sábado, 10 de fevereiro de 2018

O dilema existencial (e comercial) de Huck

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O Painel da Folha traz hoje uma história que dá medida do grau de oportunismo e ridicularia a que chegou a política para as elites dominantes deste país:

Fernando Henrique Cardoso não foi o único político procurado por Luciano Huck. Após consultar o cardeal tucano, o apresentador reativou pontes com as cúpulas de partidos que, em algum momento, acenaram à sua candidatura ao Planalto, como o DEM. A todos, externou dúvida profunda. Pediu conselhos e ouviu que as decisões mais difíceis são aquelas que se tomam na solidão. Disse ter medo de se lançar e depois ser traído. Se quiser disputar, avisaram, terá que abraçar o risco.

A ascensão dramática da desigualdade

Por Prabhat Patnaik, no site Carta Maior:

A Oxfam acaba de produzir um relatório no qual destaca o aumento dramático na desigualdade de riqueza que está a verificar-se na Índia.

Os dados básicos que utiliza são do Credit Suisse, o qual regularmente publica o Global Wealth Databook. E de acordo com o Credit Suisse os 1 por cento do topo da população indiana açambarcaram 73 por cento da riqueza adicional gerada no ano de 2017.

Trata-se de um número incrível por si mesmo. Além disso, esta percentagem, que se refere ao ano passado, é mais alta do que o número que prevalecer antes deste ano, o qual era de 58 por cento. A percentagem à margem sendo mais elevada do que a percentagem média significa que a própria média, já extremamente elevada, está em vias de ascender ainda mais.

Tillerson e o vira-latismo latino-americano

Não deixem te enganar sobre a Previdência

Por Jandira Feghali

A mensagem presidencial na abertura da sessão legislativa de 2018 escancara a visão deste governo no que se refere à reforma da previdência. O texto é dividido em 5 eixos temáticos: econômico; infraestrutura; social e cidadania; o Brasil e o mundo; e gestão pública.

Nada mais esclarecedor do que verificar em qual desses eixos está colocada a Previdência Social. Para este governo a previdência não está inserida no eixo social, mas no econômico, tratada como um problema econômico. Não é por outro motivo que a reforma do governo aniquila a previdência como direito social, para cortar direitos dos trabalhadores e para privilegiar o mercado. Esta é a verdade que está estampada na mensagem presidencial para quem quiser ver. São taxativos ao afirmar que “a Reforma da Previdência é mais um componente essencial no conjunto de reformas para a recuperação do equilíbrio das contas públicas”.

Cármem Lúcia é que vai se apequenar

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

O jogo do ministro Luiz Fachin parece claro: poderia ter negado o pedido de Habeas Corpus da defesa de Lula mas jogado a bola para a segunda turma, em que ele é minoria. Iria perder, contra o voto de Toffoli, Gilmar, Lewandowski e possivelmente também o de Celso de Mello, que vêm se manifestando contra a possibilidade de prisão a partir da condenação em segunda instância. Resolveu jogar para o plenário, apostando que o TRF-4 determinará a prisão de Lula antes que a presidente do Supremo, ministra Cármem Lúcia, paute o assunto. Há poucos dias ela declarou que o reexame da polêmica decisão de 2016, a partir da condenação do ex-presidente, apequenaria o tribunal. Mas agora ela é que se apequenará se deixar de pautar o assunto apenas para manter a palavra anterior contra a revisão do assunto (por vaidade) ou porque o beneficiário da mudança seria alguém de quem ela não gosta (por motivação político-ideológica).

Previdência deixa de arrecadar R$ 25 bi


Um estudo divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) aponta uma arrecadação potencial superior a R$ 25 bilhões no ano para a Previdência Social que poderia ser obtida sem desemprego e o nível atual de informalidade no mercado de trabalho. Elaborado pela subseção do Dieese na entidade, o estudo considera a força de trabalho brasileira, medida pelo IBGE, e o impacto da eventual contribuição de desempregados e trabalhadores informais no país.

