segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Temer: ou não governa ou cai!

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

Com a consumação do impeachment de Dilma sem crime de responsabilidade e com a violação da Constituição, o que caracteriza o golpe, o país se encaminha para uma perigosa e irresponsável aventura política cuja desfecho é imprevisível. Mesmo que a democracia brasileira seja jovem, padecendo de enfermidades de nascença e muito imperfeita, não se pode brincar de democracia violentando a soberania popular e caçando 54 milhões de votos.

"Dona Folha" não sabe mais contar?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

“Milhares”, segundo a Folha de S. Paulo, participaram do protesto deste domingo contra Temer e a favor de novas eleições presidenciais. “A PM não fez estimativas do número de manifestantes, assim como não fizera anteriormente”, disse ainda o jornal paulista. Mas seu instituto de pesquisas, o Datafolha, “anteriormente” fazia estimativas do número de participantes dos protestos contra Dilma e a favor do impeachment, e algumas vezes eles até conflitaram com os números da PM ou com os dos organizadores. Agora, o Datafolha ficou de folga no domingo e não foi conferir quantas quantos eram “os 40 ou 50 que quebram carro”, no dizer de Temer.

O que levou Lauro Jardim a ser alcagueta?

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Conheço Lauro Jardim. Levei-o para a revista Exame, de onde ele saiu para a Veja, e depois para a Globo.

É um bom cara. Não fosse, não o teria contratado. Ou o teria demitido logo. Caráter sempre foi um requisito indispensável nas equipes que montei ao longo de 25 anos como editor de revistas.

Lauro está longe de ser um canalha fundamental, como Diogo Mainardi ou Reinaldo Azevedo.

Tudo isso dito, pergunto: o que teria acontecido com o bom, sorridente Lauro para cometer uma barbaridade como a publicação do endereço em que Dilma vai morar no Rio de Janeiro?

A mídia golpista e a repressão ao povo

Editorial do site Vermelho:

A imagem da televisão era reveladora e constrangedora. Uma equipe de reportagem da Globo News acompanhava, ao vivo, em São Paulo a repressão à manifestação ocorrida, na noite do fatídico dia 31 de agosto, contra o golpe. Protegido pela tropa de choque da PM, o repórter narrava o empenho dos manifestantes em escapar da "caçada policial" pelas ruas do centro da capital paulista. E bradava: são “arruaceiros” e “baderneiros”.

"Diretas Já" farão tremer o chão de Temer

Por Bepe Damasco, em seu blog:                      

Não adianta criminalizar as manifestações do Fora Temer que ocorrem em todo o país, como fazem os jornalões a serviço da plutocracia. Tampouco as porradas da polícia fascista de Alckmin afastarão os patriotas das ruas. A repressão brutal e criminosa chegou até a cegar uma jovem manifestante. Mas quem está do lado certo da história não esmorece.

Ao contrário, a violência do Estado contra cidadãos, coisa típica de regimes de exceção como o que vivemos, terá o condão de engrossar cada vez mais os protestos. E da paisagem das ações de resistência democrática já brotam as faixas e palavras de ordem com potencial para unificar os progressistas, por um lado, e provocar um terremoto sob os pés dos canalhas que roubaram 54 milhões de votos: Diretas Já.

Mídia construiu a narrativa do golpe

Por Ivana Bentes, no site The Intercept Brasil:

Eis que a profecia autorrealizável se cumpriu. “PT deixa o governo após 13 anos” é a frase-slogan de triunfo de um grupo político 4 vezes derrotado nas eleições e estampado neste 31 de agosto de 2016 no site da Globo, deixando claro o que estava em jogo no impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

A operação jurídico-midiática que viabilizou o impeachment também explicitou um fato sabido: o negócio da mídia brasileira não é jornalismo e nem notícias, é construção de crise, instabilidade e “normalidade”. É o que podemos chamar também de novelização das notícias e uma tentativa exaustiva de “direção de realidade”.

Marcela, a Maria Antonieta do Brasil

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Um dia após a consumação do golpe no Brasil, o jornal suíço “Tagesanzeiger” ironiza o mais famoso ‘conto de fadas’ brasileiro: Die brasilianische Marie Antoinette.

Marcela Temer é comparada à rainha francesa Maria Antonieta, cujos hábitos extravagantes, de luxo e riqueza, contrastavam com a miséria a que o povo fora submetido.

Filha do imperador Francisco I, Maria Antonieta se casou com Luís XVI aos 14 anos. A ideia era fortalecer a aliança franco-austríaca.

