domingo, 29 de janeiro de 2017

Eike Batista e os farsantes da mídia

Por Altamiro Borges

A imprensa brasileira é mesmo muito cínica e cruel. Durante vários anos, ela endeusou o empresário Eike Batista. Jornalões, revistonas e emissoras de tevê e rádio exibiam o ricaço como um exemplo de sucesso, como a expressão mais reluzente do “deus-mercado”. Depois, quando surgiram as primeiras denúncias de suas falcatruas, a mídia passou a criticá-lo – não com a mesma contundência com que escandaliza os “políticos sujos” e as “estatais corruptas”. Agora, com sua ordem de prisão decretada, ela simplesmente passou a demoniza-lo, sem fazer qualquer autocrítica da bajulação do passado. As capas das revistas ‘Veja’ e ‘Época’ desta semana, que retratam Eike Batista como um marginal, confirmam todo o cinismo da mídia venal.

Folha confirma: Ives Gandra é do Opus Dei

Por Altamiro Borges

A matéria postada neste blog com o título “Ives Gandra Filho: O Opus Dei no STF?” gerou certa polêmica. Alguns internautas escreveram rejeitando a insinuação, afirmando que o pai, sim, pertence à seita oriunda do franquismo espanhol – não o filho. Neste sábado (28), porém, a Folha de S.Paulo – que conhece melhor os porões destas organizações fascistas – resolveu a pendenga numa minúscula notinha: “Caso seja nomeado para o Supremo, Ives Gandra Filho não será o primeiro adepto da Opus Dei na corte. O ministro José Geraldo Rodrigues de Alckmin, tio do governador de SP, ocupou o posto de 3 de outubro de 1972 a 6 de novembro de 1978”.

Vai pra Miami, “coxinha” pró-Trump!

Por Altamiro Borges

Nas marchas golpistas pelo “Fora Dilma”, muitos “coxinhas” se fantasiaram de verde e amarelo – com as camisetas da ética CBF – fingindo um grande amor pelo Brasil. Este patriotismo, porém, era falso. Boa parte deles ama, de fato, os EUA – “a pátria da democracia”. Tanto que alguns até pediram – em inglês – uma nova intervenção do império contra a democracia brasileira – como ocorreu no golpe militar de 1964. No fundo, vários “coxinhas” sonham em viver em Miami. Na reta final das eleições ianques, alguns ainda mais tapados até fizeram um ato na Avenida Paulista em apoio a Donald Trump – num ataque misógino que comparou Hilary Clinton a Dilma Rousseff.

Petrobrás à mercê dos estelionatários

Do site da Federação Única dos Petroleiros (FUP):

Pedro Parente reduziu os investimentos da Petrobrás a um terço do que era previsto três anos atrás, já vendeu campos de petróleo promissores, subsidiárias lucrativas, a maior rede de gasodutos do país, entre outros ativos estratégicos. A fome do mercado, no entanto, é insaciável.

A decisão de uma das principais agências de classificação de risco de manter rebaixadas as notas da companhia, tanto no âmbito internacional, quanto aqui dentro do país, é sinal de que os abutres ainda não estão satisfeitos com o desmonte que já fez as reservas da estatal retrocederem 15 anos. Eles querem o aprofundamento dessas medidas.

"O feminismo liberta homens e mulheres"

Por Fania Rodrigues, no jornal Brasil de Fato:

Segundo o dicionário mais famoso do mundo, o Oxford, da Inglaterra, a palavra de 2016 foi “pós-verdade”. O adjetivo faz referência a "circunstâncias em que os fatos objetivos têm menos influência na formação de opinião pública do que os apelos emocionais e as opiniões pessoais", segundo o Oxford, que incorporou a palavra no dicionário depois dela ter sido exaustivamente usada nos jornais e redes sociais.

Em tempos de “pós-verdade”, conceitos já consolidados, assim como identidades e as conquistas, parecem suspensos no ar. Estão sendo atropelados pela cultura conservadora. Nesse contexto, pensar e discutir o feminismo é um desafio. Não por acaso, os direitos das mulheres foram os primeiros a serem atacados, mas também partiram das mulheres as lutas mais espontâneas e emblemáticas dos últimos dois anos. Foi assim com a “primavera das mulheres”, no Brasil, o movimento “Ni Una a Menos”, na Argentina, e mais recentemente a “Marcha das Mulheres”, nos Estados Unidos, contra o novo presidente Donald Trump.

Os órfãos da globalização neoliberal

Por Emir Sader, no site Vermelho:

Era o caminho inevitável, incontornável, que superaria tudo o que a história havia vivido até então. O livre comércio, a abertura dos mercados nacionais, o fim dos Estados nacionais, a livre circulação dos capitais, a desterritorialização dos investimentos: na globalização neoliberal desembocava inexoravelmente o movimento histórico de universalização das relações capitalistas, iniciado há alguns séculos.

EUA assumem o controle da Embraer

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Confira a notícia abaixo. Ela é boa para os coxinhas que defendem a privatização da Petrobrás achando que, assim, não haverá corrupção.

