Por Mariana Serafini, no site Carta Maior:
A Justiça britânica negou o pedido de liberdade de Julian Assange sob fiança na última quarta-feira (6). Preso há quase dez anos, o único crime do jornalista co-fundador do Wikileaks foi revelar a violência, os abusos e as torturas cometidos pelas autoridades dos Estados Unidos nas guerras no Iraque e no Afeganistão. Ao escolher salvá-lo da extradição e mantê-lo preso nos cárceres britânicos, a juíza Vanessa Baraitser o condena pelo exercício do jornalismo e abre precedente para que qualquer jornalista seja perseguido por cumprir sua função: divulgar informações de interesse público.
sexta-feira, 8 de janeiro de 2021
Golpe de Trump e o risco Bolsonaro em 2022
Por Tereza Cruvinel, no site Brasil-247:
O mundo assistiu bestificado, na tarde dessa quarta-feira, 6, dia de Reis, a uma violenta tentativa de golpe de Estado nos Estados Unidos.
Este é o nome que se deve dar a movimentos que buscam impedir, pela força, que o vencedor de uma eleição assuma o poder, ou a derrubá-lo sem razões legais e constitucionais.
A invasão do Capitólio por ativistas incitados por Donald Trump, impedindo a confirmação de Joe Biden como presidente eleito, feriu o mito da inviolabilidade da democracia americana, graças a seu sistema de freios e contrapesos. Ruim para o mundo inteiro, em que as democracias perdem força. Péssimo para o Brasil, governado por um seguidor de Trump, mais tosco e truculento ainda.
O mundo assistiu bestificado, na tarde dessa quarta-feira, 6, dia de Reis, a uma violenta tentativa de golpe de Estado nos Estados Unidos.
Este é o nome que se deve dar a movimentos que buscam impedir, pela força, que o vencedor de uma eleição assuma o poder, ou a derrubá-lo sem razões legais e constitucionais.
A invasão do Capitólio por ativistas incitados por Donald Trump, impedindo a confirmação de Joe Biden como presidente eleito, feriu o mito da inviolabilidade da democracia americana, graças a seu sistema de freios e contrapesos. Ruim para o mundo inteiro, em que as democracias perdem força. Péssimo para o Brasil, governado por um seguidor de Trump, mais tosco e truculento ainda.
Aparência e essência do 'farol da democracia'
Por Altair Freitas, no site da Fundação Maurício Grabois:
A invasão do Capitólio pela horda trumpista no dia 06 de janeiro, buscando evitar que uma sessão do Senado ratificasse a eleição do Colégio Eleitoral que deu esmagadora vitória ao Democrata Joe Biden sobre Donald Trump, é um fato bastante elucidativo de diversos elementos que compõem a política estadunidense. Para eles próprios e para uma parte das pessoas mundo afora, aquele país é o epicentro da democracia. Como costumam afirmar alguns jornalistas bem pagos pelos conglomerados midiáticos no Brasil, “o farol da democracia”. Não à toa, muitos desses jornalistas e analistas políticos manifestavam com real emoção o seu descrédito com o que estava ocorrendo. Quando se acredita demais em algo – tendo ou não base real – e essa crença desmorona com transmissão em tempo real via satélite, deve ser difícil mesmo.
Os desafios de 2021 e a travessia para 2022
Por Antônio Augusto de Queiroz, na revista Teoria e Debate:
Passadas as eleições municipais - que claramente derrotaram o ideário Bolsonarista de confronto e negação da ciência, optando pelo equilíbrio, a experiência e a segurança - o desafio das forças progressistas para 2021 será impedir o desmonte das instituições de freios e contrapesos e das políticas sociais construídas desde a Constituição de 1988, especialmente os sistemas nacionais, como o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Nacional de Assistência Social (Suas), que, juntamente com a Previdência Social, formam o tripé da Seguridade Social. Foram os partidos progressistas e os movimentos sociais que propuseram e sustentaram esses modelos de políticas públicas e que agora têm a obrigação de evitar que o governo Bolsonaro destrua esses sistemas de políticas sociais.
Batalha do Capitólio e a estratégia de Trump
Por Jeferson Miola, em seu blog:
No íntimo, Trump sempre teve consciência da improbabilidade de conseguir perpetrar um golpe para reverter sua derrota eleitoral. Também no íntimo, ele sempre soube que não foi prejudicado por fraude eleitoral, mas sim que sofreu uma derrota eleitoral.
Apesar disso, entretanto, desde que sua derrota ficou matematicamente confirmada, Trump intensificou a pregação de fraude eleitoral e fincou a bandeira da ilegitimidade da eleição do oponente Joe Biden.
