sábado, 7 de janeiro de 2017

A burguesia no golpe do impeachment

Por Armando Boito. no jornal Brasil de Fato:

Por que, durante a crise política de 2015-2016, a presidenta Dilma Rousseff foi abandonada por setores sociais que, até então, vinham se beneficiando com as políticas implementadas por seu governo? Essa pergunta vale, dentre outros, para o movimento sindical, para os trabalhadores da massa marginal e, também, para boa parte da burguesia brasileira. Ao longo das próximas semanas, vamos tentar oferecer alguns elementos de resposta para cada um desses casos. No texto que publicamos agora, veremos o caso da burguesia.

A mídia e o vereador anticotista Holiday

Por Marcos Sacramento, no blog Diário do Centro do Mundo:

O “dirigente” do MBL e agora vereador Fernando Holiday (DEM) tem aliados poderosos na sua cruzada contra as medidas de inclusão racial.

Para saber quem são, basta ver como a imprensa tradicional repercute os planos do edil de revogar o Dia da Consciência Negra e acabar com as cotas nos concursos públicos municipais.

Holiday afirma que o Dia da Consciência Negra é “segregacionista” e por isso “as pessoas devem ter consciência humana, independentemente da cor da pele”. No entanto, em momento algum é chamado a explicar por que a data promove o racismo em vez de combatê-lo.

Temer é o "Benjamin Button" da política

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                  

No filme "O curioso caso de Benjamin Button", de David Fincher, o personagem vivido por Brad Pitt inverte a ordem cronológica da vida e já nasce velho, aos oitenta e poucos anos, e vai diminuindo de idade e tamanho ao logo de sua existência até se transformar em um bebê antes de morrer.

Com a ressalva importante de que o governo Temer jamais desfrutará dos anos dourados da juventude, tal como Button, pois faz uma trajetória meteórica do nascimento rumo ao ocaso, a comparação entre a ficção e a nossa triste realidade faz sentido.

Bruno Júlio e as escolhas de Temer

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

''Tinha era que matar mais. Tinha que fazer uma chacina por semana.''

Na sua opinião, essa declaração sobre os presos mortos no Massacre de Manaus foi dada por:

a) Um perfil falso de rede social criado para apoiar políticos ou movimentos que querem se vender como novos salvadores da pátria, mas defendem a tradição, a família e a propriedade, tentando mostrar que o problema do mundo é a defesa dos direitos humanos;

b) Um hater da internet que, na opinião dos vizinhos, é um ''homem de bem'', ''pai carinhoso'', ''trabalhador exemplar'', ''pagador de impostos'', ''pessoa tranquila'', mas que, na frente do computador, torna-se capaz de matar com as próprias mãos com requintes de crueldade;

Temer exonera o seu jovem facínora

Por Altamiro Borges

O covil golpista de Michel Temer só reúne trastes da pior espécie – bandidos profissionais, abutres rentistas e fascistas convictos. Sete ministros já foram defecados – a maioria por denúncias de corrupção. Nesta sexta-feira (6), mais um traste caiu. O Secretário Nacional de Juventude do governo ilegítimo, Bruno Júlio, “pediu demissão” após a repercussão de suas declarações facínoras ao jornalista Ilimar Franco, do jornal O Globo. Questionado sobre o massacre no Presídio de Manaus, que resultou na morte de 56 pessoas, o jovem fascista disse que “tinha que matar mais”. Nem o “fujão” Michel Temer, que se acovardou diante da barbárie, poderia sustentar tamanha escrotidão.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

A revolta contra o “gasolinazo”... no México

Por Altamiro Borges

O presidente mexicano Enrique Peña Nieto, bajulado pela mídia rentista como um exemplo de gestor “moderno”, está transformado o país em um verdadeiro barril de pólvora. No último domingo (1), ele autorizou um brutal corte nos subsídios do petróleo, o que elevou o preço da gasolina e diesel em até 20%. Revoltados com a medida, que agrava ainda mais a penúria deste sofrido povo, milhares de pessoas foram às ruas para protestar contra o “gasolinazo”. A resposta do neoliberal foi a já conhecida: violenta repressão. Nos últimos dias, cerca de 500 pessoas foram presas e outras centenas foram alvo de bombas de gás e tiros de bala de borracha. O México está em chamas!