A Embraer foi privatizada há muitos anos e está sendo acusada, nos EUA, de corrupção. Coisa bem pesada.

Mas até aí tudo bem. A empresa foi acusada de corrupção e tenta hoje se corrigir.

O bizarro é a solução encontrada.

Quem era Filgueiras, o amigo de Teori?

Por Joaquim Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

A história do avião que caiu nas águas de Paraty com um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) a bordo tem força para fazer emergir um lado do Brasil em que não cabe a Teori Zavascki o papel de herói.

Pelo contrário. E, para entender o que está por trás da última viagem do ministro, é preciso conhecer quem o colocou naquele voo, e com que propósito.

Carlos Alberto Fernandes Filgueiras era um milionário com múltiplos negócios e uma habilidade em particular: fazer amizade com gente poderosa e às vezes famosa, como Roberto Carlos no passado e Eike Batista mais recentemente, mas sem deixar de viver na sombra, sempre longe de holofotes.

Este é um país que foi para trás

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Ao contrário da marchinha da ditadura – “este é um país que vai pra frente…” – o Brasil do golpe é, sem qualquer dúvida, um país que vai para trás: para trás no tempo, no grau de civilização e de convívio, tanto quanto vai nos indicadores econômicos.

Não vou tratar dos aspectos de psicologia coletiva, coisa que o Xico Sá faz, maravilhosamente, no artigo que publicou no El País, sobre a mobilização das “brigadas do ódio” diante do fato de Chico Buarque ter ganho o prêmio de literatura Roger Caillois, na França:


sábado, 28 de janeiro de 2017

Caiado, o demo-jagunço, ataca os sindicatos

Por Altamiro Borges

O jornalista João Franzin, da Agência Sindical, foi o primeiro a alertar para o artigo raivoso do demo Ronaldo Caiado contra o sindicalismo brasileiro. Numa mensagem sucinta e certeira, ele lembrou dos “quatro carvoeiros encontrados em fazenda da família do senador do DEM em condições de trabalho escravo” e arrematou: “O senador publica hoje na Folha artigo em que indica o Paraguai como modelo trabalhista para o Brasil seguir. É a casa grande em ação... se deixar, apagam o 13 de Maio do calendário nacional”. De fato, este deve ser o sonho do fundador da União Democrática Ruralista (UDR), que reunia famosos escravocratas e defendia o uso de milícias privadas, dos jagunços, contra trabalhadores rurais e comunidades indígenas.

Quem vazou a tomografia de Marisa?

Por Altamiro Borges

Segue o mistério sobre o vazamento criminoso da tomografia realizada pela ex-primeira dama Marisa Letícia, internada desde terça-feira passada (24) em decorrência de um grave Acidente Vascular Cerebral (AVC). Quando a imagem circulou nas redes sociais, a partir de uma postagem do jornalista Claudio Tognolli, um alucinado inimigo do ex-presidente Lula, o Hospital Sírio Libanês emitiu um comunicado oficial afirmando que o crime não fora cometido por seu corpo médico – composto por alguns notórios “coxinhas”. Agora, porém, a própria instituição privada mostra-se mais cautelosa.

Polícia protege Doria. Medo do quê?

Por Altamiro Borges

Nem bem começou a sua gestão e o demagogo João Doria parece que já está com medo da reação popular às suas políticas cinzentas e autoritárias. Nesta terça-feira (24), o jornal Agora – ligado ao Grupo Folha – revelou que o novo prefeito ordenou a montagem de um policiamento exclusivo para a sua residência. “Um carro e uma base comunitária da GCM (Guarda Civil Metropolitana) fazem vigilância em frente à casa do prefeito João Doria (PSDB), no Jardim Europa (zona oeste), desde 1º de janeiro, quando o tucano tomou posse. Há guardas-civis 24 horas por dia”, informa o jornalista William Correia.

Ministério Público: elitista e caro

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, conseguiu uma façanha. Em tempos de crise fiscal e congelamentos das verbas sociais por duas décadas, o Ministério Público da União, conglomerado comandado por ele, terá neste ano 1 bilhão de reais a mais do que em 2016. Um orçamento total de 6,6 bilhões, alta de 18%.

O reforço financeiro contribui para manter o MP brasileiro, incluídos aí as repartições estaduais, que não se vinculam a Janot, na folgada posição de mais caro do planeta. Um órgão a pagar, com dinheiro público, altos salários e mordomias e composto por um “segmento fortemente elitizado” da sociedade.

O "timing" e as provas contra Lula

Por Mauro Santayana, em seu blog:

Um delegado, em entrevista a uma revista semanal, declara que a Polícia Federal "perdeu" o "timing" para prender Lula.

Outro delegado, que já manifestou publicamente, nas redes sociais, por mais de uma vez, suas preferências políticas e que, criticado por isso, tentou censurar, na justiça, as manifestações de internautas contra ele, vem a público para afirmar que, na verdade, esse "timing" não passou, e que, em 30, 60 dias, será possível obter condições favoráveis para prender o ex-presidente, cuja esposa acaba de sofrer uma cirurgia para conter as sequelas de um AVC.

