sábado, 6 de junho de 2015

Ninguém se entende no PSDB

Por Altamiro Borges

Nos últimos dias, dois tucanos de alta plumagem confessaram o que muita gente já sabia. O PSDB está totalmente perdido, sem rumo. O decrépito Alberto Goldman, vice-presidente da legenda e ex-governador por alguns dias de São Paulo, foi o primeiro a reconhecer a tragédia. “Nós não temos um projeto para o país”, afirmou no final de maio. Na sequência, um dos fundadores da sigla, o ex-deputado Arnaldo Madeira, disse estar decepcionado com as posições da cúpula tucana. “Está difícil entender o partido. Em vez de defender conceitos, estamos fazendo uma oposição igual a que o PT fazia contra nós. Agora só falta o PSDB votar contra a Lei de Responsabilidade Fiscal”, desabafou, ao criticar o voto da legenda contra o fator previdenciário e a reeleição.

J. Hawilla grampeou a famiglia Marinho?

Por Altamiro Borges

Os três filhos de Roberto Marinho – que, segundo o afiado blogueiro Paulo Henrique Amorim, não têm nome próprio – devem estar preocupados. Uma nova descoberta nas investigações do escândalo de corrupção da Fifa deve tirar o sono dos bilionários herdeiros. Segundo o noticiário internacional, J. Hawilla, dono da empresa de marketing esportivo Traffic e afiliado da Rede Globo, utilizou grampos telefônicos desde 2013 como parte do acordo firmado com o Departamento de Justiça dos EUA para apurar o esquema de corrupção no futebol e aliviar a sua pena.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

'Ronalducho', o fenômeno do oportunismo

Por Altamiro Borges

O ex-craque Ronaldo – que José Simão apelidou carinhosamente de "Ronalducho" – é realmente um fenômeno. Fenômeno do oportunismo e do cinismo! Como centenas de fotos e vídeos comprovam, o jogador sempre manteve íntimas relações com os chefões da Fifa e da CBF. Na Copa do Mundo do ano passado, ele inclusive foi presenteado pelos dois organismos com o cargo de chefão do Comitê Organizador Local – o que lhe rendeu muita grana em anúncios publicitários. Segundo o fofoqueiro Lauro Jardim, da "Veja", a sua proximidade com os cartolas do futebol era tanta que ele alugou seu apartamento de cobertura na praia do Leblon (RJ) para Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, pela modesta quantia de R$ 150 mil mensais. 

O mercado é mesmo bom?

Por Luis Felipe Miguel, no Blog da Boitempo:

Há um elemento comum, nas manifestações recentes da direita brasileira – e não só brasileira: o discurso de que o Estado deve recuar e o mercado deve regular uma porção maior das interações humanas. Enquanto o Estado premiaria os “preguiçosos” por meio de suas políticas sociais, o mercado daria a cada um a recompensa justa pelo seu esforço. É o que diziam as faixas, nas manifestações de março e abril, que reivindicavam o direito daqueles que “trabalharam muito” a se dessolidarizar dos pobres e marginalizados. Por vezes, como quando denuncia as cotas nas universidades, este discurso ainda é tingido por um racismo indisfarçável.

Estatais e parlamentarismo de achaque

Por Davidson Magalhães

Os presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Eduardo Cunha, ambos do PMDB, apresentaram nesta semana um anteprojeto de lei que dispõe sobre a responsabilidade na gestão empresarial das sociedades de economia mista e empresas públicas no âmbito da União.

Trata-se de um anteprojeto que se aproveita da crise desencadeada pela seletiva Operação Lava Jato. A pretexto de dar transparência e buscar eficiência na gestão das empresas estatais é mais uma iniciativa legislativa lesiva aos interesses nacionais. E o seu principal alvo é a Petrobras.

Ricos devem pagar pelo ajuste fiscal

Por Pedro Rafael Vilela, no jornal Brasil de Fato:

Na última semana, o governo federal conseguiu aprovar boa parte das medidas de ajuste fiscal no Congresso, que incluíram regras mais duras para concessão de direitos trabalhistas e previdenciários, como o acesso à pensão por morte e ao seguro-desemprego. Agora, cresce a pressão para que os setores mais ricos do país também assumam uma parte significativa do arrocho nas contas públicas, o que até agora não ocorreu. Por causa disso, ganhou força novamente a proposta de regulamentação do imposto sobre grandes fortunas (IGF). Esse imposto é um dos sete tributos previstos na Constituição Federal de 1988, mas o único que até hoje não foi regulamentado.