Afiliada da Globo demite em Manaus

Por Altamiro Borges

Como ensinava o jornalista Cláudio Abramo, a única liberdade de imprensa existente nas redações é a dos donos dos veículos. Nesta quarta-feira (4), o apresentador do telejornal “Bom Dia Amazonas”, Clayton Pascarelli, foi demitido da emissora afiliada da TV Globo no Estado. A sumária dispensa ocorreu um dia após ele ter criticado o governador do Amazonas, José Melo (Pros), por sua atuação criminosa no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, que resultou em 56 mortes.

Doria sonda Janaína: inspetora de banheiro?

Por Altamiro Borges

A capital paulista, bajulada como a locomotiva do Brasil, está virando motivo de piada – pelo menos na internet. O novo prefeito da cidade, o empresário e apresentador de tevê João Doria, fantasiou-se de gari para iniciar a sua gestão midiática. A demagogia barata – inclusive porque o local em que ele conheceu uma vassoura já havia sido limpo pelos verdadeiros trabalhadores do setor durante a madrugada – bombou nas redes sociais. Já a “musa do impeachment” de Dilma, a advogada Janaína Paschoal, anunciou que iria aderir à campanha de limpeza deflagrada pelo falastrão de São Paulo e se propôs a inspecionar os banheiros públicos do Parque do Ibirapuera. Haja gargalhada!

Cadê a regulação da publicidade infantil?

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil:

Um projeto de lei que regula a propaganda dirigida às crianças completou neste final de ano 15 anos na fila de espera para ser votado na Câmara dos Deputados. A demora reflete o poder que as indústrias de brinquedos e de alimentos, as agências de publicidade e os veículos de comunicação têm para barrar qualquer iniciativa destinada a proteger a infância desse tipo de propaganda. Além dos intrincados trâmites legislativos.

Tornou-se conhecido o caso do menino, na periferia de São Paulo, que ao ser detido pelo segurança de um supermercado tomando um danoninho disse estar apenas querendo saber que gosto tinha esse produto tão anunciado na televisão.

Moraes é culpado pelo Massacre em Manaus

Doria não é Jânio Quadros. É pior!

Por Nilson Lage, no blog Tijolaço:

Engana-se quem, só por conta da vassoura, faz comparações entre o Prefeito de São Paulo, João Dória Jr., e Jânio Quadros.

Jânio Quadros fez carreira com a imagem de outsider, mas seu discurso visava o bom-burguês e seus discípulos – o pequeno ladrão realizado ou em potencial que, sempre disposto a passar para trás quem está à frente, imagina o mundo à sua semelhança e justifica tudo com a corrupção, grossa ou miúda – dos outros. (Um discurso que se mostrou, agora, de novo, eficiente.)

Chacina em Campinas: Até quando?

Por Manoel Olavo, no site Carta Maior:

Como professor de psicopatologia, sei que é questionável fazer afirmações categóricas sem examinar pessoalmente um paciente. Mas, no caso da recente chacina à sangue-frio de 12 pessoas em Campinas, arrisco-me a dizer algumas coisas, pois envolvem reflexões necessárias e urgentes sobre o adoecimento de nossa sociedade.

Em primeiro lugar, chama a atenção a ausência de qualquer alteração psicopatológica óbvia na carta deixada pelo assassino. Em termos formais, não se verificam alterações de pensamento, conteúdo delirante, referências à alterações de sensopercepção, desorganização formal da escrita ou linguagem. Nada, enfim, que possa sugerir um quadro psicótico agudo ou crônico. Por sua vez, descartando uma alteração de consciência, observa-se um discurso coerente e bem organizado, típico de uma pessoa com formação cultural relativamente elevada, que busca desenvolver, com argumentos lógicos, uma justificativa para seu ato.

Acabou o amor do mercado com Temer?

Por Emilio Chernavsky, na revista CartaCapital:

Contrariando as promessas de que a instabilidade que marcou o segundo governo Dilma Rousseff terminaria com o fim do processo de impeachment, 2016 se encerrou em meio a uma profunda crise política e institucional.

É nesse ambiente que nas últimas semanas do ano começaram a ganhar visibilidade nos meios de comunicação os comentários críticos à condução da política econômica, apontando em especial a falta de resultados positivos mesmo tendo já se passado sete meses desde que o novo governo assumiu.

