sexta-feira, 26 de maio de 2017

Cláudia Cruz e a justiça de classe de Moro

Por Jeferson Miola

Sérgio Moro foi um caçador implacável da Dona Marisa. O juiz-acusador perseguiu a ex-primeira dama com uma tal e eficiente obsessão que conseguiu, finalmente, condená-la à morte com um AVC.

À continuação, um odioso Moro, um ser possuído por sentimentos que são estranhos a pessoas justas e de bem, quis decretar a condenação eterna da Dona Marisa.

Ele descumpriu o Código de Processo Penal e relutou, por mais de 30 dias depois do óbito, a declarar a inocência da Dona Marisa.

O grande crime cometido por Marisa Letícia, na convicção do Moro e dos seus colegas justiceiros de Curitiba, foi ter sido a companheira de vida e de sonhos do ex-presidente Lula; a parceira do sonho de um Brasil digno, justo e democrático.

Os donos da mídia nos grampos da PF

Por Renato Rovai, em seu blog:

Os grampos realizados pela Polícia Federal em Aécio Neves, Rodrigo Rocha Loures e outros investigados da última operação coordenada pelo Ministério Público não tiveram como única vítima da mídia o blogueiro Reinaldo Azevedo.

Aliás pelo que este blog apurou os áudios vazados de Reinaldo são o café pequeno do banquete.

Proprietários de veículos de comunicação e executivos teriam sido gravados em conversas nada republicanas com pessoas envolvidas em esquemas de corrupção.

Cláudia Cruz e o "juiz" Sergio Moro

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Depois de alguns dias no oblívio obrigatório graças à delação da JBS que matou Temer, o juiz Sergio Moro volta às manchetes, seu habitat natural.

Sai Janot, volta o super herói de Curitiba.

Moro absolveu a mulher de Eduardo Cunha, a jornalista Cláudia Cruz, na Lava Jato.

Cláudia era acusada de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Entre 2008 e 2014, ela gastou mais de 1 milhão de dólares de uma conta na Suíça.

Segundo a denúncia do MPF, o gasto era “totalmente incompatível com os salários e o patrimônio lícito” dela e de Cunha.

A volta do maior estadista, o senhor Crise

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Peça 1 – a última cartada de Temer

A tentativa de colocar na cena o fator militar foi o último blefe de Michel Temer. A reação imediata de um oficial legalista, o respeitado general Villas Boas Correa, de parlamentares, de porta-vozes responsáveis da sociedade civil, abortou a tentativa de aprofundamento da crise política, impedindo o Brasil se reeditar o Panamá de Rafael Noriega.

O que se tem, é simples. No comando, um governo reconhecidamente corrupto, comprando parlamentares para aprovar um conjunto de medidas que afeta direitos de trabalhadores e contribuintes. Esse é o combustível maior da indignação que começa a se generalizar no país.

Doria mente sobre a Cracolândia

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

Este post é um protesto contra a desfaçatez do prefeito de São Paulo, João Doria, que veio a público a fim de enganar os paulistanos com a mentira grosseira de que teria “resolvido” o problema da Cracolândia, região da luz, na capital paulista.

Doria divulgou um vídeo na internet no qual mostra imagens malandras que enganam a sociedade paulistana dizendo que o prefeito “resolveu” o problema da Cracolândia ao expulsar os viciados do local em que se concentravam.

O golpe precisa de uma ditadura

Por Marcelo Zero

“Governo Cerca Brasília”, essa foi a manchete do Jornal do Brasil do dia ...19 de abril de 1984.

O general João Batista Figueiredo, que preferia o cheiro dos cavalos ao cheiro do povo, havia decretado estado de emergência no Distrito Federal, nove municípios do seu entorno e Goiânia. O medo de Figueiredo, ditador em seus estertores, era com a votação da Emenda das Diretas Já, que seria apreciada em uma semana. Figueiredo queria impedir que ocorressem manifestações pró-Diretas em Brasília. Assim, cercou a capital e nomeou o general Newton Cruz, comandante militar do Planalto, como executor das medidas.

Temer tentou vestir a farda militar

Por José Carlos Ruy, no site Vermelho:

O presidente ilegítimo tentou, ontem, vestir a farda do Exército no golpe midiático-judicial-parlamentar que o alçou ao poder em 2016. O fracasso dessa medida insensata demonstrou a extensão de seu isolamento no cenário político, no qual sua capacidade de iniciativa parece ruir a olhos vistos.

