quinta-feira, 12 de outubro de 2017

O obscurantismo coloca a arte sob ataque

Por Laurindo Lalo Leal Filho, na Revista do Brasil:

No começo, eram apenas grupinhos de 10 ou 20 pessoas enroladas em bandeiras do Brasil pedindo "intervenção militar", afirmando que "somos todos Cunha" ou outras aberrações do gênero. Não passavam de manifestantes tresloucados. Deveriam ser relegados a sua real insignificância. Mas não. Jornais publicavam suas fotos e as TVs lhes garantiam generosos espaços. Conquistavam graças aos meios de comunicação uma importância que na verdade não tinham. Não cresceram muito em número, mas sentindo-se reconhecidos, tornaram-se mais ousados. Não importava o tamanho da manifestação, o que interessava era a repercussão na mídia.

Che, (apenas) um rapaz latino-americano

Por Mariana Serafini, no site da UJS:

Diferente dos versos da canção de Belchior, sobre o “rapaz latino-americano sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo do interior”, Che pertencia à uma família de posses e circulou nos ambientes aristocráticos da Argentina. No entanto, escolheu “descer degraus” de sua classe social para conhecer a realidade da América Latina e mais que isso, transformá-la.

Como muitos rapazes e moças latino-americanos, Che sonhou em transformar o mundo e não poupou esforços para fazê-lo. Mas além das ganas revolucionárias, o jovem argentino teve a estrutura necessária não só para estudar e se desenvolver intelectualmente, como para custear suas aventuras – mesmo que de forma precária – continente adentro.

A marcha dos enganados

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Tenho a “A Marcha” de E. L. Doctorow – vencedor do Prêmio PEN-Faulkner de 2006 – como um dos mais poderosos romances americanos de língua inglesa das últimas décadas. O grande autor de “Ragtime” narra a caminhada de guerra do General William Sherman, com seus 60 mil homens, saqueando plantações sulistas, “pondo abaixo cidades e vilarejos”, com negros emancipados e brancos fugitivos do sul, cujo desfecho é a vitória do humanismo portado das tropas da União. Mas também é a saga dos vencedores e derrotados, tanto como espoliados como vencedores – sem rumo e sem destino – naquele futuro americano em direção à derrota do racismo e da opressão do escravismo.

Regina Duarte perdeu o medo?

Por Jeferson Miola

Na campanha de 2002, a consagrada atriz da Rede Globo, Regina Duarte, protagonizou a histeria obscurantista que na eleição de 1989 havia sido protagonizada por Mário Amato, o então presidente da FIESP.

O objetivo com este método terrorista era impedir, a qualquer custo, a eleição do Lula à Presidência do Brasil.

Em vídeos da propaganda de TV do tucano José Serra, Regina Duarte fazia terror diante da “ameaça” iminente da vitória do Lula: “Eu estou com medo. Faz tempo que eu não tinha este sentimento. ... Isso [a eleição do Lula] dá medo na gente”, dizia ela.

Almirante Othon é libertado, afinal!

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Da Folha, agora há pouco, na coluna de Monica Bérgamo, a tardia libertação do Almirante Othon da Silva, que completa 79 anos em fevereiro, a quem o Brasil deve o alto estágio de domínio do ciclo nuclear:

O TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2a Região) concedeu habeas corpus revogando a prisão preventiva do almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva.

Considerado um dos mais importantes cientistas nucleares brasileiros e um dos pais do programa nuclear do país, ele foi condenado a mais de 40 anos de prisão na Operação Lava Jato.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Paulo Freire e a "escola sem partido"

Por Helena Borges, no site The Intercept-Brasil:

Um abaixo-assinado online já tem as assinaturas necessárias para que o Senado Federal discuta a retirada do título de patrono da educação brasileira dado ao educador e filósofo Paulo Freire. Segundo o pedido, a filosofia de Freire “já demonstrou em todas as avaliações internacionais que é um fracasso retumbante” [sic].

A meta inicial era atingir 20 mil assinaturas em quatro meses, número mínimo exigido para que a proposta se torne uma Sugestão Legislativa, a ser debatida pelos senadores membros da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Mas em apenas um mês, a ideia já conseguiu mais de 21 mil apoiadores.

