terça-feira, 18 de abril de 2017

A Odebrecht conspirou contra Dilma

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A matéria, hoje, no Congresso em Foco, na qual o ex-diretor da Odebrecht João Nogueira diz que o empresário Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo, fez ameaças a Dilma Rousseff para tentar frear as investigações da Operação Lava Jato, é mais um sinal de que há, entre a empresa e o PT uma relação de ódio, não de cumplicidade como se transmitiu à opinião pública.

MP de SP e as delações contra os tucanos

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Na semana passada, o Brasil tomou um choque de realidade com a descoberta tardia de que os políticos que vinham posando de virgens escandalizadas com a zona de meretrício não passam de hipócritas desavergonhados que contavam com a proteção da mídia e da direita fundamentalista que controla o Judiciário e a Lava Jato.

Acontece que vinha ficando chato. Ninguém é tão trouxa de acreditar que só existem corruptos no PT e nos partidos que se aliaram ao PT. Foi preciso entregar os anéis (suspeitos tucanos) para salvar os dedos (a destruição do PT e de Lula).

Sob Temer, a grilagem volta sem freios

Por Mauricio Torres e Sue Branford, no site Outras Palavras:

“Aqui não existe assalto. Todo mundo anda armado”, explica, orgulhoso, um taxista da cidade de Novo Progresso, no sudoeste do Pará. As armas podem não estar à vista, mas todos parecem portá-las. Em Novo Progresso, as aparências não enganam.

Sob uma fachada de prosperidade, alguns dos donos dos principais estabelecimentos comerciais do município estão em liberdade condicional. Foram presos por desmatamento, grilagem e formação de quadrilha na Operação Castanheira, em 2014, promovida pelo Ministério Público Federal, Polícia Federal e Ibama. A operação foi batizada “em homenagem” a Ezequiel Castanha, dono da ampla rede “Supermercados Castanha” e que, como se soube com as investigações, lucrava mesmo era com a grilagem e a venda de terras públicas.

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Xadrez da política após o vendaval

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – sobre o essencial e os detalhes

Para colocar um pouco de ordem nessa barafunda.

1. No epicentro do terremoto relaxe e espere a terra assentar. A realidade nunca é tão ruim quanto parece no olho do furacão.

2. Toda essa movimentação em torno da lista de Fachin tem dois objetivos claros. O atual, é o desmonte do sistema de seguridade social e outras reformas antissociais; o de 2018 obviamente são as eleições.

O que está em jogo é o desenho de país que se terá, o futuro dos avanços civilizatórios das últimas décadas, o destino de milhões de pessoas hoje em dia amparadas pelo sistema de seguridade social.

Esse é o ponto central. O restante são os meios, as táticas políticas.


Trump: o novo xerife da cidade

Por Fernando Horta, no site Brasil Debate:

Desde o século XIX, o mundo não se sentia tão desconfortável pelo surgimento de um “xerife” que se arrogava o direito de intervir em qualquer parte do mundo, a partir de seus pressupostos éticos. Em 1845, a Inglaterra lançou o Bill Aberdeen, declarando-se em condições e legitimidade de atacar qualquer embarcação carregando escravos, em qualquer lugar do mundo. Trump, nos últimos dias, avisou que os ataques que foram lançados sobre a Síria seriam um “aviso” a todos os países “fora da ordem internacional”. Para amenizar o discurso, assessores de Trump rapidamente apontaram para a Coreia do Norte e seu teste de mísseis balísticos próximos ao Japão.

Odebrecht é o outro nome do Estado mínimo

Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

Marcelo Odebrecht é um capitalista para ninguém botar defeito.

Herdeiro da empresa fundada pelo avô e expandida pelo pai, uma das maiores construtoras do país e do mundo, logo entendeu que era inexorável servir à lógica da acumulação intrínseca ao sistema do qual é senhor, ‘mas também escravo’, como já disse um alemão especializado no assunto no século XIX.

O roteiro dessa dinâmica persegue objetivos sabidos.

Otimizar os fatores pela ampliação da escala.

Explorar oportunidades convergentes.

Um ano depois, onde estão os golpistas?

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Hoje, 17 de abril, faz um ano da tenebrosa sessão em que uma Câmara corrupta votou pela abertura do processo de impeachment de uma presidenta honesta, Dilma Rousseff. Onde estão hoje os principais personagens desta história? E onde está Dilma?

Michel Temer: citado na Lava-Jato, o presidente ilegítimo já precarizou a vida do trabalhador, congelou gastos com a saúde e a educação pelos próximos vinte anos e agora planeja destruir a aposentadoria.