Nem o Exército, do qual é, pela lei, o comandante em chefe, o apóia. Isso ficou claro na declaração cuidadosa do general Eduardo da Costa Villas Bôas, comandante do Exército que, numa atitude legalista e respeitosa da Constituição, declinou da tarefa que Temer quis dar às Forças Armadas, e reconheceu a capacidade da polícia militar para manter a ordem em Brasília, na quarta-feira (24). "Acredito que a polícia deva ter ainda a capacidade de preservar a ordem", disse o general.

Menos polícia e mais política

Por João Paulo Cunha, no jornal Brasil de Fato:

O Brasil se tornou um caso de polícia. Frente à banalização do desprezo pela democracia e pelo Estado de Direito, está valendo a força do guarda da esquina. Muitos falam em judicialização da política, como se os tribunais tivessem arrogado a si a tarefa de comandar o interesse público. No entanto, o mais perto da realidade seria afirmar uma policialização da política, quando a tarefa de governar fica submetida à ação discricionária dos agentes da segurança com sua obediência estrita.

O grau absurdo foi alcançado com decisão do golpista Michel Temer, ao decretar “o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal”. Jogou as armas contra o povo. Criticada até mesmo pelo Exército, que não quer ser considerado mero agente disciplinador ao alcance do medo e da mediocridade dos ocupantes do poder, a medida se alimenta de um lado na covardia e de outro na ameaça simbólica que recupera a memória da ditadura militar.

Lava-Jato e mídia montam farsa contra Lula

Do site Lula:

Em conluio com procuradores da Lava Jato em Curitiba, a Rede Globo, a Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo produziram semana passada mais uma farsa contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Agendas de ex-diretores da Petrobras, anexadas pelos procuradores à ação sobre o tríplex do Guarujá, foram manipuladas pela imprensa de forma a apontar uma falsa contradição no depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro.

A juntada de “documentos” sobre supostas “reuniões” de Lula com a diretoria da Petrobras não foi fruto da descoberta de algum segredo em um trabalho de investigação sério, mas uma tentativa tosca de reescrever a história e criminalizar atos como viagens oficiais ao exterior, reuniões interministeriais e cerimônias da Presidência acompanhadas pela imprensa.

Congresso quer um ‘presidente indireto’

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O governo ainda tem base e ela continua aprovando matérias do interesse de Temer. Ontem mesmo a Câmara aprovou 6 MPs, com a ajuda da oposição, que saiu do plenário em protesto contra a repressão e o emprego das Forças Armadas. Mas esta é uma falsa “normalidade”. Nos bastidores, todos os partidos admitem que estão “cumprindo tabela” para não agravar ainda mais a situação nacional: até que o TSE julgue a chapa Dilma-Temer e afaste Temer do cargo, os governistas seguirão fingindo apoio e a oposição, estrilando. Nos bastidores, entretanto, todas as conversas convergem para o mesmo tema, a busca do nome ideal a ser eleito presidente indiretamente pelo Congresso.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

A barbárie do golpe: mortos e exército na rua

Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador:

O prefeito da maior cidade do país caminha em meio aos escombros. Tinha acabado de mandar demolir um prédio na cracolândia, com moradores dentro.

Do outro lado do Brasil, dez corpos se amontoam, em meio a mais um massacre de trabalhadores rurais no Pará. A polícia paraense teria promovido a matança. O uso da força, sem disfarces, sempre foi a linguagem da elite brasileira: escravocrata, ardilosa, antipopular.

Trabalhadores em marcha contra as “reformas” de Temer são atacados brutalmente pela polícia em Brasília. Bombas, porrada, tiros.

Carta aos xenófobos do Brasil

Por Fernanda Lelles, no blog Socialista Morena:

Sou baiana, criada em São Paulo, filha de uma baiana e um paulista, muito prazer.

Hoje, para minha tristeza, me deparei com duas notícias que encheram meu coração de desesperança. Em meio à triste tragédia que aconteceu em Manchester, quando um homem-bomba causou a morte de 22 pessoas, a maioria delas crianças e adolescentes, uma mulher chamada Nelma Baldassi, de Curitiba, comentou em sua página no Facebook: “Só lamento que tenha sido em Manchester e não na Bahia. Seria lindo ver aquela gente nojenta e escurinha da Bahia explodindo. Kkkkkkkkkkkk”.



Brasília: não foi guerra, foi um massacre!

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Em uma guerra existem dois exércitos. O que se viu hoje, em Brasília, não se pareceu nada com uma guerra. Foi um massacre. Policiais armados e orientados a reprimir manifestantes atacaram sem cerimônia trabalhadores e trabalhadoras que estavam na Esplanada dos Ministérios neste dia 24 de maio.