Editora Abril agoniza em praça pública

http://pigimprensagolpista.blogspot.com.br/
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em 1989, a revista Veja deu uma capa que provocou uma barulhenta polêmica.

Cazuza estava morrendo de AIDS, e seu emagrecimento avassalador vinha sendo acompanhado por todos em fotos. Na etapa final, Cazuza parecia uma caveira.

A capa da Veja estampava Cazuza na etapa final com a seguinte chamada: agonia em praça pública.

A Espanha das ruas às urnas: e agora?

Por Lucia Nader, na revista CartaCapital:

Há uma semana a Espanha acordou caminhando à esquerda. Ada Colau foi eleita prefeita de Barcelona e, em Madri, Manuela Carmena foi a segunda colocada e deve ser a prefeita de fato. Ada é ativista antidespejo e uma das protagonistas do movimento 15M e dos protestos de 2011, que fizeram tremer as praças espanholas. Manuela é ex-juíza e defensora dos direitos humanos desde a luta contra a ditadura franquista. As duas representam uma renovação na política espanhola e trazem ao poder o eco das vozes que tomaram as ruas do País há 4 anos. Trazem também um ar fresco para as eleições gerais que acontecerão em novembro e a um mundo descrente na política.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Racismo, mídia e a carta de Porto Alegre

Da coluna "Notas Vermelhas", no site Vermelho:

A mídia brasileira tem de nacional apenas o fato de que seus proprietários, por um acaso, nasceram aqui, mas a mentalidade é colonial. E assim, nas TVs, na publicidade, nos filmes, o padrão físico dominante deve seguir um modelo europeu, que retrata pobremente as multifacetadas e maravilhosas belezas do Brasil e da América Latina, pois tudo passa pelo filtro de uma visão de mundo burguesa e elitista.

Jornal para quem pode pagar

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

O 67º Congresso da Associação Mundial de Jornais e Editores, realizada nos últimos dias em Washington, termina com uma recomendação que representa uma espécie de rendição sem honra das empresas jornalísticas à nova realidade digital. Basicamente, trata-se de transformar o jornal impresso em um produto mais caro, dirigido a uma elite de leitores, e tentar competir no ambiente virtual com ênfase na imagem, e não mais no texto.

Apesar do massacre, Lula persiste

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Numa tentativa óbvia de lavagem cerebral dos brasileiros, a maioria dos meios de comunicação tem aproveitado a conjuntura de escândalos sucessivos que ela mesma produz em torno da Operação Lava Jato para tentar esconder e diminuir a memória de Luiz Inácio Lula da Silva, o mais popular dos presidentes brasileiros.

O ocaso de Marta Suplicy

Por Ramon Szermeta, Eduardo Valdoski, Jaime Cabral, no site Carta Maior:

O ocaso é o momento que antecede o anoitecer. É o último brilho do sol, antes da escuridão. Como fenômeno natural é romântico e inspirador. Mas do ponto de vista pessoal, deve ser desesperador para alguns. Parece que a senadora Marta Teresa Smith de Vasconcellos vive um desses momentos.


Band é condenada por racismo

Por Renato Rovai, em seu blog:

A emissora de rádio e TV Bandeirantes da Bahia foi condenada a pagar R$ 60 mil por dano moral coletivo por violação de direitos humanos no caso da entrevista feita pela jornalista Mirella Cunha com um acusado de estupro no programa “Brasil Urgente Bahia”, em 2012. É o que informa o Bahia Notícias.

Vox Populi confirma Ibope: Mídia é urubu

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

Triste o país em que a mídia sabota a sua própria função, que é dizer a verdade, e faz campanha sistemática para enganar os cidadãos e manipular a opinião pública.

Em apenas uma semana, dois importantes institutos de pesquisa, o Ibope e o Vox Populi, divulgaram pesquisas que provam o que a gente está careca de saber: a mídia joga contra o Brasil e mente descaradamente, pintando uma realidade pior do que já é.

