segunda-feira, 15 de abril de 2019

A guinada radical nas relações exteriores

Por Adriano de Freixo, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Ao assumir o Ministério das Relações Exteriores (MRE), em maio de 2016, ainda durante o período de interinidade de Michel Temer, José Serra anunciou uma “mudança de rumos” na política externa brasileira, com o abandono das principais orientações e diretrizes implementadas durante o ciclo dos governos petistas, em especial, nos anos de Luiz Inácio Lula da Silva. Vislumbrando uma possível nova candidatura à presidência em 2018 e de olho no eleitorado conservador e antipetista, o senador tucano fez de seu discurso de posse um manifesto contra o que chamou de política externa “partidária” e “ideológica” do período anterior.

Bolsonaro liquida conselhos da sociedade

Do site do FNDC:

O presidente Jair Bolsonaro publicou, no último dia 11 de abril, um decreto que extingue e estabelece novas diretrizes para colegiados ligados à esfera federal no país. O decreto nº 9.759/2019 diz que serão liquidados todos os organismos do tipo que tenham sido criados por decreto e que não tenham lei que definam suas competências. Caso não sejam encaminhadas para a avaliação do Poder Executivo propostas de recriação com justificativa de necessidade e conveniência até 28 de maio, os colegiados podem ser extintos no prazo de 60 dias.

O desastre final de Macri na Argentina

Por Gabriel Brito, no site Correio da Cidadania:

Fes­te­jada por se­tores he­gemô­nicos da po­lí­tica, do ca­pital e da mídia, a pre­si­dência de Mau­ricio Macri na Ar­gen­tina chega ao final de seu man­dato sob um si­lêncio in­di­ca­tivo de seu fi­asco. Como re­ve­lado pelo Ins­ti­tuto Na­ci­onal de Es­ta­tís­ticas e Censos da Re­pú­blica Ar­gen­tina, a po­breza e a in­di­gência atingem pra­ti­ca­mente 40% da po­pu­lação. No ho­ri­zonte, um ce­nário elei­toral pouco ani­mador. É sobre isso que o Cor­reio con­versou com Carlos Edu­ardo Vi­digal, pro­fessor do de­par­ta­mento de His­tória da UnB com es­pe­ci­a­li­dade no país vi­zinho.

Ataque à juventude é eixo de Bolsonaro

Por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena, no site Tutaméia:

Em entrevista ao Tutaméia (acompanhe no vídeo), o filósofo Vladimir Safatle disseca o governo de Jair Bolsonaro –que ele classifica como fraco–, analisa o discurso oficial e aponta para o sentimento de revolta latente na sociedade. Para ele, o horizonte é de acirramento de conflitos, é contrarrevolucionário. “Se é um momento contrarrevolucionário, então tinha uma revolução possível. E tem. A sociedade tem uma energia de revolta inacreditável”, afirma.

Persistir sem desculpas e sem medo

Por João Guilherme Vargas Netto

Insisto. É preciso que as direções sindicais levem para suas bases o abaixo-assinado unitário contra a deforma da previdência.

Até o 1º de maio ainda há tempo de se obterem centenas de milhares de assinaturas de trabalhadores e trabalhadoras de todas as categorias no que será a melhor preparação das comemorações e a melhor forma de relacionamento entre os dirigentes e seus representados nos locais de trabalho.

A preocupação que me leva à insistência decorre da constatação de que esta tarefa não tem sido realizada a contento e até mesmo não tem sido reconhecida como essencial por alguns dirigentes que a aprovaram.

domingo, 14 de abril de 2019

Três razões para a queda livre de Bolsonaro

Por Marcos Coimbra, na revista CartaCapital:

No fim de janeiro, dei um diagnóstico fácil: “Quanto à imagem, a luz vermelha já está acesa para Bolsonaro”. Era evidente que a avaliação do governo ia piorar. Antes mesmo de completar cem dias, quando tradicionalmente se considera o fim da “lua de mel” da opinião pública com um novo governo, saiu uma pesquisa do Ibope confirmando o prognóstico. Em pouco mais de dois meses, de meados de janeiro a meados de março, a avaliação positiva do governo caiu 15 pontos porcentuais. A confiança da população deteriorou-se, passando de 62% para 49%.

Maioria rejeita pacotes de Bolsonaro

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Pesquisas do Datafolha publicadas nos últimos dois dias mostram que a maioria da população rejeita os pacotes dos superministros Paulo Guedes e Sergio Moro para as reformas na Previdência e na Segurança, os únicos projetos apresentados pelo governo nestes 100 dias.

