sexta-feira, 17 de abril de 2020

O Incrível (e torpe) Exército de Bolsonaro

Por Almir Felitte, no site Outras Palavras:

A cada dia que passa, o Brasil parece mais próximo de entrar no pior momento da crise sanitária, social e econômica causada pela pandemia da Covid-19. Junto ao aumento da incidência da doença no país e das consequentes mortes, números estes claramente subnotificados pela ausência e demora de testes, o povo brasileiro ainda é obrigado a assistir às constantes pernadas de um governo simplesmente incapaz de lidar com o desafio que tem pela frente.

Covid-19 e desintegração latino-americana

Por Gladstone Leonel da Silva Júnior, no jornal Brasil de Fato:

Poucos dias após o aniversário de cinco anos da morte do saudoso Eduardo Galeano, aquele que talvez tenha sido um dos pensadores mais vibrantes e comprometidos com nosso povo latino-americano, nos deparamos com uma América Latina fraturada.

As políticas de integração e fortalecimento dos povos, que tinham muito mais em comum do que diferenças, não eram mais uma realidade. A Unasul (União de Nações Sul-Americanas) se desintegrou, a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) está completamente enfraquecida, a Telesul resiste debilitada em seu papel de informar e se comunicar com toda a América Latina. Os sonhos de Simón Bolívar e de todos os libertadores da América estão paralisados e fragilizados, agora, com o avanço do coronavírus.

A pandemia não é democrática

Por Ana Luíza Matos de Oliveira, no site Brasil Debate:

Chegou-se a dizer que a pandemia causada pelo Covid-19 seria “democrática”, pois o vírus não discrimina ninguém. Mas, em meados de março de 2020, a notícia de que uma das primeiras mortes no país pela doença tinha sido de uma doméstica, infectada pelos patrões que haviam voltado da Itália, já mostrava que, no Brasil – assim como quase tudo por aqui – ele não seria democrático. O vírus escancararia as desigualdades sociais e a nossa história baseada em exclusão.

Pandemia curvará a turma do 'Estado mínimo'

Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

Infectado pelo coronavírus, que o levou à UTI, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson deixou o hospital no último domingo agradecendo emocionado ao NHS (National Health Service), o serviço de saúde pública do Reino Unido, por tê-lo salvado. “O NHS salvou a minha vida, não há o que discutir”, afirmou o político conservador, em vídeo divulgado por ele mesmo no twitter.

“É difícil encontrar palavras que expressem a minha dívida. Quero agradecer às muitas enfermeiras, homens e mulheres, cujos cuidados foram impressionantes”, disse Johnson, que chegou a citar nominalmente dois enfermeiros, imigrantes, que permaneceram a seu lado o tempo inteiro: Jenny, da Nova Zelândia, e Luis, de Portugal.
“Neste país, 24 horas por dia, a cada segundo, há centenas de milhares de enfermeiros do NHS que agem com o mesmo cuidado e precisão que Jenny e Luis. Nós iremos vencer este vírus porque nosso NHS é o coração pulsante deste país. É o melhor deste país. É impulsionado pelo amor. Obrigado em meu nome e de todos ao NHS.”

Gestão de Mandetta deixa tudo como dantes

Por Bepe Damasco, em seu blog:

De cara, é preciso fazer três ressalvas: 1) O quase ex-ministro Mandetta (escrevo quando sua saída do ministério está por algumas horas) se orienta, na maioria das questões, por critérios médicos e científicos, rejeitando o negacionismo criminoso de Bolsonaro; 2) Neste texto não pretendo tratar da trajetória política de Mandetta. Seu apoio ao golpe contra Dilma Rousseff, o combate ao SUS no parlamento, o apoio à PEC que congelou os gastos em saúde e educação e o lobby que faz para os planos privados de saúde ficam para outra ocasião; 3) Certamente sua substituição será um retrocesso, já que vem aí ou um terraplanista raiz ou alguém que aceite não confrontar as teses genocidas de Bolsonaro em público.

A orientação criminosa de Bolsonaro na Saúde

Editorial do site Vermelho:

Ao falar em “alinhamento completo” com o presidente Jair Bolsonaro, o anunciado novo ministro da Saúde, Nelson Teich, deu a dimensão do que significa a demissão de Luiz Henrique Mandetta. Mesmo com limitações e fraquezas, o agora ex-ministro representava um contraponto à conduta irresponsável do presidente, com sua campanha contra o isolamento social.

