segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

João Doria poderia se “vestir” de prefeito

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O prefeito João Dória vestiu-se com um uniforme de trabalho de gari, na manhã desta segunda (2), e fez uma ''limpeza simbólica'' na região da praça 14 Bis, no Centro de São Paulo, em companhia de seus secretários de governo. Simbólica, porque a praça já havia sido limpa antes de sua chegada. Ele diz que repetirá a ação semanalmente até o final de seu mandato.

Como peça de marketing, a fim de sensibilizar quem acredita no voluntarismo como método de fazer política, ou para chamar a atenção de nós, jornalistas, sedentos por notícias que quebrem a monotonia desesperadora do primeiro dia útil do ano, pode funcionar.

Retornemos ao tempo da delicadeza

Por Maria Inês Nassif, no Jornal GGN:

Eu não sonho com um Ano Novo. Sonho com um mundo novo, delicado. Com pessoas novas, delicadas.

Que a delicadeza invada as suas vidas e as tornem humanas. Que a humanidade dentro delas exploda em direção ao mundo e o transforme em um mundo delicado.

E o mundo delicado trate com delicadeza todos os contemporâneos dessa era insana, que acreditam que eliminar pessoas pela guerra, pela fome e pelo preconceito faz parte de uma torpe lei natural, que consiste em eliminar os mais fracos para que os mais fortes prosperem.

Temer, Macri e a expressão do fracasso

Por Emir Sader, na Rede Brasil Atual:

As promessas eram as mesmas de há três décadas: acabar com os gastos inúteis do Estado, com sua administração ineficiente, controlar as finanças públicas como primeira prioridade, retomar a confiança na economia, recuperar o crescimento econômico. No passado, a novidade permitiu que as promessas tivessem duração mais longa: elegeram e reelegeram governos, baseados no controle da inflação, mesmo frente ao processo de estouro da dívida pública, do aumento da desigualdade e da exclusão social.

Doria no seu primeiro dia como prefeito

Por Renato Rovai, em seu blog:

O novo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), escolheu para primeiro ato de seu governo ir às ruas com todo o seu secretariado e presidentes de empresas municipais vestido de gari e empunhando vassouras. A cena, além de constrangedora, não é nada nova. Muito pelo contrário, remete ao populismo imbecilizado que teve em Jânio Quadros seu principal expoente. Jânio, o homem da vassourinha, que depois de renunciar e levar o país ao golpe de 64, se tornou prefeito de São Paulo, em 1985, utilizando os mesmos métodos.

2017 terminará com o sonho de Temer?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

2017 começa com sinais, por toda a parte, de que o “andar de cima” – para usar a expressão de Elio Gaspari – já colocou os sonhos de Temer na conta dos improváveis.

O próprio Elio diz, na sua coluna que, “o governo encastelou-se na moderna astrologia dos marqueteiros” e seu chefe, Temer “roda o país prometendo fantasias encantadoras embebidas de “pensamento positivo”.

Míriam Leitão, uma das mais ativas remexedoras do caldeirão de “retomada” que se previa para assim que Dilma fosse derrubada e que o governo parasse de atrapalhar as obras saneadoras da contração econômica com que Joaquim Levy e suas mãos de tesoura já vinham arruinando o país, também não demonstra otimismo e abre sua primeira coluna do ano dizendo que “entramos no ano sem saber se o presidente será o mesmo ao fim destes 12 meses”.

Chacina em Campinas e a onda direitista

O assassino Sidnei Ramis de Araújo
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

O pensamento de extrema direita brasileiro moderno produziu sua primeira chacina.

A carta do técnico de laboratório Sidnei Ramis de Araújo, que matou doze pessoas num réveillon em Campinas, é um catálogo de boçalidades bolsonarianas típicas.

A missiva é dirigida ao filho João Victor, de 8 anos - que o pai acabaria matando na festa, juntamente com a mãe Isamara Filier.

Demagogo e falastrão, Doria não terá paz!

