terça-feira, 7 de março de 2017

Reaças jamais gostarão do filme Moonlight

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Seis razões pelas quais os reaças jamais gostarão de Moonlight, o vencedor do Oscar:

1. Reaças não possuem empatia suficiente para se sentir tocados pela história de um menino negro, pobre, filho de mãe solteira e viciada em crack. Eles devem olhar para a tela pensando assim: “Ah, esse menino não se esforçou!” ou “Ah, a mãe dele não se esforçou!”. Ou ainda: “Afe, este filme sobre negro gay maconheiro que sofre bullying só podia ter sido feito por algum esquerdista de Hollywood para ganhar o Oscar. Quanto mimimi”.


EUA & Golpe: apenas um mito?

Por Fernando Marcelino, no site Outras Palavras:

O golpe institucional em curso no Brasil não é de fácil compreensão. Notícias discorrem diariamente sobre a turbulência política que toma conta do país, mas muito pouco se elucida sobre os reais interesses em jogo. Neste breve artigo debato sobre o que parece estar sendo negligenciado: a ação dos Estados Unidos contra os interesses do Brasil por meio da Operação Lava-Jato e o governo Temer.

O Brasil passou a ameaçar cada vez mais os interesses norte-americanos por seu maior protagonismo em nível global (ONU, BRICS, IBAS, FAO, OMC, Banco dos BRICS, maior autonomia em torno dos interesses nacionais com países da Europa, Oriente Médio, África e Ásia) e regional (Mercosul, CELAC, UNASUL, entre outros). Também passou a destoar dos interesses norte-americanos a política de conteúdo nacional e a reaparelhagem do setor de defesa nacional, desmontada durante a década de 1990. Assim como os Estados Unidos sabotaram o governo Vargas na década de 1950, o governo Geisel na década de 1970, o governo Lula e Dilma também despertou a ira dos Estados Unidos ao encaminhar um projeto – leve e incipiente – de soberania e desenvolvimento nacional no Brasil.

Febre amarela e a lama da Samarco

Da Rede Brasil Atual:

Municípios localizados na bacia do Rio Doce – região banhada pelo rio e seus afluentes – concentram metade dos casos confirmados de febre amarela em Minas Gerais. Os dados são do boletim sobre a investigação de casos suspeitos da doença, divulgado na tarde de hoje (3), pela Secretaria estadual da Saúde.

Na região de Coronel Fabriciano foram confirmados casos em Bom Jesus do Galho (3), Caratinga (23), Entre Folhas (4), Imbé de Minas (9), Inhapim (4), Piedade de Caratinga (9), Santa Bárbara do Leste (4) e Ubaporanga (6). Na de Governador Valadares, há confirmação em Água Boa (1), Alvarenga (2), Itanhomi (1), Itueta (2), José Raydan (3), Resplendor (1), Santa Maria do Suaçuí (2), Santa Rita do Itueto (5), São José do Jacuri (1) e São Sebastião do Maranhão (8).

Governo Temer é um morto que caminha

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Cadê o povo nas ruas pedindo a saída de Temer?

Sem gente - muita gente - nas ruas, o ‘Fora Temer’ vai ser igual ao ‘Não Vai Ter Golpe: o triunfo da esperança sobre a experiência, para usar a grande sentença do frasista francês La Rochefoucald.

Paulo Henrique Amorim postou isso hoje no Twitter, e ele não poderia estar mais certo.

O Carnaval trouxe esperança de que as ruas enxotariam Temer. Que aquela esperança não se transforme em ilusão ou, pior, desilusão.

Lava-Jato, Globo e a máquina de destruição

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

A última novidade da Lava Jato é a prisão sem sentença e sem aval do Judiciário, concebida inteiramente pelos procuradores do Ministério Público Federal.

Na matéria da Folha publicada ontem, usa-se o adjetivo “polêmico” para se referir à medida.

Trecho:

O maior acordo de colaboração premiada já feito no país, assinado por 77 acionistas e executivos da Odebrecht e pela Procuradoria-Geral da República, tem um trecho considerado polêmico por especialistas em direito e advogados que tiveram acesso ao documento, ainda sob sigilo. (…) dos 77 delatores, apenas 5 já foram condenados pela Justiça. Isso quer dizer que os outros 72 delatores cumprirão pena sem que tenham sido sentenciados por um juiz. Dezenas serão submetidos a penas de prisão domiciliar sem terem sido formalmente investigados ou denunciados.