Henfil, o “guerreiro” insubstituível

Por Marcelo Auler, em seu blog:

Na quarta-feira (04/01) completaram-se 29 anos da perda de um dos mais cruéis e criativos, na versão do colega dele Ziraldo, cartunistas que o país conheceu. Vítima de Aids, contraída pela irresponsabilidade pública através de uma das muitas transfusões de sangue que recebeu por ser hemofílico – assim como seus irmãos, Betinho e Chico Mário – Henfil morreu novo, aos 44 anos. Mas, Henrique de Souza Filho, nos seus 27 anos de carreira fez um considerável “estrago”, deixando sua marca registrada no humorismo brasileiro. Sofreu com a repressão por conta do seu humor marcante:

Os efeitos do "negociado sobre legislado"

Por André Campos, no site Repórter Brasil:

Jornadas de trabalho de 24 horas ininterruptas, revistas íntimas na entrada de empresas, redução de salários e até a prisão de sindicalistas acusados de receber vantagens para aprovar medidas contrárias aos interesses dos trabalhadores.

Essas são algumas das consequências de acordos já celebrados entre sindicatos e empregadores no Brasil. Problemas que podem se multiplicar se for aprovada uma das principais mudanças defendidas pelo governo Michel Temer na reforma trabalhista.

Errar é humano, insistir é Temer!

Da revista Fórum:

O presidente Michel Temer insistiu no erro de ontem (05), quando chamou o massacre de Manaus de acidente. O presidente postou em seu Twitter sinônimos da palavra “acidente”, como tragédia, perda, desgraça, fatalidade. De acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 5ª edição, de 2010, acidente significa “acontecimento casual, fortuito, imprevisto, acontecimento infeliz, casual ou não, e de que resulta ferimento, dano, estrago, prejuízo, avaria, ruína, etc., desastre”.

Dória já construiu o muro do Trump

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Saiu no Estadão reportagem de Bruno Ribeiro e Tiago Queiroz que merecia fazer parte da cobertura sobre as decapitações de Manaus:

"Tela oculta morador de rua sob viaduto."

Equipamento foi instalado pela Prefeitura na região da Avenida 9 de Julho (que celebra derrota na Guerra da Secessão Paulista, em 1932... - PHA)

A conspiração contra os direitos humanos

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

A demorada resposta de Michel Temer, do ministro da Justiça Alexandre Moraes e demais integrantes do governo sobre as causas e responsabilidades que levaram ao massacre de 56 presos do Anísio Jobim, em Manaus, é compreensível como um teorema para estudantes do ensino médio. Estamos falando da ditadura que ficou.

O início e o fim deste processo encontra-se num projeto de organização do Estado que rejeita os preceitos essenciais das democracias, que consistem na defesa da presunção da inocência e o direito de defesa, a partir da noção revolucionária - criada no fim do século XVIII - de que todos são iguais perante a lei, qualquer que seja sua fortuna, a cor da pele, o gênero.

Três grandes desafios sindicais para 2017

Por Clemente Ganz Lúcio, no site Vermelho:

A situação atual do país e a prospecção para 2017 indicam que o grau de adversidade continuará muito elevado, com possibilidades reais de mais um ano com recessão, crise política acentuada e conflitos institucionais graves. O planejamento do Dieese para 2017 procura responder a este cenário, indicando três grandes prioridades para a atuação no campo de unidade de ação das centrais sindicais.

Primeiro, a centralidade do emprego na luta sindical, seja porque é condição para a vida econômica, seja porque o salário é mobilizador da demanda pelo consumo, animador da atividade produtiva das empresas e da capacidade fiscal pela arrecadação tributária.

Venda de carros cai 20%. Cadê o Meirelles?

Por Altamiro Borges

A mídia golpista vendeu a miragem de que bastaria derrubar Dilma Rousseff, a presidenta eleita democraticamente pela maioria do povo brasileiro, para o país voltar a crescer e gerar empregos e renda. Ela também apresentou o rentista Henrique Meirelles, o czar da economia do Judas Michel Temer, como o novo “salvador da pátria”, o homem que reestabeleceria a confiança do “deus-mercado”. Muitos “midiotas” acreditaram nestas bravatas e serviram de massa de manobra para as elites. Agora, porém, muitos já devem estar arrependidos da besteira que fizeram. Todos os indicadores da economia são trágicos, apesar da mídia chapa-branca tentar abafar o caos gerado pelo covil golpista.