PIS-Pasep: A mesquinharia oculta de Temer

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Mau como um pica-pau, Temer faz maldades até quando diz estar fazendo bondades. Em julho, ele anunciou que o governo faria uma gentileza, permitindo que mulheres com 62 anos ou mais, e homens com 65 ou mais, sacassem os recursos do PIS-Pasep que só poderiam sacar, pela regra então vigente, aos 70 anos. E que, com isso, seriam injetados R$ 15,9 bilhões na economia, trombeteou o governo. Mas debaixo desta bondade, Temer enfiou uma maldade contra os aposentados, que ficaram com os recursos temporariamente bloqueados.

'Justiça' Política quer prender Lula

Por Haroldo Lima, no Blog do Renato:

A crise que assola nosso país só poderá ser enfrentada e soluções verdadeiras só virão a partir do momento em que assumir a Presidência da República uma pessoa eleita pelo povo. A população não aceita que seus problemas sejam tratados por um governo ilegítimo, que chegou ao Poder através de um golpe e que é corrupto. O caminho da eleição é incontornável para a retomada da normalidade institucional em nosso país.

Merval Pereira foi bem pago pelo Senac-RJ

https://ajusticeiradeesquerda.blogspot.com.br/
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

A notícia é do Intercept.

Uma auditoria no Senac do Rio de Janeiro apontou diversas irregularidades na gestão de Orlando Diniz, amigo e ex-vizinho do ex-governador Sérgio Cabral, condenado na Lava Jato a 45 anos de prisão.

(A relação era muito boa. A governanta de Sérgio Cabral, Sônia Baptista contou em depoimento à Justiça Federal que os gastos pessoais do ex-governador que ficavam sob sua responsabilidade giravam em torno de R$ 120 mil a R$ 150 mil por mês. Sônia era lotada no Senac, mas não aparecia para trabalhar: “Era como se eu estivesse cedida”.)

A lei eleitoral e o projeto dos ultrarricos

Por Marco Aurélio Cabral Pinto, no site Brasil Debate:

A minirreforma eleitoral de 2015 foi realizada em meio a grande instabilidade política e visou à transição para um modelo com menor peso das corporações na vida política do país.

Neste artigo, procuro discutir o impacto das novas regras político-partidárias, de 2015 e 2017, sobre concentração de poder pelo seleto clube de ultrarricos, diretamente associados aos interesses financeiros internacionais.

Recursos públicos para partidos políticos

Quem mandou prender o filho do Lula?

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

O sinistro episódio da busca e apreensão na casa do filho do Lula é exemplar.

Primeiro, porque a Polícia (sic) Civil de São Paulo, comandada pelo Santo do Alckmin, vazou um detrito mole para Ilustríssima colonista da Fel-lha.

Nada mais exemplar.

A Fel-lha tem uma longa tradição de servir aos meganhas: é o que fazia quando cedia as caminhonetes com o logo do jornal para transportar os que iam ser torturados na OBAN.

Estragos da "reforma enxuta" da Previdência

Por Júlia Dolce, no jornal Brasil de Fato:

Lideranças governistas no Congresso estão se articulando para levar à votação no plenário da Câmara, até novembro, uma proposta mais "enxuta" da Reforma da Previdência. No entanto, o texto alternativo (ou emenda aglutinativa) ao texto-base da reforma, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 287 - de autoria do deputado Arthur de Oliveira Maia (PPS-BA) e aprovado em uma comissão especial da Câmara dos Deputados em maio deste ano - mantém os principais desmontes da Previdência.

Cancellier foi vítima do Estado policial

Por René Ruschel, na revista CartaCapital:

"Quem matou o reitor da UFSC, Luiz Carlos Cancellier?” A incisiva pergunta é o título de um artigo publicado pelo jornalista Carlos Damião, velho conhecido das histórias políticas em uma Florianópolis ainda estupefata pela morte do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina na segunda-feira 2. Cancellier pulou no vão livre de um shopping, indicam os laudos preliminares da Polícia Civil. A dúvida levantada por Damião refere-se às razões que o levaram ao desesperado ato.

O ataque à liberdade de pensamento

Editorial do site Vermelho:

A Constituição Cidadã de 1988 garante, em seu artigo 5º, a plena liberdade de opinião e manifestação do pensamento; e proíbe, explicitamente, no artigo 220º, “toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”.

O espírito democrático destas determinações constitucionais está sob ataque, na avalanche reacionária suscitada desde o golpe de Estado da direita em 2016.

A onda conservadora manifesta-se em inúmeras ações contra a livre expressão do pensamento, que vai desde tentativas contra a mídia independente, sobretudo pela internet, até a censura a exposições de arte e peças de teatro, que proliferam pelo país.

Contra Bolsonaro, frente única com Lula

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Embora sejam países diferentes em tudo – História, Geografia, Economia, Distribuição de Renda – não há dúvida de que o Brasil de 2017 guarda traços semelhantes com a Alemanha de 1933, aquela que deu os votos que permitiram Adolf Hitler formar um governo marcado pelo ódio institucionalizado, pela violência e pelo terrorismo de Estado.

Embora não tenha conseguido a maioria absoluta dos votos, Hitler foi o candidato mais votado. Isso lhe permitiu formar o governo e dar início a construção de uma ditadura que dominou a Alemanha por 12 anos consecutivos, produzindo uma herança que traumatiza o povo alemão até hoje e envergonha a humanidade inteira.

Xadrez do maior golpe da história

Por Luís Nassif, no Jornal GGN:

Na edição de ontem, a Procuradora Regional da República Eugênia Gonzaga – no artigo “As agressões à aniversariante da semana, a Constituição” – chamou a atenção para um conjunto de medidas que estão sendo tomadas, configurando um todo lógico na direção do maior golpe da história.

Entram aí as mudanças nas reservas indígenas, a concessão de terras públicas ao agronegócio e à mineração, a venda de terras aos estrangeiros e os investimentos em infraestrutura à rodo, sem analisar as consequências sobre preços futuros das tarifas.

terça-feira, 10 de outubro de 2017

TeleSur repercute ato de solidariedade a Cuba

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

A TeleSur, rede de mídia multi-estatal idealizada por Hugo Chávez e criada para oferecer um contraponto às agências internacionais de notícia e aos grandes grupos de comunicação comerciais, repercutiu atividade realizada nesta segunda-feira (9), no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo.

Em parceria com o Sindicato dos Arquitetos e o Sindicato dos Jornalistas, ambos de São Paulo, a entidade promoveu debate sobre a urgente solidariedade à Cuba, além de recordar o legado de Ernesto 'Che' Guevara no marco do cinquentenário de seu falecimento. O revolucionário foi peça chave na insurgência do povo cubano contra o jugo imperialista, culminando na revolução de 1959.

O que há por trás da reforma trabalhista

Um tributo ao jornalista Neiva Moreira

José Guimarães Neiva Moreira
Por Henrique Matthiesen

Em tempos de manipulação irresponsável, de um jornalismo tortuoso que em conluio com os interesses mais impudicos à república, resgato a figura singular de José Guimarães Neiva Moreira.

Neiva compreendia perfeitamente que sua função não era apenas informar, mas se utilizar dos jornais, revistas, TVs e rádios para transformar, para dar voz aos despossuídos de informação e direitos, e fazer desses meios de comunicação, notícia que gere ação, e consequentemente mudanças.

Outra premissa essencial do jornalista é de contextualizar os acontecimentos e provocar a sua reflexão, suas implicações, e ser um agente crítico.

Globo, Lava-Jato e a elite do atraso

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

O professor e sociólogo Jessé Souza não esconde que o seu objetivo é ambicioso: reescrever a história da formação da sociedade brasileira, confrontando pensadores como Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda. A premissa de A Elite do Atraso – Da Escravidão à Lava Jato (Casa da Palavra/Leya), que teve lançamento ontem (9) à noite em São Paulo, é de que os chamados donos do poder perpetuaram um modelo baseado na servidão, simbolizada pela "ralé" dos dias atuais. "É uma elite que entrega o país, sempre entregou, sempre produziu golpes de Estado", afirmou o autor, ao lado do jornalista Paulo Henrique Amorim, durante conversa aberta ao público, presente em número bem maior que os 168 lugares do auditório.