Por Altamiro Borges

Na maior capital do país, São Paulo, o empresário e apresentador de tevê João Doria – também já apelidado de João Dólar – tomou posse neste domingo (1) afirmando que cumprirá todas as suas promessas de campanha. Mas nem a mídia chapa-branca bota fé nas bravatas do novato tucano, uma criação de laboratório do governador Geraldo Alckmin. E muitos já preveem que sua gestão será conturbada. “Pesquisas qualitativas feitas por agências de comunicação mostram que o pavio do paulistano está curtíssimo e que a lua de mel do eleitorado com João Doria pode ser curta”, informa uma notinha da Folha. Ou seja: o demagogo e falastrão não terá paz!

domingo, 1 de janeiro de 2017

Desemprego e falências. Feliz 2017?

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Altamiro Borges

Em sua primeira coluna do ano, o veterano jornalista Janio de Freitas, uma das poucas vozes críticas da mídia monopolista, ironizou já no título: “Desejar ‘feliz 2017’ é uma extravagância cômica”. Como aponta, as perspectivas de futuro – não só no Brasil – são bem sombrias. “Michel Temer e Donald Trump são sócios em uma excentricidade que nos onera com alcance, pode-se dizer, unânime. A voz geral é o pessimismo sobre o 2017 com Temer e seu grupo de aturdidos e corruptos. A essa desesperança convicta Trump anexa uma inquietação medrosa do quanto pode piorar as desgraças do mundo, entre as quais a nossa”.

sábado, 31 de dezembro de 2016

Para "bebemorar" a passagem do ano

Por Apparício Torelly, o Barão de Itararé:

“Monólogo”

- Eu tinha doze garrafas de uísque na minha adega e minha mulher me disse para despejar todas na pia, porque se não...

- Assim seja! Seja feita a vossa vontade, disse eu, humildemente.

E comecei a desempenhar, com religiosa obediência, a minha ingrata tarefa.

- Tirei a rolha da primeira garrafa e despejei o seu conteúdo na pia, com exceção de um copo, que bebi.


Eduardo Galeano e o direito ao delírio

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

A narrativa golpista da mídia privada

Do site do FNDC:

Se o golpe que depôs a presidenta eleita Dilma Rousseff trouxe retrocessos para o conjunto da população brasileira, no campo da luta pela democratização da comunicação não foi diferente. A mídia privada, que monopoliza a agenda e o discurso público, foi um dos pilares mais fortes do processo que destituiu o governo democraticamente eleito. A partir dessa ruptura, instalou-se também uma escalada de violações à liberdade de expressão: a classe trabalhadora e os estudantes têm sido violentamente reprimidos pelas polícias militares e até pelo Exército por ousarem denunciar as consequências do golpe.

Temer e o jogo de cena no TSE

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Não nos iludamos. O que está em curso no TSE, na ação que pede a cassação da chapa Dilma-Temer, é um espetáculo farsesco destinado a manter Temer no governo, seja pela absolvição, seja pelo decurso de prazo para as providências de sua substituição. O país continuará sendo sangrado pela instabilidade e a incerteza mas, como no golpe, dane-se o país. A ação da Polícia Federal nas gráficas que trabalharam para a campanha Dilma-Temer não é indicativa de que o TSE pretenda ir fundo nas investigações e endurecer no julgamento, condenando Dilma, já deposta, e cassando Temer, o que levaria à sua substituição por um presidente biônico, eleito pelo Congresso. Ou, na melhor hipótese, à realização de eleições diretas, se a pressão popular compelir o Congresso a aprovar uma das emendas constitucionais que preveem diretas mesmo faltando menos de dois anos para o fim do mandato. Muito pelo contrário, a diligência nas gráficas vem ao encontro do plano B de Michel Temer.

É seguro matar no Metrô do Alckmin!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Economia desaba e mídia confessa: “Erramos”

Por Altamiro Borges

Não dava mais para esconder. Nem os “midiotas” iriam acreditar. Nos últimos dias do trágico 2016, o ano do “golpe dos corruptos”, a mídia chapa-branca finalmente confessou que a economia está desabando. Em manchetes nos jornais e comentários na tevê, inclusive na Globo, ela agora admite: “Com Natal fraco, vendas em shoppings caem 9% no ano”; “Contas do governo têm pior resultado para novembro desde 1997”; “Índice de Confiança da indústria registra menor patamar desde junho”. Os barões da mídia até poderiam publicar em conjunto – já que difundem o mesmo pensamento único emburrecedor – um enorme “Erramos”. O mais correto seria “Mentimos”, com o seguinte texto:

Temer pode cair como Nixon

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Num país obrigado a procurar caminhos para livrar-se de Michel Temer e escolher seu sucessor em urna, pelo voto direto, interrompendo um processo de destruição de direitos e ameaças crescentes a soberania do país, os brasileiros podem encontrar lições úteis na luta política que produziu a derrocada de Richard Nixon, o presidente norte-americano forçado a deixar a Casa Branca em 1974.

