domingo, 31 de maio de 2020

A marcha autoritária de Bolsonaro

Por André Singer, no site A terra é redonda:

A decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes de pedir busca e apreensão em endereços de dezessete envolvidos na investigação sobre fake news, resultando em vinte e nove ações de busca e apreensão representa uma aceleração importante na conjuntura político-institucional. Os mandados, emitidos no dia 27 de maio, vêm na esteira de uma sequência de acontecimentos graves.

O primeiro fato preocupante é o conteúdo da reunião ministerial do dia 22 de abril, divulgado por ordem do ministro Celso de Mello exatamente um mês depois, no dia 22 de maio. O vídeo tornou pública uma série de fatos inquietantes que indicam uma marcha autoritária. Entre outras, há uma fala do Presidente da República na qual ele se diz favorável a armar a população para resistir à orientação de isolamento social que governadores e prefeitos estão implantando por conta da disseminação do coronavírus, seguindo as recomendações da Organização Mundial da Saúde.

O 'chiqueirinho' do Alvorada e o jornalismo

Por Vitor Nuzzi, na Rede Brasil Atual:

Localizado em uma península à beira do lago Paranoá, o Palácio do Alvorada foi inaugurado dois anos antes de Brasília, em 1958, como residência oficial do presidente da República, que percorre um trajeto de quatro quilômetros até o “escritório”, no Palácio do Planalto. 

Desde o ano passado, o que deveria ser um espaço de encontro com jornalistas tornou-se palco de hostilidades por parte de “populares” contra os profissionais da imprensa, em um espaço batizado de “chiqueirinho”. A situação se agravou a ponto de vários veículos tomarem, na última segunda-feira (25), a decisão – inédita – de não mandar mais ninguém para o Alvorada.

sábado, 30 de maio de 2020

Bolsonaro quer indicar Aras para o STF

Dez mentiras de Bolsonaro sobre a Covid-19

STF e fake news: investigando a mentira

Os valores do bolsonarismo

Dicionário da Escuridão à beira do abismo

A morte como estratégia de governo

Bolsonaro é o pior presidente do mundo

Por que você paga tanto imposto?

A cassação da chapa Bolsonaro-Mourão

O futuro do Brasil e de Bolsonaro

O desabafo de uma jovem negra dos EUA

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Bolsonaro cede ao Centrão para sobreviver

Por Altamiro Borges

Enquanto Jair Bolsonaro – o ex-deputado do baixíssimo clero que se travestiu de paladino da "nova política" e enganou tantos otários – tenta escapar do isolamento, o famoso Centrão vai engolindo cargos no governo. É o toma-lá-dá-cá do "capetão" para evitar a abertura de um processo de impeachment. Levantamento parcial realizado pela Folha revela alguns dos indicados do Centrão que já garfaram uma boquinha do laranjal:

Bolsonaro e STF em choque. Quem vence?

Rechaçar arreganho golpista de Bolsonaro

Editorial do site Vermelho:

Enquanto o país convive com a tragédia da pandemia do coronavírus, que ceifa mais de mil vidas por dia, o presidente da República, Jair Bolsonaro, se ocupa em radicalizar seu ataque a democracia. Diante da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de desencadear a operação que envolve três dezenas de arrolados no inquérito das fake news, Bolsonaro reagiu num tom de verdadeiro ultimato às instituições do Estado Democrático de Direito.

Reação ou golpe: evitar as ilusões de 64

Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:

No final de 1963 e começo de 1964, a conspiração contra a democracia era febril, envolvendo as Forças Armadas, as elites nacionais e poder norte-americano, mas liberais e progressistas se iludiam com a resistência que viria do suposto "dispositivo militar" anti-golpe do presidente João Goulart.

Deu no que deu.

Agora há um golpe anunciado e novas ilusões: diz-se que as instituições vão funcionar e que os militares da ativa não embarcarão em uma aventura com Bolsonaro.

Não é possível que repitamos o erro de 64.

O STF não pode fraquejar, não pode ser deixado só, e o Congresso precisa ir além dos panos quentes.

PIB em queda. Guedes propõe mais do mesmo

Por Umberto Martins

Estatísticas divulgadas nesta sexta-feira (19) pelo IBGE revelam que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caiu 1,4% no primeiro trimestre do ano (janeiro a março). Em abril a situação se agravou, como sugerem os dados do instituto sobre a taxa de desemprego, que subiu para 12,6%, e a população ocupada, que recuou 5,4% (menos 4,9 milhões de pessoas), na maior queda da história.

Na opinião da coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, a retração foi causada, principalmente, pelo recuo de 1,6% nos serviços, setor que representa 74% do produto. A indústria declinou 1,4%, enquanto a agropecuária cresceu (0,6%). O consumo das famílias registrou recuo de 2%, o maior desde a crise de energia elétrica em 2001, segundo Rebeca.


Brasil na encruzilhada

Por Marjorie Marona e Fábio Kerche, no site A terra é redonda:

Chegamos a um ponto em que a sustentação do governo Bolsonaro tornou-se muito difícil, embora a saída também não seja simples.

A crise sanitária, de proporções mundiais, ganha ares de genocídio diante da completa falta de capacidade do governo para enfrentá-la: mortos são empilhados em valas comuns.

E Bolsonaro fez da pandemia de Covid-19 seu campo de batalha: em guerra declarada com atores políticos fundamentais, atira contra governadores, prefeitos, ministros do STF e congressistas.

Os crimes de responsabilidade do presidente se acumulam quase no mesmo ritmo que as suspeitas de crimes comuns.

Um país à deriva e um governo que compromete as possibilidades de manutenção do próprio regime democrático. Diante deste cenário, a grande questão que se coloca hoje é a de como encerrar o mandato de Bolsonaro, salvando o que restou da democracia.

Contra a barbárie do receituário neoliberal

Por Marcio Pochmann, na Rede Brasil Atual:

A parada econômica que resultou da correta opção de combater a onda de coronavírus pelo isolamento social derrubou a arrecadação fiscal. Na mesma medida em que o conjunto das despesas se manteve, ou até se elevou, por decorrência da calamidade pública, o déficit nas contas públicas cresceu.

Neste sentido, o argumento dos neoliberais em defesa do programa de ajuste fiscal permanente, até certo ponto suavizado pela excepcionalidade da pandemia, volta-se para o seu aprofundamento tão logo superado o quadro de isolamento social.

Ou seja, o retorno mais acentuado da situação de fracasso econômico e social vigente no Brasil antes da pandemia.