A pressa de Moro, com a ajuda da mídia

http://pataxocartoons.blogspot.com.br/
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Pode-se dizer que o estouro das delações da Odebrecht pelo STF não foi politicamente cronometrado e que atingiu todo o sistema político, mas é certo que a explosão criou o tempo perfeito para a pressa que o juiz Moro tem de condenar o ex-presidente Lula em primeira instância, com vistas à sua inelegibilidade. Com o depoimento do ex-presidente marcado para o dia 3 de maio, numa espécie de juízo final que pode resultar em confronto de manifestantes em Curitiba, Moro marcou para o dia 20 de abril, a próxima quinta-feira, o depoimento do executivo da OAS Léo Pinheiro sobre o caso do tríplex do Guarujá. Não havendo até agora colhido provas de que o apartamento pertença ou tenha pertencido a Lula, parece haver uma aposta de Moro em revelações de Pinheiro e de outros executivos da OAS que o incriminem.

Um governo de cretinos nos EUA

Por Paul Craig Roberts, no site Vermelho:

Está se tornando embaraçoso ser (norte)-americano. Nosso país teve quatro presidentes em sucessão, todos criminosos de guerra. Clinton lançou dois ataques militares contra a Sérvia, ordenando que a Otan bombardeasse a antiga Iugoslávia duas vezes, em 1995 e 1999, cometendo assim dois crimes de guerra.

George W. Bush invadiu o Afeganistão e o Iraque e atacou províncias do Paquistão e do Iêmen pelo ar. Quanto a Bush, são então quatro crimes de guerra. Obama usou a Otan para destruir a Líbia e mandou mercenários para destruir a Síria, cometendo desta forma dois crimes de guerra. Trump atacou a Síria com as forças dos Estados Unidos, cometendo assim um crime de guerra logo no início de seu regime.

Aécio pulverizou pagamentos no exterior

Por Breno Costa, Reinaldo Chaves e Rodrigo Menegat, no site The Intercept-Brasil:

O então governador de Minas Gerais Aécio Neves, o empresário Alexandre Accioly e o jornalista Diogo Mainardi (que nega este relato) jantavam no restaurante Gero, um dos mais conceituados do Rio de Janeiro, em algum momento entre o fim de 2007 e começo de 2008. No mesmo salão, mas em outra mesa, estava um velho conhecido de Aécio, Henrique Valadares, então diretor da área de energia da Odebrecht. Valadares achava normal encontrar o mineiro em Ipanema, onde o tucano se habituara a passar seus finais de semana quando era governador.

domingo, 16 de abril de 2017

Quem lucra com as bombas dos EUA na Síria?

Por Mário Augusto Jakobskind, no jornal Brasil de Fato:

De repente, não mais do que de repente, a mídia comercial conservadora mudou da água para o vinho em relação ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Motivo foi o bombardeio dos mísseis Tomahawk, disparados do mar Mediterrâneo contra uma base militar síria. E tudo teve por base uma suposta utilização de armas químicas pelos militares sírios, tornando-se o fato uma verdade inquestionável, ou seja, de que os sírios utilizaram armas químicas – gás sarin – provocando dezenas de mortes, entre elas crianças.

O episódio de alguma forma lembra a primeira invasão norte-americana no Iraque quando o então Secretário de Defesa, Collin Powell foi ao Congresso revelar uma mentira, comprovada posteriormente, de que o Iraque de Saddam Hussein não tinha as tais armas de destruição em massa. A diferença é que hoje o mundo pôde assistir, com justa indignação, as imagens das vítimas. E que o Congresso estadunidense na época foi consultado para promover a invasão, o que não aconteceu agora.

O Estado paralelo do capital

Por Jeferson Miola

Parcela importante do conteúdo das delações dos funcionários da Odebrecht já era de conhecimento público há muito tempo. As revelações úteis para a dinâmica do golpe, por exemplo, já eram bem conhecidas, porque estão sendo vazadas seletivamente pela força-tarefa da Lava Jato e divulgadas à exaustão há cerca de dois anos.

O fim do sigilo das delações trouxe, além de algumas poucas novidades, muitas confirmações sobre as suspeitas dos esquemas industriais de corrupção do bando golpista, dos políticos e operadores do PMDB, PP, DEM, PTB, PSB e PSDB.

'Jornal Nacional' ignora resposta da CUT

Da Rede Brasil Atual:

A CUT se manifestou por meio de texto publicado em seu site no fim da noite desta sexta-feira (14), após o Jornal Nacional, da Rede Globo, ignorar a resposta da entidade a uma citação feita em delação de um ex-executivo da Odebrecht, Henrique Serrano.

"O JN ignorou a nota da CUT e deixou no ar a acusação porque a nota deixa claro que a acusação é absurda", diz o texto. Serrano afirmou que que distribuía dinheiro a políticos, funcionários públicos, lideranças indígenas e sindicalistas da central na região de Porto Velho, para que não criassem "problemas" à construção da hidrelétrica de Jirau, em Rondônia.

