quarta-feira, 14 de março de 2018

Cármen Lúcia e o sapo da Fiesp

Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Há uma dissonância cognitiva na bravata de Cármen Lúcia proferida em evento da Folha nesta terça, dia 13.

“Eu não lido, eu simplesmente não me submeto a pressão”, declarou a presidente do STF num encontro sobre mulheres no poder.

Uau! Que coragem!

Cármen fora questionada sobre o “lobby” em torno de Lula e da discussão sobre prisão após condenação em segunda instância.

Os negócios enrolados de Alckmin e Aécio

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

O cidadão declara à Receita que tem R$ 700 mil em cotas de uma rádio da família. Um ano depois, vende estas mesmas cotas por R$ 6 milhões a uma irmã.

Um bom negócio? Sem dúvida, mas se este cidadão é o senador Aécio Neves, ex-presidenciável tucano, que viu seu patrimônio triplicar depois da eleição de 2014, passando de R$ 2,5 milhões em 2015 para R$ 8 milhões no ano seguinte, tem alguma coisa estranha sob este angu mineiro.

O repentino enriquecimento de Aécio foi revelado após a quebra do seu sigilo fiscal no inquérito da Lava Jato que investiga o senador no caso daqueles R$ 2 milhões que pediu a Joesley Batista para pagar advogados, com áudio gravado e o vídeo da entrega do dinheiro a um parente.

Quem pressiona Cármen Lúcia?

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Desconhecia-se, até agora, a natureza imperial do cargo de presidente do Supremo Tribunal Federal.

Ficamos sabendo, agora, que a Ministra Cármen Lúcia é Sua Majestade e, por direito divino, coloca em votação no STF apenas aquilo que quer e não aquilo que a legislação e as regras do tribunal determinam que seja decidido pelo colegiado ou o que seus pares consideram urgente e relevante.

O habeas corpus, por definição, é o remédio mais agudo e desesperado de qualquer cidadão que esteja sofrendo ou se ache na iminência de sofrer uma violência a seu ver descabida. É a garantia do preceito constitucional da razoável duração do processo, leia-se que a demora em tomar decisões crie lesões sem reparação possível. Por isso, qualquer estudante de Direito sabe, é algo a ser decidido com a máxima urgência.

terça-feira, 13 de março de 2018

Lula e a sanha antidemocrática da direita

Foto: Ricardo Stuckert
Editorial do site Vermelho:

A classe dominante brasileira, com poucos e honrados setores, não é democrática. Nunca foi. E semeou a história, desde os tempos da Independência, de ataques contra a legalidade e a soberania nacional. Tem como divisa uma frase que o primeiro-ministro francês Odilon Barrot disse em 1849: a legalidade nos mata!

Esta é a divisa de sua ação contra o ex-presidente Lula, alvo da sanha antidemocrática. Lula é um líder popular, surgiu das greves e da luta social do final da ditadura militar de 1964, marca de origem que o torna objeto do ódio político da direita e dos conservadores. Quando foi eleito pela primeira vez, em 2002, o povo pobre do Brasil – que sempre esteve fora dos cálculos políticos e dos projetos conservadores – viu em sua ascensão como se fosse “um de nós” agora na Presidência da República.

Nobel da Paz defende Lula e a democracia

O golpe, Lula e o STF

Por Jessé Souza, na revista CartaCapital:

Para uma elite como a nossa, inimiga do próprio povo, o único medo e pavor é de uma rebelião popular. Medo este ancestral em toda elite escravocrata, que é o medo da revolta dos escravos. E quando se trata da rapina rentista, os escravos são muitos, inclusive na classe média. No entanto, para que aconteça uma reação é necessário quebrar crenças afetivas profundas da população.

É isso que acontece hoje sem que o comando burro do golpe perceba. O burro imagina que basta produzir um efeito concreto na realidade externa para acreditar que obteve sucesso na sua ação. O inteligente, ao contrário, sabe que além do efeito na realidade externa no sentido desejado é necessário “legitimar” a referida intervenção.

Exército no Rio lembra a tragédia mexicana

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Numa cultura habituada a comparações e metáforas, é possível que tenha chegado a hora dos brasileiros trocarem de referência.

