sexta-feira, 19 de maio de 2017

Ocupar as ruas para derrubar Temer

Globo escolhe FHC como sucessor de Temer

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Como todos já devem saber a esta altura, se o presidente Michel Temer renunciar ou mesmo se for cassado pelo Congresso, seu substituto será eleito indiretamente pela Câmara e pelo Senado.

Ao longo da quinta-feira, com o país ainda digerindo o mar de lama em que chafurdam Michel Temer e Aécio Neves, a Globo News passou o dia inserindo em sua programação o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Apesar de a emissora a cabo ter citado sem parar o nome de FHC durante todo dia, um programa de horas de duração passou a tarde citando o nome do ex-presidente tucano uma vez após outra, sem parar.

O programa Estúdio I citou ao menos umas 10 vezes o nome de Fernando Henrique Cardoso.

Sergio Moro vai em cana?

Para não perder foro, Temer fica

Por Maria Carolina Trevisan, na revista Brasileiros:

Acuado pela acusação de que concordou com a compra do silêncio de Eduardo Cunha para não ser delatado por corrupção, o presidente Michel Temer rejeitou a renúncia e decidiu se manter no cargo. Condicionou sua decisão ao fato de não ter tido acesso aos documentos que o acusam, agora públicos. No áudio da conversa, que aconteceu no Palácio do Jaburu, além de concordar com a forma de calar Cunha, Temer escuta de Joesley Batista, dono da JBS, que ele conseguiu aliados dentro da força-tarefa, um procurador e dois juízes. Temer optou por sangrar até o limite e salvar temporariamente a própria pele, ainda que isso custe instabilidade ao país.

Temer e o áudio inconclusivo da Folha

Por Renato Rovai, em seu blog:

O ex-presidente americano Bill Clinton ao ser perguntado se havia fumado maconha na juventude disse que sim, mas que não havia tragado. Desde ontem o grupo Folha/UOL assumiu a tese, muito provavelmente por interesses comerciais, de que a fita gravada pelo empresário Joesley Batista, da JBS, era inconclusiva.

É uma tese bizarra, criada muito provavelmente a partir da percepção empresarial dos Frias que com o desembarque da Globo da canoa do até então presidente Temer, o grupo Folha/UOL pode abocanhar um pedaço maior das publicidades governamentais.

Globo já defende as eleições indiretas

Por Joaquim de Carvalho, no blog Diário do Centro do Mundo:

Os jornalistas Valdo Cruz e Cristiana Lobo, discípulos de Merval Pereira na GloboNews, batem na tecla de que é preciso respeitar a Constituição e, no caso de renúncia de Michel Temer, a eleição deve ser indireta.

“Não podemos embarcar numa aventura, em soluções milagrosas”, diz Valdo.

Traduzindo: se o povo for chamado a escolher quem deve tirá-lo da crise, pode dar Lula e aí será ruim.

Ruim para quem?

Temer, Aécio e Sergio Moro viraram pó

Por Miguel do Rosário, no blog Cafezinho:

Vazamentos divulgados hoje dão um ponto final no governo Temer, no PSDB e desmoralizam totalmente o impeachment, a mídia, a Lava Jato e, em particular, Sergio Moro.

Reproduzo abaixo as duas notícias que mudam completamente a conjuntura política nacional e desmascaram os golpistas: um bando de corruptos que derrubaram uma presidenta honesta.

Quanto ao “interesse” da Globo em dar a informação, é evidente que uma bomba dessas estouraria de qualquer forma, até mesmo na grande mídia estrangeira, e a única maneira da mídia corporativa manter um mínimo de controle da situação é que ela mesmo dê a bomba.

Mas a bomba atinge também a Globo, que tentou até hoje blindar Michel Temer e concentrou toda a sua munição em Lula.

Aécio tinha plano para melar a Lava-Jato

Da revista CartaCapital:

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), tinha um plano para tentar barrar a Operação Lava Jato. A ideia do líder tucano era que o presidente Michel Temer substituísse o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, por uma figura que interferisse na Polícia Federal e selecionasse delegados responsáveis pelos inquéritos contra os políticos investigados.

