domingo, 22 de maio de 2016
Dilma aos blogueiros: obrigação é resistir
Por Rodrigo Vianna, em seu blog
“Eles montaram um ministério de velhos, ricos e brancos.
Sem negros, e sem mulheres. Quem dá as cartas é o Cunha”.
Passava das cinco da tarde, e este blogueiro que acabara de se instalar no hotel, no centro de Belo Horizonte, ouve ao longe a voz que berra no megafone: “tchau, querida”, “fora, petralhas”. O tom é de cafajestice e deboche.
sábado, 21 de maio de 2016
sexta-feira, 20 de maio de 2016
O jogo não está perdido para Dilma
Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:
O processo de impeachment e a derrubada da presidenta Dilma Rousseff não são fato consumado, apesar de ser essa a ideia disseminada diretamente ou nas entrelinhas dos discursos midiáticos. “É possível reverter e é possível resistir ao golpe. A imprensa ocultou, mas a votação que eles tiveram no Senado só foi de dois votos acima do que eles precisam na decisão final do julgamento. Se eles perderem apenas dois votos, o impeachment é derrotado”, lembra o professor de Ciência Política da Universidade de Campinas (Unicamp) Armando Boito.
Ato em defesa da comunicação pública
Do site do FNDC:
Organizações da sociedade civil (entre as quais o FNDC), trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e ativistas promovem ato cultural em defesa da empresa, da cultura e da comunicação pública. A atividade será realizada nesta sexta-feira (20/5) é uma reação à extinção do Ministério da Cultura e ao ataque à EBC patrocinados pelo governo interino de Michel Temer.
A ofensiva contra a mídia pública
Foto: Mídia Ninja |
Colunistas de sempre destilam diariamente ódio contra a mídia pública. Estão dando o recado do conservadorismo, que não se conforma com o fato de existir um espaço eletrônico recente que dá vez e voz a setores que são silenciados e até discriminados pela mídia comercial conservadora. Esse setor esquece que a falta de um contraponto no espectro midiático e a não existência de uma mídia pública de defesa da cidadania, como querem os golpistas que ocupam o governo brasileiro, deixam a democracia fragilizada.
O maior pecado da EBC
Foto: Jornalistas Livres |
O monopólio midiático do país nunca engoliu a criação da Empresa Brasil de Comunicação, que aconteceu só na metade do segundo mandato do governo Lula. O ex-presidente criou a EBC pressionado pela ação do movimento social brasileiro, particularmente das entidades ligadas à luta pela democratização da comunicação e do setor cultural, que exigiam mais diversidade e pluralidade nos meios de comunicação.
Com a criação da EBC o país começou, de forma muito tardia, a cumprir o previsto no artigo 223 da Constituição Federal, que determina que as concessões de radiodifusão observem a complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal. O Brasil não têm histórico de comunicação pública, e desta ausência se ressente a nossa democracia até hoje. Hoje ainda mais.
Michel Temer e o capitalismo de desastre
El Ladrillo era o nome do programa de governo apresentado pelos chamados Chicago Boys, discípulos do monetarista Milton Friedman, no Chile de 1973, quando o cadáver de Salvador Allende ainda estava quente. Sabiam que sob o regime ditatorial de Pinochet teriam a oportunidade única de levar aos limites um projeto ultraliberal e privatizante que jamais passaria pelo crivo das urnas. Na toada de seu guru, viam na crise a grande oportunidade de pôr em prática seus ensinamentos. O próprio Friedman sentenciou certa vez no famoso ensaio Inflation: causes and consequences que “somente uma crise – real ou pressentida – produz mudança verdadeira. Esta, eu acredito, é a nossa função primordial: desenvolver alternativas às políticas existentes, mantê-las em evidência e acessíveis até que o politicamente impossível se torne politicamente inevitável”.