Eike Batista e o Brasil dos ricaços

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

Há seis anos, quando um brasileiro figurou entre os oito mais ricos do mundo, segundo a relação da revista Forbes, muita gente comemorou por aqui. Dois anos mais tarde, quando ele chegou ao sétimo lugar, transformou-se em exemplo a ser seguido e orgulho nacional nas redes sociais.

Não consigo entender a mania de sentir prazer com a fortuna alheia e, do alto do orgasmo de cifras, fechar os olhinhos para os impactos, a ética ou natureza dos negócios alheios.

Se ainda fosse a família do empresário, seu parceiro no tênis, seu poodle, acionistas de suas empresas, políticos que receberam doações de campanha, enfim, quem se beneficiava diretamente com isso, vá lá. Mas, por Deus-Nossa-Senhora-Jesus-Maria-José, que tipo de sentimento de transferência faz outra pessoa festejar o fato de um compatriota aparecer entre os mais endinheirados do planeta?

Imperdível: Doria entrevista Eike Batista

Por Renato Rovai, em seu blog:

Na manhã de anteontem (26), a Polícia Federal foi cumprir o mandado de prisão contra o dono do grupo EBX, Eike Batista, e ele já estava em algum outro lugar do mundo. O mandado, porém, havia sido expedido pelo juiz Marcelo Bretas no dia 13. Mas isso não vem ao caso, convenhamos, afinal a Polícia Federal da dupla Temer/Alexandre de Moraes é absolutamente séria e comprometida com a Lava Jato.

O que vem ao caso é uma entrevista histórica feita, em 2011, pelo atual prefeito de São Paulo, João Doria Jr (PSDB), com o então homem mais rico do país e um dos mais ricos dos mundo, Ele mesmo, o sir Eike Batista.

O capitalismo do desastre de Trump

Por Naomi Klein, no site The Intercept-Brasil:

Já sabemos que o governo Trump pretende desregulamentar o mercado, travar uma guerra sem limites contra o “terrorismo islâmico radical”, destruir a ciência que estuda o aquecimento global e desencadear uma corrida por combustíveis fósseis. Essa é uma abordagem que certamente gerará um tsunami de crises e choques: choques econômicos, com bolhas de mercado estourando; choques de segurança, com efeitos internos da reação ao militarismo externo; choques ambientais, à medida que o meio ambiente é desestabilizado; e choques industriais, com vazamentos em oleodutos e colapsos de plataformas, que tendem a ocorrer, em especial, quando são pouco regulamentados.

Marisa Letícia, a guerreira

Por Marcelo Auler, em seu blog:

“Fizemos uma passeata das mulheres em 1980, quando os dirigentes sindicais estavam presos. Encheu de polícia. Os homens queriam dar apoio, mas dissemos não. Fizemos só com as mulheres“. (Marisa Letícia, em O Globo 09/08/2002).

Quem acompanha a vida de Marisa Letícia, ex-primeira dama, não tem como negar. Ela é uma guerreira. Por isso são grandes as chances dela vencer a “batalha” do aneurisma que rompeu na última quarta-feira (25/01), provocando-lhe um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e uma forte hemorragia, devidamente contornada a tempo.

Temer distorce dados da Previdência

Da Rede Brasil Atual:

O governo federal divulgou ontem (26) dados que apontam que a Previdência registrou, em 2016, déficit de R$ 149,73 bilhões, o que representaria um aumento de 74,5% em relação ao ano anterior, além de que esse "rombo" representaria 2,4% do PIB. Contudo, economistas, sindicalistas e pesquisadores seguem afirmando que o déficit não existe, porque se trataria de um cálculo distorcido.

A diferença se dá porque aqueles que enxergam o déficit observam apenas a relação entre o total de gastos com as aposentadorias e o valor arrecadado através da contribuição dos trabalhadores e empregadores. Mas, alertam esses estudiosos, não a análise não pode se basear apenas nisso.

Trump: uma nova etapa da história?

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Já há anos se notava, um pouco em todas as partes do mundo, a ascensão de um pensamento conservador e de movimentos que se definiam como de direita. Com isso se sinalizava um tipo de sociedade na qual a ordem prevalecia sobre a liberdade, os valores tradicionais se impunham aos modernos, e a supremacia da autoridade se sobrepunha à liberdade democrática.

Esse fenômeno se deriva de muitos fatores mas principalmente pela erosão das referências de valor que conferiam coesão a uma sociedade e forneciam um sentido coletivo de convivência. O predomínio da cultura do capital com seu propósito ligado ao individualismo, à acumulação ilimitada de bens materiais e principalmente à competição deixando praticamente parco espaço para a cooperação, contaminou praticamente toda a humanidade, gerando confusão ético-espiritual e perda de sentimento de pertença a uma única humanidade, habitando uma Casa Comum. Emergiu a sociedade líquida, na linguagem de Bauman, na qual nada é sólido, acrescido com o espírito pós-moderno do every thing goes do vale tudo, na medida em que conta é o que realiza um objetivo buscado por cada um, consoante suas preferências.