A revelação do plano de Aécio está nas gravações feitas por Joesley Batista, um dos donos da gigante JBS, que se tornou delator da Lava Jato. Detalhes dos diálogos foram revelados na tarde desta quinta-feira, 18, pelo site Buzzfeed.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Roberto Freire, o rato, abandona o covil

Por Altamiro Borges

Roberto Freire, o coronel do PPS, decidiu deixar o covil golpista de Michel Temer - é o primeiro rato a abandonar o barco à deriva. Segundo o site do Estadão, ele "entregou o cargo nesta quinta-feira (18) após as denúncias de que o presidente Michel Temer deu aval para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A informação é do líder do PPS na Câmara, deputado Arnaldo Jordy (PA)... Pela manhã, o jornal já havia adiantado que os ministros do PPS deveriam entregar os cargos. A avaliação no partido é de que a situação do governo Temer é insustentável. A bancada do partido na Câmara, composta por nove deputados, defende a renúncia do presidente da República".

Temer não renuncia; ruas devem derrubá-lo!

Av. Paulista/São Paulo, 18/5/17
Foto: Eduardo Figueiredo/Mídia Ninja
Por Altamiro Borges

Em pronunciamento no final da tarde desta quinta-feira (18), o usurpador Michel Temer garantiu que não vai renunciar. O falsário jurou que é inocente e exigiu "investigações rápidas" sobre as delações "clandestinas" do executivo da JBS - que comprovam suas relações carnais com o presidiário Eduardo Cunha. A aparente valentia do Judas, porém, indica que o seu fim está próximo. O golpista não tem mais nenhuma condição de seguir no posto tomado de assalto por um golpe dos corruptos. Os ratos, inclusive, já começam a abandonar o barco à deriva. O sinistro da Cultura, Roberto Freire - o pulha oportunista do PPS - confirmou a sua saída do covil golpista. No Congresso Nacional, vários partidos da base aliada sinalizam que vão tentar salvar sua pele.

O poder está nas ruas: Diretas, já!

Foto: Nunah Alle/Mídia NINJA
Por Saul Leblon, no site Carta Maior:

O Brasil adormeceu nesta quarta-feira, 17 de maio de 2017, sem saber as respostas para muitas das perguntas essenciais cobradas pelo passo seguinte de sua história.

Mas a principal delas para ir direto ao ponto - dispensando-se o retrospecto da implosão da frente golpista, com as gravações de pedidos de propinas feitas aos donos do JBS por Aécio Neves e Michel Temer - é saber se a mobilização popular será capaz de preencher o vazio vertiginoso que se abriu agora não apenas na cúpula política, mas na estrutura do poder na sociedade.

As instituições que dão coesão a uma sociedade fundada em conflitos de interesses agudos, como é o caso da brasileira, cujos abismos de desigualdade são sabidos, estão no chão.

Olha só quem estava com Aécio Neves!

Globo quer Carmen Lúcia pra renovar o golpe

Por Rodrigo Vianna, em seu blog:

Não existem coincidências na Lava-Jato. Ainda mais quando a Globo está envolvida. Foi um jornalista do jornal da família Marinho o escolhido para vazar a delação bombástica da JBS – que deveria fazer Temer sair algemado do Palácio, levando também à cadeia o homem que iniciou o processo golpista: Aécio Neves.

Temer e Aécio aparecem nas gravações usando linguagem de gângster para obstruir investigação. Se a Globo queria prender a Dilma por causa de um e-mail falso, o Aécio merece o quê? Cadeira elétrica?

O vazamento veio do STF; ao ser noticiado pela pena amiga da Globo, emitiu-se um claro sinal ao Palácio: o principal sustentáculo do governo Temer decidiu retirar seu apoio. A família Marinho e seus colunistas/capatazes já movem as peças em outra direção.

O que acontece se Michel Temer cair?

Por Camila Rodrigues da Silva, no jornal Brasil de Fato:

A delação premiada de Joesley Batista e o seu irmão Wesley, donos da JBS, publicada nesta quarta-feira (17) no jornal O Globo, colocou no horizonte uma grande possibilidade de impeachment ou renúncia do presidente golpista Michel Temer (PMDB).

Em uma das gravações divulgadas, Temer ouviu de Joesley que o empresário que estava dando ao ex-deputado Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados. Diante da informação, Temer incentivou: "Tem que manter isso, viu?".

Os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP) e Alessandro Molon (Rede-RJ) foram os primeiros a entrarem com pedidos de impeachment de Temer logo após a denúncia. Um dos textos protocolados diz que "diante da gravidade dos fatos, é imprescindível a instalação de processo de impeachment para apurar o envolvimento direto do Presidente da República para calar uma testemunha".

Renúncia seria gesto bom demais para Temer

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Escrevendo sobre Donald Trump, o colunista Thomas L Friedman, do New York Times, analisou:

"O grupo moralmente corrupto que atualmente lidera o Partido Republicano consegue se safar não porque tem os melhores argumentos - pesquisas mostram que a maioria discorda deles - mas porque tem o poder e não tem medo de usá-lo, não importando as pesquisas."

Estou convencido de que a mesma análise se aplica ao núcleo político que assumiu o Planalto junto com Michel Temer e tentará conservar seus postos diante das gravações devastadoras de Joesley Batista. A realização de eleições diretas representa a alternativa coerente para o país retornar a democracia e deve ser perseguida por todos os meios, em todas as ocasiões.

Diretas já ou desobediência civil

Por Jeferson Miola

Diante da implosão do Temer, o Brasil está diante de duas alternativas: ou restauração democrática ou desobediência civil.

A gravação da conversa em que o usurpador Michel Temer compra o silêncio do comparsa de golpe e sócio de corrupção, o presidiário Eduardo Cunha, enterra em definitivo a cleptocracia golpista, e abre uma perturbadora incógnita na conjuntura nacional.

A trajetória do golpe e do regime de exceção sofre um abalo irreversível, com um poder destrutivo devastador.

Fim do governo Temer e a volta das diretas

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A delação de Joesley Batista, da JBS - divulgada pelo Globo - é a maior bomba política da história.

Joesley entregou gravações com Michel Temer e Aécio Neves, que revelam por completo o que foi a aventura do impeachment e dos vazamentos da Lava Jato na véspera das eleições.

Não se trata mais de corrupção política, captando recursos de caixa 2 para financiamento de campanha. As gravações mostram claramente duas organizações criminosas no topo da política brasileira, uma liderada pelo presidente Michel Temer, outra pelo presidente do PSDB Aécio Neves.

Peça 1 - o caso Temer

Congresso sem moral para eleger presidente

Da Rede Brasil Atual:

Em entrevistas à Rádio Brasil Atual, hoje (18), parlamentares afirmam que a saída para o fim da instabilidade política, após as denúncias contra Michel Temer, é a convocação de eleição direta para a presidência da República.

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirma que eleições indiretas não vão diminuir a instabilidade política que se instalou no país. "Não é uma ação da oposição do governo Temer, é uma movimentação de todos aqueles que querem defender a democracia. Será que uma eleição indireta pacificaria o país? De jeito nenhum. Só há uma forma de resolver o problema: chamar a população. A gente pode mudar a Constituição, porque fazer uma eleição direta para a presidência da República é uma necessidade objetiva do Brasil."

Globo derruba mais um presidente

Por Renata Mielli, no site do Mídia Ninja:

“Brasília assustada com as revelações do jornal O Globo”. Essa foi uma das frases de efeito ditas por Willian Bonner durante a edição desta quarta-feira, 17/05, dia em que as Organizações Globo detonaram uma bomba que vai derrubar mais um presidente da República no Brasil – golpista, mas presidente.

A denúncia de que Michel Temer foi gravado pelo executivo da JBS, Joesley Batista, dando aval para comprar o silêncio de Eduardo Cunha colocou um ponto final no mandato do golpista Michel Temer. Partidos da base do governo, parlamentares e muitos expoentes da direita, incluindo articulistas da Rede Globo, afirmam com convicção que não há mais condições de Temer permanecer na Presidência.

Temer deve renunciar. Brasil quer diretas-já

Foto: Regiany Nascimento/Jornalistas Livres
Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Desta vez não foi ato anterior ou estranho ao exercício do mandato, aquela reunião sobre propina de US$ 40 milhões. Nem se trata de mera delação sem prova. O flagrante de Joesley Batista não deixa a Michel Temer outra saída senão a renúncia, para que o Brasil possa finalmente encerrar a aventura do golpe e escolher livremente um novo presidente. Tendo o Planalto negado em nota à noite que Temer tratou com o dono da JBS da compra do silêncio de Eduardo Cunha, o ministro Luiz Fachin deve ao Brasil a rápida divulgação desta gravação. Se Temer aparece dizendo “tem que mandar isso, viu?” (o cala-boca pago mensalmente a Cunha), que lhe resta senão renunciar?