O obscurantismo como política de Estado
Por Maria do Rosário Nunes, na revista Fórum:
A lista de retrocessos promovida em uma semana do ilegítimo governo Temer é quilométrica e finamente articulada com o que há de mais retrógrado no Parlamento brasileiro. Aqueles e aquelas que ofereceram grotesco espetáculo no dia da votação da admissibilidade do processo de impeachment na Câmara dos Deputados cobram o preço do voto que depositaram em favor do golpe e atuam firmemente para impor, por meio do Legislativo, e agora do Executivo, sua pauta obscurantista.
A lista de retrocessos promovida em uma semana do ilegítimo governo Temer é quilométrica e finamente articulada com o que há de mais retrógrado no Parlamento brasileiro. Aqueles e aquelas que ofereceram grotesco espetáculo no dia da votação da admissibilidade do processo de impeachment na Câmara dos Deputados cobram o preço do voto que depositaram em favor do golpe e atuam firmemente para impor, por meio do Legislativo, e agora do Executivo, sua pauta obscurantista.
A primeira semana de horrores de Temer
Editorial do site Vermelho:
A demissão do garçom José Catalão, que servia cafezinho no Palácio do Planalto, sob a acusação de ser “petista”, dá a medida da mesquinharia do governo ilegítimo que ocupa, desde a quinta-feira (12) a presidência da República. A lista de horrores contra o país e o povo parece não acabar. Este curto espaço de tempo foi marcado por uma combinação estapafúrdia de autoritarismo, opção pelos ricos e abandono de políticas públicas e programas voltados para os mais pobres.
A demissão do garçom José Catalão, que servia cafezinho no Palácio do Planalto, sob a acusação de ser “petista”, dá a medida da mesquinharia do governo ilegítimo que ocupa, desde a quinta-feira (12) a presidência da República. A lista de horrores contra o país e o povo parece não acabar. Este curto espaço de tempo foi marcado por uma combinação estapafúrdia de autoritarismo, opção pelos ricos e abandono de políticas públicas e programas voltados para os mais pobres.
O falso governo do interino Temer
Por Roberto Amaral, na revista Caros Amigos:
O golpe de Estado, que se consolida a cada dia, realiza-se mediante a usurpação do mandato de uma presidente legitimamente eleita, que ninguém crê haver praticado crime. Aparentemente fechando um ciclo, o do desenvolvimentismo nacional-popular, esse golpe parlamentar-midiático-judicial operado no Congresso Nacional abre espaço para uma nova fase de conservadorismo, anti-popular, anti-trabalhista, mediante a instalação de um governo conservador, comprometido com o que há de mais atrasado na política brasileira. Uma vez mais, e talvez ainda não pela última vez, a direita interrompe, a frio, uma experiência tímida de integrar socialmente os pobres por meio de um projeto de conciliação de classe, ilusão que dominou o segundo e bom governo Vargas e presidiu o lulismo (um conjunto voluntarioso de ações ainda carente de teorização); ilusão que esbarrou na renitente resistência oligárquica a qualquer proposta de mudança, reacionarismo que aflora com maior virulência nos períodos de crise econômica.
O golpe de Estado, que se consolida a cada dia, realiza-se mediante a usurpação do mandato de uma presidente legitimamente eleita, que ninguém crê haver praticado crime. Aparentemente fechando um ciclo, o do desenvolvimentismo nacional-popular, esse golpe parlamentar-midiático-judicial operado no Congresso Nacional abre espaço para uma nova fase de conservadorismo, anti-popular, anti-trabalhista, mediante a instalação de um governo conservador, comprometido com o que há de mais atrasado na política brasileira. Uma vez mais, e talvez ainda não pela última vez, a direita interrompe, a frio, uma experiência tímida de integrar socialmente os pobres por meio de um projeto de conciliação de classe, ilusão que dominou o segundo e bom governo Vargas e presidiu o lulismo (um conjunto voluntarioso de ações ainda carente de teorização); ilusão que esbarrou na renitente resistência oligárquica a qualquer proposta de mudança, reacionarismo que aflora com maior virulência nos períodos de crise econômica.