Diante disso, Bolsonaro fez muito bem em cancelar o pronunciamento que faria na noite de quarta-feira. Não tinha, simplesmente, nada de concreto para falar e mostrar sobre o que fez até agora.

Isso explica também porque o presidente caiu em todas as pesquisas de avaliação do governo na semana passada.

A paranoia olavista do ministro da Educação

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

“Os comunistas estão no topo do país. Eles são o topo das organizações financeiras. Eles são os donos dos jornais. Eles são os donos das grandes empresas. Eles são os donos dos monopólios”. Quem fala uma bobagem dessas jamais poderia estar junto na mesma sentença com a palavra “educação”, mas são frases saídas da boca do novo chefe do Ministério da…Educação.

“Trocaram um pseudo olavete por um verdadeiro olavete”, comentou um sorridente Olavo de Carvalho sobre a troca de ministros do MEC. O guru de araque do bolsonarismo continuará sendo o principal influenciador do ministério que tem o segundo maior orçamento do governo.

BBB é sintoma de que a sociedade adoeceu

Por Daniel Trevisan, no blog Diário do Centro do Mundo:

A vitória de Paula von Sperling no Big Brother Brasil é mais um sintoma da doença que acometeu o Brasil: um mal que mistura ódio com a falta de noção.

Ela recebeu 61,05% dos votos e surpreendeu até quem já usou a coroa de brother uma vez, a Gleici Damasceno, vencedora no ano passado.

“Isso é sintoma de uma sociedade adoecida. Não sei o que tá acontecendo com a galera”, disse.

Ao longo do programa, Paula von Sperling deu uma série de declarações polêmicas, que resultaram até na abertura de um inquérito policial, em que ela será chamada a depor.

Bolsonaro escolhe entrar na turbulência

Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:

O que fará Jair Bolsonaro depois da reunião de terça-feira, quando, segundo suas palavras, “tentará entender” a razão do anunciado e “desanunciado” reajuste de 5,7%?

Fazendo a intervenção tardia e espalhafatosa que fez na desastrosa política de preços inaugurada por Pedro Parente, com Michel Temer, após o golpe de 2016, Bolsonaro conseguiu fazer de si mesmo refém de seu gesto.

Recuando de seu veto ao aumento, mesmo com índices menores, jogará gasolina na insatisfação dos caminhoneiros, até porque deu a eles, sexta-feira, a sensação de terem todo o poder, inclusive o de obrigar o Presidente a revogar uma decisão já tornada pública pela maior empresa estatal do país.

O santo nome em vão

Foto: Reprodução/Twitter
Por Dolores Vasconcellos, no site Carta Maior:

No Brasil irrisível e sombrio dos dias que correm vale a pena rever com atenção um momento recente, pouco comentado, mas de forte conotação simbólica, enquanto tentamos todos, de todas as formas possíveis, explicar o pesadelo em que nos afundamos. Trata-se do registro de dois minutos da Christian Broadcasting Network, a poderosa rede evangélica cumulada de privilégios pelo governo Trump, gravado no dia 19 de março de 2019 em Washington, durante a visita de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos.

A prisão de Assange e o poderio dos EUA

Lava-Jato, Marcelo Bretas e os cursos no FBI

Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

As relações entre o Judiciário brasileiro e o Departamento de Justiça resultou na Lava Jato, conforme já mostramos aqui, inclusive mencionando documentos do Wikileaks.

Desde 2015 havia indícios claros dessa cooperação e da maneira como juízes e procuradores do Paraná se valeram do álibi do combate à corrupção para destruir a engenharia nacional, especialmente as empresas que competiam com grupos americanos na América Latina e África.

No Rio, a Lava Jato teve igualmente um viés econômico nítido, que não pode ser atribuído unicamente à ignorância e exibicionismo de procuradores e juiz despreparados. A maneira como investiram contra o BNDES, contra o financiamento da exportação de serviços, seguiu a mesma lógica de desmonte da economia do grupo do Paraná.

Prisão de Assange mostra tempos tirânicos

Por Paulo Moreira Leite, em seu blog:

Nunca houve um jornalista como Julian Assange.

Sua crença revolucionária na liberdade permitiu que homens e mulheres do início do século XXI tivessem uma noção clara e verdadeira dos sistemas de poder que administram o cotidiano de povos e países.

Assange abriu caminho para revelações essenciais - como os vazamentos de Edward Snowden, analista da CIA que hoje vive refugiado na Russia.

Modificou nossa forma de enxergar por dentro a trama política de um mundo dominado por uma potência imperial única, os Estados Unidos.