8 de março, nenhum direito a menos

Editorial do site Vermelho:

Neste ano o movimento feminista internacional unirá as mulheres de todo o mundo numa paralização sob o mote “Se nossas vidas não importam, produzam sem nós!”. Um dia de grande mobilizações e manifestações. Junto com as pautas históricas pela igualdade e a denúncia da violência contra a mulher, a resistência cresce no Brasil ante as mudanças conservadoras e o retrocesso antifeminista que o governo ilegítimo de Michel Temer pretende impor ao país. Conservadorismo que as mulheres combaterão nas ruas das cidades do país.

A vida pode ser melhor

Por Tarso Genro

A transposição das águas do rio São Francisco reabre um outro período na memória dos governos do Presidente Lula. Para a infelicidade do golpismo pós-moderno, que recebeu uma procuração em branco das mãos da mídia tradicional, destinada a cumprir os rituais do “ajuste”, a situação - por estes e outros motivos - está deixando de ser confortável. Sim, porque este Golpe tem donos e origem: ele veio de uma clara articulação de setores (ainda que minoritários) do Poder Judiciário com o oligopólio da mídia, ao qual foram somados os políticos neoliberais e conservadores dos vários partidos. As classes médias conservadoras, ou não, foram convidadas pela Globo para um tipo de baile, mas a festa era outra.

A política externa do golpe

Por Marcelo Zero

O golpe substituiu a exitosa política externa “altiva e ativa” por uma política externa vassala e vazia, ou submissa e omissa, como já definiram alguns. Vassala porque submissa a interesses externos, e vazia porque desprovida de estratégia própria e viável para a inserção do país no cenário mundial.

Essa nova política, implantada por Serra e que terá continuidade com Aloysio Nunes, visa contribuir à restauração do falido projeto neoliberal no Brasil. A ideia central é colocar ênfase na “agenda econômica” da diplomacia, de modo a atrair investimentos externos e inserir o país “nas cadeias internacionais de valor”, mediante a adesão acrítica a acordos de livre comércio com países mais desenvolvidos, especialmente com EUA e aliados.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Previdência e desafios da comunicação


Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Baseada na falácia sobre um suposto rombo no setor e com forte apoio da mídia hegemônica, a Reforma da Previdência proposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer e os desafios das mídias alternativas, comunitárias e populares para enfrentarem a pauta serão tema de Seminário no dia 24 de março, em São Paulo. A atividade é promovida por parceria entre Barão de Itararé e Agência Sindical. As inscrições são limitadas e custam R$ 50 e podem ser feitas no fim desta página.

O imóvel em que os tucanos guardam a grana

Janot acionará Temer ou caiu na suruba?

Por Altamiro Borges

A mídia chapa-branca até tentou suavizar o impacto dos primeiros vazamentos das “delações premiadas” dos executivos da Odebrecht. Mas não dá para esconder: eles atingiram em cheio o usurpador Michel Temer. Tanto que o procurador-geral da República, o sempre suspeito Rodrigo Janot, não teve como escapar. Segundo matéria da Folha deste domingo (5), ele decidiu pedir ao Supremo Tribunal Federal a abertura de inquérito para investigar pelo menos dois ministros do covil golpista, “além de senadores do PMDB e do PSDB, todos citados nas delações da Odebrecht... Da equipe de Temer, conforme a Folha apurou, já estão na lista da PGR os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência)”.

Lava-Jato virou arma contra o PT

Doria é a salvação tucana contra Bolsonaro?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A manifestação coxinha marcada para 26 de março será um bom termômetro do que se passa na direita.

Vai emergir o quadro de confusão que impera na direita brasileira.

Embora Lula e o petismo em geral vão ser atirados, sem mais delongas, ao inferno de Moro, enquanto o tucanato e o “temerato” permanecem no purgatório do STF, o fato é que todos os seus nomes-símbolo e a cozinha presidencial flutuarão na lama das delações.

Chega a ser patético ler Aécio Neves, hoje, na Folha, vociferando contra vazamentos, acusações de ordem moral e protestando pelos danos a honra de quem é acusado sem que haja antes a condenação.

PMDB de Temer faz terrorismo com os pobres

Por Leonardo Sakamoto, em seu blog:

O PMDB, partido de Michel Temer, divulgou nas redes sociais uma campanha em que adota o terrorismo como instrumento para buscar o apoio popular à sua proposta de tungada nas aposentadorias.

''Se a reforma da Previdência não sair: Tchau, Bolsa Família; adeus, FIES; Sem Novas Estradas; Acabam os Programas Sociais'', diz uma imagem como logo do partido. No fundo, a ilustração de uma cidade em ruínas.

A peça de propaganda vem em um momento em que até a base aliada do governo no Congresso Nacional afirma que a reforma, tal como está, não passa. Até porque esse pessoal pretende se reeleger. E no qual líderes de movimentos que foram às ruas pedir o impeachment de Dilma Rousseff também relatam que a proposta tem sido repudiada por quem não aguenta ver a esquerda nem pintada de amarelo.