Ignorando, por um minuto, as imensas distâncias econômicas, políticas e geo-políticas entre os dois países e os dois personagens, é possível encontrar traços razoáveis de semelhança entre o Temer que prometeu resistir com todas as forças a toda tentativa de afastá-lo do cargo, mesmo em caso de decisão judicial, e o comportamento de Nixon no último ano de governo, quando sua permanência na presidência mostrou-se insustentável. Há muita diferença mas um razoável número de semelhanças no esforço de dois presidentes capazes de mobilizar - de qualquer maneira - o conjunto das forças do Estado para garantir a própria sobrevivência.

A engenharia brasileira está morta

Por Mauro Santayana, em seu blog:

A Engenharia Brasileira está morta. Será cremada no altar da Jurisprudência da Destruição, do entreguismo e da ortodoxia econômica. Suas cinzas serão sepultadas em hora e local a serem anunciados no decorrer deste ano de 2017.

Em qualquer país minimamente avançado, a engenharia é protegida e reverenciada como o outro nome do poder, da prosperidade e do desenvolvimento. Não há países que tenham chegado a algum lugar sem apoiar soberana e decisivamente sua engenharia.

BNDES tenta inviabilizar futuro do país

Por Sandra Brandão, no site Vermelho:

O governo golpista se supera, a cada dia, em seu propósito de inviabilizar o futuro do Brasil. Na véspera do Natal, o Estadão publicou matéria relatando que estão em curso discussões sobre mudanças na taxa de juros adotada pelo BNDES. Querem, em empréstimos de longo prazo, aproximar a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) da Selic e das taxas praticadas pelo mercado que remuneram títulos da dívida pública.

Fernando Brito, do "Tijolaço", repercute a matéria e alerta que, se isto ocorrer, não haverá mais investimentos em infraestrutura no Brasil. Os estragos que esta decisão, se implementada, irá causar farão o Brasil retroceder décadas.

Tucanada poupa Temer por "Häagen Dazs"

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

A saída de Temer e de seus asseclas tucanos para responder às acusações de estarem incorrendo nas práticas administrativas que ao menos o PSDB e seus pistoleiros condenavam quando estavam na oposição foi insinuar na TV ou dizer claramente nas redes e no rádio que no governo Dilma os suprimentos do avião presidencial também eram caros e sofisticados.

Veio à tona nesta semana notícia de que o Palácio do Planalto abrira licitação para comprar alimentos para viagens aéreas da Presidência. O valor total da contratação: 1,748 milhão de reais. Entre os diversos itens listados, chamou a atenção o pedido por 500 unidades de “sorvete tipo premium” Häagen-Dazs, 120 potes de creme de avelã Nutella e 500 quilos de gelo seco.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O que esperar da dupla mídia/Lava Jato?

Por Pedro Breier, no blog Cafezinho:

Não precisa ser vidente: mais proteção ao PSDB, simbolizado por Aécio Neves, e mais perseguição ao PT, simbolizado por Lula.

A ação do consórcio midiático/judicial nos estertores de 2016 mantém o padrão adotado desde o início da operação.

MP, Moro, PF e mídia corporativa de repente viram respeitadores dos direitos fundamentais e da privacidade do investigado quando ele pertence ao PSDB.

A venda de terras ao capital estrangeiro

Por Luiza Dulci, no site Brasil Debate:

Terra, capital e trabalho compõem a clássica tríade dos fatores de produção que embasam as análises e cálculos econômicos desde a Economia Política, não havendo, portanto, atividade econômica que prescinda da combinação destes fatores. Na atual conjuntura de mudanças que se abate sobre o Brasil e o mundo muito tem se falado dos movimentos do capital e seus impactos sobre o trabalho. Entretanto, a questão da terra – tanto rural quanto urbana – é pouco discutida, apesar de ser peça-chave para a compreensão da dinâmica capitalista contemporânea.