terça-feira, 22 de outubro de 2019

Aconteceu em Santiago

Santiago, 20/10/19. Foto: AP
Por Antonio Martins, no site Outras Palavras:

E o Chile – quem diria? – pegou fogo por menos de vinte centavos. No início de outubro, o governo de Sebastián Piñera, composto por neoliberais e direita, autorizou a empresa privada que gere o metrô de Santiago a elevar a tarifa máxima, de 800 para 830 pesos (de R$ 4,63 a R$ 4,80). A Assembleia Coordenadora dos Estudantes Secundários (ACES) sugeriu resistência e evasiones, grandes atos coletivos de pula-catraca. O chamado caiu como fagulha em mato seco e incendiou um país castigado pela desigualdade, redução da vida a mercadoria barata e sensação de que o sistema político é insensível à dor e à falta de horizontes das maiorias.

Crise econômica é o desafio da Argentina

Charge publicada no jornal Página 12
Por Caio Teixeira, de Buenos Aires, no site ComunicaSul:

A Argentina enfrenta mais uma crise econômica de grandes proporções e consequências desastrosas para os trabalhadores. Neste cenário ocorrem as eleições gerais no próximo domingo com a polarização entre o atual presidente de direita, Maurício Macri, e o candidato peronista, Alberto Fernandez, cuja candidatura se poderia qualificar como de centro-esquerda. Para entender os imensos problemas econômicos que esperam o próximo presidente, o ComunicaSul entrevistou em Buenos Aires o economista Julio Gambina, doutor em ciências sociais e professor nas Universidades Nacionais de Rosário e San Luis.


FMI joga gasolina na fogueira mundial

Editorial do site Vermelho:

O presidente do Banco Popular da China, o Banco Central do país, Yi Gang, fez duras críticas ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo a agência de notícias Reuters, ele disse que uma possível escalada nas tensões comerciais e incertezas políticas são os fatores de maior risco à economia mundial, tema que deveria ser tratado como prioridade em âmbito internacional. Yi Gang se disse “profundamente decepcionado” com o fracasso do FMI de realinhar sua estrutura para reconhecer a crescente influência da China e outras economias de rápido crescimento.

Bolsonaro, o imperador do caos

Por Fernando Brito, em seu blog:

Do Japão, Jair Bolsonaro anuncia que Eduardo Bolsonaro “desistiu” de ser embaixador no Estados Unidos para se tornar o seu delfim no Congresso Nacional.

Sim, porque ter o filho como líder na Câmara o torna, objetivamente, embaixador do Planalto no Poder Legislativo, aquele que fala pelo Governo de fato, deixando que a quinquilharia emedebista que formalmente ocupa as lideranças do Governo no Senado, no Congresso e a nulidade do líder na Câmara, o anspeçada Vitor Hugo (que dor ver este nome num sujeito tão medíocre) como donos de gabinetes e minutos no microfone, apenas.

Angela Davis e o movimento social no Brasil

O cristianismo e o comunismo primitivo

Por Augusto C. Buonicore, no site da Fundação Maurício Grabois:

“Hoje sois vós, com as vossas mentiras e ensinamentos, que sois pagãos, e somos nós quem traz aos pobres, aos explorados, as novas da fraternidade e da igualdade. Somos nós quem está a marchar para a conquista do mundo como fez aquele que outrora proclamou que é mais fácil a um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que a um rico entrar no reino do céu”. Rosa de Luxemburgo, revolucionária comunista alemã.

“Se quiserem fazer uma ideia das primeiras comunidades cristãs, observem uma seção local da Associação Internacional de Trabalhadores”. Ernest Renan, historiador alemão do século XIX autor de A vida de Jesus e um dos principais estudiosos do cristianismo.

“E perguntou-lhe (a Jesus) um aristocrata. Bom, mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna? (...) Ainda te falta uma coisa. Vende o que tens, dá aos pobres e terás tesouros no céu; então, vem e segue-me. Então, ao ouvi-lo, ficou muito triste porque era muito rico”. Novo Testamento.


O mundo está mergulhado na barbárie

Sindicalismo procura sarna para coçar

Por João Guilherme Vargas Netto

Sou um dos que consideram inoportuna, ingênua ou mal intencionada a apresentação agora de qualquer proposta de modificação constitucional sobre o sindicalismo. Também considero um erro a tentativa de regulamentar o artigo 8º da Constituição por meio de projeto de lei abrangente.

A hora é de resistência e não de mudanças que, se forem feitas, serão contra nós.