Em defesa da Petrobras e do consumidor

Por Dilma Rousseff, em seu site:

A Petrobras e sua gestão nos governos do PT voltam a ser alvos de falsas acusações e de fake news. Agora, devido ao aumento de 5,7% no preço do diesel e ao cancelamento deste mesmo aumento pelo Presidente Bolsonaro. Trata-se de uma medida paliativa pois o problema é a submissão do governo aos desígnios do “deus-mercado”.

sábado, 13 de abril de 2019

Chile e os 'vampiros' contra a aposentadoria

Por Felipe Bianchi e Leonardo Severo, no site do Centro de Estudos Barão de Itararé:

Em Valparaiso, terceira cidade mais populosa do Chile e sede do Congresso Nacional, aposentados deram seus relatos de como é viver sob o modelo de Previdência desejado, para o Brasil, por Jair Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes. A reportagem do ComunicaSul esteve na cidade e, de passagem pelo Clube da Terceira Idade, colheu depoimentos sobre o tema em meio a animados jogos de bingo, dama e dominó. Apesar do clima agradável, a realidade descrita pelos chilenos parece mais filme de terror, já que a maioria precisa seguir trabalhando e o que ganham de pensão, em grande parte dos casos, garante apenas a subsistência.

Golpe no Banco Central e a Previdência

Editorial do site Vermelho:

O Projeto de Lei assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, que será enviado ao Congresso Nacional para estabelecer a autonomia do Banco Central (BC), traduz bem a imagem famosa da entrega da chave do galinheiro à raposa. Essa tese é antiga; ela é um dos pontos prioritários da agenda neoliberal, vendida como uma das vacas sagradas da especulação financeira.

A cadeira da presidência do BC, nesse modelo de gestão política, é considerada um dos postos mais importantes entre todos os ocupados na área econômica do governo. Seu ocupante é o responsável por conduzir o processo que transfere renda do orçamento público para os cofres privados em proporções gigantescas, basicamente por meio do controle da taxa básica de juros, a Selic. Deduz-se facilmente que o interesse pela independência do BC vem somente de banqueiros e especuladores.

A alma brasileira está doente

Por Leonardo Boff, em seu blog:

Tudo que é sadio pode ficar doente. A doença sempre remete à saúde. Esta é a referência maior e funda a dimensão essencial da vida em sua normalidade.

As dilacerações sociais, as ondas de ódio, ofensas, insultos, palavras de baixo calão que estão dominando nas mídias sociais ou digitais e mesmo nos discursos públicos, revelam que a alma brasileira está enferma.

As mais altas instâncias de poder se comunicam com a população usando notícias falsas (fake news), mentiras diretas e imagens que se inscrevem no código da pornografia e da escatologia. Esta atitude revela a falta de decência e do sentido de dignidade e respeitabilidade, inerentes aos mais altos cargos de uma nação. No fundo,perdeu-se um valor essencial, o respeito a si e aos outros, marca imprescindível de uma sociedade civilizada.

Desafio da oposição é repetir 1974 em 2020

Por Bepe Damasco, em seu blog:                                                                                   

Em 15 de novembro de 1974, o eleitorado brasileiro foi às urnas para escolher os ocupantes das 22 vagas em disputa para o Senado e a totalidade das 364 cadeiras que à época compunham a Câmara dos Deputados. Quatro anos antes, quando boa parte da oposição pregara o bicote às urnas, já que muitos dos seus líderes estavam presos, cassados, banidos ou mortos, a Arena obtivera uma esmagadora vitória.

De onde vem o super-ministro da economia?

Por Ladislau Dowbor, no jornal Le Monde Diplomatique-Brasil:

Ninguém se reinventa. E ninguém é chamado para dirigir a 8ª economia do mundo sem ser apoiado por um conjunto de interesses. Neste país onde se cobra ao mês juros que no resto do mundo se cobra ao ano, e se afundou em dívidas 64 milhões de adultos, mas também as pequenas e médias empresas, e até o Estado com a dívida pública, vale a pena lembrar de quem se trata.

O Economist de 13 de dezembro de 2018, na reportagem “Jair Bolsonaro must tackle Brazil´s soaring pensions spending” apresenta o nosso novo ministro da Economia: “Paulo Guedes, who studied at the University of Chicago and co-founded BTG Pactual, Brazil’s foremost home-grown investment bank”. Portanto, universidade de Chicago, onde se formaram os chamados “Chicago boys” que apoiaram ditaduras e desastres sociais por onde passaram. E no Brasil, co-fundador do Banco BTG Pactual.