terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Porto Alegre marca nova etapa da resistência

Foto: Ricardo Stuckert
Por Miguel do Rosário, direto de Porto Alegre, no blog Cafezinho:

Anotações do primeiro dia…

Hoje Brizola faria 96 anos!

Um dos maiores líderes populares que o Brasil já teve, estaria orgulhoso de sua combativa Porto Alegre, que hoje lembrou alguns de seus mais belos momentos, em 1961, quando a cidade, sob liderança do então governador Leonel Brizola, foi sede de uma resistência que contaminou todo o país e derrotou o golpe.

Democracia brasileira é empurrada ao abismo

Por Mark Weisbrot, do jornal The New York Times, no site Carta Maior:

O estado de direito e a independência do poder judiciário são conquistas frágeis em muitos países – e suscetíveis a retrocessos bruscos.

O Brasil, último país do mundo ocidental a abolir a escravidão, é uma democracia bastante jovem, que saiu de uma ditadura há apenas três décadas. Nos últimos dois anos, o que poderia ter sido um avanço histórico – os governos do Partido dos Trabalhadores concederam autonomia ao judiciário para investigar e processar esquemas de corrupção oficial – mostrou-se o contrário. O resultado é que a democracia brasileira está mais frágil do que jamais esteve desde o fim do regime militar.

Lula e os políticos de toga

Por Rodrigo Martins, na revista CartaCapital:

Sem preocupação alguma com o decoro, o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Carlos Eduardo Thompson Flores, decidiu roubar a cena na semana anterior à análise da apelação apresentada pela defesa de Lula, prevista para a quarta-feira 24.

Após relatar que os juízes da Corte têm recebido ameaças, principalmente nas redes sociais, o desembargador bateu à porta do general Sergio Etchegoyen, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal.

O Brasil, o golpe e o voo das baratas

Por Flávio Aguiar, na Rede Brasil Atual:

Conversava eu com um amigo meu, carioca, com sua ironia da gema, sobre o estado atual do golpe em curso no Brasil, quando ele me surpreendeu com esta metáfora eloquente: "parece um voo de baratas".

Explico. Eu dizia que nos golpes clássicos, a que nos acostumamos na América Latina, tínhamos um script definido. As ratazanas civis conspiravam, faziam os contatos "prima facie", isto é, a Embaixada dos Estados Unidos, e insuflavam o espírito gorila nos militares, até que estes – muitas vezes movidos por sentimentos corporativos e disciplinares – se decidissem. Eles punham então os tanques na rua, faziam o trabalho sujo e repressivo, derrubando o governo e instalando um novo.

Os três pecados mortais da sentença de Moro

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Dentro de poucas horas os três desembargadores de Porto Alegre dirão se o Brasil se manterá na trilha democrática, já esburacada pelo golpe de 16, ou se enveredará de vez pelo caminho escuro do novo autoritarismo, em que a Justiça se presta ao controle da vontade popular, condenando um candidato sem prova inconteste, para tirá-lo do páreo. Isso é o que enunciam juristas brasileiros e estrangeiros, alguns renomadíssimos, como Ferrajoli e Zaffaroni. Isso é que desperta e move manifestantes em defesa do ex-presidente Lula, não só em Porto Alegre, mas no Brasil todo e em muitas cidades do mundo.

Mídia só gosta de protesto da direita

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

O Brasil se aproxima de um momento histórico que definirá o futuro do país na próxima década. Na semana que entra, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região irá julgar recurso do ex-presidente Lula contra condenação que lhe foi imposta pela 13ª Vara Federal de Curitiba em julho do ano passado sob acusação de ter recebido um apartamento “tríplex” no Guarujá (SP) como “propina” da empreiteira OAS.

Antes de prosseguir, vale citar o fato de que as “provas” usadas para condenar o ex-presidente são

Eleição sem Lula é golpe

Por Breno Altman, em seu blog:

O julgamento recursal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não é apenas um divisor de águas para a disputa presidencial de 2018. A decisão a ser proferida pelos desembargadores, até agora contaminada por atropelos e arbitrariedades, terá graves consequências sobre a ordem política fundada em 1988.

