quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Moro faz o jogo de Jair Bolsonaro

Por Umberto Martins, no site da CTB:

Na véspera das eleições o juiz Sergio Moro move velhas peças da Operação Lava Jato com o propósito de desacreditar Lula e o PT, de forma a favorecer o candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro. É a isto que se presta o vazamento de trechos da delação premiada de Antonio Palocci, que não trazem nada de novo, mas não surgem por mero acaso ou coincidência neste momento crítico.

A construção do 'mito' e o papel da mídia

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Um estudo feito por pesquisadores da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e publicado em agosto pela Revista da USP mostra como a mídia comercial promoveu o candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro ao dar espaço para seu discurso contra os Direitos Humanos e os LGBTs e em defesa do golpe militar, da ditadura e da tortura a seres humanos. A partir da análise de 536 matérias da Folha de S.Paulo e do Estadão durante os 30 anos de carreira do atual deputado federal do PSL, os pesquisadores chegam à conclusão que Bolsonaro se tornou conhecido, com a ajuda dos jornais, mais pelas agressões verbais do que por qualquer outra razão.

Rede Havan escancara o voto de cabresto

Por Piero Locatelli, no site The Intercept-Brasil:

Nesta campanha eleitoral, o Brasil escancarou algumas práticas que deveriam repousar na história. A uma semana do primeiro turno, mais uma delas veio à tona quando alguns patrões resolveram decidir em quem seus funcionários deveriam votar para que mantivessem seus empregos.

O voto de cabresto foi amplamente utilizado há 100 anos, na República Velha, e alguns patrões seguiram mandando no voto de empregados em diferentes locais. Agora, a prática é mostrada ao vivo no Facebook, direto de um dos estados mais ricos do país, Santa Catarina.

terça-feira, 2 de outubro de 2018

Mídia empaca na continuidade do golpe

Brasil à beira do precipício

Por Aristóteles Cardona Júnior, no jornal Brasil de Fato:

Como não poderia ser diferente, retomo, na coluna de hoje, as eleições em nosso país e o crucial momento no qual vivemos. E, de cara, peço a vocês que visualizem a seguinte cena: uma pessoa à beira de um precipício. Agora peço que exercitem a imaginação de vocês visualizando que, na realidade, quem está à beira do precipício é o nosso país. Para mim não há imagem mais representativa que esta ao imaginar a menor possibilidade de que Bolsonaro fosse eleito.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Palocci e o novo factoide eleitoral

Do site de Dilma Rousseff:

Sobre a notícia do vazamento da delação do senhor Antonio Palocci, a assessoria de imprensa de Dilma Rousseff rebate:

1. Embora tenham sido feitas há quase sete meses, e rejeitadas pelo Ministério Público Federal da Operação Lava a Jato, as delações sem provas do senhor Antônio Palocci foram surpreendentemente acolhidas pelo juiz federal da 13ª Vara de Curitiba, nesta segunda, e amplamente divulgadas pela mídia, há exatos seis dias da eleição presidencial.

Bolsonaros chafurdam na imundície

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Está no jornal O Globo. Está, também, no Estadão, reproduzido no portal Terra.

Eduardo Bolsonaro, deputado e chefe da campanha do pai, Jair, falou, com todas as letras, hoje, na avenida Brasil, antes que São Pedro abrisse as torneiras do “EleNão” sobre a Avenida Paulista.

“As mulheres de direita são mais bonitas que as da esquerda. Elas não mostram os peitos nas ruas nem defecam nas ruas. As mulheres de direita têm mais higiene”.

A censura do STF à entrevista de Lula

Do site do FNDC:

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação manifesta seu mais profundo repúdio à decisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, que determinou de forma arbitrária e inconstitucional a censura prévia aos meios de comunicação ao proibir que veículos de imprensa entrevistassem o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

O STF – que deveria ser o guardião dos preceitos constitucionais – transformou-se, lamentavelmente, em espaço de violação de direitos consagrados na Carta Magna, que completará 30 anos no próximo dia 5 de outubro.

Se pudesse, Fux proibiria nascimento do Lula

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A discussão jurídica sobre o direito de Lula expressar sua opinião e conceder entrevistas seria, em tempos de democracia, uma discussão absolutamente incabível e esdrúxula.

Como, todavia, os tempos não são de democracia, mas sim de exceção e de ditadura jurídico-midiática, o assunto chegou à suprema corte [blérgh!] do país e lá segue parado, devido à intromissão absurda do juiz Fux no processo com o objetivo de anular decisão proferida por Lewandowski 6 horas antes.

Haddad, mire-se no exemplo de Lula em 1989

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Sem querer ensinar o Pai Nosso ao vigário, mas com alguma experiência adquirida em três campanhas presidenciais de Lula, penso que está na hora de Fernando Haddad mudar de postura nos debates, nas entrevistas e nos palanques, ao entrarmos nesta semana decisiva da eleição.

Agora não é mais apenas campanha eleitoral.

É guerra, como aprendemos, apanhando, na última semana da disputa entre Lula e Collor, em 1989.

Dez medidas para priorizar a saúde no Brasil

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site da Fundação Perseu Abramo:

A Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) encaminhou carta aos treze candidatos à Presidência da República com as propostas que consideram “prioritárias e imediatas” para a Saúde. Elencadas abaixo estão as dez medidas defendidas pela entidade:

1. Acabar com o teto de gastos em educação e saúde;

2. Ampliar o investimento no Sistema Único de Saúde (SUS) com prioridade para as regiões com vazios assistenciais;

Dias decisivos para o presente e o futuro

Editorial do site Vermelho:

A disputa presidencial entra, na semana decisiva, sob o impacto das grandes manifestações que foram às ruas neste sábado (29), sob o dístico #EleNão, que simboliza a repulsa das mulheres e do povo ao fascismo e ao autoritarismo do candidato Jair Bolsonaro. Seu efeito político marcará esta semana decisiva que separa os brasileiros (as) do encontro com as urnas, a ocorrer em 7 de outubro.