Moro, Lula e a hora da verdade

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

O juiz Sérgio Moro, como se sabe, marcou a data do depoimento de Lula, na condição de réu, para o dia 3 de maio. Nas últimas semanas Lula voltou a ocupar grande espaço nas mídias de todas as colorações e nas redes sociais, por duas razões: a aproximação do desfecho de sua situação nas denúncias da Lava Jato e as movimentações em torno da sua candidatura. Os dois movimentos terão uma evolução inseparável e, o segundo, embora possa ser temporalmente antecipado, dependerá inextricavelmente do destino do ex-presidente no Judiciário.

A 'mula' de Temer e o escândalo sem nome

Montagem do blog de Rodolfo Vasconcellos
Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Em 2005, Roberto Jefferson (PTB) deu uma entrevista bombástica para Renata Lo Prete revelando um esquema de compra de apoio de deputados pelo governo. Em uma entrevista curta, Jefferson disse a palavra “mensalão” 17 vezes. O escândalo já vinha batizado e atormentaria o governo Lula e o alto escalão do PT por muitos anos. À época, o assunto foi tão explorado e martelado na cabeça dos brasileiros, que muito se duvidou da reeleição de Lula. O ex-senador do PFL (ex-Arena, atual DEM) e filhote da ditadura militar Jorge Bornhausen chegou a decretar a morte do PT com uma frase reveladora da sua alma: “Estou é encantado (com a crise do mensalão), porque estaremos livres dessa raça pelos próximos 30 anos”.

Blindagem de Aécio e tucanos acabou?

Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

A blindagem de Aécio Neves e seus tucanos não resistiu ao Carnaval.

Na Quarta-Feira de Cinzas, eles começaram a entrar na roda da Lava Jato e não deu mais para segurar a fantasia de pureza no enredo do reino encantado da corrupção. O carro alegórico da hipocrisia quebrou no meio do desfile.

De nada adiantou Rodrigo Janot decretar sigilo no depoimento do príncipe das empreiteiras, Marcelo Odebrecht, agora autoproclamado "bobo da corte" e "otário do governo", seus novos personagens.

Temer acelera desmanche iniciado por FHC

Por Carlos Drummond, na revista CartaCapital:

Após dois anos de recessão, corte generalizado do gasto público, contenção do crédito e redução das exigências para a venda e a concessão de ativos do Estado, aumentam os indícios de que o governo Temer tornará o Brasil ainda mais frágil para seguir rumo próprio na economia e mais vulnerável no contexto global.

O pacote em preparação para atrair, segundo os jornais, 370 bilhões de reais em investimentos em dez anos não parece obedecer a outra estratégia além de austeridade na proteção social e facilidade na transferência do controle de ativos do Estado para investidores particulares, principalmente estrangeiros.

A "nova" questão dos juros

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

Há décadas que a sociedade brasileira tem convivido com um fenômeno que chama muito a atenção de todos os que pretendemos compreender a economia a partir de uma ótica diferente daquela que a ideologia do financismo impõe como a suposta regra natural da economia de mercado.

Nesse caso refiro-me mais especificamente à trajetória de nossa taxa de juros. Já foi dito e repetido à exaustão que o Brasil tem proporcionado aos agentes econômicos locais e estrangeiros a maior taxa de juros do planeta. Com raras e pontuais exceções de um ou outro mês, ao longo dos últimos anos temos ocupado o primeiro lugar no pódio. Em alguns momentos, chegamos a ser ultrapassados pela Turquia ou pela Rússia. Mas, via de regra, para qualquer investidor capitalista que busque a maior rentabilidade financeira para suas aplicações, a opção Brasil tem despontado como a melhor alternativa isolada.

A senha para regulamentar a escravidão

Por Joanne Mota, no site da CTB:

Michel Temer avança mais uma vez contra a classe trabalhadora e pressiona a base governista a votar o projeto de lei 4302/1998, que institui a terceirização/precarização plena no mundo do trabalho. A proposta, que foi encaminhada pelo executivo durante a gestão FHC, é relatada pelo deputado Laércio Oliveira (SD-SE) e só depende de uma votação no plenário da Câmara para ir à sanção.

Ao criticar a manobra da Câmara e do Executivo, que já deu provas suficientes de que para os trabalhadores e trabalhadoras o horizonte é de precarização e escravidão, o presidente da CTB, Adilson Araújo, afirmou que o que se quer com um projeto como esse é “a liquidação total dos direitos”. Para o dirigente nacional, esse projeto é "a senha para regulamentar a escravidão moderna".