quarta-feira, 18 de dezembro de 2019
Jair Messias e a quebra do decoro
Por Eric Nepomuceno, no site Brasil-247:
Dia desses li o título de uma notícia aqui no 247 dizendo ‘Bolsonaro quebra o decoro, chama Lula de ‘nove dedos’ e espalha fake news’. E fiquei pensando no que tinha lido.
A primeira dúvida: para que algo quebre ou seja quebrado, é preciso que esse algo exista.
A menos, claro, quando se dá um uso metafórico à expressão: ‘rompeu um sonho’, ‘destroçou a esperança’.
‘Quebra de decoro?’. Não era o caso.
O decoro presidencial pode ser definido de forma sintética: ter atitudes e um comportamento compatíveis com a importância do cargo. Mentir compulsivamente, por exemplo, ou se expressar de maneira grosseira, dando mostras de descontrole emocional – no mínimo, emocional – é romper, quebrar, o decoro presidencial.
Dia desses li o título de uma notícia aqui no 247 dizendo ‘Bolsonaro quebra o decoro, chama Lula de ‘nove dedos’ e espalha fake news’. E fiquei pensando no que tinha lido.
A primeira dúvida: para que algo quebre ou seja quebrado, é preciso que esse algo exista.
A menos, claro, quando se dá um uso metafórico à expressão: ‘rompeu um sonho’, ‘destroçou a esperança’.
‘Quebra de decoro?’. Não era o caso.
O decoro presidencial pode ser definido de forma sintética: ter atitudes e um comportamento compatíveis com a importância do cargo. Mentir compulsivamente, por exemplo, ou se expressar de maneira grosseira, dando mostras de descontrole emocional – no mínimo, emocional – é romper, quebrar, o decoro presidencial.
Nossa torneira controlada por corporações?
Por Paulo Kliass, no site Outras Palavras:
Tem gente que chama esse tipo de situação de coincidência. Outras pessoas, mais sofisticadas, apelam para Carl Jung e falam em sincronicidade. Enfim, o fato que nos interessa reter no momento é que quase nada acontece por acaso. Ainda mais nesses tempos difíceis do bolsonarismo e da noite de trevas do neoliberalismo em que as forças do conservadorismo pretendem nos enfiar.
Pois então, parte da agenda política da semana passada pode ser lida por essa ótica. Enquanto o Itamaraty de Ernesto Araújo comandava uma triste operação de descrédito e inviabilização de avanços necessários na reunião da COP 25, os tucanos e seus aliados articulavam no Congresso Nacional um movimento que pode provocar um retrocesso secular em termos de um bem essencial também para o futuro do planeta.
Tem gente que chama esse tipo de situação de coincidência. Outras pessoas, mais sofisticadas, apelam para Carl Jung e falam em sincronicidade. Enfim, o fato que nos interessa reter no momento é que quase nada acontece por acaso. Ainda mais nesses tempos difíceis do bolsonarismo e da noite de trevas do neoliberalismo em que as forças do conservadorismo pretendem nos enfiar.
Pois então, parte da agenda política da semana passada pode ser lida por essa ótica. Enquanto o Itamaraty de Ernesto Araújo comandava uma triste operação de descrédito e inviabilização de avanços necessários na reunião da COP 25, os tucanos e seus aliados articulavam no Congresso Nacional um movimento que pode provocar um retrocesso secular em termos de um bem essencial também para o futuro do planeta.
A conspiração do ministro Moro contra o STF
Por Alberto Zacharias Toron, Antônio Carlos de Almeida Castro, Lenio Luiz Streck e Marco Aurélio de Carvalho, no site Carta Maior:
Dia a dia, o ministro da Justiça, Sergio Moro, se mostra menos ministro e mais militante político. Os elementos objetivos para isso não são recentes, eis que, na condição de juiz, mostrava exuberante parcialidade, a ponto de manter encontros com integrantes do então futuro e provável governo ainda quando estava no exercício da judicatura.
Seu conúbio com o Ministério Público Federal (MPF) ficou escancarado pelos diálogos do site The Intercept. Entre outros lamentáveis fatos, foi revelada uma nefasta conjuminação acusação-julgador. Com o mesmo MPF que, confessadamente, segundo o procurador Carlos Lima, “assumiu lado” nas últimas eleições presidenciais, escolhendo entre o “diabo e o coisa-ruim”.
Dia a dia, o ministro da Justiça, Sergio Moro, se mostra menos ministro e mais militante político. Os elementos objetivos para isso não são recentes, eis que, na condição de juiz, mostrava exuberante parcialidade, a ponto de manter encontros com integrantes do então futuro e provável governo ainda quando estava no exercício da judicatura.
Seu conúbio com o Ministério Público Federal (MPF) ficou escancarado pelos diálogos do site The Intercept. Entre outros lamentáveis fatos, foi revelada uma nefasta conjuminação acusação-julgador. Com o mesmo MPF que, confessadamente, segundo o procurador Carlos Lima, “assumiu lado” nas últimas eleições presidenciais, escolhendo entre o “diabo e o coisa-ruim”.
Corbyn tem de persistir
Por Marcelo Zero
O que levou o Partido Trabalhista Britânico à recente derrota não foi a suposta “radicalização” das propostas de Corbyn, mas a ambivalência em relação ao Brexit, o principal tema da eleição e que se tornou o principal divisor de águas político do Reino Unido
O Green New Deal de Corbyn (aumento de impostos para os ricos, aumento do salário mínimo, reestruturação dos serviços públicos, programas de combate à pobreza e à desigualdade, metas ambientais ambiciosas, nova industrialização verde, etc.) era popular, especialmente nas grandes áreas urbanas do Reino Unido.
O que levou o Partido Trabalhista Britânico à recente derrota não foi a suposta “radicalização” das propostas de Corbyn, mas a ambivalência em relação ao Brexit, o principal tema da eleição e que se tornou o principal divisor de águas político do Reino Unido
O Green New Deal de Corbyn (aumento de impostos para os ricos, aumento do salário mínimo, reestruturação dos serviços públicos, programas de combate à pobreza e à desigualdade, metas ambientais ambiciosas, nova industrialização verde, etc.) era popular, especialmente nas grandes áreas urbanas do Reino Unido.
Nota de desagravo a Paulo Freire
Do site da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE):
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, entidade representativa de mais de 4,5 milhões de educadores das escolas públicas brasileiras, entre professores, especialistas e funcionários, ativos e aposentados, contratados a qualquer título, vem a público repudiar com veemência as ofensas do presidente da República Federativa do Brasil e de seus subordinados que têm a petulância de tentar depreciar a imagem de um dos maiores e mais respeitáveis educadores de nossa pátria, Paulo Freire.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, entidade representativa de mais de 4,5 milhões de educadores das escolas públicas brasileiras, entre professores, especialistas e funcionários, ativos e aposentados, contratados a qualquer título, vem a público repudiar com veemência as ofensas do presidente da República Federativa do Brasil e de seus subordinados que têm a petulância de tentar depreciar a imagem de um dos maiores e mais respeitáveis educadores de nossa pátria, Paulo Freire.
terça-feira, 17 de dezembro de 2019
Os passos de Moro rumo à Presidência
Por João Filho, no site The Intercept-Brasil:
Em 2016, quando perguntado se entraria para a política, o então juiz Sergio Moro disse: “Não, jamais. Jamais. Sou um homem de Justiça e, sem qualquer demérito, não sou um homem da política”. (…) não existe jamais esse risco”. Foi taxativo ao usar três vezes a palavra “jamais”. Naquela época, o seu trabalho como juiz já influenciava decisivamente o jogo político-partidário, com grampos e vazamentos ilegais que contribuíram para a derrubada do governo petista. Dois anos depois, o que “jamais” aconteceria aconteceu. O então juiz topou entrar para a política logo depois de ter vazado, às vésperas do primeiro turno, uma delação de Palocci que favoreceu a campanha de Jair Bolsonaro.
O nazista de Unaí e a encruzilhada do país
Homem vestindo braçadeira nazista sentado em bar na cidade de Unaí, em MG
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Não havia nem uma cerveja nem um rabo-de-galo na mesa vermelha de plástico do nazista de Unaí.
A foto também não mostrava alguém mais na mesa além dele mesmo, o nazista de Unaí.
Muita gente escavou na internet um velho ditado alemão: “Se tem dez pessoas numa mesa, senta um nazista e ninguém se levanta, é porque tem onze nazistas na mesa”. É preciso que se diga: ao menos na foto que registrou o fato, todo mundo se manteve longe.
No filme Bastardos Inglórios, Tarantino é ainda mais radical em seu aconselhamento: se não restar alternativa a não ser sentar numa mesa com um nazista, é melhor você apontar sua pistola Walther para os bagos dele antes que ele aponte a Walther dele para os seus bagos.
As verdades ditas por Dias Toffoli
Editorial do site Vermelho:
Não se pode ignorar, honestamente, a precisão do diagnóstico do ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, sobre alguns aspectos relevantes da vida nacional.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, ele disse que “o Ministério Público deveria ser uma instituição mais transparente” e que “a Lava Jato destruiu empresas”. Afirmou, também, que o presidente Jair Bolsonaro mantém “um discurso permanente para a base que o elegeu”.
