulo Gil Introíni, na revista Teoria e Debate:

A velha prática das classes dominantes de se apropriar das bandeiras populares mudando-lhes a natureza e o sentido tem sido recorrentemente aplicada ao debate da reforma tributária no Brasil. O motivo é evidente: a disputa sobre quem irá financiar o Estado e as políticas públicas é inerente à tributação. Trata-se de uma das expressões do conflito de classes.

PEC da Bengala está de volta

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A PEC da Bengala é uma das muitas ideias - novas e velhas - que o novo presidente da Câmara, Eduardo Cunha, trouxe no bolso do paletó.

Mantida no esquecimento desde o final de 2014, ela reapareceu na reunião de líderes, na noite de terça-feira.

Eduardo Cunha anunciou a intenção de votar o projeto, que aumenta de 70 para 75 anos a idade da aposentadoria compulsória para ministros do Supremo Tribunal Federal. Se a proposta vingar, o plenário do STF permanece com a mesma composição atual até o final do governo Dilma. Apenas uma vaga, já aberta pela aposentadoria de Joaquim Barbosa, será preenchida.

Como desmontar o golpe de FHC

Por Helena Sthephanowitz, na Rede Brasil Atual:

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), do alto de seus 83 anos, tendo vivenciado como poucos brasileiros vivos todos os vícios das estruturas de poder, deveria ser o primeiro a se posicionar a favor de uma reforma política transformadora do grande problema institucional brasileiro, raiz do subdesenvolvimento, do patrimonialismo e da corrupção.

Vaccari e a operação policial PT-35

Por Renato Rovai, em seu blog:

A Polícia Federal é sempre muito criativa em dar apelidinhos chulos às suas operações. Alguns nomes ficaram na história e viraram pó, como a Castelo de Areia que foi soterrada porque atingia boa parte das mesmas empreiteiras que hoje estão na Lava Jato.

A operação de hoje foi denominada de My Way, título de uma famosa canção de Frank Sinatra.

Manifesto em defesa da Petrobras

Do site da Federação Única dos Petroleiros (FUP):

Há quase um ano o País acompanha uma operação policial contra evasão de divisas que detectou evidências de outros crimes, pelos quais são investigadas pessoas que participaram da gestão da Petrobrás e de empresas fornecedoras. A ação institucional contra a corrupção tem firme apoio da sociedade, na expectativa de esclarecimento cabal dos fatos e rigorosa punição dos culpados.

Nenhum tucano vai para a cadeia?

Por Altamiro Borges

Nesta segunda-feira (2), “a Justiça de São Paulo decretou o bloqueio de R$ 282 milhões da multinacional francesa Alstom e do conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado, Robson Marinho, réus em ação de improbidade movida pelo Ministério Público”. A revelação bombástica foi feita pelo jornalista Fausto Macedo, do Estadão, mas não mereceu as manchetes dos jornalões e nem os comentários hidrófobos dos “calunistas” das emissoras de rádio e tevê. Na sua seletividade escancarada, a mídia privada prefere destacar apenas as denúncias de corrupção contra a Petrobras, com o objetivo explícito de desgastar o governo Dilma. Os escândalos envolvendo os chefões tucanos foram arquivados no passado e seguem sendo abafados no presente. Se depender dos barões da mídia, nenhum tucano será preso – dado o peso simbólico que isto teria para desmascarar os falsos moralistas.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A “reforma política” de Eduardo Cunha

Por Altamiro Borges

Se depender do novo presidente da Câmara dos Deputados, o lobista Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o sistema político e eleitoral brasileiro sofrerá graves retrocessos nesta legislatura. Ele nem acabou de ser empossado e já aprovou a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Política e a criação de uma comissão especial para analisar o polêmico tema. A pressa visa abortar a pressão da sociedade por uma reforma que amplie a democracia no país, com o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais e a adoção de mecanismos de maior participação popular. Na prática, o deputado direitista – conhecido por suas rentáveis ligações com os empresários – defende um sistema político ainda mais restritivo e elitista, com o voto facultativo, a imposição da cláusula de desempenho, a adoção do voto distrital e a manutenção do financiamento privado.

Como cozinhar o governo Dilma

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O “parecer” do advogado de Fernando Henrique Cardoso foi – ainda que antes da hora – como aquela colher do caldo que se tira da panela para ver se o cozido já está “no ponto”.

O que cozinha, já ficou claro, é o governo – sempre é bom repetir, eleito pelo voto popular – de Dilma Roussef.