Multidão contra Temer em Porto Alegre
Foto: Anselmo Cunha e Diego Dorneles/Mídia NINJA |
No maior ato até agora contra o presidente interino Michel Temer (PMDB) em Porto Alegre, milhares de manifestantes percorreram ruas do Centro e da Cidade Baixa em uma marcha pacífica nesta quinta-feira (19). O ato, convocado após os dois primeiros protestos que terminaram em agressões da Brigada Militar na semana passada, transcorreu sem maiores problemas. Ao final, um pequeno grupo permaneceu na avenida Loureiro da Silva, causando momentos de tensão, mas a polícia não avançou.
Quem vai pagar o pato do golpe?
Por Tiago Botelho, no blog O Cafezinho:
Já no primeiro dia como presidente interino (12/05), Michel Temer e seu partido – PMDB – deixam claro à sociedade brasileira os reais motivos que os levaram à arquitetar e executar o golpe à Democracia brasileira através da queda de Dilma Rousseff. Em menos de dez horas, através de decreto oficial, sem nem ao menos dialogar, o lider do golpe, Michel Temer, acaba com a Controladoria-Geral da União, transformando-a num apêndice do seu governo, não mais um órgão de fiscalização independente. Aos homens e mulheres que com a camiseta da CBF bateram panela, dizendo-se contrários à corrupção, saibam que o presidente interino colocado por vocês, inicia seu governo contrariando o som metálico. E aí, cadê as panelas?
Já no primeiro dia como presidente interino (12/05), Michel Temer e seu partido – PMDB – deixam claro à sociedade brasileira os reais motivos que os levaram à arquitetar e executar o golpe à Democracia brasileira através da queda de Dilma Rousseff. Em menos de dez horas, através de decreto oficial, sem nem ao menos dialogar, o lider do golpe, Michel Temer, acaba com a Controladoria-Geral da União, transformando-a num apêndice do seu governo, não mais um órgão de fiscalização independente. Aos homens e mulheres que com a camiseta da CBF bateram panela, dizendo-se contrários à corrupção, saibam que o presidente interino colocado por vocês, inicia seu governo contrariando o som metálico. E aí, cadê as panelas?
As democracias de golpe a golpe
http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/ |
"Não podemos permitir que grupos conspiradores violem a Constituição em nome de sua defesa. Toda Democracia é perfectível, caso conte com a participação social. Hoje, a democracia representativa está em questionamento, na qual o povo vota, fica por quatro anos em estado de indefensibilidade, e os governantes fazem o que querem e não o que devem. O desafio atual é passar à democracia participativa, onde a sociedade decida sobre os grandes problemas que afetam o país, ao invés dos grandes núcleos de poder econômico internos e externos. Aos povos de Nossa América resta a resistência social, cultural e política, para defender os direitos de todos, incluídas as nossas democracias”, escreve Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, em artigo publicado por Página/12, 17-05-2016. A tradução é do Cepat.
O golpe e a volta da classe do privilégio
Por Leonardo Boff, em seu blog:
O principal problema brasileiro que atravessa toda a nossa história é a monumental desigualdade social que reduz grande parte da população à condição de ralé.
Os dados são estarrecedores. Segundo Marcio Pochman e Jessé Souza, que substituiu Pochman na presidência do IPEA são apenas 71 mil pessoas (ou 1% da população que representa apenas 0,05% dos adultos), multibilionários brasileiros, que controlam praticamente nossas riquezas e nossas finanças e através delas o jogo político. Essa classe dos endinheirados, que Jessé Souza chama de classe do privilégio, além de perversa socialmente é extremamente hábil pois se articula nacional e internacionalmente de tal forma que sempre consegue manobrar o poder de Estado em seu benefício.
O principal problema brasileiro que atravessa toda a nossa história é a monumental desigualdade social que reduz grande parte da população à condição de ralé.
