segunda-feira, 22 de junho de 2015

Por que a direita cresceu no Brasil?

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

Em primeiro lugar, é importante compreender que a direita sempre teve força no país. Chegou a perder força quando perdeu o governo central, mas manteve espaços de poder – inclusive no governo, mas principalmente na mídia e nas instâncias de controle econômico na sociedade. Em segundo porque, apesar do seu modelo econômico ter fracassado, levando à vitória de propostas políticas e de modelo económico-social contrárias às suas, a direita conta com a hegemonia das ideias conservadoras e egoístas na sociedade. O “modo de vida norte-americano” deitou raízes profundas na sociedade, em todas as camadas sociais e, com ele, o egoísmo, o individualismo, o consumismo, a discriminação, o racismo, a falta de solidariedade social.

A juventude quer voar!

Por Carina Vitral, no site da UNE:

No último dia 10 de junho, o movimento estudantil sofreu uma agressão sem precedentes na democracia brasileira. A diretoria da União Nacional dos Estudantes e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – grande parte formada por jovens mulheres – foi retirada com gás de pimenta do Congresso Nacional. A mesma UNE e a mesma UBES que representaram a resistência quando esse Congresso foi fechado pela ditadura militar, as mesmas entidades que foram para as ruas garantir as Diretas Já! e a volta das liberdades civis agora são reprimidas de forma vergonhosa na Casa que ajudaram a reconquistar para o país. Algo está muito errado.

Europa, EUA e o conto do livre comércio

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Se há um “conto do vigário” recorrente, no qual temos caído, sempre, historicamente, ele é o do “livre” comércio. A tradição de negociar com os de fora em condição de inferioridade, como se fosse tremenda vantagem, é uma marca cultural brasileira, que deve ter se inaugurado quando, na areia, contemplando as primeiras caravelas, os nativos destas terras entregaram aos portugueses confessáveis e inconfessáveis riquezas, em troca de espelhinhos e miçangas.

A molecagem dos senadores em Caracas

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A visita dos oito senadores à Venezuela vai deixando de se parecer com uma farsa para se configurar numa molecagem internacional. Folha e Estadão publicaram a versão do Itamaraty para o episódio. Os paladinos da liberdade não tiveram o cuidado para dar verniz de credibilidade ao factoide.

Aécio Neves, Ronaldo Caiado, Aloysio Nunes, Petecão (Petecão!!) et caterva já sabiam desde o início que o embaixador Ruy Pereira não os acompanharia em Caracas na missão para evitar problemas diplomáticos. Tratava-se, afinal, de um grupo abertamente oposicionista ao regime.

O governo e o PT no labirinto

Por Jeferson Miola, no site Carta Maior:

A recente pesquisa Datafolha não fornece somente resultados; traz alertas preocupantes para o governo. O julgamento “ruim/péssimo” subiu 5%, perfazendo 65% dos pesquisados; e diminuiu em três pontos o percentual que considera o governo Dilma “ótimo/bom” – subconjunto agora representado por apenas 10% dos pesquisados. A classificação “regular” perdeu 3 pontos, ficando em 24%.

O governo, longe dos mais pobres

Por José Antonio Lima, na revista CartaCapital:

O ponto central da pesquisa Datafolha que apontou a impopularidade da presidenta Dilma Rousseff em um nível semelhante ao de Fernando Collor em 1992 está na distribuição por renda da insatisfação.

O Datafolha mostrou que a gestão de Dilma é considerada ruim ou péssima por 62% dos eleitores que têm renda familiar mensal de até dois salários mínimos. Desde a última pesquisa, divulgada em março, este número cresceu cinco pontos percentuais, fora da margem de erro, portanto, indicando o desgaste da petista neste contingente dos eleitores.

Boechat, Malafaia e o guizo no gato

Por Renato Rovai, em seu blog:

O ditado é velho e muito repetido. Mas algo me diz que quase todo mundo sabe o que é gato, mas poucos têm ideia do que é guizo.

O tal do guizo é um objeto de metal que tem umas bolinhas também de metal dentro. Quando aquilo a que ele está preso se movimenta, ele faz um barulho como de um sino.

