sábado, 15 de abril de 2017

Quem vai juntar os cacos do Brasil?

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Esta pergunta já foi título de outra coluna aqui no 247. Isso quando a marcha da Lava Jato, buscando a deslegitimação do sistema político (objetivo defendido pelo próprio Sergio Moro naquele seu tão citado artigo louvando a Mãos Limpas) indicava que o Brasil acabaria se espatifando. Na marcha insana contra o PT e contra Lula, em nome da moralidade os desastres foram se sucedendo até chegarmos ao momento atual: feriu-se a democracia com um golpe, desorganizou-se a economia com a posse de um presidente ilegítimo e a adoção de uma política econômica equivocada para o momento recessivo e, finalmente, o sistema político foi implodido. E agora, o que propõem os que conduziram a detonação? Quem apontará e viabilizará a saída política pela democracia, pelas eleições gerais ou pelo estabelecimento de um novo pacto político através de uma Constituinte?

'Reforma' da Previdência é uma mentira!

Justiça assume o poder, sem voto nem povo

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

O sistema político implodiu. A República de 1988 chegou ao fim, mesmo que ainda tenha forças para se arrastar moribunda pelo chão.

O Poder Judiciário e o Ministério Público, numa aliança prolongada com a Globo e a mídia comercial, assumem o poder. Reparem: são 3 poderes que não se submetem à chancela do voto. MPF, STF e Globo. E se retroalimentam, absorvendo a legitimidade que tiraram do sistema político.

A cobertura da Globo sobre a lista de Facchin/Janot segue a lógica esperada: 10 minutos de bombardeio intenso contra Lula, e uma cobertura muito mais diluída quando os alvos são tucanos. Mas a novidade é essa: rompeu-se a blindagem tucana.

"Reforma": o que era ruim, ficou pior!

Por Marcos Verlaine, no site do Diap:

O relator do projeto que trata da “reforma” trabalhista (PL 6.787/16), deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), apresentou parecer, na forma de substitutivo, à proposta do governo, no dia 12 de abril. O que já era ruim, ficou muito pior. O parecer é obra de catedráticos do mercado. Foi feito a várias mãos. Cuidaram de tudo. Grosso modo, não tem brechas ou erros que possam comprometê-lo.

O substitutivo dos catedráticos do mercado é de fato uma reforma para o mercado e o capital, e o desmonte para os trabalhadores e suas organizações protetivas, os sindicatos. Trata-se, portanto, “da mais profunda e extensa proposta de precarização das relações de trabalho dos últimos 70 anos”, como preconiza nota técnica sobre o substitutivo, elaborada pela LBS Advogados, parceiro do DIAP.

Temer compra o apoio da imprensa

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

Acendeu o sinal amarelo no Planalto. Uma rachadura na antes sólida base aliada está dificultando a aprovação da Reforma da Previdência. Segundo levantamento feito pelo Estadão, 275 deputados são contra as mudanças e apenas 101 são a favor. Por isso, o governo passou a distribuir cargos e emendas parlamentares em troca de apoio. Até aí, nenhuma novidade. Esta é uma prática comum na democracia brasileira e todos os governos anteriores lançaram mão dela. Mas uma outra estratégia do governo foi anunciada essa semana sem o menor pudor: distribuição de verbas publicitárias em troca de apoio editorial à Reforma da Previdência.

Esquerda amplia as chances na França

Do site Vermelho:

O primeiro turno da eleição presidencial na França tornou-se mais disputado, com a ascensão repentina do candidato Jean-Luc Mélenchon que, da quinta posição nas sondagens, subiu para o terceiro posto, a apenas 2 pontos dos líderes, Emanuel Macron e Marine Le Pen, que têm 22 pontos. O líder do França Insubmissa agora tem amplas condições de disputar o segundo turno das eleições no país, no dia 7 de maio.
A nove dias da votação, uma pesquisa de opinião mostra os três candidatos principais com mais oportunidades de chegar ao segundo turno, disputado pelos dois mais votados.

Assédio e TV: tudo a ver

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

Em poucos dias, quatro personagens que gozam dessa geleia indistinta chamada ‘celebridade’ mostraram o que têm de pior. José Mayer foi autor de agressão sexual contra uma funcionária da emissora em que trabalha, a Rede Globo. Sílvio Santos cometeu assédio moral ao vivo e em cores contra uma jornalista do SBT, onde é o “patrão”. O cantor Victor, que apresentava um concurso de calouros para crianças, passou a ser réu no processo por violência física à mulher, grávida de seu filho. Inquérito por agressão à namorada tirou o médico Marcos Harter do BBB 17.

