sexta-feira, 5 de abril de 2019

O Evangelho segundo Bolsonaro

Por Clarisse Meireles, no site Carta Maior:

Cinco meses após o segundo turno das eleições presidenciais que garantiram a vitória de Jair Bolsonaro, boa parte do país e muitos observadores estrangeiros permanecem em estado de espanto diante da escolha de 57,7 milhões de brasileiros.

Entre os muitos fatores que explicam a eleição de Bolsonaro, talvez um dos menos explorados ainda seja o papel do eleitor evangélico que, segundo o diretor do Instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, acabou decidindo as eleições – especialmente as mulheres evangélicas.

STF fechou para balanço

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Ao retirar o debate sobre o transito em julgado, que se encontrava na pauta de quarta-feira, 10, para data incerta e não sabida, o presidente do STF Dias Toffoli escancarou uma realidade que permanecia escondida. Em vez de assumir a função de zelar pelo cumprimento da Constituição, sua função maior, nossa Suprema corte preferiu esconder-se em vez de assumir suas responsabilidades perante o país.

As explicações para uma decisão tão desastrada aguardam uma investigação que, possivelmente, ficará a cargo dos historiadores. Os rumores envolvem fatos tão graves e inaceitáveis que não é conveniente especular a respeito.

Bolsonaro aprendeu fake news com a mídia

Por Bepe Damasco, em seu blog:

O jornalismo de guerra da mídia monopolista contra o governo de Dilma Rousseff, que culminou no impeachment sem crime, fez com que a mentira e canalhice se impusessem como instrumentos de ação política prioritários dos conservadores nativos.

Poucos anos antes aparecera a luz no fim do túnel para a burguesia antidemocrática. A farsa do mensalão, a reunir em torno do mesmo projeto imprensa, Polícia Federal, Ministério Público e Judiciário, mais especificamente o STF, mostrara a saída para interromper a hegemonia petista: a politização das instituições da República e a adoção da tática do ministro da propaganda da Alemanha nazista, Joseph Goebbels, segundo a qual mentiras repetidas um milhão de vezes transformam-se em verdades.

Maia e Bancada do Boi endurecem o jogo

Do blog Nocaute:

Enquanto ruralistas perdem a paciência com tuíte de Flávio Bolsonaro, provocando o grupo islâmico Hamas, Rodrigo Maia avisou que o projeto de reforma tributária já está sendo costurado na Casa entre ele, líderes da Câmara, parlamentares da base aliada e com o economista Bernard Appy: “O governo será ouvido, mas o texto a ser discutido é o de Appy e Hauly – e não o de Marcos Cintra”.

O deputado Alceu Moreira (MDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), teve um embate ontem, terça-feira (2), com os líderes do governo no Congresso e na Câmara, Joice Hasselmann (PSL-SP) e Vitor Hugo (PSL-GO). Ao passar pelos dois, no cafezinho da Câmara, o deputado expôs sua revolta com uma mensagem nas redes sociais postada por Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), em que ele respondia a nota de repúdio do grupo Hamas à abertura de um escritório de negócios pelo governo brasileiro em Jerusalém.

Beija-mão de Bolsonaro não afeta partidos

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

Nas três primeiras das audiências em série dadas por Jair Bolsonaro aos presidentes e líderes partidários estes saíram do mesmo jeito que entraram: sem fechar apoio à reforma da Previdência e sem cargos no governo. Marcos Pereira (PRB), Gilberto Kassab e Geraldo Alckmin mantiveram a oposição às mudanças no Benefício de Prestação Continuada e na aposentadoria rural e o último deixou antever que querem mudanças na regra de transição.

OTAN é uma declaração de guerra total

Por Moara Crivelente, no site Vermelho:

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) faz 70 anos em 4 de abril. Após a catástrofe da Segunda Guerra Mundial, os princípios essenciais à construção da paz consolidaram-se na Carta das Nações Unidas. Entretanto, a OTAN edificou-se como motor da guerra das potências ocidentais contra o Comunismo. Finda a Guerra Fria, o bloco não só sobrevive, mas se expande promovendo a militarização global, ameaças e agressões. Sua presença na América Latina reforça o alerta.

Bolsonaro já é rejeitado pela maioria

Por Eduardo Guimarães, em seu blog:

Confirmou-se mais uma previsão sobre Bolsonaro. Nova pesquisa Atlas informa que a rejeição ao seu governo (ruim e péssimo) ultrapassou a aprovação (bom é ótimo). É a terceira pesquisa consecutiva a mostrar forte queda da aprovação ao governo Bolsonaro, mas a primeira a mostrar rejeição maior que aprovação. Começou o inferno astral do governo fascista.