Moro e a conspiração midiático-judicial

Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:

A lei e, sobretudo, a liberdade, não podem ficar em mãos de um juiz.

A lei e a liberdade deveriam estar protegidas única e exclusivamente pela Constituição.

No Brasil, todavia, a lei é esmagada pelos coturnos do autoritarismo midiático-judicial.

É claro que Sergio Moro não está sozinho em sua cruzada golpista.

É hora de reagir em defesa de Lula

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A ideia de que a prisão de Luiz Inácio Lula da Silva será a próxima etapa da Operação Lava Jato encontra-se em todas as mentes. O que falta para a prisão de Lula, pergunta-se, depois da absurda prisão do presidente da maior empreiteira brasileira?

Simples: falta reagir.

Dilma e a vitória que virou derrota

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Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Os números do Datafolha podem não ser exatos, mas o desastre é visível, perceptível, evidente para qualquer um que viva neste mundo e não queira cultivar a auto-ilusão.

Desde sua vitória eleitoral – até mesmo antes de sua posse – Dilma tem escolhido, em nome de uma “recuperação” da economia, anular-se e seguir apenas “pauta” que impõe a lógica de seus – não, dos nossos – adversários.

O poder discricionário da imprensa

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Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:

O noticiário do fim de semana oferece aos estudiosos da mídia informativa um campo fértil para entender alguns dos dilemas da comunicação no nosso tempo. Para toda informação selecionada pelo sistema da imprensa hegemônica há uma contrainformação ou uma variedade de alternativas que podem oferecer interpretações diversas ou opostas ao que propõe a mídia tradicional. Então, por que predomina no imaginário da maioria a versão específica da imprensa?

A direita nativa e revolução bolivariana

Por José Reinaldo Carvalho, no site Vermelho:

“Mico do ano”, “patacoada diplomática”, “molecagem”, “palhaçada dos senadores” – estas são algumas das expressões mais amenas com que analistas políticos e internautas caracterizaram a viagem da comitiva de senadores direitistas brasileiros à Venezuela na última quinta-feira (18).

Desde as primeiras tuitadas do grupo, as denúncias de que a comitiva de senadores liderada pelo tucano Aécio Neves estava sendo agredida pelo governo de Caracas, afiguravam-se como falsas. Foi uma espécie de operação de ratazanas, a julgar pela declaração de um deles, de que os senadores teriam caído numa ratoeira. Efetivamente, quem cai em ratoeira, ratazana é.

Globo sepultou CPI da máfia do futebol

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Por Altamiro Borges

A prisão na Suíça de sete cartolas da Fifa – inclusive do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o velhaco aecista José Maria Marin – segue repercutindo na imprensa mundial. Já no Brasil, o bilionário escândalo de corrupção, que inclui propinas nas “transmissões televisivas”, simplesmente sumiu da mídia. A TV Globo, por razões óbvias, tirou o assunto da telinha. O “Jornal Nacional” quase não trata mais do espinhoso tema. Já os outros veículos, como em um pacto de mafiosos, também secundarizaram a cobertura do caso escabroso. Isto apesar da apuração do esquema, liderada pela polícia federal dos EUA (FBI) – não por motivações éticas, mas sim por interesses geopolíticos –, produzir bombásticas notícias quase diariamente.

domingo, 21 de junho de 2015

O encapetado “pastor” Silas Malafaia


Por Altamiro Borges

O “pastor” Silas Malafaia está endiabrado. Após ser humilhado ao vivo pelo apresentador Ricardo Boechat – “Malafaia, vai procurar uma rola. Não me encha o saco. Você é um idiota, um paspalhão, um pilantra, tomador de grana de fiel, explorador da fé alheia” –, ele agora ameaça processar o jornalista e pedir sua cabeça ao “meu amigo Johnny”, o avarento dono da Band. É certo que o “pastor” tem muita grana e poder para infernizar a vida de um simples mortal. Mas ele terá dificuldade para convencer algum juiz honesto de que não é homofóbico – a principal acusação real do jornalista, tirando os adjetivos. O desabafo de Ricardo Boechat ocorreu quando ele comentava a cruel agressão à menina Kailane Campos, de 11 anos, apedrejada por usar roupas brancas do candomblé.