Corrupção é coisa do Terceiro Mundo?

Por Flavio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

O caso da Fifa virou uma bomba de fragmentação. Até a quinta-feira desta semana (4), o grosso dos denunciados no escândalo da Fifa envolvia sobretudo gente do terceiro mundo. Aqui na Europa havia um certo cheiro de queimado, mais ou menos, "quem mandou Blatter se envolver com esta súcia de caribenhos, africanos etc."

Mas agora a água do esgoto chegou aos joelhos – para não mencionar outras partes corpóreas – do ínclito Velho Continente. Além de outras plagas.

O Banco dos Brics e a soberania

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Em julho de 1944, quando os destinos da 2a. Guerra Mundial já estavam definidos, uma conferência internacional – essencialmente ocidental – criou as duas instituições que, durante mais de meio século, tiveram a hegemonia da relações monetárias e das condições de cooperação financeira entre os países do mundo.

Aécio, o “arregão”, abandonou Marin?

Por Altamiro Borges

Na semana passada, o cambaleante Aécio Neves ganhou um novo e singelo apelido: “arregão”. Ele foi dado pelos golpistas mirins, cheirando a mijo e indignados com a ausência do tucano na marcha que reuniu meia dúzia de fascistas em Brasília pelo impeachment de Dilma. Até o patético “Batman do Leblon” postou vídeo detonando o presidente do PSDB. “Covarde”, “duas caras”, “arregão” e outros carinhosos adjetivos foram destinados ao senador mineiro-carioca. Agora, com a prisão dos mafiosos da Fifa, o apelido ganha consistência. Aécio Neves ainda não prestou solidariedade ao seu amigo José Maria Marin, ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que se engajou com toda a energia na sua frustrada campanha presidencial de outubro passado.

Os juros sobem. O desemprego também!

Por Altamiro Borges

Pela sexta vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros (Selic) em 0,5% – de 13,25% para 13,75% ao ano. A decisão ortodoxa, que terá forte impacto na geração de emprego e renda, foi tomada por unanimidade nesta quarta-feira (3). Com esta nova alta, os juros são os maiores desde dezembro de 2008. Os banqueiros e rentistas, como já era de se esperar, comemoraram a decisão, afirmando que ela é vital para derrotar o “fantasma da inflação”. Já as centrais sindicais e as entidades da indústria criticaram a sexta elevação da Selic, argumentando que a inflação não dá sinais de descontrole e que a elevação dos juros retrai o consumo e o crédito, reduz a produção e, como efeito inevitável, gera mais demissões.

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Fortuna da Zara e trabalho escravo

Por Altamiro Borges

O empresário espanhol Amancio Ortega, dono das redes varejistas Zara e Pull&Bear, já é o segundo homem mais rico do planeta, com uma fortuna calculada de US$ 71,5 bilhões. Segundo o ranking da agência "Bloomberg", divulgado nesta semana, ele passou o rentista ianque Warren Buffet e só está atrás de Bill Gates, criador da Microsoft  – que manteve a liderança mundial dos ricaços com uma fortuna avaliada em US$ 85,5 bilhões. Ao divulgar o "Índice de Bilionários da Bloomberg", a mídia privada foi só elogios ao dono da Zara – uma "generosa" anunciante publicitária –, escondendo totalmente as várias denúncias sobre uso de trabalho escravo nas empresas terceirizadas da Zara.

A revista “Veja” também será vendida?

Por Altamiro Borges

Nesta terça-feira (2), a Editora Abril, que publica a asquerosa revista “Veja”, deu outro sinal da sua acelerada decadência. Ela anunciou a venda de mais sete revistas e a demissão de 120 profissionais. Até os jornalistas que ainda chamam patrão de companheiro – como sempre ironiza Mino Carta – estão assustados com a agonia do ex-império midiático da famiglia Civita. “Placar”, “Anamaria”, “Arquitetura&Construção”, “Contigo”, “Tititi”, “Você RH” e "Você S/A" foram vendidas à Editora Caras. Numa nota lacônica, o grupo empresarial justificou o desmonte argumentando que pretende se concentrar na produção “de conteúdo editorial e de marketing”, desfazendo-se do modelo tradicional de editora. Ninguém entendeu exatamente o que isto quer dizer – a não ser mais demissão!