Eventual confirmação da sentença exarada pelo juiz Sergio Moro, condenando o líder histórico do PT, buscando tirá-lo do páreo eleitoral, representará o último prego no caixão da 6ª República, da Constituição que lhe deu origem e do regime democrático conquistado há trinta anos.

Facebook Kids: agora, em busca das crianças

Por Roberto Gonzalez, no site Outras Palavras:

Nos últimos meses, as empresas de redes sociais têm passado por escrutínios cada vez mais rigorosos por parte dos críticos de mídia, grupos de vigilância e comitês do Congresso dos Estados Unidos.

A maioria das críticas gira em torno de como Facebook e Twitter facilitaram a propagação de mensagens sediciosas criadas por agentes russos durante as eleições presidenciais dos EUA em 2016, com o intuito ostensivo de polarizar os eleitores americanos. Anúncios de autoatendimento, “bolhas de filtro” e outros aspectos das redes sociais tornaram a manipulação das massas fácil e eficiente.

Só ódio aos pobres pode condenar Lula

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Meio século depois de ter surgido na vida pública como a principal liderança operária de nossa história, Lula enfrenta a partir de amanhã uma das mais difíceis etapas de uma existência que teve início na luta pela reposição de perdas salariais de 1974 para questionar a partilha de poder e riquezas, no Brasil e mesmo em escala mundial, com a iniciativa de construção dos BRICs.

O cenário, nós sabemos, é o TRF-4. É ali que, três desembargadores definirão um novo passo - para um lado ou para outro - no destino de Lula.

Lula, a democracia e a legalidade

Foto: Ricardo Stuckert
Editorial do site Vermelho:

A defesa da democracia e da Constituição – este é o sentido maior da mobilização que ocorre nesta semana, com auge no dia 24, em Porto Alegre, contra o julgamento de exceção do ex-presidente Lula e pelo seu direito de disputar a presidência da República.

Toda eleição presidencial, no Brasil, tem girado em torno dos rumos para o país, que se encontra em uma encruzilhada histórica onde há dois caminhos a seguir. Um é o da democracia e seu fortalecimento, com maior protagonismo do povo e a defesa da soberania nacional. O outro caminho é da submissão do Brasil às empresas estrangeiras e ao imperialismo, o predomínio da ganância financeira, a paralisia da economia, o desemprego, a exclusão e ataque aos direitos do povo, o aumento do número de pobres e a inclusão do Brasil no Mapa da Fome da ONU.

Irmão do Jorel e o jornalismo brasileiro

Os abusos da Lava-Jato contra Lula

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Rede Globo é ocupada no Rio de Janeiro

Por Altamiro Borges

Principal protagonista do golpe que depôs Dilma Rousseff e alçou ao poder a quadrilha de Michel Temer e maior responsável pela campanha de ódio contra o ex-presidente Lula, a Rede Globo agora paga os seus pecados. Na manhã desta segunda-feira (22), a sede da empresa no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, foi ocupada por ativistas dos movimentos sociais. Segundo relato do jornal Brasil de Fato, “cerca de 150 pessoas estão acampadas no prédio da emissora. A ação é organizada por movimentos populares e tem por objetivo denunciar o empenho da emissora na condenação do ex-presidente Lula e da democracia”.

5 bilionários e 100 milhões de miseráveis

Por Altamiro Borges

É público e notório que a cloaca empresarial orquestrou, financiou e incentivou a cavalgada golpista que resultou no impeachment de Dilma Rousseff e na chegada ao poder da quadrilha de Michel Temer. Entidades patronais, como a Fiesp (indústria), a Febraban (banqueiros) e a CNA (ruralistas), distribuíram patinhos amarelos e divulgaram mensagens de apoio ao golpe dos corruptos. Agora, um relatório da ONG britânica Oxfam, que será apresentado no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, ajuda a entender os motivos desta conspiração. A chamada elite – ou “zelite” – quer manter e ampliar os seus privilégios. Ela nunca teve e nunca terá qualquer compromisso com a democracia. O golpismo e o fascismo estão no seu DNA.