Agora se pode afirmar que não apenas as pesquisas eleitorais, mas também as ruas indicam a polarização entre a barbárie fascista e o avanço civilizatório e democrático.

As eleições consolidam o fracasso do golpe

Por André Barrocal, na revista CartaCapital:

De terno cinza e gravata torta, Michel Temer abriu pela última vez, na terça-feira 25, a Assembleia-Geral anual das Nações Unidas, em Nova York. A honra cabe ao Brasil desde 1955, não importam a legitimidade e a popularidade do presidente. Nem o prontuário criminal, e o de Temer escapou de mais uma denúncia porque Raquel Dodge, a PGR que indicou, resolveu esperar o fim do mandato dele para tomar providências num caso de 10 milhões de reais odebrechtianos.

Quando o fascismo posa de rebelde

Por João Elter Borges Miranda, no site Outras Palavras:

Numa bela canção dos anos 1970, chamada “Acorda, amor”, Chico Buarque cantava uma letra na qual milicos invadem o seu sonho e atrapalham o seu sono. “Era a dura, numa muito escuro viatura”. Desesperado, Chico acordava a parceira e contava-lhe o pesadelo. Ao longo da música, percebia-se ser realidade e não sonho.

Com Palocci, Moro investe contra Lula

Da Rede Brasil Atual:

O advogado Cristiano Zanin, defensor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, emitiu nota na tarde de hoje (1º) criticando a retirada do sigilo de parte da delação do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato.

Segundo Zanin, a peça não pode ser utilizada na ação contra o ex-presidente e foi anexada ao processo “com o nítido objetivo de tentar causar efeitos políticos para Lula e seus aliados”. Em 2016, às vésperas do impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, Moro divulgou o conteúdo de uma conversa dela com Lula que, embora não houvesse qualquer ilegalidade, foi amplamente divulgada na imprensa. No final de setembro daquele ano, determinou a prisão de Antonio Palocci a poucos dias do primeiro turno das eleições municipais.

domingo, 30 de setembro de 2018

Conversa de virar mesa

Por Tereza Cruvinel, no Jornal do Brasil:

Atravessando um pedregal desde o esfaqueamento, a candidatura de Jair Bolsonaro parou de crescer e começou a ser apedrejada por forças que ainda sonham com sua troca por Geraldo Alckmin num segundo turno contra o PT.

Agora espocam denúncias sobre seus malfeitos nunca antes descobertos, por exemplo, pela revista Veja, com sua expertise.

Ontem ele reagiu com sua mais clara ameaça de virar a mesa se não ganhar: “Não posso falar pelos comandantes. Pelo que vejo nas ruas, não aceito resultado diferente da minha eleição”, disse em entrevista ao programa de TV Brasil Urgente.

Bolsonaro é Temer. Temer é Bolsonaro

Por Reginaldo Moraes, no site Carta Maior:

Negue seu amor, o seu carinho;
Diga que você já me esqueceu.
Pise, machucando com jeitinho

Este coração que ainda é seu.

Diga que o meu pranto é covardia,
Mas não se esqueça
Que você foi minha um dia!

Diga que já não me quer!
Negue que me pertenceu,
Que eu mostro a boca molhada
E ainda marcada pelo beijo seu.

(Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos)


Talvez a melhor caracterização do “mito” Bolsonaro tenha sido a de Ciro Gomes, um frasista de primeira: o Bolsonaro inventou um personagem, agora ele incorporou o papel e os jornalistas entraram na onda. Se isso é verdade, corremos o risco de ver realizada a profecia de Marx. A ditadura militar, que uma vez nos foi imposta como tragédia, reaparece agora como farsa.

Quem botou a cabeça de Bolsonaro pra fora?

sábado, 29 de setembro de 2018

Fux mostra que o golpismo está no STF

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Deve-se ao Ministro Luiz Fux a melhor contribuição até agora ao jogo democrático, ao explicitar de maneira inédita onde se trama o golpe. Agora, rasgaram-se as fantasias e Luis Roberto Barroso não poderá prosseguir mais no seu jogo de negaças, de tomar as decisões de forma partidária e tentar escondê-las em espertezas processuais que já não iludem ninguém.

Agora é Bolsonaro, ame-o ou deixe-o!

Ao derrubar a liminar concedida pelo Ministro Ricardo Lewandowski à Folha e à TV Minas, para poder entrevistar Lula, Fux cometeu as seguintes irregularidades?

A Europa foi Hitler e Mussolini. E o Brasil?

Por Cezar Britto, no site Congresso em Foco:

Muitos livros têm o péssimo hábito de nominar, elogiar ou responsabilizar uma única pessoa por acontecimentos históricos, mesmo quando eles são praticados coletivamente ou por meio de um emaranhado de infindáveis atos e múltiplas ações. É como se toda a complexidade da vida em sociedade pudesse ser definida por uma só pena escritora, independentemente da criação coletiva que inspira, motiva, ensina ou colabora com o artista eleito condutor da narrativa anotada. Assim, apontam Hitler e Mussolini como escritores exclusivos das páginas mais violentas, genocidas, intolerantes, racistas e obscuras da história contemporânea.