No mês passado, as pesquisas Ibope e XP/Ipespe já revelavam forte queda de Bolsonaro, de 15 pontos percentuais de janeiro para cá.



Desconstrução do Brasil corre a galope

Charge: André Dahmer - malvados
Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Jair Bolsonaro está cumprindo o que prometeu: a desconstrução do Brasil segue em ritmo desembestado.

Parece que o país foi invadido por um exército de extermínio para não deixar pedra sobre pedra.

Num dos seus primeiros gestos de insanidade, o capitão alucinado expulsou do país os médicos cubanos porque eram comunistas (de direita ou de esquerda?).

Manchete da Folha desta quinta-feira conta o que aconteceu depois da invasão dos vândalos em Brasília:

“Em três meses, Mais Médicos tem 1.052 desistências após saída de cubanos”.

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Frota perderá salário por calote em boate gay?

Por Altamiro Borges

O pornô-deputado Alexandre Frota (PSL-SP), que a cada dia que passa confirma a sua mediocridade na Câmara Federal e se enrosca ainda mais no laranjal de Jair Bolsonaro, sofreu um novo abalo nesta semana. A revista Época publicou uma matéria bem picante e corrosiva sobre o ator-oportunista, que foi eleito graças à onda fascistizante que devastou o país nos últimos anos. Intitulado “Empresa pede bloqueio de salário de Frota por calote em boate gay”, o texto do repórter Eduardo Barretto mostra a que nível deplorável chegou o parlamento nativo. Vale conferir a longa e detalhada reportagem:

Caetano Veloso interpela 'bispo ratazana'

Por Altamiro Borges

O cantor e compositor Caetano Veloso já decidiu interpelar judicialmente o bispo auxiliar Dom José Francisco Falcão, do Ordinariado Militar do Brasil – uma circunscrição eclesiástica da Igreja subordinada diretamente à Santa Sé. Conforme revelou o repórter Evandro Éboli, da coluna Radar da Veja, o religioso endemoniado esbravejou em uma missa que “gostaria de dar veneno de rato” para “um imbecil” que “cantou que é proibido proibir”. Agora, o renomado artista, autor da canção de 1968 com esse nome em protesto contra a ditadura militar, exige que o padreco diga judicialmente quem é o “imbecil” que ele gostaria de assassinar.

Previdência: Uma mentira e um erro

Por Luiz Carlos Bresser-Pereira

A proposta do governo de capitalização na emenda da Previdência constitui grave ameaça a um direito humano fundamental que as sociedades civilizadas garantem: o direito a uma velhice digna. Ontem e anteontem, em suas declarações à imprensa e depois na Câmara dos Deputados, o ministro Paulo Guedes deixou claro que a proposta de capitalização do governo não tem apenas um sentido fiscal (apesar de ser esta a justificação oferecida para a reforma) e não tem como consequência “apenas” liquidar gradualmente com os sistema de Previdência Pública no Brasil. Visa também reduzir os encargos trabalhistas das empresas às custas do aumento do desemprego de todos aqueles que já estiverem empregados no dia em que essa emenda eventualmente entrar em vigor.

Paulo Guedes e a retórica salvacionista

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

A retórica do fim do mundo & eu tenho a salvação hoje em dia é tradicional entre economistas. Nos últimos anos, foi incorporada também por procuradores salvacionistas. Dia desses, um deles ousou afirmar que a economia está estagnada porque houve uma redução no combate à corrupção – desrespeitando qualquer relação de causalidade, ainda mais de um modelo que destruiu a engenharia nacional.

Um golpe de classe que usou as forças armadas

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Os 55 anos do golpe militar, pela violência que implicou, agora devidamente tirada a limpo pela Comissão Nacional da Verdade, não pode deixar nenhum cidadão consciente na indiferença. Importa assinalar claramente que o assalto ao poder foi um crime contra a Constituição e uma usurpação da soberania popular, fonte do direito num Estado democrático.

O primeiro Ato Institucional de 9/4/1964 alijou este princípio da soberania popular ao declarar que “a revolução vitoriosa como Poder Constituinte se legitima por si mesma”. Nenhum poder se legitima por si mesmo; só o fazem ditadores que pisoteiam qualquer direito. O golpe militar configurou uma ocupação violenta de todos os aparelhos de Estado para, a partir deles, montar uma ordem regida por atos institucionais, pela repressão e pelo Estado de terror.