Alô, classe média: precarização vai te pegar

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

A classe média, tola como é, acha que a precarização do trabalho vai atingir apenas os “inferiores” – faxineiras, vendedores, a turma sem qualificação – faria bem em ler a entrevista do sociólogo Ruy Braga, professor da Universidade de São Paulo, na Folha deste domingo.

Ele antecipa o que, no jornalismo, já sabemos que vem crescendo, a precarização do trabalho: não temos mais emprego, mas apenas trabalho sem direitos, em troca do benefício “imediato” de ser “pessoa jurídica”.

O que está em jogo em Porto Alegre

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

O julgamento de Lula no TRF-4, em Porto Alegre, nesta quarta-feira, é só o cumprimento de um ritual para confirmar sua condenação em segunda instância.

A única dúvida restante é o placar final: 3 a 0 ou 2 a 1 pela condenação.

Lula já estava condenado antes de Sergio Moro anunciar sua sentença no ano passado, a partir do momento em que o juiz se aliou aos procuradores da Lava Jato que fizeram a denúncia do triplex nos interrogatórios do ex-presidente.

UNE instala sede em Porto Alegre

Por Naira Hofmeister, no site Vermelho:

Pela segunda vez em sua história de 80 anos, a União Nacional dos Estudantes (UNE) vai transferir sua sede física de forma temporária para outra localidade. Um ato na próxima segunda-feira, às 13 horas, marcará a instalação da Executiva Nacional na sede do Diretório Central dos Estudantes da Ufrgs, em Porto Alegre.

“Vamos repetir um gesto que fizemos em 1961, durante a Legalidade. Entendemos que estamos vivendo um processo de ruptura democrática muito semelhante àquele e defendemos o direito de Lula ser candidato à presidência da República”, explicou a diretora de comunicação da UNE, Nágila Maria, estudante de psicologia da Universidade Federal da Bahia.


"Coxinhas" se consagram no Carnaval

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Eles deram os primeiros espasmos em 2014, quando mandaram Dilma tomar no c… na abertura da Copa.

Viram que tinham voz e, sobretudo, plateia para exercer sua falta de civilidade, de modos e de inteligência.

Pegaram impulso ao longo dos anos seguintes, puxados pelas milícias do MBL, Vem Pra Rua, Revoltados Online, entre outros.

Invadiram as ruas pelo impeachment, apareceram na televisão, deram entrevistas, ficaram famosos, criaram coreografias vexaminosas.

Os vivos-mortos e a hora do confronto

Por Aldo Fornazieri, no Jornal GGN:

As denúncias envolvendo os mal-feitos de Bolsonaro e de seus filhos representam a queda do último baluarte do golpismo. Em poucos meses, Bolsonaro virará quase nada. Ele foi o último refugio das hordas moralistas iradas que tomaram as ruas para derrubar a presidente Dilma. Foi, sem dúvida, um impressionante clamor por moralidade. Mas foi um movimento comandado por moralistas sem moral, por hipócritas de todas as espécies, por cínicos, por despudorados. Uns queriam o poder para se salvarem. Outros o queriam para continuar na senda do crime e da corrupção. Quase todos queriam bloquear e reduzir as parcas conquistas de direitos e de bem estar por parte dos mais pobres.

Sérgio Cabral e a humilhação escravista

Por Haroldo Lima, no Blog do Renato:

“Verdadeiramente eu vivo num tempo sombrio”, disse Bertold Brecht quando crescia o nazismo na Alemanha. Angustiado, indagava “que tempo é este em que uma conversa sobre árvores chega a ser uma falta, pois implica em silenciar sobre tantos crimes?”. E, inquieto, perquiria aos insensíveis: por que a “frieza baixou” sobre tanta gente?

Tudo isso nos acode quando vemos, a 18 deste mês, em pleno século XXI, o aparato Judicial/Policial Federal do Brasil exibir, abertamente, a todo o país e ao mundo, a cena de uma pessoa, sob sua guarda, sendo humilhada de uma das formas pelas quais o Brasil escravocrata humilhava, bestialmente, os escravos, acorrentando seus pulsos, braços e pés. Porque foi assim que as coisas se deram.