Assim se constrói um novo consenso

Por Priscila Figueiredo, no site Outras Palavras:

Na edição do Jornal da Globo da última quarta-feira, quando a votação dos senadores decidiu pelo impeachment de Dilma Rousseff, William Waack surgiu como tendo tirado um grande peso das costas. Não só ele, na verdade. A sua locução mais tarde, no bloco tradicional dos gols da rodada, continuaria naturalmente a tonalidade do bloco político. O céu se abriu no jornal e quase sem nuvens seguiria no programa seguinte, com Jô Soares e sua bancada agora de seis moças, risonhas e concertadas. Não se percebia nem sinal de rivalidade ou outra dissonância - estavam todos eram indignados com o fatiamento da votação pelo ministro Lewandovsky: “A Constituição de 88 foi rasgada!”, dizia o humorista. 

O jornalismo barnabé e o golpe

Por Mario Vitor Santos, na revista CartaCapital:

Este golpe não aconteceria sem a liderança da mídia. Ela foi a protagonista de primeira hora. Desde cedo, os jornais se incomodavam com o que consideravam “fraqueza” da oposição aos governos petistas e se dispuseram assim a substituí-la.

Para a ruptura institucional de agora, a mídia foi mais importante do que Eduardo Cunha. Antes de Cunha reunir as condições para desatar o impeachment, a mídia já tinha cerrado fileiras, engatado o revezamento de esforços complementares.

O show de horrores da GloboNews

Por Renato Rovai, em seu blog:

O golpista Michel Temer desafiou a ruas e as manifestações de hoje em todo o Brasil foram imensas. A de São Paulo, segundo relatos dos colegas que lá estiveram, contou com mais de 100 mil pessoas.

Saiu da Avenida Paulista, desceu a Rebouças e foi terminar no Largo da Batata. A GloboNews não cobriu nada do protestos. Deu imagens sempre controladas, mostrando espaços vazios, fachadas de prédios e num dado momento concentrou as cenas num caixão, que segundo o repórter, era o de Temer.

Nada de muita gente, nada de planos abertos, nenhuma entrada com mais de 1 minuto.

Aviso a Michel Temer: a luta continua

Foto: Mídia Ninja
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Estive na tarde de ontem na avenida Paulista, onde participei da concentração em frente ao Masp. À noite, acompanhei de carro uma imensa passeata pela Rebouças que fez o trajeto da Paulista até o Largo da Batata. Um colega que assistiu a passagem dos manifestantes de cima de um viaduto calcula que o cortejo prolongou-se por duas horas e acredita que pelo menos 100.000 pessoas desfilaram perante seus olhos. Os organizadores fazem o mesmo cálculo. Numa reação sintomática, a Policia Militar preferiu não revelar sua estimativa. Ficou feliz em dar porrada, quando o protesto já estava terminado e calmo.

domingo, 4 de setembro de 2016

Quem ordenou a covarde violência da PM?

Fotos: Eduardo Figueiredo / Mídia NINJA

Por Altamiro Borges

Durante três horas, mais de 100 mil pessoas caminharam pacificamente neste domingo da Avenida Paulista até o Largo da Batata na marcha pelo "Fora Temer". Não houve qualquer ato de violência ou vandalismo. Pelo contrário, os próprios manifestantes ajudaram a desviar os carros - já que o governo não acionou seus fiscais de trânsito, como sempre fez nos atos golpistas pelo "Fora Dilma". A marcha ocorreu na maior tranquilidade e alegria, inclusive com o criativo refrão: "Que coincidência. Não tem polícia e não tem violência".

Fora Temer! Fotos de SP e RJ

São Paulo


Michelzinho acertou: 40 pessoas na Paulista

Por Altamiro Borges

O usurpador Michel Temer não sabe fazer contas e ainda é um provocador incompetente. Na semana passada, várias manifestações contra o "golpe dos corruptos" sacudiram o país. Diante dos protestos, o arrogante afirmou que os atos tinham reunido umas "40, 50, 100 pessoas, nada mais do que isso" e que tinham sido organizados por "grupos inexpressivos". A resposta à bravata do Judas foi dada neste domingo (4) em São Paulo. Mais de 100 mil pessoas lotaram a Avenida Paulista e caminharam até o Largo da Batata por mais de três horas. O usurpador poderia pedir ao seu filho, o Michelzinho - que tem sete anos, mas já acumula uma fortuna de R$ 2 milhões - para fazer as contas da próxima vez.