Mandetta angariou apoio sobretudo por defender a aplicação do protocolo da Organização Mundial da Saúde (OMS), apoiado por praticamente todas as autoridades médicas do planeta. A partir da experiência da China na contenção da propagação do coronavírus, o isolamento social passou a ser adotado como a principal arma contra a Covid-19 e o estrangulamento dos sistemas de saúde.

Bolsonaro conduz o Brasil ao ‘matadouro’

Da Rede Brasil Atual:

O desprezo do presidente Jair Bolsonaro pela gravidade da pandemia do novo coronavírus, que já matou quase 2 mil pessoas no Brasil, foi denunciado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista ao jornal The Guardian, um maiores veículos da imprensa britânica. Divulgada nesta sexta-feira (17), a entrevista – sob o título “Bolsonaro conduz o Brasil para matadouro” – mostra a análise de Lula sobre o que chama de postura “criminalmente irresponsável” do presidente.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Quem é o novo ministro da Saúde?

Por Altamiro Borges

O novo ministro da Saúde, Nelson Teich, é um fanático bolsonarista. Empresário que fez fortuna na saúde privada, ele tem ligações antigas com os milicos. Nunca atuou no SUS ou teve experiência na saúde pública. É conhecido por sua visão mercantil e sua insensibilidade social.

Em vídeo de abril de 2019, Teich teoriza que na saúde as "escolhas são inevitáveis” e prega descartar os idosos para tratar dos mais jovens. "Pra ela [pessoa idosa] melhorar eu vou gastar praticamente o mesmo dinheiro que eu vou gastar pra investir num adolescente". Os 30 milhões de idosos brasileiros que se cuidem!

Com sua nomeação, as denúncias já pipocam na internet. Regina Pussente, filha de uma ex-paciente terminal com câncer, postou: "Ele se dirigiu a nós e disse o seguinte: 'Não adianta fazer nada, ela vai morrer. Deitem ela na maca da sala ao lado, quando tudo terminar, irei atender'".

A economia brasileira no pós-coronavírus

A demissão de Mandetta em meio à pandemia

O coronavírus e o racismo atávico

Por Jeferson Miola, em seu blog:

A pandemia do Covid-19 está colocando em evidência o racismo entranhado e institucionalizado na nossa sociedade. E este racismo é muito, mas muuiiitttooo profundo.

É um racismo atávico, que está subjetivado em cada um de nós em distintos gradientes! Mas, o pavoroso, é que está em cada um de nós!

A forma como a classe média branca vive a quarentena é glamourizada nos meios de comunicação, inclusive em colunas de colunistas que, apesar de merecerem todas reverências e o maior respeito profissional, só publicam fotos-resenhas de branquelos no conforto da família e dos seus lares despojados, iluminados e bem ventilados …

Por isso tem sido cada dia mais triste [e, também, decepcionante] acompanhar a coluna da excepcional Mônica Bergamo.

Saída de Mandetta trará lapso na saúde

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

A equipe do ministro da Saúde, Henrique Mandetta, deve estar limpando gavetas novamente.

Numa pasta gigantesca como a da Saúde, mesmo numa situação normal, a troca de ministros traz um hiato de gestão que, por algum tempo, paralisa as ações.

No meio de uma pandemia, o lapso será ainda mais danoso.

Para alguém como Bolsonaro, que já terá tantas contas a acertar com a História, pelo conjunto da obra desastrosa de seu governo e de sua atuação inqualificável na pandemia, a demissão de Mandetta, nas circunstâncias em que deve ocorrer, será um peso a mais. O ministro tem dito que jogou limpo, deixou suas posições muito claras e a opção por tirá-lo é “deles”. Sairá atirando?

Bolsonaro e o pacto com o vírus

Charge: Pedro Silva/Cartoon Movement
Por Flávio Aguiar, no site A terra é redonda:

Procurei uma figura literária comparável a Jair Messias. Encontrei: é o Hermógenes, um dos chefes de jagunços do romance Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa. Hermógenes é maligno e não aceita que a história evolua, mudando de patamar político. Assassina o chefe supremo dos jagunços, Joca Ramiro, porque a seu ver este teria traído a jagunçagem ao esboçar um pacto político com o enviado do governo, Zé Bebelo, depois de derrotá-lo militarmente.

Coronavírus: verdades e mentiras

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Compensa dar dignidade aos presos

Casos de feminicídio crescem na pandemia

O que muda com a Carteira Verde e Amarela?

Só nos resta a desobediência civil