Conar vai julgar propaganda de Temer

Do site Vermelho:

O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) está questionando o teor de propagandas do governo federal sobre a Reforma da Previdência. Na sanha por vender uma ideia palatável à população, o governo pode ter “esquecido” de reforçar o caráter publicitário de sua mensagem.

A peça questionada pelo conselho foi veiculada em dezembro de 2017, durante a transmissão do Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan FM, de São Paulo. O Conar questiona se o caráter publicitário do material foi suficientemente destacado, uma vez que foi veiculado em meio a um programa jornalístico. O conselho afirma que o que está em questão é um aspecto técnico, e não o conteúdo da peça. A expectativa é que o assunto entre na pauta do Conselho de Ética do Conar ainda este mês.

"Aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei"

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

“O maior inimigo da moralidade não é a imoralidade, mas a parcialidade. O primeiro atributo dos julgamentos morais é a universalidade. Pois espera-se de tais julgamentos que sejam simétricos, que tratem semelhantes de forma equivalente” (Vladimir Safatle, colunista da Folha).

Em entrevista recente à BBC, o ministro do STF Luis Roberto Barroso declarou que dos 650 mil presos brasileiros, poucos têm contra si tantas provas como Aécio Neves, denunciado pelos delatores da Odebrecht e da JBS.

A democracia seletiva de FHC

Por Maurício Dias, na revista CartaCapital:

Com muito papel à disposição, oferecido pela mídia aliada desde outros carnavais, Fernando Henrique Cardoso costumeiramente tem bombardeado Luiz Inácio Lula da Silva com palavras e acusações vãs.

A intenção do príncipe dos sociólogos é a de desqualificar o metalúrgico como deixa antever, pela undécima vez, na coluna dominical assinada por ele em dois jornais: O Globo e Folha de S.Paulo.

Sem muita certeza, FHC julgou que a pátria amada precisa muito “de líderes como de instituições”.

Leitora conta como deixou de ser coxinha

Por Claudia Hug, no blog Socialista Morena:

Primeiramente quero deixar claro que não possuo nenhum conhecimento profundo sobre orientação política, seja de direita ou esquerda. Meu objetivo é compartilhar minha visão do mundo e a experiência de ter “passado para o outro lado”.

Para contextualizar, vou contar um pouco da minha vida. Sou filha de dois baianos pobres e negros que, com muito sacrifício, criaram a mim e minhas irmãs. Passamos por muitos perrengues, tragédias, mas hoje percebo que também tivemos muitos privilégios e sorte.

Sou enfermeira, especialista em controle de infecção, tenho três filhos, sendo dois do meu primeiro casamento. Nasci, morei e trabalhei em São Paulo até 2014. Sempre tive um pensamento político mais conservador e à direita, provável fruto da falta de conhecimento da minha família e meu.

Mundo já esqueceu lições da crise de 2008

Por Alexandre Rodrigues, no site The Intercept-Brasil:

Quatro trilhões de dólares sumiram das bolsas de valores no mundo todo na última segunda. A queda do Dow Jones foi a pior em seis anos. O índice que reúne as 100 principais empresas da bolsa de Londres não via números tão ruins em dez meses. Mesmo a resiliente Bovespa, que sobe até depois da nota de crédito do Brasil ser rebaixada, caiu 2,5%. Nesta quinta-feira, nova porrada, com quedas expressivas – chamadas de mini-crash – nas principais bolsas do mundo. Em apenas dois pregões, a prática se mostrou muito diferente do que foi dito no frio de Davos, duas semanas atrás, quando a elite financeira mundial proclamou 2018 o ano do otimismo. Os mercados deram um sinal de que não é bem assim.

Paraísos fiscais: Os ricos sem fronteiras

Por Reginaldo Corrêa de Moraes, no Jornal da Unicamp:

O tema dos paraísos fiscais pipocou forte na mídia há perto de dois anos, sobretudo depois da publicação dos Panama Papers, enorme banco de informações reunidas por um consórcio internacional de jornalistas.

Dois desses jornalistas – Bastian Obermayer e Frederik Obermaier – contam parte dessa aventura em um livro [The Panama Papers – breaking the story of how the rich & powerfull hide their money, Oneworld Publicationsd, 2016]. O personagem principal é a firma panamenha Mossack Fonseca, que facilitou as operações de milhares de ricaços e corporações, atividades mais ou menos legais, mais ou menos ilegais, mas todas muito desejosas de sigilo.