Considero correta a posição do novo presidente da CUT, Sergio Nobre, que em entrevista à jornalista Thais Carrança foi mancheteado pelo Valor (utilizando-se das aspas da entrevista) afirmando que “reforma sindical é debate fora de hora”. Esta posição foi confirmada pela nota da CUT, assinada por ele, com o mesmo teor e divulgada nas redes sociais.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

De olho na mídia direto da Argentina

Direita latino-americana e o Estado policial

Protesto em Concepción (Chile), 21/10/19
Foto: Juan Gonzalez/Reuters
Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

A crise global de 2008 despertou reação distinta no conjunto das economias latino-americanas quando comparada à Grande Depressão de 1929. Naquela oportunidade, países da região aproveitaram para alterar profundamente a sua orientação econômica, ao contrário do verificado mais recentemente, com a acomodação em torno das políticas neoliberais.

A divulgação do manifesto latino-americano por Raul Prebisch (O desenvolvimento econômico da América Latina e alguns de seus problemas principais), em 1949, apontou o equívoco na época que seria ter mantido o modelo de exportação das commodities da região centralizado na decadente Inglaterra. O abandono das políticas liberais vigentes e o deslocamento da centralidade para os Estados Unidos, o país mais dinâmico desde então, concedeu notável desempenho econômico à América Latina.

O laboratório "explotó" na América Latina

Protesto em Concepción (Chile), 21/10/19
Foto: Jose Luis Saavedra/Reuters
Por Fernando Rosa, no blog Senhor X:

A mobilização popular em vários países sul-americanos nos últimos meses sinaliza que estamos às vésperas de importantes eventos sociais. Em 2016, apontamos para a eclosão de grandes convulsões ao redor do mundo, particularmente na Europa e na América Latina. Também afirmamos, no artigo “O fim do mundo unipolar“, que delas surgirá o novo, com a libertação de Nações e o progresso social.

É o caso do Chile, por exemplo, que explodiu na última semana contra o aumento das tarifas de transporte público. Foi a gota d’água, que se somou aos baixos salários, a falência da previdência (obra de Paulo Guedes & Chicago Boys), à precariedade dos serviços de educação e saúde. Mas, mais do que isso, expressou a insatisfação da sociedade chilena com as políticas neoliberais que sufocam o país.

Dallagnol não pode ser premiado

Por Tereza Cruvinel, em seu blog:

Ao invés de ser punido pelos muitos crimes cometidos como chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol pode ser premiado com uma promoção a procurador regional da República. Carbonizado pelas revelações da Lava Jato, em que aparece violando o devido processo legal, conspirando com Sérgio Moro para a condenação e prisão de Lula com claros objetivos políticos, e planejamento o próprio enriquecimento às custas da notoriedade obtida na operação, Dallagnol tem prazo até o final do dia de hoje para aceitar a “boia de salvação” que lhe está sendo oferecida.

Treta no PSL e o caos no governo

Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:

O Brasil parou para acompanhar uma grotesca briga pelo controle do PSL nessa semana. O baixo clero recém-empoderado pautou o país ao protagonizar uma disputa pelo controle do partido de aluguel que abrigou o bolsonarismo. Estão em jogo os R$ 350 milhões do fundo partidário do PSL para as eleições do ano que vem.

A treta foi feia, cheia de ataques, espionagens, grampos, ameaças e xingamentos entre os representantes da chamada nova política. O racha não se deu por divergências ideológicas ou programáticas, mas por grana e poder. Bem vindos à “nova era”.

Feche a boca, general Villas Bôas!

Por João Vicente Goulart, na revista Fórum:

Chega de ameaças à democracia, o Brasil é maior de idade e não precisa de bravatas autoritárias advindas do General Villas Bôas ou de quem quer que seja, que defende governos ditatoriais, que submeteram nosso país a 21 anos de ditadura totalitária.

A citação de Rui Barbosa, feita pelo general, diz contextualmente:

“De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos do mal, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e ter vergonha de ser honesto”.

