segunda-feira, 13 de junho de 2016

Temer ataca símbolos do “petismo”

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

No domingo 12, o governo de facto de Michel Temer completou um mês. Por alguma razão, vem sendo qualificado pelos adeptos do impeachment (golpe) como “governo de salvação nacional”. Mas que medidas o governo interino tomou para ser brindado com esse título?

Se formos perguntar aos conservadores o que Temer fez de bom nos primeiros trinta dias de sua usurpação, certamente elencarão ataques a símbolos do petismo e à presidente Dilma.

Golpe contra a liberdade de imprensa

Por Breno Altman, em seu blog:

A Secretaria de Comunicação Social do governo interino de Michel Temer resolveu, no final de maio, cancelar verbas publicitárias para sites e blogs considerados simpáticos ao Partido dos Trabalhadores.

Não foram os únicos procedimentos destinados à degola dos setores de imprensa confrontados com o novo bloco de poder. A demissão ilegal do presidente da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação), suspensa liminarmente pelo STF, também integra o portfólio de providências para minar veículos de informação críticos ao impeachment.

sábado, 11 de junho de 2016

Atos no Brasil e no mundo contra Temer

Foto: Jornalistas Livres
Da Rede Brasil Atual:

Ao menos 18 estados registram manifestações de repúdio ao governo interino de Michel Temer (PMDB). Os manifestantes exigem o retorno da presidenta Dilma Rousseff (PT), afastada em 12 de maio após admissibilidade de processo de impeachment no Senado. Ao longo do dia, várias cidades no exterior também contaram com atos em defesa da democracia.

Os protestos foram convocados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reúnem dezenas de movimentos sociais. Além das capitais, muitas cidades do interior são palcos de protestos pedindo a saída de Temer da presidência. Nas rede sociais, a hashtag #ToNaRuaForaTemer figura entre os assuntos mais comentados do país no Twitter.

O mundo do FMI e o mundo de Temer

Por Marcelo Zero, no site Brasil Debate:

O FMI já não é mais o mesmo. Está fazendo, já há algum tempo, uma revisão de seu credo liberalizante e de sua ortodoxia fiscal.

Num artigo recente intitulado “Neoliberalismo: Sobre-estimado?” os economistas Jonathan D. Ostry, Prakash Loungani, e Davide Furceri, todos do Departamento de Pesquisa do FMI, fazem um espécie de mea culpa relativo ao apoio indiscriminado que a instituição deu, no passado, à adoção de políticas neoliberais.

Não há meias palavras: é golpe!

Do site Carta Maior:

O Governo Federal brasileiro encontra-se sob intervenção judicial. A Presidente da República foi afastada do cargo com todos os ritos formais cumpridos – aprovação por maioria qualificada na Câmara, maioria simples no Senado e chancela do Supremo. Na aparência, tudo na mais perfeita ordem.

No entanto são irônicos aqueles que usam esses argumentos para defender a legitimidade do processo. Não houve crime cometido de maneira intencional e na gravidade necessária para o afastamento da mandatária, durante seu mandato de Presidente. Na realidade, nem crime houve. E todos sabem que em cada uma dessas instâncias ocorreram julgamentos políticos, no sentido pequeno da palavra, de acordos e negociatas visando a implantação de um governo com novo arranjo de poder.

O Brasil vai vivendo o golpe

Por Elaine Tavares, no site da Adital:

Desde o dia em que o Senado aprovou o afastamento da presidenta Dilma Roussef, sem contar com qualquer comprovação de ilegalidade ou corrupção, que uma boa parte das forças vivas da política popular, sindical e comunitária não sai das ruas. Em todos os cantos do país, nas cidades grandes, nas pequeninas, nos cantões mais retirados há alguma passeata, uma marcha, uma manifestação. Muito dessa gente que tem saído para as ruas não apoiava o governo petista, mas entende que o que acontece no país é um golpe, um rompimento da Constituição e, no melhor estilo liberal, defende que a carta magna seja respeitada.

Mídia agora fala em crise internacional

Agora ela até ri
Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

E subitamente, para a grande mídia, os problemas da economia se originam lá fora.

Caiu a bolsa? Aconteceu alguma coisa no exterior. O dólar subiu? Também.