Fux e a ilegalidade a jato contra Lula

Por Jeferson Miola, em seu blog:

Luiz Fux se jogou de corpo e alma na caçada à jato do ex-presidente Lula.

Ele imita os fascistas da Lava Jato - procuradores, policiais federais, Sérgio Moro e os verdugos do tribunal de exceção da Lava Jato [TRF4] - que praticam todo tipo de atropelos e ilegalidades para implodir rapidamente a candidatura do Lula.

Mal assumiu a presidência do TSE, no discurso de posse já saiu garganteando a “nova e célere” jurisprudência que pretende criar no tribunal eleitoral para detonar a candidatura do Lula.

Lula mostra a coragem de fazer História

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Embora o calendário informe que faltam sete meses para a eleição presidencial, enfrentamos um período histórico com tantas incertezas - só sabemos que nada sabemos sobre o que vai acontecer até o fim do Carnaval - que é bom aprender a distinguir um necessário pacto de reconstrução da democracia dos conhecidos cantos de sereia que surgem nessas horas.

A melodia é uma chantagem desafinada, foi exposta por Gilmar Mendes e já pode ser ouvida em várias conversas ao longo da semana.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

A obstrução da democracia é articulada?

Por Celso Napolitano, no site do Diap:

Desde a efetivação de Michel Temer, as forças liberais e fiscalistas conseguiram fazer com que os três poderes assumissem, sem qualquer cerimônia, a agenda do mercado e numa perspectiva muito preocupante para a democracia.

Seria isto uma ação articulada e coordenada ou apenas resultado de guinada à direita ou rumo ao “livre mercado”, que responde ao “humor" presente na sociedade atual? A conferir.

O fato é que os temas ou as vozes que possam criar dificuldades ou interromper a trajetória de desmonte do Estado têm sido eliminados do debate ou da possibilidade de deliberação, numa completa negação do direito de participação das pessoas e das instituições.

A Folha saiu do Facebook. E agora?

Por Renata Mielli, no site Mídia Ninja:

Nesta briga de titãs, não nos cabe defender um ou outro monopólio. Mas não resta dúvida: Já passou da hora de mais setores da sociedade, em particular da mídia alternativa, repensarem sua presença no Facebook e descortinarem outros mecanismos que recuperem o papel da própria rede mundial de computadores, para enfim reduzir o poder desta corporação que quer fagocitar a internet.

Nesta quinta-feira, 08 de fevereiro, a Folha de S.Paulo anunciou, em chamada de capa, que não vai mais publicar seus conteúdos no Facebook. Os motivos elencados pelo jornal são: a alteração dos algoritmos implementada pela plataforma que “passou a privilegiar conteúdos de interação pessoal, em detrimento dos produzidos por empresas, como as que produzem jornalismo profissional”, e o fato de o Facebook não ter conseguido “resolver satisfatoriamente o problema de identificar o que é conteúdo relativo a jornalismo profissional e o que não é”, o que de acordo com a Folha contribui para a disseminação das “fake news”.

Samba da "comuna que pariu"

"Bolsomico" e o carnaval dos idiotas

Marchinha: "Não vá mexer na Previdência"

Globo mostra que Huck mentiu ao TSE

Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:

É no mínimo irônico que a emissora de TV que veiculou propaganda eleitoral ilegal para seu apresentador de programa de auditório Luciano Huck integre o grupo empresarial do qual outro braço demonstrou inapelavelmente que tanto o apresentador quanto seu patrão estão mentindo à Justiça eleitoral.

Em 8 de janeiro deste ano, o Partido dos Trabalhadores representou ao TSE contra “prática de abuso dos meios de comunicação e do poder econômico cumulado com propaganda eleitoral antecipada (…) por ocasião do programa de televisão ‘Domingão do Faustao’ que foi ao ar no dia 7.1.2018’”. Naquele programa, Huck fez discurso político durante o programa.