Quem são os donos do golpe no Brasil

Por João Sicsú, na revista CartaCapital:

Desde a sua concepção até a sua execução diária, há cristalinos interesses econômicos no golpe em curso. Os interesses econômicos não são simples participantes dentro do movimento político do golpe; tais interesses são dirigentes, são a bússola do golpe.

Muitos interesses e diferentes atores compuseram o movimento do golpe de 2016. Há golpistas de primeiro escalão, são aqueles que estão pilotando a agenda econômica do governo de Michel Temer. Há também golpistas de segundo escalão, que têm interesses ora atendidos e ora contrariados. E, existiu o terceiro escalão, que já foi até descartado.

Lula deve politizar a sua defesa

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Um dos primeiros juristas brasileiros a debater a Judicialização, essa tentativa de promover mudanças nas políticas públicas sem voto popular, o jurista Luiz Moreira deu uma entrevista ao 247 sobre a chamada "Lista do Fachin". Moreira foi membro do Conselho Nacional do Ministério Público por dois mandatos e é um dos principais estudiosos de Filosofia do Direito no país. Sua entrevista:

Muitas pessoas dizem que as delações divulgadas com o nome de "Lista do Fachin" demonstram a falência da democracia em nosso país. O senhor concorda com isso?

A democracia brasileira promoveu a maior transformação social do Ocidente desde o milagre econômico alemão, que foi a grande mudança na história humana após a Segunda Guerra Mundial. Milhões de brasileiros foram incluídos no mercado de consumo, passaram a ter três refeições por dia; outros milhões tiveram acesso a bens culturais, ao ensino universitário, tiveram carteira assinada. Nesse sentido, é difícil aceitar que a democracia brasileira precise ser purificada.


Jornalista terá que indenizar Chico Buarque

Da revista Fórum:

A juíza Simone Gastesi Chevrand, da 25ª Vara Cível do Rio de Janeiro, condenou o jornalista e antiquário João Pedrosa a indenizar o músico e escritor Chico Buarque, Marieta Severo e suas filhas, Silvia, Helena e Luisa Buarque. Cada um deve receber R$ 5 mil.

Em dezembro do ano passado, Pedrosa comentou “família de canalhas. Que orgulho de ser ladrão” em uma foto no perfil do Instagram de Chico em que o cantor aparece com Marieta e as filhas.

BBB expõe o papel machista da mídia

Por Marcos Aurélio Ruy, no site da CTB:

As nuvens andam carregadas na sede da Rede Globo, no Rio de Janeiro. Poucos dias atrás, o ator José Mayer foi acusado de assédio sexual pela figurinista Su Tonani.

Na madrugada do domingo (9), com transmissão ao vivo para TV a cabo, Marcos Harter agrediu a sua namorada, no Big Brother Brasil, Emilly Araújo.

A reação foi imediata. Internautas exigiram providências. A delegada Viviane da Costa, da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM), no Rio de Janeiro, visitou a casa e concluiu que houve a agressão. Inclusive Harter foi chamado a prestar esclarecimentos.

Para evitar um novo golpe de Estado

http://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Leonardo Boff, em seu blog:

O eminente jurista Fábio Konder Comparato numa entrevista na Carta Capital de 12 de abril de 2017 ponderou que face à desmoralização dos dirigentes políticos e da corrupção generalizada “é bem possível outra intervenção extralegal para impedir a continuação disso tudo; não está fora de cogitação um novo golpe de Estado”.

Os agentes desse novo golpe seriam, segundo Comparato, “os empresários (a minoria rica) e os proprietários por um lado, e por outro, os principais agentes do Estado. Para agentes de Estado deduzo que se trataria do Ministério Público, da OAB e acrescentaria ainda a Polícia Federal e alguns ministros do STF.

Delações confirmam descontrole da Lava-Jato

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Um e outro troll, nervosos, confusos, sem saber muito bem se devem chorar ou comemorar as delações da Odebrecht, vem aqui ao blog tentar vender, pela milionésima vez, a versão de que a “casa caiu”.

Eu não sei de que casa eles falam, porque, na minha opinião, a única “casa” que importa é a democracia, e esta já desmoronou há um ano, quando houve o golpe de abril de 2016, que selou o impeachment.

E se ainda havia uma casa de pé, a esta altura da crise política nacional, era a da própria Lava Jato e do governo golpista.

Por que Mainardi ficou furioso com Rovai?

Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Por que Diogo Mainardi ficou tão furioso com Rovai, da Fórum?

Não foi porque a Fórum citou um trecho de uma delação de um executivo da Odebrecht em que ele, Mainardi, apareceu. (Em situação nada incriminadora, aliás.)

O que transtornou Mainardi foi a forma como ele foi apareceu no vídeo destacado pela Fórum.

Para uma vaidade sem limites como a dele, foi humilhante.

O executivo da Odebrecht lembrava de ter visto Aécio e um homem de seu círculo íntimo num dos restaurantes favoritos da plutocracia, o Gero.