A corrupção e os babacas

Por Jair de Souza, no blog Viomundo:

Há muito tempo (pelo menos, desde a época de Getúlio Vargas), a gente vê que a pretensa luta contra a corrupção tem servido como uma palavra de ordem que os endinheirados (justamente os mais corruptos) empregam para instigar as camadas médias a combater àqueles que propõem e tomam medidas para beneficiar os setores mais necessitados da sociedade.

Em seus excelentes trabalhos recentemente publicados, o sociólogo Jessé Freire já deixou claro que a adesão de boa parte da classe média a essas pseudo-lutas contra a corrupção é uma maneira de esconder a verdadeira canalhice que está por trás de sua motivação.

Golpe da previdência e o devedor contumaz

Por Rafael da Silva Barbosa, no site Brasil Debate:

“Para não dizer que não falei das flores”, a recente iniciativa do governo de melhorar os resultados da previdência via cobrança dos débitos das pessoas físicas e jurídicas (empresas) junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que hoje somam cerca de R$ 491 bilhões, é uma boa iniciativa. Visto que esse montante cobriria o suposto “déficit” [1] da previdência estimado em R$ 290 bilhões (regimes privado, dos servidores e militares).

O intenso processo de dessindicalização

Por Ronnie Aldrin Silva, no site da Fundação Perseu Abramo:

Engana-se quem pensa que os tempos sombrios para a sindicalização dos trabalhadores começaram agora. O golpe de Temer também afetou negativamente a vinculação de trabalhadores a sindicatos. Se de 2012 a 2015 o número total de sindicalizados chegou inclusive a aumentar em 178 mil trabalhadores, em 2016 e 2017 ocorreu uma redução total de 1,5 milhões de trabalhadores. A variação da taxa de sindicalização brasileira entre 2012 e 2015 foi de -0,3 pontos percentuais (pp). Nos dois anos seguintes, no entanto, esta queda foi cinco vezes maior (-1,5pp).

Bolsonaro, Israel e a ditadura no Brasil

Por Soraya Misleh, na revista CartaCapital:

Enquanto no Brasil, em 25 de março, o Governo Bolsonaro convocava comemorações ao golpe de 1964 – e depois eufemisticamente chamaria de “rememoração” –, os palestinos em Gaza se viam diante de mais um bombardeio israelense. No dia 31, em que se lembraram 55 anos do começo do período de exceção, Bolsonaro viajou para encontrar seu aliado sionista Benjamin Netanyahu.

Além do repúdio veemente a ambos acontecimentos – a ofensiva israelense que prenuncia novo massacre e a apologia ao golpe –, é importante desvendar que Israel e a ditadura no Brasil têm conexão histórica. Esse é um capítulo ainda oculto nas páginas infelizes de nossa história.

Por que a Venezuela é um perigo?

Por Jessy Dayane, no jornal Brasil de Fato:

Estamos assistindo diariamente a grande mídia brasileira noticiar uma série de acontecimentos na Venezuela e que são na sua totalidade negativos. Repito: na sua totalidade, o que significa todo e qualquer conteúdo. Por que será que a grande mídia brasileira e o presidente Jair Bolsonaro destinam tanto tempo e tanta atenção aos “problemas venezuelanos”?

Tive a oportunidade de visitar Caracas em fevereiro deste ano e compartilho minhas impressões sobre essas questões.

Empresário não pensa no médio e longo prazo

Da Rede Brasil Atual:

As mudanças nas regras sobre contribuições sindicais previstas na Medida Provisória (MP) 873, proposta pelo governo Bolsonaro, soam como um "absurdo" para o diretor-presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, Caio Magri, por rever uma questão consolidada que contraria, inclusive, a própria defesa da atual gestão em prol da desburocratização estatal. "Essa é uma intervenção do Estado nas relações de trabalho altamente prejudicial e muito forte, ao contrário do que se imagina, de que seria uma desregulamentação", afirma, em entrevista aos jornalistas Marilu Cabañas e Glauco Faria, da Rádio Brasil Atual. Ele analisou também a "reforma" da Previdência e cobrou dos empresários um debate alternativo sobre a proposta e uma agenda voltada ao meio ambiente.

'Conje' e 'Tchutchuca' enterram superministros

Charge: Alexandre Beck
Por Kiko Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:

Adeus, Posto Ipiranga.

Olá, Tchutchuca.

A partir de hoje, Paulo Guedes passará a ser chamado assim.

Tchutchuca.

A audiência do ministro da Economia na CCJ da Câmara foi encerrada após mais de seis horas de bate boca.