Não acredito que seja uma instrução organizada dos chefes de redação. Acho que se trata de reflexo automático. Os editores sabem o que seus patrões querem que eles façam e o que não façam.
No governo Dilma, era como se o mundo vivesse dias de gloriosa prosperidade e apenas o Brasil soluçasse. A responsabilidade de todos os problemas era de Dilma.

Com Temer é o oposto.

Em defesa da comunicação pública

Do site do FNDC:

O mandato de diretor-presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) será tema de audiência pública na Câmara dos Deputados, no dia 21 de junho. De acordo com a pauta, o debate se dará em torno do disposto no Artigo 19 da Lei 11.652/08, que autoriza a criação da empresa e institui os princípios e objetivos da radiodifusão pública, entre outros pontos. A reunião é uma iniciativa conjunta das comissões de Cultura (CCULT), de Legislação Participativa (CLP) e de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) daquela casa e do FNDC, que enviou requerimento à CLP solicitando a realização de audiência para discutir a situação da empresa logo após a crise instalada pela intervenção do governo interino de Michel Temer.

O Brasil é feito de Cunhas

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

A votação da abertura do processo de impeachment foi a ingestão de uma dose cavalar de morfina para muitos que saíram às ruas a fim de pedir o fim da corrupção, que é uma reivindicação mais do que justa.

Mas, agora, anestesiados, voltam à sua vida normal acreditando terem cumprido seu dever cívico quando apenas puxou-se a ponta do novelo de lã.

Lula: “Eles querem o desmonte do país”

Foto: Christian Braga/Jornalistas Livres
Por Railídia Carvalho, no site Vermelho:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta sexta-feira (10) do ato na avenida paulista, em São Paulo, contra o governo de Michel Temer. Lula afirmou que o presidente provisório “chegou ao poder através de um golpe dos fascistas, conservadores e dos direitistas deste país”. “Não é possível que as pessoas não se dêem conta de que eles querem fazer um desmonte neste pais”, ressaltou.

Lula chamou de desfaçatez o conluio que afastou a presidenta Dilma sem a existência de crime de responsabilidade. Ele lembrou ainda que os que apoiaram o golpe agora tem vergonha de assumir a posição. “Tem vergonha de dizer que querem o Temer, que querem o golpista e eu espero que eles saiam na rua pra gente poder ver a cara do que eles defendem neste país”, disse.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Os fantasmas de Temer

Por Guilherme Boulos, no site Outras Palavras:

Michel Temer sempre foi um homem dos bastidores. Construiu sua influência nas sombras, como estrategista da pequena política, negociando cargos e votos no Parlamento. Não por acaso foi presidente da Câmara por duas vezes e dirigiu o PMDB por tantos anos. Ali se movimentava com destreza.

Nesse habitat natural armou a conspiração que o levou à Presidência da República. Mas toda negociação tem seu preço. A de um golpe então! Custa caro. Temer subiu a rampa do Planalto com uma extensa lista de restos a pagar. Isso explica a sucessão de presepadas de seu governo em menos de um mês. Anúncios desastrados, um ministério aristocrático e a perda de alguns de seus principais aliados por envolvimento orgânico com corrupção.

A pior imprensa do mundo

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Os dados são da organização internacional Repórter sem Fronteiras (Reporters sans Frontières): em matéria de liberdade de imprensa o Brasil ocupa o 104º lugar. Há seis anos, ficava em 58º. Quem revela essa vergonha é o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, conhecido por ter denunciado o escândalo da rede de grampos da NSA, que mora no Rio de Janeiro e é um analista atento da política e da ação da imprensa no país. Em entrevista à Carta Capital, o ganhador do Pulitzer crava ainda: “Tudo ficou mais claro: é golpe”. Rosa Weber deve ter se contorcido. Indecisa, ela vive se contorcendo. Mas, deixando de lado a conjuntura, a avaliação da inconsistência da imprensa brasileira traz elementos que merecem atenção.

As pedras no caminho de Hillary Clinton

Por Michael Knigge, na revista CartaCapital:

Um dos fantasmas que ronda a campanha de Hillary Clinton, cada vez mais próxima de se confirmar como candidata democrata à Casa Branca, é a polêmica em torno do uso por ela de um servidor particular de e-mail entre 2009 e 2013, quando era secretária de Estado do governo Barack Obama.