O dia em que a Folha criticou tucanos

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O projeto do governo Dilma de regulação comercial da mídia pode até ter ficado mais distante após a eleição do conservador Eduardo Cunha como presidente da Câmara, mas comentário de um leitor sobre o tema revela quão desinformados são os cidadãos comuns que fazem coro com os bilionários proprietários do oligopólio comunicacional que infecta o país.

Movimentos sociais: sem perder o foco

Editorial do site Vermelho:

A edição, por parte do Governo Federal, das Medidas Provisórias 664 e 665, alterando regras para acesso a benefícios previdenciários como, por exemplo, abono salarial, seguro desemprego, pensão por morte e auxílio doença, encontra justa resistência por parte dos movimentos sociais, em especial do movimento sindical.

Quem trabalha é que tem razão

Por Umberto Martins, no site da CTB:

A última reunião entre ministros do governo Dilma e dirigentes das centrais sindicais para debater medidas que reduzem direitos da classe trabalhadora sob a bandeira da austeridade fiscal, realizada em São Paulo terça-feira, 3, não registrou avanços. O impasse persiste e os sindicalistas estão convocando nova manifestação nacional para 26 de fevereiro.

Alckmin-2018 naufraga nas mentiras

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

“Brasil pra frente, Geraldo presidente!”

Esse grito foi lançado assim que Geraldo Alckmin terminou seu discurso de posse em janeiro. Esse plano corre um risco enorme diante do caos da falta de água em São Paulo e do Alckmin que emergiu disso: um mitômano na melhor tradição malufiana e um gestor medíocre.

Aécio e Renan batem boca no Senado

Marco Civil da Internet: a nova batalha

Por Helena Martins e Jonas Valente, na revista CartaCapital:

O caráter da Internet e os direitos e deveres dos usuários da rede são objetos de consulta pública promovida pelo Ministério da Justiça por meio de uma plataforma virtual. Iniciada na última quarta-feira (28), ela trata da minuta do decreto presidencial que vai regulamentar o Marco Civil da Internet**. Não é exagerado afirmar que o que está em jogo é o futuro das comunicações no Brasil.

A culpa de Dilma e o dolo de Ives Gandra

Por Fabio de Sá e Silva, no site Carta Maior:

Pode ser que com a anunciada demissão de Graça Foster e a substituição de toda ou quase toda a diretoria da Petrobrás, a empresa e seus atos de gestão deixem de ser objeto do superficial, mas corrosivo debate a que foram submetidos nos últimos meses.

Neste cenário, a saída de Foster seria sucedida pela nomeação de alguém bem visto pelo “mercado”, a estatal tornaria a contar com “confiança” de investidores e acionistas, e os olhos da opinião pública se voltariam para o rito mais formal e procedimentalizado da apuração das responsabilidades, no âmbito da operação Lava Jato.

O golpe paraguaio está em marcha

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

Foi dada a largada. Em caudaloso artigo publicado domingo no Estadão, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu a senha: como não há clima para um golpe militar, a derrubada do governo de Dilma Rousseff deve ficar por conta do Judiciário e da mídia, criando as condições para votar o impeachment da presidente no Congresso Nacional o mais rápido possível.

O mundo sombrio do petróleo

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Não é que sirva de consolo, mas ajuda a nos dar uma referência e, sobretudo, a não tirarmos falsas conclusões do escândalo de corrupção na Petrobrás.

Em meados de 2011, dois jornalistas americanos lançaram um livro que abalou a política do Alaska.

Até meados dos anos 90, o Alaska era o principal estado produtor de petróleo nos EUA.

Petrobras e o cenário do escândalo

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

A demissão coletiva de diretores da Petrobras, que obriga à substituição urgente da presidente da empresa, é manchete em todos os jornais de circulação nacional nesta quinta-feira (5/2). O noticiário vem recheado de especulações sobre o nome a ser indicado para o lugar de Graça Foster, e essa escolha poderá diminuir o empenho da imprensa em desconstruir a reputação da estatal: um dirigente simpático ao mercado fará concentrar o foco dos jornais exclusivamente no campo político.

A ditadura do capital especulativo

Por Emir Saber, na Revista do Brasil:

Spread é uma expressão – mantida em inglês para facilitar a camuflagem do seu significado –, que indica o ganho líquido dos bancos, a diferença entre o que pagam pelo dinheiro que captam e o que recebem pelo que emprestam. Leve R$ 100 reais ao banco para uma aplicação, e no mês seguinte retire R$ 100,50. Dê a volta no balcão e consulte o mesmo funcionário sobre quanto pagará se quiser tomar emprestado a mesma nota de R$ 100. Ele provavelmente dirá que você terá de devolver, no mês seguinte, algo próximo R$ 110. A diferença é o spread, o ganho improdutivo, à custa do suor alheio.