Se as décadas de 1980 e 1990 dos planos anti-inflacionários lançados em Buenos Aires e mais tarde reproduzidos em Brasília permitiu a aplicação de um slogan de uma marca de vodka ("Eu sou você amanhã"), o momento atual é outro.

O desmonte do bem-estar social, da soberania nacional e o rebaixamento das das Forças Armadas para missões de segurança interna como combate ao tráfico de drogas aproxima brasileiros e mexicanos como poucas vezes na história.

As previsões do "dream team" da economia

Por Emilio Chernavsky, no site Brasil Debate:

Desde que assumiu, a equipe formada pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles e pelo presidente do Banco Central Ilan Goldfajn e por seus auxiliares diretos tem sido largamente celebrada pela maior parte dos analistas do mercado financeiro e da mídia especializada, que a ela com frequência se referem como “dream team” da economia, o time dos sonhos.

Não obstante os aplausos, os resultados alcançados têm estado distantes daqueles que manchetes publicadas desde então tais como “A decolagem da economia” (Isto É Dinheiro, 22/07/2016) sugeriam. Com efeito, a despeito de partir de uma base deprimida por dois anos de profunda recessão e desfrutando de um cenário externo favorável e de um apoio no Congresso que o governo anterior nunca teve, o PIB em 2017, primeiro ano completo do governo Temer, registrou um crescimento pífio de 1% que, mesmo pequeno, somente foi possível graças ao avanço recorde da produção agropecuária e à tímida expansão do consumo no ano proporcionada pela liberação dos saldos das contas inativas do FGTS, eventos que não se repetirão em 2018.

A Pós-Verdade e seu tempo político

Por Christian Dunker, no site Outras Palavras:

Nos anos 1990, Woody Allen dizia que o mundo podia ser horrível, mas ainda era o único lugar onde se poderia comer um bife decente. Nos anos 2000, Cyfer, o personagem de Matrix que decide voltar para o mundo da ilusão, declara: “a ignorância é uma bênção”. Portanto, não deveríamos nos assustar quando o dicionário Oxford declara o termo “pós-verdade” a palavra do ano de 2016. Uma longa jornada filosófica e cultural foi necessária para que primeiro aposentássemos a noção de sujeito, depois nos apaixonássemos pelo Real, para finalmente chegar ao estado presente no qual a verdade é apenas mais uma participante do jogo, sem privilégios ou prerrogativas.



Para a esquerda, só há solução na democracia

Por Roberto Amaral, em seu blog:

Uma das características mais distintivas da história brasileira é seu caráter recorrente, uma sequência de farsas e tragédias, um perverso processo circular que retarda o desenvolvimento em seus diversos patamares, seja econômico, seja político, seja social.

Não foi por acaso, e sem consequências para nosso futuro presente, que tenhamos conquistado a Independência sem a luta pela independência, negociando-a junto aos bancos ingleses e aos embaixadores do império britânico, do qual Portugal era um protetorado pouco levado a sério.

Uma "Ley de Medios" para o Facebook

A comunicação para enfrentar os retrocessos

Os perigos do mundo neoliberal

Por Tarso Genro, no site Sul-21:

Uma das características mais marcantes da avaliação dos custos das reformas ditas “liberais” – o mais correto seria dizer neoliberais, pois o liberalismo político é democrático e depois de Weimar é também “social”- é a sua quantificação economicista. É uma quantificação estreitamente vinculada a manejos orçamentários e à manipulação de dados financeiros, que visam demonstrar que as “reformas” que encaminham estão na “direção certa”.

IR: um emblema da injustiça tributária

Por Paulo Gil Introíni, na revista Teoria e Debate:

"No cerne de cada transformação política importante, encontramos uma revolução fiscal.” Thomas Piketty

Apoiada na premissa de que a desigualdade é um valor positivo, a razão neoliberal tem como um de seus objetivos centrais a desoneração tributária dos mais ricos. Deslocar o fardo de sustentar a sociedade para os pobres e classe média” tem sido um dos princípios de concentração de riqueza e poder adotados pela oligarquia norte-americana e que transformaram os numa plutocracia, como afirma Noam Chomsky [1].