Tio Sam abençoa o capacho Temer

Por Altamiro Borges

A presença do usurpador Michel Temer na reunião do G20, na China, não conseguiu alterar o quadro de isolamento internacional do covil golpista. Segundo o noticiário, o Judas foi tratado com frieza diplomática pelos outros chefes de Estado. Entreguista convicto, ele prometeu maiores privilégios aos investidores estrangeiros, com a privatização de estatais e novos contratos de concessão. Mas a oferta parece que não seduziu os "parceiros", desconfiados de que sua gestão não vai durar muito tempo. Na mídia nativa, que faz um baita esforço para blindar o golpista, a notícia com maior impacto nas redes sociais foi sobre sua ida a uma loja de sapatos. O Jornal do Brasil registrou a cena neste domingo (4):

Verissimo: Cara, cheiro e penteado de golpe

Por Altamiro Borges

O escritor Luis Fernando Veríssimo, um dos mais lidos no Brasil, nunca se curvou diante dos desejos dos barões da mídia - diferentemente de outros "imortais" da Academia Brasileira de Letras (ABL) e da imprensa golpista, como os subservientes Ferreira Gullar e Carlos Heitor Cony. Na edição do jornal O Globo deste domingo (4), ele volta a espinafrar o "golpe dos corruptos" desfechado pelo tribunal de exceção do Senado na semana passada. Vale conferir a sua deliciosa crônica:

Joaquim Barbosa desnorteia os ‘midiotas’

Por Altamiro Borges

Até recentemente, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, era o herói dos "midiotas". Os manifestantes que saíram às ruas para rosnar contra Lula, Dilma e as esquerdas chegaram a cogitar o seu nome para presidente da República. Idolatrado pela imprensa golpista, ele foi capa de inúmeras edições da Veja - inclusive com o famoso título de "O menino pobre que mudou o Brasil". Por vários meses, durante o julgamento do chamado "mensalão petista", o ex-ministro foi manchete dos jornalões e motivo de excitação dos "calunistas" da tevê. Nas últimas semanas, porém, Joaquim Barbosa desnorteou os "midiotas", os que seguem acriticamente a mídia manipuladora.  

sábado, 3 de setembro de 2016

O estranho assessor de Temer sumiu!

Por Altamiro Borges

Na semana retrasada, o repórter Rubens Valente - autor do excelente livro "Operação Banqueiro" - publicou na Folha mais um dos seus furos jornalísticos. "Uma fundação do PMDB repassou, ao longo do ano passado, R$ 240 mil ao hoje secretário especial de comunicação do governo interino, Márcio Freitas. No mesmo período, ele recebeu salário como assessor de Michel Temer na vice-presidência da República. Pagamentos mensais de R$ 20 mil foram feitos pela Fundação Ulysses Guimarães à empresa Entretexto Serviços, da qual Freitas é sócio-proprietário".


A derrubada da classificação indicativa

Por Felipe Bianchi, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Política bem sucedida e que costuma gerar consenso na sociedade, a regra que obriga as emissoras de televisão a veicular conteúdos respeitando o horário estabelecido pela Classificação Indicativa não existe mais. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira (31), que o mecanismo é inconstitucional e impõe “censura prévia” à programação.

A decisão vai na contramão da luta de organizações da sociedade civil, que chegaram a lançar, no início do ano, a campanha Programa adulto em horário adulto. “Trata-se de um enorme retrocesso”, avalia Renato Godoy, pesquisador do Instituto Alana. “A leitura feita pelo STF coloca interesses econômicos sobre os direitos da criança, privilegiando uma suposta liberdade de expressão que, na verdade, nunca esteve em xeque”.

Golpe contra a América do Sul

Por Martín Granovsky, no site Carta Maior:

Os escravocratas ganharam outra vez no Brasil. O golpe triunfou. O Senado acaba de limpar o caminho e, sem Dilma Rousseff como estorvo, já não restam obstáculos institucionais. Michel Temer pode subir ao palco para fazer o dueto com Mauricio Macri. A América do Sul, agora sim, mudará decididamente o seu rumo.

É verdade que Michel Temer já havia começado a trilhar o caminho neoconservador, desde que assumiu como presidente interino, em maio. Dois exemplos disso são os projetos para ampliação da terceirização e as medidas de ajuste fiscal ao estilo europeu adotadas em série, sem medo de deixar um rastro de vítimas sociais. Após a votação do Senado, Temer passou a ser presidente em exercício, com mandato até 31 de dezembro de 2018. Foi assim, através de um golpe, que a elite brasileira consagrou um tipo de governo que, na Argentina – e é importante destacar essa diferença essencial – chegou ao poder pela vontade de uma maioria eleitoral.