A execução de Marielle Franco está provocando um terremoto político capaz de rearranjar as placas tectônicas do cenário nacional. Com efeito, a repercussão nacional e internacional do caso assumiu proporções gigantescas, que podem redundar num movimento que tenha incidência direta e decisiva na sucessão presidencial e no futuro do golpe continuado.
Em princípio, um movimento como esse tenderia a beneficiar as forças progressistas do país, aglutinando-as e fortalecendo-as. Porém, o caso pode ser usado pela direita e pelo governo golpista, com o intuito de afirmar sua autoridade contra “bandidos”, demonstrar eficiência no “combate à criminalidade”, associar tal combate à “relativização de direitos” e à supressão da democracia plena e impor, como desejável e necessária, a pauta autoritária e regressiva do golpe.