Em todas as 3 etapas da liturgia do processo eleitoral dos EUA – apuração pelos estados [novembro], votação pelo colégio eleitoral [dezembro] e confirmação do resultado pelo Congresso em 6 de janeiro – Trump não recuou um milímetro na escalada de deslegitimação do sistema e do presidente eleito.
No íntimo, Trump sempre teve consciência da improbabilidade de conseguir perpetrar um golpe para reverter sua derrota eleitoral. Também no íntimo, ele sempre soube que não foi prejudicado por fraude eleitoral, mas sim que sofreu uma derrota eleitoral.
Apesar disso, entretanto, desde que sua derrota ficou matematicamente confirmada, Trump intensificou a pregação de fraude eleitoral e fincou a bandeira da ilegitimidade da eleição do oponente Joe Biden.
Em todas as 3 etapas da liturgia do processo eleitoral dos EUA – apuração pelos estados [novembro], votação pelo colégio eleitoral [dezembro] e confirmação do resultado pelo Congresso em 6 de janeiro – Trump não recuou um milímetro na escalada de deslegitimação do sistema e do presidente eleito.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2021
Tentativa de golpe e a decadência dos EUA
Por Altamiro Borges
A tentativa de golpe orquestrada por milícias trumpistas revela a decadência dos EUA – o "paraíso do capitalismo" tão idolatrado pelas mentes colonizadas. A invasão do Capitólio foi incentivada diretamente pelo insano Donald Trump – ele próprio uma excrescência da chamada "democracia americana".
O império ianque foi construído com base na espoliação dos povos do mundo inteiro e na exploração dos próprios trabalhadores nativos – principalmente dos negros e imigrantes. A devastação neoliberal, iniciada na gestão de Ronald Reagan (1981-1989), destruiu o que havia de Estado de Bem-Estar Social (New Deal) e agravou as contradições do sistema.
A tentativa de golpe orquestrada por milícias trumpistas revela a decadência dos EUA – o "paraíso do capitalismo" tão idolatrado pelas mentes colonizadas. A invasão do Capitólio foi incentivada diretamente pelo insano Donald Trump – ele próprio uma excrescência da chamada "democracia americana".
O império ianque foi construído com base na espoliação dos povos do mundo inteiro e na exploração dos próprios trabalhadores nativos – principalmente dos negros e imigrantes. A devastação neoliberal, iniciada na gestão de Ronald Reagan (1981-1989), destruiu o que havia de Estado de Bem-Estar Social (New Deal) e agravou as contradições do sistema.
Bolsonaro eleva gastos com militares em 12%
Jair Bolsonaro faz de tudo para agradar o "partido dos milicos", que hoje é a principal base de sustentação do seu laranjal. O jornal Valor informa que, de janeiro a novembro do ano passado, "o gasto com os militares ativos aumentou 12%" na comparação com o mesmo período de 2019.
Já a despesa da União com os servidores civis ativos foi 0,5% menor, segundo dados do Tesouro Nacional. Conforme registra o jornal, "o efetivo controle do gasto com pessoal civil decorreu da lei complementar 173, que proibiu a concessão de qualquer vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração".
Bolsonaro será o Trump amanhã
Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
Vamos juntar algumas peças do nosso quebra-cabeças.
Jair Bolsonaro copiou todos os movimentos de Donald Trump, dia a dia, especialmente em relação à Covid-19.
É evidente a concatenação das duas estratégias, ou sob a batuta de Steve Banon, o líder da ultradireita mundial, ou combinando entre si.
O ponto central consistia em minimizar a doença e colocar a crise econômica como ponto central.
E, mudando o foco, transformar os responsáveis pelo combate à pandemia – especialmente governadores de oposição – como os grandes inimigos.
Vamos juntar algumas peças do nosso quebra-cabeças.
Jair Bolsonaro copiou todos os movimentos de Donald Trump, dia a dia, especialmente em relação à Covid-19.
É evidente a concatenação das duas estratégias, ou sob a batuta de Steve Banon, o líder da ultradireita mundial, ou combinando entre si.
O ponto central consistia em minimizar a doença e colocar a crise econômica como ponto central.
E, mudando o foco, transformar os responsáveis pelo combate à pandemia – especialmente governadores de oposição – como os grandes inimigos.
Governo prepara "Show do Agulhão"
Por Fernando Brito, em seu blog:
O general Eduardo Pazuello foi à televisão anunciar o “início” da vacinação contra a Covid-19 em algum dia antes de 25 de janeiro, ou seja, em alguma data anterior ao início do plano de vacinação feito pelo governo de São Paulo com a vacina Coronavac, por acordo entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac.