As consequências da prisão de Lula

Foto: Ricardo Stuckert
Por Manuela D´Ávila, no Blog do Renato:

Caso seja efetivada, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será o ponto alto da ruptura do pacto democrático no Brasil iniciada com o golpe de Estado de 2016. Trata-se de um processo constante e dirigido de esvaziamento da democracia e das liberdades mais elementares.

A resultante dessa arbitrariedade será uma fratura na sociedade brasileira, cuja responsabilidade inicial é daqueles que retiraram da Presidência uma mulher democraticamente eleita para implementarem o desmonte da Nação e dos direitos do povo. Ao promoverem essa ruptura, ultrapassaram uma faixa muito perigosa, rompendo com um princípio básico do regime democrático, que é a aceitação dos resultados eleitorais pelos grupos vencidos nas urnas.

Debate: Unidade para reconstruir o Brasil

Do site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

O manifesto Unidade para reconstruir o Brasil, cujo intuito é apontar caminhos para a luta democrática e unitária em torno de um projeto de país à esquerda, será tema de debate no dia 20 de março, em São Paulo. A partir das 19 horas, o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé recebe, em sua sede (Rua Rego Freitas, 454, sala 83 - República), os presidentes de quatro das cinco fundações que assinam o documento. São eles: Marcio Pochmann (Fundação Perseu Abramo), Renato Rabelo (Fundação Mauricio Grabois), Francisvaldo Mendes (Fundação Lauro Campos) e Manoel Dias (Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini). A jornalista Maria Inês Nassif e a presidenta da UJS, Carina Vitral, farão comentários durante o diálogo. A entrada é livre e a atividade será transmitida pelo Barão de Itararé.

segunda-feira, 12 de março de 2018

Doria avisou: cunhado pode afundar Alckmin

Por Altamiro Borges

Em agosto do ano passado, o “prefake” João Doria, que bicou seu padrinho político na disputa pela vaga do PSDB nas eleições presidenciais, insinuou que um sinistro cunhado ainda poderia detonar as pretensões de Geraldo Alckmin. Matéria do jornal Valor, assinada por Rosangela Bittar, detalhou a fritura na ocasião. “Não é segredo. Doria está fazendo gato e sapato de Alckmin. Não há um tucano paulista, dos bem autênticos, que não tenha uma história para contar sobre o bombardeio do prefeito contra quem imagina ser seu adversário interno. Os interlocutores estão saindo horrorizados com a má propaganda e a baixa perspectiva que se cria para Alckmin: Doria não perde oportunidade de dizer que vem aí uma bomba, uma delação irrespondível, que esse ‘negócio de cunhado é difícil’”.

O bizarro encontro entre Temer e Lúcia

Por Tadeu Porto, no blog Cafezinho:

Que a República Nova ruiu em 2016 eu já suspeitava, só não sabia que o velório ia ser tão vergonhoso e aterrorizante.

[Pelo menos não podemos condenar a história ou o acaso, afinal, nesse período horripilante da nossa trajetória, cada figura que se destaca parece ter saído direto de um filme de terror.]

Com ou sem a direção do Zé do Caixão, as instituições estão funcionando normalmente, dizem os golpistas no primeiro microfone que aparece na sua frente.

Ameaça a Alckmin se chama Álvaro Dias

Por Renato Rovai, em seu blog:

Mesmo sem ter conseguido emplacar dois dígitos nas pesquisas eleitorais até o momento, após governar o maior estado da federação por quase quatro mandatos, Alckmin parecia estar conseguindo empinar sua candidatura para uma ida segura ao segundo turno por alguns motivos. Não teve adversários internos no PSDB e por absoluta necessidade Serra e Aécio terão de apoiá-lo, mesmo que de forma discreta. O plano Huck parece ter sido deixado de lado. E Lula deve ter sua candidatura impedida. Se é que não estará preso durante o processo eleitoral.

A prisão de Lula e o fim das ilusões

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Ilusão 1 – o fim do Estado de Exceção

Alguns sonhadores acreditavam que, consumado o objetivo do golpe – o impeachment e a inabilitação de Lula como candidato – haveria um refluxo do Estado de Exceção. Hoje em dia, apenas Fernando Henrique Cardoso sustenta essa falácia – sabendo que as pessoas acreditam que ele não acredita em uma vírgula do que fala.

Hoje em dia, qualquer pessoa contrária ao sistema está sob ameaça. Os exemplos são diários: