Por Renato Rovai, em seu blog:
O ex-presidente americano Bill Clinton ao ser perguntado se havia fumado maconha na juventude disse que sim, mas que não havia tragado. Desde ontem o grupo Folha/UOL assumiu a tese, muito provavelmente por interesses comerciais, de que a fita gravada pelo empresário Joesley Batista, da JBS, era inconclusiva.
É uma tese bizarra, criada muito provavelmente a partir da percepção empresarial dos Frias que com o desembarque da Globo da canoa do até então presidente Temer, o grupo Folha/UOL pode abocanhar um pedaço maior das publicidades governamentais.
O áudio da conversa entre empresário e presidente, realizado com autorização judicial e monitorado pelo MP e pela PF, tem sim alguns ruídos. Pode até ter sido editado em algum trecho, o que duvido muito. Mas é límpido em quase toda a sua totalidade e mostra um presidente associado a atividades criminosas.
Alguns desses trechos:
1) Joesley diz que tratava de assuntos nada republicanos com Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha e com a saída de um governo e a doença do outro ficou sem interlocutor. Temer sugeriu que ele passasse a falar com Rodrigo Maia na maioria dos casos, mas que tratasse de assuntos sigilosos pessoalmente com ele.
2) Temer pede que ele agende essas reuniões de forma clandestina. Na calada da noite e na sua casa. Sem que haja qualquer exposição. Da mesma forma que foi realizada a conversa gravada.
3) Temer fala que a derrubada dos juros vai continuar e sugere que será algo em torno de 1%.
4) Joesley fala que acertou tudo que estava sobrando com Eduardo Cunha e que continuava pagando um free mensal. Temer diz que isso precisa continuar. Se você quiser tirar essa parte porque acha que não é bem assim, tudo bem. Vamos continuar com o resto pra ver se você acha que só há crime aqui.
5) Joesley fala que comprou dois juízes e um procurador e Temer só faz escutar e ir concordando. Age como se isso fosse um procedimento natural. Claramente prevarica, porque é um presidente da República no exercício do cargo que está ouvindo isso. E não você no jantar de domingo daquele tio falastrão.
6) Joesley reclama que Henrique Meirelles não está atendendo alguns dos seus pleitos, como a indicação de alguém para o Cade e Temer diz que o empresário pode pressionar o ministro da Fazenda. Chega a sugerir que se ele não atendê-lo pode dizer ao ministro que vai falar com ele, presidente. Ou seja, deixa o ministro da Fazenda sob a guarda de um empresário.
7) Temer diz que indicou Meirelles para o ministério da Fazenda porque ele tinha sido funcionário da JBS. Que era para prestigiar Joesley.
Há ainda outros muitos pontos que poderiam ser listados. Mas esses sete já me parecem bastante conclusivos sobre o conteúdo criminoso da conversa entre Temer e Joesley. Mas além disso ainda há a mala de dinheiro para o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que era assessor direto de Temer até assumir o mandato na Câmara em substituição ao atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR).
O “áudio inconclusivo” da Folha se chama grana da Seco. O resto é fumar é não tragar.
O ex-presidente americano Bill Clinton ao ser perguntado se havia fumado maconha na juventude disse que sim, mas que não havia tragado. Desde ontem o grupo Folha/UOL assumiu a tese, muito provavelmente por interesses comerciais, de que a fita gravada pelo empresário Joesley Batista, da JBS, era inconclusiva.
É uma tese bizarra, criada muito provavelmente a partir da percepção empresarial dos Frias que com o desembarque da Globo da canoa do até então presidente Temer, o grupo Folha/UOL pode abocanhar um pedaço maior das publicidades governamentais.
O áudio da conversa entre empresário e presidente, realizado com autorização judicial e monitorado pelo MP e pela PF, tem sim alguns ruídos. Pode até ter sido editado em algum trecho, o que duvido muito. Mas é límpido em quase toda a sua totalidade e mostra um presidente associado a atividades criminosas.
Alguns desses trechos:
1) Joesley diz que tratava de assuntos nada republicanos com Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha e com a saída de um governo e a doença do outro ficou sem interlocutor. Temer sugeriu que ele passasse a falar com Rodrigo Maia na maioria dos casos, mas que tratasse de assuntos sigilosos pessoalmente com ele.
2) Temer pede que ele agende essas reuniões de forma clandestina. Na calada da noite e na sua casa. Sem que haja qualquer exposição. Da mesma forma que foi realizada a conversa gravada.
3) Temer fala que a derrubada dos juros vai continuar e sugere que será algo em torno de 1%.
4) Joesley fala que acertou tudo que estava sobrando com Eduardo Cunha e que continuava pagando um free mensal. Temer diz que isso precisa continuar. Se você quiser tirar essa parte porque acha que não é bem assim, tudo bem. Vamos continuar com o resto pra ver se você acha que só há crime aqui.
5) Joesley fala que comprou dois juízes e um procurador e Temer só faz escutar e ir concordando. Age como se isso fosse um procedimento natural. Claramente prevarica, porque é um presidente da República no exercício do cargo que está ouvindo isso. E não você no jantar de domingo daquele tio falastrão.
6) Joesley reclama que Henrique Meirelles não está atendendo alguns dos seus pleitos, como a indicação de alguém para o Cade e Temer diz que o empresário pode pressionar o ministro da Fazenda. Chega a sugerir que se ele não atendê-lo pode dizer ao ministro que vai falar com ele, presidente. Ou seja, deixa o ministro da Fazenda sob a guarda de um empresário.
7) Temer diz que indicou Meirelles para o ministério da Fazenda porque ele tinha sido funcionário da JBS. Que era para prestigiar Joesley.
Há ainda outros muitos pontos que poderiam ser listados. Mas esses sete já me parecem bastante conclusivos sobre o conteúdo criminoso da conversa entre Temer e Joesley. Mas além disso ainda há a mala de dinheiro para o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que era assessor direto de Temer até assumir o mandato na Câmara em substituição ao atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR).
O “áudio inconclusivo” da Folha se chama grana da Seco. O resto é fumar é não tragar.
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