Aprovação de Temer despenca para 5%

Da Rede Brasil Atual:

Nova pesquisa CUT/Vox Populi indica que a aprovação de Michel Temer como presidente cai na mesma velocidade em que aumenta o número de brasileiros contrários à reforma da Previdência e à terceirização irrestrita em todos os níveis das empresas. Segundo o levantamento, apenas 5% dos brasileiros consideram o governo Temer positivo – 65% avaliam seu desempenho negativamente e 28%, regular. Em dezembro do ano passado, no último levantamento do instituto, os índices foram de 55% de avaliação negativa, 32% regular e 8% positiva.

Meirelles é 'fritado' pela base governista

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

O estrago causado pelas delações da Odebrecht domina o noticiário desde que em março a Justiça recebeu o pedido de abertura de mais de 80 investigações contra políticos. Melhor para Henrique Meirelles. O ministro da Fazenda desperta críticas crescentes em Brasília entre partidos aliados do governo, devido à falta de resultados e às medidas impopulares, um fenômeno não muito notado. No “mercado”, reduto de seus fãs, inclusive despontam previsões de mais recessão em 2017.

Nas contas de André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, o Brasil encolherá 0,2%, embora a estimativa oficial do governo seja de uma expansão de 0,5%. O ritmo negativo do PIB no último trimestre de 2016, diz Perfeito, apontava uma retração potencial de até 1% este ano. A certeza de que tal destino se confirmará vem da falta generalizada de demanda.

Como um veto de Moro beneficiou Temer

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Exibindo uma postura descontraída, o executivo Marcio Faria, da área internacional da Odebrecht, consumiu um minuto e 19 segundos de sua delação premiada para registrar um fato que sempre chamou atenção de advogados e réus implicados na Operação Lava Jato. O veto de Sérgio Moro a hoje célebre pergunta número 34 que Eduardo Cunha tentou fazer a Michel Temer, testemunha de defesa, onde se referia a uma reunião em julho 2010, no escritório do então candidato a vice-presidente.

Minha doce resposta ao Diogo Mainardi

Por Renato Rovai, em seu blog:

Mainardi me xinga de bandido e criminoso num vídeo que acaba de divulgar no Antagonista. Bateu o desespero no cara. Se ele acha que eu tenho medo de cara feia e de ameaça feita com postura de louco, tá muito enganado. Evidente que como bom democrata vou lhe dar o direito de provar o que está dizendo.

Quanto ao que escrevi, ele tem que resolver seu problema com quem o delatou. E tem que aproveitar e pedir pro marqueteiro do Aécio ficar de bico fechado sobre suas relações com o Antagonista.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

'Pastor' Everaldo batizou Bolsonaro

Por Altamiro Borges

Em vídeo postado nesta semana na internet, o deputado federal Jair Bolsonaro aparece todo risonho festejando o fato de não ter sido citado na corrosiva "Lista de Fachin", o ministro relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). No seu estilo fascista, o provocador finge disparar tiros contra os adversários políticos que foram delatados pelos lobistas da Odebrecht. A aparente alegria, porém, pode esconder um baita medo. Afinal, o Partido Social Cristão (PSC), que ajudou a bancar a sua eleição, também está envolvido no milionário esquema de propina da empreiteira. Jair Bolsonaro, um velho oportunista, agora detona a legenda, mas esconde que em maio do ano passado foi "batizado" pelo Pastor Everaldo em pleno Rio Jordão, em Israel. Qual foi o custo do ritual "religioso"?


Mídia internacional “enterra” Temer

Por Altamiro Borges

Enquanto a mídia brasileira – em especial, a TV Globo – distorce a cobertura sobre a “Lista de Fachin”, dando maiores espaços às acusações contra o ex-presidente Lula, a imprensa internacional já percebeu que as bombásticas delações dos chefões da Odebrecht inviabilizaram de vez o covil golpista de Michel Temer. Nesta quinta-feira (13), os principais veículos estrangeiros registraram que as novas denúncias de corrupção devem paralisar a já capenga economia nativa, dificultar as contrarreformas dos golpistas e abalar ainda mais a já baixa popularidade do usurpador. Alguns deles inclusive já preveem o enterro do Judas.

Globo, Odebrecht e a "sociedade privada"

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

No minuto 12:45, Emílio Odebrecht menciona a organização, pela Odebrecht, de uma “sociedade privada”, com participação da Globo, com objetivo de fazer lobby pela privatização da telefonia pública e pela quebra do monopólio do Estado no setor de petróleo.

É um lobby diretamente ligado ao financiamento político do PSDB e do governo FHC.

A delação de Emílio Odebrecht está muito interessante. O empresário é um contraste chocante com os burocratas do Ministério Público, que não tem a mínima ideia de como funciona a vida real no mundo da política e dos negócios.