Congresso do PT frustrou a mídia tucana

Por Altamiro Borges

O 5º Congresso Nacional do PT, realizado na semana passada em Salvador (BA), desagradou expressiva parcela da militância petista, que exigia posições mais combativas da legenda. Prova deste anseio foi expresso no manifesto lançado por integrantes da executiva nacional da CUT, intitulado “O PT de volta para a classe trabalhadora”, que reivindicou o retorno às origens classistas. “Sabemos o que ocorreu na história recente com os partidos de esquerda que aplicaram políticas de ajuste fiscal inspiradas pelo FMI, como se viu em países da Europa: entraram em crise, foram derrotados nas eleições, perderam sua base social. Não queremos que o mesmo aconteça com o PT”, advertiram os sindicalistas petistas. Para esta parcela, o congresso não alterou a atual linha partidária.

Barão de Itararé: Balanço e desafios

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Ocorreu, no dia 9 de junho, a reunião anual do Conselho Consultivo do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. A atividade, realizada em São Paulo, resultou em dois documentos: o balanço da atuação da entidade no último ano e um plano de ação que compreende o segundo semestre de 2015 e o primeiro semestre de 2016. Ambos podem ser conferidos na íntegra, abaixo.

A encíclica verde do Papa Francisco

Por Frei Betto, no site da Adital:

Em homenagem a São Francisco de Assis, o papa Francisco lançou uma encíclica holística, "Louvado seja”, na qual associa degradação ambiental e aumento da pobreza mundial. O texto constitui um apelo urgente para a humanidade sair da "espiral da autodestruição”.

O chefe da Igreja Católica condena o atual modelo de desenvolvimento focado no consumismo e na obtenção do lucro imediato. Denuncia "a incoerência de quem luta contra o tráfico de animais em risco de extinção, mas fica completamente indiferente perante o tráfico de pessoas, desinteressa-se dos pobres ou procura destruir outro ser humano do qual não gosta.”

Por que é preciso punir Atenas?

Por Roberto Savio, no site Outras Palavras:

Cinquenta anos de Guerra Fria e o fato de a chanceler Angela Merkel ter crescido na então Alemanha Oriental podem possivelmente explicar a curiosa influência política que os Estados Unidos exercem sobre a Europa.

Depois de uma reunião bilateral entre Merkel e o presidente estadunidense, Barack Obama, durante a cúpula do Grupo dos Sete (G-7) países mais ricos, na localidade alemã de Elmau, em 7 e 8 de junho, soube-se que houve uma solução de compromisso. A governante alemã aceitou que a União Europeia (UE) continue aplicando sanções à Rússia, o que induziu os demais países a segui-la. Em troca, Obama mudou a posição de Washington a respeito da ajuda econômica à Grécia.

Tempo de combater o ódio e o preconceito

Por Onã Rudá, no site da UJS:

“Diabo! Vai para o inferno! Jesus está voltando!”, gritavam os dois homens que com bíblia na mão agrediram um grupo de pessoas vestidas de branco e retornavam pra casa após uma festa de candomblé no bairro Vila da Penha no Rio de Janeiro, em seguida jogaram pedras e uma acabou acertando uma criança de 11 anos.

O fim do jornalismo está próximo?

Por Elaine Tavares, no blog Palavras Insurgentes:

Vez ou outra me debruço sobre alguns textos que decidem o fim do jornalismo nesse nosso maravilhoso século tecnológico. O sítio "Observatório da Imprensa", o qual recomendo, é um bom espaço para garimpar as novidades. Muitos estudiosos apontam que as novas tecnologias agora propiciam que, pelo menos, três bilhões de pessoas em potencial digam algo sobre o que acontece no mundo ou na vila. São os que chamam de "conectados", ou seja, os que de alguma maneira conseguem se ligar a rede mundial de computadores. Com base nessa premissa, como num silogismo simples, concluem então, alguns, que não há mais a necessidade do jornalista. Ou, numa conclusão às avessas: se todos podem falar, todos são jornalistas. Seja lá como for, é o fim do jornalismo, dizem. Rumino isso com muita paciência e, aqui, teço três singelas considerações.