Seria ótimo, se não fosse uma mentira, uma vacinação, como tenho chamado aqui, de “coreográfica”.
Por uma simples razão: o governo brasileiro não tem vacinas e vai improvisar com um lote de dois milhões de doses arranjado às pressas na Índia, uma versão da “vacina de Oxford que, em tese, seria produzida – primeiro o envase e, a seguir, a formulação – aqui pela Fundação Oswaldo Cruz.
O general Eduardo Pazuello foi à televisão anunciar o “início” da vacinação contra a Covid-19 em algum dia antes de 25 de janeiro, ou seja, em alguma data anterior ao início do plano de vacinação feito pelo governo de São Paulo com a vacina Coronavac, por acordo entre o Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac.
Seria ótimo, se não fosse uma mentira, uma vacinação, como tenho chamado aqui, de “coreográfica”.
Por uma simples razão: o governo brasileiro não tem vacinas e vai improvisar com um lote de dois milhões de doses arranjado às pressas na Índia, uma versão da “vacina de Oxford que, em tese, seria produzida – primeiro o envase e, a seguir, a formulação – aqui pela Fundação Oswaldo Cruz.
Bolsonaro e os conflitos com a mídia
Por Marina Pita, na revista CartaCapital:
A comunicação é uma das armas mais poderosas para a manutenção do bolsonarismo e a continuidade do presidente da República no poder. Em se tratando da relação com os meios de comunicação tradicionais, a postura do Palácio do Planalto e seus apoiadores atropela, cotidianamente, os princípios constitucionais, os marcos legais em vigor no país e os direitos humanos. Neste final de um turbulento 2020, selecionamos alguns momentos que caracterizam a relação conflituosa de Bolsonaro com a imprensa, e também o uso político feito de veículos aliados por parte da estrutura pública federal.
Covid-19 e o verão dos assassinos
Por Ayrton Centeno, no jornal Brasil de Fato:
Assassino é uma palavra pesada. Assassinato é, diz o dicionário Aurélio, “matar traiçoeiramente, matar um ser humano, extinguir, destruir, aniquilar”. É uma palavra que pesa toneladas. Embora pesada, a palavra é muito mais leve do que a morte que provoca.
Chegou a hora de usarmos esta palavra pesada e dura como rocha para nomear quem infringe as determinações da saúde pública e se aglomera em festas, farras e similares seja onde fôr. Quem vai e participa assume de caso pensado todos os riscos de contrair e espalhar a covid-19 para pais, avós, irmãos, parentes, amigos, vizinhos, colegas.
Chegou a hora de usarmos esta palavra pesada e dura como rocha para nomear quem infringe as determinações da saúde pública e se aglomera em festas, farras e similares seja onde fôr. Quem vai e participa assume de caso pensado todos os riscos de contrair e espalhar a covid-19 para pais, avós, irmãos, parentes, amigos, vizinhos, colegas.
Trump e o sonho de Bolsonaro
Por Eric Nepomuceno, no site Brasil-247:
O que se viu em Washington nesta primeira quarta-feira de 2021 foi absolutamente inédito: o Congresso dos Estados Unidos invadido por uma horda de seguidores fanáticos de Donald Trump para impedir que fosse confirmada a vitória de Joe Biden.
Uma violência insólita na capital do país que já contribuiu de maneira decisiva para que ocorresse algo idêntico em outras nações, ou seja, derrubar um presidente eleito e fechar o Congresso. Duas horas antes da sessão que confirmaria o resultado das eleições, Donald Trump foi até a multidão que já estava reunida na frente do Congresso e incitou uma vez mais o que aconteceria pouco depois. Depois de todas as cenas absurdas, ele voltou a falar aos manifestantes, desta vez pedindo que fossem para casa.
O que se viu em Washington nesta primeira quarta-feira de 2021 foi absolutamente inédito: o Congresso dos Estados Unidos invadido por uma horda de seguidores fanáticos de Donald Trump para impedir que fosse confirmada a vitória de Joe Biden.
Uma violência insólita na capital do país que já contribuiu de maneira decisiva para que ocorresse algo idêntico em outras nações, ou seja, derrubar um presidente eleito e fechar o Congresso. Duas horas antes da sessão que confirmaria o resultado das eleições, Donald Trump foi até a multidão que já estava reunida na frente do Congresso e incitou uma vez mais o que aconteceria pouco depois. Depois de todas as cenas absurdas, ele voltou a falar aos manifestantes, desta vez pedindo que fossem para casa.