Quem é Accioly, o amigo de Aécio Neves?

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Em seu depoimento à Lava Jato, Henrique Serrado do Prado Valladares, ex-vice-presidente da Odebrecht, contou que Aécio Neves recebeu R$ 50 milhões em troca de apoio ao consórcio da Odebrecht com a Andrade Gutierrez que disputou o leilão das usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira.

O dinheiro teria sido depositado numa conta secreta em Cingapura em nome do empresário Alexandre Accioly, dono da academia BodyTech e velho amigo de Aécio - é padrinho de um de seus filhos.

Numa passagem, Valladares fala que encontrou os dois num restaurante no Rio de Janeiro. Estavam em companhia de Diogo Mainardi, um dos donos do blog Antagonista, vazador oficial da Lava Jato.

Emílio Odebrecht e a hipocrisia da mídia

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Separei e editei um trecho do depoimento do velho Emílio Odebrecht, onde se diz o que não li, com todas as letras, escrito em nenhum dos jornais e revistas, embora seja uma absoluta verdade.

É o que ele fala, e com conhecimento óbvio de causa, sobre os métodos de funcionamento do sistema político brasileiro e o conhecimento geral de todos na mídia e no Judiciário, sobre como ele funciona.

Funciona – no presente, não no passado – e funcionará, porque as mudanças que se tende a fazer são para liberar o dinheiro privado – desde que “legalmente”, o que não tira dele a condição “mágica” de dinheiro – e a destruição do sistema partidário, que há muito vem sendo construída com a proliferação de siglas de conveniência, que custam dinheiro e valem maioria e tempo de televisão.

Marqueteiro de Aécio fez site do Mainardi

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O senador Aécio Neves (MG), quando foi candidato do PSDB à Presidência da República, em 2014, contratou o marqueteiro Paulo Vasconcelos.

Em 2002 e 2006, o tucano fez suas campanhas ao governo de Minas, ambas vitoriosas.

Em 2010, coordenou as campanhas de Aécio ao Senado e Antônio Anastasia ao governo de Minas.

Foi o responsável pela propaganda eleitoral de Márcio Lacerda (PSB), prefeito de Belo Horizonte e parceiro dos tucanos, em 2008.

Serra e os milhões em propina da Odebrecht

Por Cíntia Alves, no Jornal GGN:

A divulgação estrondosa da lista de Fachin, jogando no mesmo balaio todos os políticos citados em delações da Odebrecht que serão investigados com autorização do Supremo Tribunal Federal, misturou tubarão com peixe de aquário e tirou a devida atenção de casos como o de José Serra.

Sete delatores disseram à Lava Jato que o tucano negociou, ao longo dos últimos anos, mais de R$ 30 milhões em propina para abastecer, principalmente, suas campanhas eleitorais. Mas há casos de repasses a afilhados políticos do PSDB.


CARF versus Itaú: Escândalo do financismo

Por Paulo Kliass, no site Carta Maior:

A seletividade e a parcialidade com que os grandes meios de comunicação tratam as decisões de política econômica em nossas terras são impressionantes. Apesar de já estarmos habituados a essa forma peculiar de (des)tratar a realidade do dinheiro e dos negócios, a cada nova semana parece que as “famiglie” da grande imprensa tentam se esmerar ainda mais nessa busca incansável pelo absurdo.

No mesmo dia em que enchem as telas e páginas com informações privilegiadamente vazadas de forma criminosa pelo Ministério Público e pelo Judiciário a respeito da delação premiada de Marcelo Odebrecht, os oligopólios dos jornais e televisão se esquecem de noticiar um escândalo de R$ 25 bilhões na esfera do Ministério da Fazenda. No mesmo dia em que, mais uma vez, entulham os leitores com as ameaças lançadas por Meirelles e Temer a respeito de uma suposta catástrofe nacional caso a Reforma Previdência não venha a ser aprovada, as empresas de Marinho, Civita, Frias, Mesquita i altri não mencionam uma peculiar decisão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF).

Temer "capitaneava" esquema do PMDB

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

A maior ironia da crise em seu atual grau de fervura, depois da lista de Fachin, está no fato de Michel Temer estar blindado pelo cargo que, com o golpe, tomou de Dilma Rousseff. Apesar das graves denúncias contra ele, com destaque para a participação numa reunião que acertou propina de US$ 40 milhões, que hoje seriam mais de R$ 120 milhões, Temer não pode ser investigado por atos que antecederam seu mandato. “Por ora”, diz textualmente o procurador-geral Rodrigo Janot em sua petição ao Supremo, na qual afirma que Temer “capitaneava” o esquema de propinas para o PMDB.