#OcupaBrasília foi um movimento organizado por um amplo leque de entidades com o objetivo de protestar contra as Reformas da Previdência e Trabalhista e em defesa da convocação de eleições diretas para presidência da República.

Mas o Brasil não é mais uma democracia e manifestações não são bem-vindas no país que está sob um governo golpista há 377 dias. A escalada autoritária é galopante.

Temer e ministros estão refugiados no poder

Por Eduardo Maretti, na Rede Brasil Atual:

Depois dos protestos em Brasília nesta quarta-feira (24), o governo de Michel Temer não tem saída. Isolado, o presidente ainda se apega a tentativas desesperadas de se manter no poder. O símbolo desse desespero foi a edição, no mesmo dia do Ocupa Brasília, do decreto autorizando “o emprego das Forças Armadas para a garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal”. A falta de apoio foi tal que Temer recuou e, menos de 12 horas depois, revogou o decreto. A questão agora é saber o que se pode esperar para os próximos dias e qual a “porta de saída” mais provável pela qual o presidente deixará o “comando” do país.

A mala para Temer e todos quietos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Impressionante.

Com vídeo e tudo, ficou pelos cantos do jornal a delação do executivo Ricardo Saud, da JBS, narrando, de viva voz, como intermediou com o ex-assessor do Planalto, Rodrigo Rocha Loures, a entrega semanal de uma mala com R$ 500 mil destinada a Michel Temer.

- Isto é uma aposentadoria para o Michel, diz o empresário.

Reinaldo Azevedo e a justiça-espetáculo

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

O colunista Reinaldo Azevedo é o mais novo exemplo de injustiça contra jornais e jornalistas, situação típica de um quadro de avanço de um estado de exceção.

Se for para falar de casos nacionais, vamos lembrar de Edu Guimarães, alvo de uma condução coercitiva escandalosa na Lava Jato.

Se for para ficar em Minas Gerais, a perseguição a inúmeros profissionais de imprensa que ousavam criticar desmandos do outrora todo-poderoso Aécio Neves constitui um fato tão banal que deixou de ser notícia.

O golpe da Globo e o general Etchegoyen

O último suspiro de um governo ilegítimo

Por Cézar Britto, na revista CartaCapital:

O general João Figueiredo, no dia 18 de abril de 1984, impôs ao Brasil o Decreto nº 89.566, estabelecendo medidas de emergência visando preservar a ordem pública na área do Distrito Federal e em seu entorno goiano “ameaçados de grave perturbação”.

Designou, na forma do seu art. 3º, o general Newton Cruz como executor das medidas, em razão de ser o comandante do Comando Militar do Planalto.

E qual ameaça pairava sobre o Brasil?

Temer é responsável por um país em chamas

Brasília, 24/5/17. Foto: Mariana Cartaxo/Mídia Ninja
Por Matheus Pichonelli, no site The Intercept-Brasil:

O Brasil não é um país de metáforas, costuma dizer uma amiga. Por aqui, mar de lama são resíduos de barragem rompida, zica é questão de saúde pública e o partido da Ponte para o Futuro é o mesmo que derruba ciclovia em sua administração. Desta vez a não metáfora é uma manchete de portal: “Brasília está em chamas”.

E não só porque, um ano depois do impeachment, a capital é o cartão-postal de um país longe de ser pacificado, como garantiam os arquitetos da nova (nova?) ordem. Ou porque uma rebelião de partidos aliados promete deixar um presidente rejeitado pela opinião pública sangrando sozinho enquanto tenta, de forma patética, se defender da acusação de corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa. Ou porque um (outro) auxiliar do mandatário está preso junto com dois ex-governadores acusados de desvios nas obras do estádio Mané Garrincha, um elefante branco que recebeu mais recursos do que torcedores após a Copa do Mundo de inaceitáveis 12 sedes. Ou porque o Congresso tenta aprovar na marra as reformas igualmente rejeitadas pela população que não escolheu a agenda adotada pelo presidente que não foi eleito para o posto.

Temer cometeu crime ao acionar o Exército

Palácio do Planalto, 24/5/17.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
Do site Justificando:

Art. 15. O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constitucionais, da lei e da ordem, e na participação em operações de paz, é de responsabilidade do Presidente da República, que determinará ao Ministro de Estado da Defesa a ativação de órgãos operacionais, observada a seguinte forma de subordinação:

§ 2º A atuação das Forças Armadas, na garantia da lei e da ordem, por iniciativa de quaisquer dos poderes constitucionais, ocorrerá de acordo com as diretrizes baixadas em ato do Presidente da República, após esgotados os instrumentos destinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, relacionados no art. 144 da Constituição Federal.