O embaixador de Ustra

Por Oswaldo Malatesta, no site A terra é redonda:

Na ocasião do voto de Bolsonaro pelo impeachment de Dilma, o filhote Eduardo estava ao lado. O voto carregou uma homenagem a um dos maiores torturadores que este país teve a infelicidade de conhecer, Carlos Alberto Brilhante Ustra. Na minha opinião, a citação do assassino e torturador dificilmente saiu da cabeça de Jair, já que não acredito ter ele talento para uma ofensa dessas. Eduardo, como pode ser comprovado no vídeo, repete as palavras do pai como se já soubesse de antemão o conteúdo exato do voto. Se não foi ideia sua, sem dúvida já conhecia o teor exato da manifestação e parecia bastante excitado com a situação. Não se trata então de colocar palavras na boca de Eduardo, elas estavam lá, saíram de lá também. Nas palavras dos Bolsonaros o homenageado foi “o pavor de Dilma Rousseff”.

Chile e o incêndio do modelo neoliberal

Protesto em Santiago (Chile), 21/10/19
Foto: Ivan Alvarado/Reuters
Por Paul Walder, no site Carta Maior:

Talvez o dia 18 de outubro de 2019 seja registrado como um momento de revolta popular na história do Chile. Ou talvez seja seguido por outros momentos de maior intensidade. Mas, sem dúvida, podemos dizer que algo mudou no Chile. O modelo neoliberal, hoje administrado por Sebastián Piñera, mas amado por Ricardo Lagos a Michelle Bachelet em seu momento, está mortalmente ferido.

A decisão do atual presidente de decretar o Estado de emergência, que habilita o exército a restaurar a ordem em Santiago, não resolve o problema, senão o agrava.

Não é por acaso que, pouco mais de uma semana após o término dos protestos no Equador, que forçaram Lenín Moreno a recuar em suas medidas de aumento dos preços dos combustíveis, Santiago do Chile passou por incidentes e manifestações semelhantes.

Ódio de Bolsonaro ao Nordeste em 7 capítulos

Por Bepe Damasco, em seu blog:

1- Tragédias ambientais, ou de qualquer natureza, de grandes proporções, como o megavazamento de óleo nas praias nordestinas, exigem a presença física do governante. Mas Bolsonaro não deu o ar da graça na região e nem mesmo sobrevoou as praias, embora no Nordeste vivam 49 milhões de brasileiros. É a segunda região mais populosa do Brasil, atrás apenas do Sudeste.

2- Cerca de 10% do PIB nordestino são oriundos do turismo. Essa atividade pode ser seriamente prejudicada. Bolsonaro, no entanto, não abriu nenhuma linha de crédito para os estados atingidos e tampouco cogitou a liberação de verbas de emergência para os governadores.

Joice admite milícia virtual dos Bolsonaro

Do blog Viomundo:

"Eles têm uma milícia virtual e todo mundo sabe disso. São pessoas interligadas em todo Brasil, algumas recebendo para isso e outras não. Muitos robôs. Já sabia e não estou nem aí para isso" - Joice Hasselmann, ex-líder do governo Bolsonaro na Câmara Federal.

A CPMI das Fake News, em andamento no Congresso, tem agora mais chances do que nunca de prosseguir.

É de interesse de todos os partidos, mesmo da ala anti-bolsonarista do PSL.

A CPMI vinha sendo rigorosamente bloqueada pela bancada governista.

Dentre os requerimentos apresentados, um convoca a senadora Elizabeth Warren, candidata do Partido Democrata à Casa Branca.

Óleo nas praias e o desgoverno de fake news

Por Ricardo Kotscho, em seu blog:

Sim, Bolsonaro, tanto as queimadas na Amazônia como o óleo nas praias do nordeste são tragédias provocadas por criminosos, como você diz, e aponta culpados sem apresentar provas.

Na Amazônia, logo você veio com a história de que quem tacou fogo na mata foram os índios e as ONGs estrangeiras.

Quando nosso litoral foi tomado por um óleo negro, você insinuou que a culpa era da Venezuela do teu inimigo Maduro.

Hoje sabemos que quem provocou as queimadas na Amazônia foram teus seguidores fanáticos das tropas da madeira, da mineração e do boi, que promoveram o “Dia do Fogo”, estopim da tragédia, no dia 10 de agosto.

Praias abandonadas por governo vagabundo

Montagem: Gladson Targa
Por Kiko Nogueira, no Diário do Centro do Mundo:

Correram o mundo as imagens dos heróis que foram para as praias nordestinas retirar o óleo derramado por barris com a logomarca da Shell.

Gente forte e de caráter que arregaçou as mangas e foi à luta pela sobrevivência.

Não vai sair de graça para um governo ecocida, corrupto, incompetente e leniente, diretamente responsável por uma tragédia ambiental.

Como disse o Delegado Waldir, Bolsonaro é um “vagabundo”. A definição se estende para quem se pendura no chefe.