Bolsonaro e a incompetência autossatisfeita
Por Flavio Aguiar, no site A terra é redonda:
Há uma pesquisa muito curiosa empreendida por dois psicólogos e professores universitários norte-americanos nos anos 1990, sobre a ignorância ou incompetência auto-satisfeita. Eram eles David Dunning e Justin Kruger, e sua pesquisa levou à formulação do chamado “Efeito Dunning-Kruger”. Basicamente, ele consiste na assertiva de quanto mais uma pessoa é ignorante ou incompetente a respeito de um assunto, pode-se tornar mais difícil o auto-reconhecimento da própria ignorância ou incompetência.
Há uma pesquisa muito curiosa empreendida por dois psicólogos e professores universitários norte-americanos nos anos 1990, sobre a ignorância ou incompetência auto-satisfeita. Eram eles David Dunning e Justin Kruger, e sua pesquisa levou à formulação do chamado “Efeito Dunning-Kruger”. Basicamente, ele consiste na assertiva de quanto mais uma pessoa é ignorante ou incompetente a respeito de um assunto, pode-se tornar mais difícil o auto-reconhecimento da própria ignorância ou incompetência.
Fascismo 2.0 em oito lições
Por Boaventura de Sousa Santos, no site Outras Palavras:
É impossível prever o que vai acontecer nos EUA nas próximas semanas. Várias perguntas cruciais ficam por agora sem resposta. Houve ou não fraude eleitoral? Se houve, foi suficiente para inverter os resultados? Será a transição de Trump para Biden, de Trump para Trump? Ou de Trump para um acordo de compromisso no Congresso em que, tal como aconteceu em 1876, o candidato que ganhou as eleições assume a presidência na condição de aceitar o compromisso extra-eleitoral? Haverá violência nas ruas qualquer que seja a solução, uma vez que qualquer delas marginaliza uma parte importante e polarizada da sociedade?
É impossível prever o que vai acontecer nos EUA nas próximas semanas. Várias perguntas cruciais ficam por agora sem resposta. Houve ou não fraude eleitoral? Se houve, foi suficiente para inverter os resultados? Será a transição de Trump para Biden, de Trump para Trump? Ou de Trump para um acordo de compromisso no Congresso em que, tal como aconteceu em 1876, o candidato que ganhou as eleições assume a presidência na condição de aceitar o compromisso extra-eleitoral? Haverá violência nas ruas qualquer que seja a solução, uma vez que qualquer delas marginaliza uma parte importante e polarizada da sociedade?
ABI pede impeachment do ministro da Saúde
Da Rede Brasil Atual:
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) apresentou nesta terça-feira (6) pedido de impeachment contra o ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Eduardo Pazuello. A má condução da pasta durante a maior crise sanitária em mais de 100 anos norteia o pedido. Assim como a incompetência em construir um programa de vacinação contra a covid-19.
O general do Exército Eduardo Pazuello é o terceiro ministro da Saúde do governo Bolsonaro, efetivado no posto apesar de não ser médico nem tem experiência com infectologia ou crise sanitária. O presidente demitiu os dois titulares anteriores da pasta, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Ambos, apesar do perfil alinhado com o mercado de saúde privada, não chegaram ao ponto de conseguir seguir sob o comando negacionista de Bolsonaro.
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) apresentou nesta terça-feira (6) pedido de impeachment contra o ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Eduardo Pazuello. A má condução da pasta durante a maior crise sanitária em mais de 100 anos norteia o pedido. Assim como a incompetência em construir um programa de vacinação contra a covid-19.
O general do Exército Eduardo Pazuello é o terceiro ministro da Saúde do governo Bolsonaro, efetivado no posto apesar de não ser médico nem tem experiência com infectologia ou crise sanitária. O presidente demitiu os dois titulares anteriores da pasta, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Ambos, apesar do perfil alinhado com o mercado de saúde privada, não chegaram ao ponto de conseguir seguir sob o comando negacionista de Bolsonaro.
As seringas e a frieza genocida de Bolsonaro
Editorial do site Vermelho:
O presidente da República, Jair Bolsonaro, sempre se supera quando o assunto é a irresponsabilidade na condução do país. A mais recente postura nesse sentido foi o anúncio de que o governo suspendeu a aquisição de seringas para a vacinação contra Covid-19 “até que os preços voltem à normalidade”. Como é de seu feitio, o anúncio se deu sem maiores detalhes, além de alegar que estados e municípios têm estoques do material para o início da imunização.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2021
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