O governo americano proíbe o trabalho com informação confidencial fora dos seus canais controlados, o que dá margem a ataques de adversários republicanos, que dizem que ela deixou segredos sensíveis vulneráveis a hackers. Para analistas políticos, porém, a campanha de Hillary tem preocupações maiores.

Dilma trucou e Temer fica sem alternativas

Por Renato Rovai, em seu blog:

A presidenta Dilma Rousseff gritou Truco ontem nas entrevistas que deu ao jornalista Luís Nassif e ao Brasil 247. Ao anunciar que o país precisa de um plebiscito para decidir se deve ou não ter novas eleições, isolou ainda mais o governo Temer na sociedade.

Temer é hoje presidente de um condomínio político destruído. De um grupo que assaltou o poder e que é assaltante de máquina pública há um bom tempo.

Temer vai testar as ruas

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Recluso até agora no circuito Jaburu-Planalto, e amargando uma aprovação de apenas 11,3%, o presidente interino Michel Temer resolveu empreender na semana que vem as primeiras incursões pelos estados. Temer busca certamente reverter a baixa aprovação com estas viagens que serão também um teste importante de sua rejeição nas ruas.

No dia 14, terça-feira, ele vai a Floresta, em Pernambuco, de lá seguindo para Arapiraca, em Alagoas. No dia seguinte, 15, participa de eventos relacionados com as Olimpíadas na cidade do Rio de Janeiro. Nas duas viagens, Temer vai colher o que Dilma semeou.

A crise e o projeto da direita

Por Roberto Amaral, em seu blog:

A crise política em curso, tocada por semeadores de ventos que não acreditam em tempestades, caminha a passos largos para transformar-se em grave impasse institucional.

Diante de uma estarrecida opinião pública, desfilam os chamados Poderes da República (poderes formais, pois não se incluem, entre eles, a Febraban e o Sistema Globo de Comunicação), carentes de legitimidade, alvos do justo descrédito popular. Sobrenadam, abraçados como náufragos. Nenhum parece consciente da gravidade da crise que ajudaram a semear.

Em que vai dar tudo isso?

Temer inicia caça as bruxas a magistrados

Por Carlos Eduardo, no blog O Cafezinho:

Um amigo me envia artigo do jornal O Dia - aliás um que deveria ler com mais frequência, pois no Rio de Janeiro talvez seja o único que não se alinhe ao pensamento único imposto pela Globo e adjacências - com uma denúncia gravíssima: o governo Temer já iniciou uma perseguição ideológica contra magistrados e servidores públicos que se manifestaram abertamente contra o golpe, a favor da democracia e do respeito à constituição.

Jornalistas sofrem assédio no trabalho

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Difícil encontrar um jornalista que não tenha uma história para contar sobre gritos histéricos de superiores na redação, chefes que arremessam objetos, humilham, destratam… É tão comum este tipo de comportamento que muita gente nem sabe que isso tem nome: assédio moral.

A profissão de jornalista é uma das campeãs em assédio, tanto moral quanto sexual. Uma pesquisa feita pelo Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal traz números assustadores: quase 80% das jornalistas entrevistadas relataram ter sofrido assédio moral no ambiente de trabalho por parte de chefes ou colegas.



Parlamentarismo é canto de sereia

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A noção de que o país necessita de uma reforma política é um desses falsos consensos que periodicamente aparecem política brasileira. Em 2016, todos parecem estar de acordo com a noção que o sistema político atual armazena tantos defeitos e tantos problemas que seria muito razoável fazer uma mudança de envergadura, a qual se dá o nome de "reforma política."

O problema é dizer quais problemas são estes e quais os remédios adequados para que sejam resolvidos. Como acontece com outras quimeras da vida nacional, o risco é abrir passagem para uma abstração ("reforma política") sem fazer o debate concreto, sobre o que se quer reformar, para quê, a favor de quem.

Temer, a Cultura e a burrice autoritária

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A Ilustrada da Folha publica hoje uma boa matéria sobre como se espalham, em espetáculos artísticos aqui e e lá fora, as manifestações de repúdio ao governo que se instalou no Brasil.

É o que se tem dito: onde junta gente, é “Fora, Temer”.

E é impressionante que, embora em qualquer circunstância fosse haver oposição à ruptura da ordem democrática, a direita brasileira conseguiu, em menos de um mês, criar quase um clima de “1968” contra si na área cultural.