Os dados são estarrecedores. Segundo Marcio Pochman e Jessé Souza, que substituiu Pochman na presidência do IPEA são apenas 71 mil pessoas (ou 1% da população que representa apenas 0,05% dos adultos), multibilionários brasileiros, que controlam praticamente nossas riquezas e nossas finanças e através delas o jogo político. Essa classe dos endinheirados, que Jessé Souza chama de classe do privilégio, além de perversa socialmente é extremamente hábil pois se articula nacional e internacionalmente de tal forma que sempre consegue manobrar o poder de Estado em seu benefício.
quinta-feira, 19 de maio de 2016
Em Cannes, artistas contra o golpe
Por Iván Granovsky, no site Carta Maior:
Primeiro estão os iates, os jatinhos, os helicópteros e as Ferrari. Logo aparecem os famosos e os flashes. Em terceiro lugar, a indústria do cinema. E, por último, a arte. Porém, com a arte, chega a política. E com a política, chega Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, único filme latino-americano na competição oficial do 69º Festival de Cannes. A obra foi produzida e rodada em Pernambuco, no Nordeste do Brasil. Este pequeno estado brasileiro se relaciona atualmente com o mundo por duas coisas: porque sua produção cinematográfica é de alta qualidade e porque nessa região se viu como centenas de milhares de pessoas ascenderam na escala social, graças às políticas de Luiz Inácio Lula Da Silva e Dilma Rousseff.
Primeiro estão os iates, os jatinhos, os helicópteros e as Ferrari. Logo aparecem os famosos e os flashes. Em terceiro lugar, a indústria do cinema. E, por último, a arte. Porém, com a arte, chega a política. E com a política, chega Aquarius, de Kleber Mendonça Filho, único filme latino-americano na competição oficial do 69º Festival de Cannes. A obra foi produzida e rodada em Pernambuco, no Nordeste do Brasil. Este pequeno estado brasileiro se relaciona atualmente com o mundo por duas coisas: porque sua produção cinematográfica é de alta qualidade e porque nessa região se viu como centenas de milhares de pessoas ascenderam na escala social, graças às políticas de Luiz Inácio Lula Da Silva e Dilma Rousseff.
A EBC e a democratização da mídia
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:
O vergonhoso golpe de caneta que pretende afastar o jornalista Ricardo Melo da presidência da EBC, onde tem um mandato legítimo de quatro anos para cumprir, não deve esconder a questão real por trás do episódio.
Dilma Rousseff fez muito bem ao se manifestar, ontem, dizendo que "é absurda e lamentável a decisão do governo provisório de violar a lei que criou a EBC. Mais um ataque ao Estado Democrático de Direito", afirmou.
Além de garantias essenciais na história política de qualquer povo, o que também está em jogo para a maioria dos brasileiros é a sobrevivência de um necessário processo de democratização dos meios de comunicação liderado pelo jornalismo da TV Brasil, hoje a principal e muitas vezes única voz dissonante – fora das redes sociais – no coro dos contentes que ajudou a articular o afastamento temporário de Dilma num esdrúxulo impeachment sem a demonstração de crime de responsabilidade.
O vergonhoso golpe de caneta que pretende afastar o jornalista Ricardo Melo da presidência da EBC, onde tem um mandato legítimo de quatro anos para cumprir, não deve esconder a questão real por trás do episódio.
Dilma Rousseff fez muito bem ao se manifestar, ontem, dizendo que "é absurda e lamentável a decisão do governo provisório de violar a lei que criou a EBC. Mais um ataque ao Estado Democrático de Direito", afirmou.
Além de garantias essenciais na história política de qualquer povo, o que também está em jogo para a maioria dos brasileiros é a sobrevivência de um necessário processo de democratização dos meios de comunicação liderado pelo jornalismo da TV Brasil, hoje a principal e muitas vezes única voz dissonante – fora das redes sociais – no coro dos contentes que ajudou a articular o afastamento temporário de Dilma num esdrúxulo impeachment sem a demonstração de crime de responsabilidade.
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