No primeiro caso, é incontestável que o setor do Ministério Público Federal que se ligou à Lava Jato não prima pela transparência. Com a responsabilidade do cargo, Toffoli usou essa palavra e a generalização da instituição para não demarcar com ênfase a divergência, mas, sem a sua diplomacia, o que se vê nesse setor lavajatista é um misto de prepotência e ilegalidades. A troca de mensagens entre seus integrantes revelada pelo site The Intercept Brasil demonstra o quanto os procuradores da força-tarefa da Lava Jato ignoram regras elementares do processo penal e atuam com objetivos claramente políticos.
Não se pode ignorar, honestamente, a precisão do diagnóstico do ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, sobre alguns aspectos relevantes da vida nacional.
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, ele disse que “o Ministério Público deveria ser uma instituição mais transparente” e que “a Lava Jato destruiu empresas”. Afirmou, também, que o presidente Jair Bolsonaro mantém “um discurso permanente para a base que o elegeu”.
No primeiro caso, é incontestável que o setor do Ministério Público Federal que se ligou à Lava Jato não prima pela transparência. Com a responsabilidade do cargo, Toffoli usou essa palavra e a generalização da instituição para não demarcar com ênfase a divergência, mas, sem a sua diplomacia, o que se vê nesse setor lavajatista é um misto de prepotência e ilegalidades. A troca de mensagens entre seus integrantes revelada pelo site The Intercept Brasil demonstra o quanto os procuradores da força-tarefa da Lava Jato ignoram regras elementares do processo penal e atuam com objetivos claramente políticos.
COP-25: Bolsonaro expõe o Brasil ao escárnio
Por Agnes Franco, no site da Fundação Perseu Abramo:
A COP-25 foi muito aquém do esperado. E, diferentemente de um passado pouco distante, em que o Brasil impulsionava as metas mais ambiciosas em favor da redução da emissão de Gases do Efeito Estufa (GEEs), desta vez o protagonismo foi às avessas: tratado como “párea” ou “uma ameaça à vida”, o Brasil foi o maior destaque negativo desta Conferência das Partes (COP), a órgão máximo e decisório da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC).
Adeus à água como bem comum?
Por José Álvaro de Lima Cardoso, no site Outras Palavras:
O problema da falta de água, que é diagnosticado em várias partes do mundo, afeta sempre a sociedade de forma diferenciada. Como todo direito básico existente, quem enfrenta dificuldades no acesso a água são sempre os mais pobres, o que ocorre tanto nos países imperialistas centrais, quanto nos subdesenvolvidos. Os EUA e a Europa também enfrentam grandes problemas de falta de água, a maioria dos rios dos EUA e do Velho Continente estão contaminados. No caso dos EUA, o próprio desenvolvimento recente da indústria extrativa de gás de xisto contribui para a contaminação dos lençóis de água.
O problema da falta de água, que é diagnosticado em várias partes do mundo, afeta sempre a sociedade de forma diferenciada. Como todo direito básico existente, quem enfrenta dificuldades no acesso a água são sempre os mais pobres, o que ocorre tanto nos países imperialistas centrais, quanto nos subdesenvolvidos. Os EUA e a Europa também enfrentam grandes problemas de falta de água, a maioria dos rios dos EUA e do Velho Continente estão contaminados. No caso dos EUA, o próprio desenvolvimento recente da indústria extrativa de gás de xisto contribui para a contaminação dos lençóis de água.
Onde Witzel e Bolsonaro se encontram
Por Fernando Brito, em seu blog:
Segurança pública, sabem todos os que a analisam como política pública, é um indicador essencialmente subjetivo – é a sensação de segurança.
Ainda que alimentado por uma base real – os índices de criminalidade – esta sensação provém de percepções que vêm da experiência nas ruas e do impacto da mídia.
No Rio, ambos favorecem – e há muito tempo – que esta percepção seja negativa.
Não é preciso aprofundar-se em estudos, basta olhar os jornais de hoje.
Segurança pública, sabem todos os que a analisam como política pública, é um indicador essencialmente subjetivo – é a sensação de segurança.
Ainda que alimentado por uma base real – os índices de criminalidade – esta sensação provém de percepções que vêm da experiência nas ruas e do impacto da mídia.
No Rio, ambos favorecem – e há muito tempo – que esta percepção seja negativa.
Não é preciso aprofundar-se em estudos, basta olhar os jornais de hoje.
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